Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013 AVALIAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL DE AÇÃO GOVERNAMENTAL (PPAG): UMA ANÁLISE DO MODELO ADOTADO PELO GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Tuliana Macedo Vasconcelos André Abreu Reis Fernando Antonio França Sette Pinheiro Junior Naíla Marcela Nery Ferrari 2 Painel 10/038 Dez anos de renovação do ciclo do PPA do Governo de Minas Gerais: uma experiência de alinhamento de boas práticas em gestão, transparência e participação na definição das políticas públicas AVALIAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL DE AÇÃO GOVERNAMENTAL (PPAG): UMA ANÁLISE DO MODELO ADOTADO PELO GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Tuliana Macedo Vasconcelos André Abreu Reis Fernando Antonio França Sette Pinheiro Junior Naíla Marcela Nery Ferrari RESUMO O Relatório Anual de Avaliação do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) é o instrumento no qual o governo presta contas à sociedade de todas as ações executadas durante o ano anterior, comparando as metas físicas e financeiras planejadas e executadas, a regionalização dessas metas, apresenta a apuração dos indicadores e os principais resultados para cada programa de governo. É através do processo de avaliação do plano que se proporciona a retroalimentação do ciclo de planejamento, sendo esse um instrumento para a revisão ou elaboração do plano seguinte. Além disso, ele possibilita o aprendizado dos atores envolvidos no ciclo de planejamento e o aprimoramento da carteira de programas e ações de governo. O presente trabalho objetiva analisar o processo de avaliação do plano plurianual, além de fazer um breve resumo sobre as avaliações das políticas públicas, assim como do próprio Relatório Anual de Avaliação do PPAG. 3 1 INTRODUÇÃO No Governo do Estado de Minas Gerais, o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) é o instrumento de planejamento de médio prazo. Define todas as políticas de governo que serão adotadas para o quadriênio seguinte, ou seja, detalhada todos os programas e ações do governo previstos para os próximos quatro anos, com suas respectivas metas físicas e orçamentárias,distribuídas regionalmente. Ao contrário do definido na Constituição Federal, art. 165, o PPAG mineiro apresenta não só os programas relacionados às despesas de capital, ou delas decorrentes, e programas de duração continuada. Ele detalha todas as políticas que serão executadas ao longo desse período, mesmo que estejam atreladas a despesas de capital ou corrente, executadas por órgãos da administração direta, indireta ou até mesmo empresas independentes. A avaliação do PPAG é um instrumento gerencial de suma importância para o aperfeiçoamento das políticas públicas. A partir da avaliação é possível aferir o desempenho, os resultados e impactos das políticas públicas implementadas, além de, principalmente, garantir transparência e accountability à gestão pública. Penúltima etapa do ciclo do planejamento (planejar, executar, monitorar, avaliar e revisar), a avaliação possibilita o contínuo aprimoramento da formulação e da gestão dos programas que integram o Plano e, consequentemente, integram os Orçamentos Anuais (Orçamento Fiscal e de Investimentos). Além de prestar contas à sociedade, a avaliação agrega informações necessárias à melhoria da alocação dos recursos públicos, à melhor definição da carteira de programas e ações do governo, fortalece o planejamento e contribui para a melhoria da qualidade do gasto público. Entretanto, definir uma metodologia padrão passível de avaliar todos os programas de governo definidos no PPAG, que funcione como um instrumento de aprendizado e de aperfeiçoamento dos programas e ações do governo, que retroalimente o ciclo de planejamento, a partir da identificação dos entraves e dos pontos positivos da carteira elaborada, não é um processo fácil de ser administrado. O processo de avaliação envolve diversos atores, com opiniões e prioridades divergentes, em um prazo exíguo e para muitos, confuso, e trabalha com um universo extenso (todos os programas e ações de governo). 4 Assim sendo, o objetivo geral desse estudo é descrever o processo de avaliação do PPAG frente o ciclo de planejamento do Estado e verificar se esse processo é utilizado para retroalimentar a revisão/elaboração do plano. 