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Resenha Crítica – Atenção Psicossocial rumo a um novo paradigma na Saúde Mental Coletiva.

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Faculdades Integradas de Patos
Programa de Pós-graduação
Especialização em Saúde Mental
Disciplina: Teorias e Técnicas Psicoterápicas nos Novos Serviços de Atenção Psicossocial
Professora: Emilene Medeiros
Estudante: Juliana Leite S. Ramos
Resenha Crítica – Atenção Psicossocial rumo a um novo paradigma na Saúde Mental Coletiva. 
ROSA, Costa Abílio; LUZIO Amélia Cristina; YASUI Silvio. Atenção Psicossocial: rumo a um novo paradigma na Saúde Mental Coletiva. In: AMARANTE, Paulo (Org.). Arquivos de Saúde Mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2003.
O referido texto tem como objetivo entender em que consiste o serviço de Atenção Psicossocial, para isso são apresentados os fundamentos do termo “Psicossocial”, de forma a explicitar de que forma ocorreu sua criação, ao longo das transformações nos modelos e paradigmas que constituem o campo da saúde mental. O autor situa, brevemente, as transformações ocorridas na prática médica ao longo da história, demonstrando como as Medicinas Integral, Preventiva e Comunitária contribuíram para uma mudança nas práticas e atos médicos, de forma a potencializar a junção ou o aglutinamento das dimensões físicas, sociais e psicológicos do processo saúde doença, buscando obter uma visão global de homem, e indo de encontro ao modelo flexneriano. 
Dentro dessas mudanças, ocorre a inclusão de outros profissionais de saúde no tratamento e acompanhamento dos pacientes, o que torna a constituição do termo “Psicossocial” mais sólida. A partir disso, o autor situa outros termos intimamente ligados à constituição do conceito de “Psicossocial”, os quais são Reabilitação, Apoio e Atenção. Inicialmente o faz através de uma análise léxica de cada palavra, relacionando com a função prática de cada termo, em articulação com o modelo preconizado pelo Reforma Psiquiátrica. Discorre um questionamento entre Clínica e sua relação com esta, passando pelo lugar da saúde mental e a noção de sujeito consolidada nas práticas de saúde, chegando ao cerne onde se encontra a Atenção Psicossocial. Finalmente, o autor discute os campos de constituição da Atenção e as concepções que a perpassam, em níveis de organização e relacionamento institucionais e processuais.
Crítica: A ideia de analisar a origem do conceito ou termo “Psicossocial” é bastante interessante, visto a pluralidade de interpretações que podem surgir e que estão diretamente relacionadas à práxis dos diversos saberes profissionais. Pode-se observar a incongruência de algumas definições léxicas das palavras Reabilitação, Apoio, e Atenção, o que pode nos levar a perceber a existência de antigos modelos, os quais permanecem ainda arraigados em uma visão de homem oprimido, dependente e passivo, que infelizmente são utilizadas até hoje, e perpassam, algumas vezes, sutilmente pela grande teia de relações dos aparelhos do Estado. As definições de duas palavras chamaram mais atenção: Reabilitação e a Apoio. A primeira pelo lugar que ocupa o paciente, visto que ele é considerado “inabilitado”, e apenas a cura orgânica demonstra ser capaz de reabilitá-lo, ele precisa fazer um retorno, e isso pode negá-lo a possibilidade de ir a diante através de novas produções, de novas construções existenciais. Em relação ao Apoio, pode-se perceber o reflexo de uma visão, muitas vezes, de vitimização da pessoa, de incapacidade que é socialmente aceitável, pode acompanhar preconceito, e que não permite o protagonismo. Posso observar tal situação no meu trabalho como Psicóloga na Assistência Social (CRAS), as pessoas aceitam a vitimização, se acomodam a ela, e não querem deixa-la, na maioria das vezes em decorrência da participação no Programa Bolsa Família. Ao trabalhar no NASF também pude presenciar o excesso de apoio a alguns usuários, porém há uma diferença no tratamento dos usuários da saúde mental de acordo com o transtorno, pois quem tem transtorno do espectro da depressão é vítima, mas quem tem qualquer possibilidade de psicose é visto como louco. O autor questiona a Clínica, a Noção de Sujeito, o Lugar da Saúde Mental, a supremacia da Psiquiatria diante de outras alternativas, o que relaciona bem em sua discussão sobre o Modo Psicossocial, e respinga em nossa atuação prática. Fazendo nos perceber que Saúde Mental está em tudo, em todas as ações e práticas profissionais, em todos os lugares, e não apenas presa em um hospital, um CAPS ou qualquer outro serviço.

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