2 AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS A avaliação do desempenho governamental e das políticas públicas tornou-se parte integral da agenda de reformas os anos de 1980 e 1990. Como penúltima etapa do ciclo de gestão das políticas públicas, responsável por analisar e avaliar a implementação, a execução e o monitoramento das ações de governo, a avaliação torna-se imprescindível quando se procura planejar e implementar um programa de governo bem–sucedido. A partir da avaliação torna-se possível mensurar e aprimorar a implementação, os resultados e impactos das políticas públicas, além de permitir levantar quais serão as correções necessárias e como aprimorá-las para futuros programas governamentais. O desenho dessas reformas privilegiou dois propósitos básicos. Em primeiro lugar, a adoção de uma perspectiva de contenção dos gastos públicos, de busca da melhoria da eficiência e da produtividade, de ampliação da flexibilidade gerencial e da capacidade de resposta dos governos, bem como de maximização da transparência da gestão pública e de responsabilização dos gestores, em um processo no qual o “consumidor” dos bens e serviços públicos estaria, supostamente, em primeiro plano. O segundo propósito ou expectativa é de que tais reformas pudessem contribuir para uma reavaliação da pertinência das organizações governamentais preservarem todo o seu leque tradicional de atribuições, prevalecendo um contexto de valorização da provisão privada de bens e serviços. (FARIA, 2005, pag 99 apud CAIDEN e CAIDEN, 2001, p. 79) Frequentemente os gestores públicos são colocados frente a um impasse: gerir os recursos públicos, que são limitados e escassos, de forma a atender as diversas demandas ou necessidades da sociedade de maneira eficiente e eficaz. Portanto, é necessário que os gestores tenham informações que o auxiliem na tomada de decisão, sobre qual a melhor maneira de atender a essa demanda, como e onde atuar e quanto custará. No campo das políticas públicas, uma das maneiras de se aperfeiçoar a capacidade de fazer melhores escolhas quando se está planejando as políticas públicas futuras é a partir do estudo de exemplos de sucesso já existentes, ou até mesmo dos erros realizados durante a implementação dos programas passados. Ou seja, analisando a relação causa e efeito das políticas públicas já implementadas. 5 Dessa forma, a avaliação é vista como um dos mecanismos mais importantes para gerar informações que auxiliem os gestores na tomada de decisão. “Avaliar significa formar um juízo de valor com base na comparação entre uma situação empírica e uma situação ideal” (COTTA, 2001, pag. 94). A importância da avaliação em programas governamentais também é ressaltada por Cohen e Franco (1993, p. 16 apud CAVALCANTI, 2006, pag. 02) quando determinam que “a avaliação tem um papel central neste processo de racionalização e é um elemento básico de planejamento. Não é possível que estes sejam eficazes se não forem avaliados os resultados de sua aplicação”. E por Amoras e Rodrigues (2009, pag. 136) que afirmam que “as avaliações garantem credibilidade dos projetos bem sucedidos, os quais passam a ter sustentabilidade política, pois são fomentadas na transparência da gestão pública e na satisfação dos usuários”. Thoeing (2000,pag. 54) caracteriza a avaliação como uma atividade dedicada à produção e análise de informações relevantes e pertinentes a respeito das políticas públicas, dos seus resultados e impactos, ou seja, “é um meio de aperfeiçoar a capacidade de aprender como conduzir mudanças bem-sucedidas e definir resultados alcançáveis nos campos da eficiência e eficácia pública”. Ao longo dos anos, a medida que a sociedade foi evoluindo, tomando conhecimento das atividades do poder público e exigindo desse mudanças, o objetivo principal das avaliações foi se alterando. Faria (2005, pag. 99) atribui à avaliação três funções básicas: informação, legitimação e realocação. Inicialmente, nos anos 1960, as avaliações objetivavam apenas informar, os gestores e a sociedade, das atividades que estavam sendo desenvolvidas no âmbito do poder público; em seguida, por volta de 1980, estava claramente destinada a apoiar o poder público, legitimando-o, na alocação racional de recursos; e, na década de 1990, com o foco principal na função realocação, as avaliações objetivavam aperfeiçoar a capacidade de aprender como implementar uma política pública de sucesso. Atualmente, a avaliação visa abastecer os gestores de informações quanto às deficiências das políticas implementadas no setor público, uma vez que ela fornece ferramentas para a produção de informações e recomendações sobre os programas de governo. Além de, aumentar a transparência da ação de governo, mediante a prestação de contas à sociedade sobre o desempenho dos programas; auxiliar a tomada de decisão; aprimorar a gestão; e promover o aprendizado. 6 Entretanto, deve ser destacado o fato de que com as avaliações é possível ter ganhos de efetividade no desenho e na implementação das políticas, uma vez que permite planejar melhor e realizar pequenos ajustes durante a implementação de forma a aumentar a efetividade da mesma; além de claro conferir transparência e accountability à gestão pública. Talvez este seria o maior beneficio que a avaliação proporciona. Segundo Amoras e Rodrigues (2009, pag. 136) “avaliar um projeto e divulgar os resultados é uma forma de se prestar contas à sociedade”. Para Faria (2005, pag. 97) a avaliação é definida como uma atividade destinada a avaliar os resultados de uma ação de governo finalizada; a fornecer elementos para o desenho de novas intervenções ou para o aprimoramento de políticas em curso; e a prestar contas a sociedade e responsabilizar os agentes estatais, ou seja, como elemento central da accountablity. Segundo o autor (2005, pag. 99), “é a avaliação de programas governamentais, em sua definição mais tradicional, o ato de atribuir valor ou mérito a determinado programa ou ação, com base em critérios prévia e consensualmente definidos”. Dessa forma, a avaliação passou a ser vista como um instrumento gerencial de extrema importância, uma vez que a partir da prevalência de um viés francamente normativo e/ou uma priorização dos aspectos técnicos a avaliação possui a capacidade de encerrar, reiniciar ou revitalizar o ciclo das políticas. Nesse sentido Faria (2005, pág. 98) “ressalta a virtual subordinação do uso gerencial da avaliação e de sua suposta capacidade de encerrar, reiniciar ou revitalizar o ciclo das políticas às injunções políticas mais abrangentes e às estratégias e interesses dos tomadores de decisão e dos demais envolvidos”. Entretanto, a sua realização não é fácil, muitas vezes os gestores públicos não são favoráveis a implementação das avaliações. Segundo Thoenig (2000, p.55), os governos predominantemente apresentam resistência à avaliação, e entre as razões para isso está na: relutância dos formuladores de políticas públicas por se sentirem desafiados pelos especialistas, os quais não participam efetivamente do processo; a arrogância dos avaliadores em definir metas e o conteúdo das reformas; o fato de que as avaliações exigem muito tempo para serem feitas; a idéia de que reforma também são uma política do governo, etc. 7 Muitas vezes o gestor público tomador de decisão vê a avaliação como um problema ao seu governo, preferindo dessa forma não implementá-la, uma vez que esse teme ser constrangido pelas informações geradas pelos avaliadores, esperam que a avaliação traga apenas boas notícias e que não ressalte os problemas da implementação e execução da políticas públicas. Temem, principalmente, que as informações geradas pelos avaliadores sejam utilizadas pelo público e/ou imprensa como uma oportunidade de criticar seu governo, ou seja, ser politicamente negativo. Todavia, após a promulgação da Constituição Federal do Brasil em 1988, a avaliação das políticas públicas deixou de ser uma opção do formulador para ser uma exigência constitucional, conforme determina o art. 74, I, CF/88: “avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União”. 3 AVALIAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL DE AÇÃO GOVERNAMENTAL 3.1 O Ciclo Planejamento do Estado de Minas Gerais O processo de gestão do PPAG obedece a metodologia definida no ciclo PDCA, entretanto devem ser ressaltadas algumas especificidades da gestão das políticas públicas. O PPAG possui um ciclo de gestão específico, compreendendo os processos que, durante quatro exercícios, viabilizarão o alcance dos objetivos do governo. As etapas de elaboração da programação, avaliação e revisão constituem as peças básicas do ciclo de gestão do PPAG. Em Minas Gerais, esse plano é elaborado quadrienalmente, mas avaliado, revisto e monitorado anualmente, tendo em vista torná-lo flexível ao enfrentamento de novos problemas e demandas que venham a surgir na sociedade. (MINAS GERAIS, PPAG 2012-2015, Volume I, pag7) O ciclo de gestão do plano, conforme demonstrado pela figura abaixo, pode ser dividido em cinco etapas. 8 Figura 1: Ciclo do planejamento Fonte: Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (site) O presente artigo irá focar na etapa de avaliação do Ciclo. 3.2 O Processo de Avaliação do PPAG O processo de avaliação é o processo de coleta e análise sistemática de informações sobre características, processos e impactos dos programas que compõem o plano, com base em critérios de eficiência, eficácia e efetividade, de forma a gerar recomendações para aperfeiçoar a gestão e a qualidade do gasto público, o aprimoramento do plano plurianual e o alcance dos objetivos estratégicos de governo. A avaliação do Plano Plurianual de Ação Governamental representa um importante instrumento gerencial, na medida em que contribui para o aperfeiçoamento contínuo da formulação e da gestão dos programas que integram o Plano e os Orçamentos Anuais. Assim, além de prestar contas à sociedade, o Relatório de Avaliação agrega informações necessárias à melhoria da alocação dos recursos públicos. (MINAS GERAIS, Avaliação do PPAG 2008-2011, pag. 9) O objetivo da avaliação é de assegurar que as informações produzidas sejam utilizadas pela administração pública estadual como parte integrante da gestão dos programas, no momento de elaboração ou revisão do plano, com vistas à obtenção dos melhores resultados pelo governo, na melhoria da qualidade da alocação dos recursos no plano e nos orçamentos anuais. Assim, além de prestar contas à sociedade, o relatório de avaliação agrega informações necessárias à melhoria da qualidade da ação governamental. 9 Os resultados da avaliação subsidiam o processo de elaboração da Lei Orçamentária Anual e de elaboração ou revisão do PPAG, de forma a contribuir para o aperfeiçoamento do processo de planejamento e orçamento do governo estadual. O Relatório de Avaliaçãoapresenta os principais resultados por programa de governo; a apuração dos indicadores de programas e a avaliação da execução física e orçamentária das ações dos programas; além de análises da execução global do plano, desempenho consolidado e acumulado das ações, avaliação consolidada da regionalização do plano, ou seja, avaliação dos resultados do plano, em atendimento aos princípios de eficiência, eficácia e efetividades. A avaliação fortalece o planejamento e a aprendizagem nos órgãos governamentais, por meio da geração de informações qualitativas sobre as metas alcançadas, contribuindo assim para a melhoria da qualidade do gasto público, e, principalmente, para o atendimento das demandas da sociedade. (MINAS GERAIS, Avaliação do PPAG 2008-2011, pag. 9). A avaliação do PPAG é realizada após o encerramento do exercício financeiro, após a realização do último monitoramento, que ocorre ao final de janeiro do ano subseqüente ao monitorado. Nesse momento são apurados o desempenho físico, orçamentário e a regionalização das ações de governo, o que permite avaliar a discrepância entre o planejado e o executado; os indicadores de programas, de forma a mesurar a efetividade dos programas; os principais resultados dos programas, com intuito de avaliar a eficácia dos programas. O processo de avaliação do plano é direcionado aos responsáveis pelas unidades de planejamento e orçamento dos órgãos. São os responsáveis por consolidar as informações da execução das metas física, metas orçamentárias, regionalização, indicadores e resultados dos programas e ações sob sua responsabilidade e repassar a Secretaria de Estado de Planejamento e gestão (Seplag), seja através do Sistema de Informações Gerencias e de Planejamento do Estado de Minas Gerais (SIGPlan) ou de formulários elaborados com essa finalidade. Entretanto, dentro dos órgãos, as unidades de planejamento e orçamento devem buscar essas informações junto aos gestores dos programas ou ações (quando for o caso) de forma a garantir que as informações sejam fidedignas e atualizadas. Os gestores dos programas e ações são os responsáveis pela execução e acompanhamento dos programas e ações dentro dos órgãos. São eles que acompanham o dia-a-dia do programa/ação e sabem informar quanto 10 entregou/executou e justificar o porquê de algum atraso ou execução acima do previsto. O processo entre a unidade de planejamento e orçamento e os gestores de programas e ações, a Seplag não define como deve ocorre, fica a critério de cada responsável pela unidade de planejamento e orçamento definir como prefere atuar, considerando as particularidades de cada órgão. Ressalta-se que no caso dos programas estruturadores o processo de avaliação do plano é direcionado aos próprios gestores dos programas não repassando as unidades de planejamento e orçamento. O prazo legal para encaminhamento à ALMG o Relatório Anual de Avaliação do plano é 15 de junho, conforme determina a lei que institui o Plano - Lei n° 20.024/2012, para o PPAG 2012-2015, e Lei n°. 17.347/2008, para o PPAG 2008- 2011. Entretanto, o relatório de avaliação do PPAG, assim como as bases de dados resultado desse processo de avaliação, são de suma importância ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) para subsidiar a emissão do parecer prévio sobre as contas do governo. Dessa forma, o TCE-MG é também um grande interessado nesse processo e como órgão de controle externo da gestão dos recursos públicos e responsável por apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador determinou, através da Instrução Normativa nº 13/2011, art. 9º, VIII, a, que o Poder executivo deve encaminhar ao TCE-MG em até 60 dias do encerramento do exercício a base de dados consolidada da execução orçamentária, física e financeira dos programas do PPAG, discriminados por projetos e atividades, inclusive a apuração dos indicadores de desempenho de cada programa, ou seja, antecipando o envio de pelo menos as bases de dados para o dia 01 de março. 3.3 Composição da Avaliação do PPAG A obrigatoriedade da avaliação do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) está prevista na Constituição Federal de 1988, na Constituição Estadual e na própria Lei que regulamenta o plano. A Constituição Federal (art. 74, I), assim como a Constituição do Estado de Minas (art. 81, I), institucionalizaram a necessidade dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) manterem sistemas de controle com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos. 11 A composição da Avaliação do Plano, denominada Relatório Anual de Avaliação do Plano, assim como o prazo para encaminhamento à ALMG, está definido na Lei n° 20.024, de 09 de janeiro de 2012, que institui o PPAG para o quadriênio 2012-2015, conforme referência a seguir. Art. 12 - O Poder Executivo, por intermédio do órgão central do Sistema de Planejamento e Orçamento Estadual, enviará ao Poder Legislativo, até o dia 15 de junho de cada exercício financeiro, Relatório Anual de Avaliação do PPAG 2012-2015, que conterá: I - demonstrativo da execução dos programas do PPAG 2012-2015, contendo os principais resultados alcançados, a última apuração dos índices dos indicadores de desempenho e a execução física e financeira das suas ações; II - demonstrativo da programação e da execução física e financeira regionalizada das ações do PPAG 2012-2015; III - demonstrativo da execução física e financeira acumulada de todas as ações do PPAG 2012-2015. § 1° - Os demonstrativos referentes aos programas Apoio à Administração Pública (701), Obrigações Especiais (702) e Reserva de Contingência (999) serão encaminhados por meio de relatório com as respectivas execuções físicas e financeiras. § 2° - Integrarão o Relatório Anual de Avaliação: I - as justificativas de desempenho crítico ou subestimado das ações dos programas do PPAG 2012-2015, conforme orientação do órgão central do Sistema de Planejamento e Orçamento; II - a análise do cumprimento dos objetivos estratégicos e indicadores finalísticos que compõem as redes de desenvolvimento integrado; III - o desempenho físico e financeiro consolidado das ações, dos indicadores dos programas e da regionalização da execução do PPAG 2012-2015. Ressalta-se que a lei que instituía PPAG 2008-2011, Lei n°. 17.347/2008, também fazia referência ao formato da avaliação (art. 10), porém de forma mais resumida. Este Relatório Anual de Avaliação do exercício de 2011 merece atenção especial uma vez que além de avaliar o exercício de 2011, permite também avaliar a execução do Plano, do quadriênio para qual o PPAG foi elaborado, 2008 a 2011. Dessa forma, ele permite avaliar o planejamento inicial, realizado para 2008 e suas revisões. A composição do Relatório Anual de Avaliação de 2011 é definida pela Lei que institucionaliza a avaliação. A seguir encontra-se detalhado a composição dos demonstrativos que consolidam o relatório de avaliação. O demonstrativo da execução dos programas apresenta os principais resultados para cada programa de governo, a apuração dos indicadores de desempenho dos programas e a execução física e orçamentária das suas ações através de um quadro comparativo entre programado e executado. Esse demonstrativo é elaborado a partir do levantamento junto aos gestores dos programas, através do SIGPlan, durante o ultimo monitoramento do ano, monitoramento do 6° bimestre. 12 Os principais resultados dos programas “apontam de forma objetiva as mais importantes realizações dos vários programas do plano em 2011, segundo a percepção subjetiva dos respectivosgestores, viabilizando uma análise comparativa com o objetivo e com o público-alvo tal como definido no PPAG” (Avaliação do PPAG 2011, Volume I, pag. 12). Os indicadores dos programas possibilitam mensurar se objetivo do programa foi ou não alcançado e em que medida. Ou seja, reflete a efetividade do programa, se o programa conseguiu resolver ou reduzir o problema diagnosticado na sociedade ou na própria administração pública. Ressalta-se que muitas vezes o sucesso ou insucesso do indicador do programa nem sempre pode ser atrelado ao programa pura e simplesmente. Os indicadores de efetividade estão sujeitos a uma série de outros fatores não necessariamente controlados pela unidade responsável pelo programa. Já a avaliação da execução física e orçamentária das ações do programa permite a análise comparativa da programação e da execução física e orçamentária das ações do plano, ou seja, permite avaliar se aquilo que foi previsto de entregas a sociedade ou administração pública (metas físicas) e os recursos a serem gastos (metas orçamentárias) para aquela ação foram de fato aqueles realizados durante o ano. Na figura a seguir está demonstrado parte do relatório que apresenta os principais resultados e a apuração dos indicadores do programa, além do quadro comparativo do planejado e executado das ações do programa. 13 Figura 2: Relatório dos Programas Finalísticos Fonte: SEPLAG/ Relatório Anual de Avaliação - PPAG 2008-2011, exercício 2011 – volume principal Ressalta-se que na Avaliação do PPAG 2008-2011, exercício 2011, esse quadro está dividido em dois: um relatório com os Programas Finalísticos e outro com os Programas Padronizados. Os programas padronizados correspondem aos programas “Apoio à Administração Pública” (701) e “Obrigações especiais” (702), em que se destacam as despesas com pessoal ativo e inativo, o pagamento da dívida pública fundada e de precatórios e as transferências constitucionais a municípios. O intuito dessa separação é apenas por uma questão de organização da informação, já que os programas padronizados correspondem a programas extensos e multissetoriais (programas que apresentam ações vinculadas a diversas unidades orçamentárias). Em seguida apresenta-se o quadro comparativo da programação e execução física e orçamentária das ações do plano por região de planejamento, que permite avaliar se o programa de fato atendeu aquelas regiões planejadas e como foi a distribuição das suas entregas físicas e orçamentária para cada região. 14 Figura 3: Demonstrativo de Programação e Execução Física e Financeira por Região Fonte: SEPLAG/ Relatório Anual de Avaliação - PPAG 2008-2011, exercício 2011 – anexo I E o relatório de execução física e orçamentária acumulada, englobando, portanto, o desempenho das ações do plano nos exercícios de 2008 a 2011. Esse demonstrativo é particularmente importante, na medida em que permite a avaliação do planejamento original, realizado em 2007, com o executado de fato e condensa todo o planejamento e a execução das metas inscritas no âmbito dos programas e ações do PPAG e nas respectivas revisões. 15 Figura 4: Relatório de Execução Acumulada 2008 – 2011 Fonte: SEPLAG/ Relatório Anual de Avaliação - PPAG 2008-2011, exercício 2011 – anexo II Além desses demonstrativos, previstos na Lei do plano, o Relatório Anual de Avaliação do PPAG 2008-2011, exercício 2011, apresentou também um Relatório de execução dos programas por fonte de financiamento, que permite a avaliação de qual a origem dos recursos financiadores das políticas públicas além de uma avaliação consolidada da distribuição desses recursos para o plano plurianual. A avaliação consolidada do plano plurianual pode ser considerada uma introdução ao Relatório Anual de Avaliação. Esse capítulo faz uma análise consolidada do plano como um todo quanto à execução global do plano; à avaliação das áreas de resultados pactuadas no PMDI 2007-2023; ao desempenho consolidado das ações do plano para o exercício 2011; ao desempenho acumulado das ações do plano para o quadriênio (2008-2011); e à avaliação consolidada da regionalização do plano. A análise da execução global do plano permite analisar, em linhas gerais, como compôs a programação e a execução orçamentária do PPAG em 2011 por tipo de orçamento, por Poder, por tipo de programa, por área de resultados e por função. A avaliação das áreas de resultados permite demonstrar os principais resultados alcançados no âmbito das áreas de resultados, que compõem o PMDI 2007-2023, além de apresentar uma aferição consolidada acerca dos indicadores finalísticos estabelecidos no PMDI. O desempenho consolidado das ações do plano para o exercício 2011 permite aferir o desempenho físico e orçamentário consolidado das ações do PPAG em 2011, tomando como parâmetro de análise, além da execução global do plano nesse exercício, alguns recortes considerados mais relevantes como o desempenho físico e orçamentário das ações por tipo de programa, por área de resultados e por setor de governo. O desempenho acumulado das ações do plano para o quadriênio (2008-2011), que permite avaliar o desempenho físico e orçamentário acumulado das ações do plano ao longo de todo o 16 período que compõe a execução do PPAG, 2008 a 2011, permitindo avaliar, de maneira global, o planejamento original e suas revisões. E por último, a avaliação consolidada da regionalização do plano para o quadriênio 2008-2011, que permite aferir a evolução dos indicadores de regionalização do planejamento e da execução do PPAG ao longo dos quatro anos, além de avaliar a regionalização dos valores alocados no PPAG para o exercício 2011, em diversas perspectivas de análise do gasto público, além da aferição do desempenho regionalizado das metas estabelecidas no plano plurianual. 4 ENTRAVES E BENEFÍCIOS IDENTIFICADOS DURANTE O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO PPAG A partir da análise do processo de avaliação do plano, conforme descrito nesse estudo, destaca-se alguns pontos identificados como entraves para a aplicabilidade da avaliação do PPAG dentro do ciclo de planejamento, retroalimentando a etapa de revisão ou elaboração do plano. a. O momento em que a Avaliação do Plano é realizada não favorece o uso da mesma na retroalimentação do ciclo de planejamento: O processo de avaliação do plano não obedece a sequencia das etapas do ciclo de planejamento, a avaliação é realizada em momento posterior a revisão ou elaboração. Esse talvez seja o principal entrave na utilização do processo de avaliação na retroalimentação do ciclo de planejamento. No Estado de Minas Gerais a proposta do plano ou de suas revisões deve ser encaminhada, em conjunto com a Proposta Orçamentária, para a aprovação da Assembleia Legislativa (ALMG) no dia 30 de setembro. Para tanto, o processo de elaboração ou revisão da proposta do PPAG e da LOA é iniciada no governo mineiro no mês de julho. Durante os meses de julho a setembro as unidades de planejamento e orçamento nos órgãos estão elaborando ou revisando a sua carteira de programas e ações de forma a consolidar o novo plano ou sua revisão e elaborar a proposta da Lei Orçamentária. Enquanto que a avaliação do plano só pode acontecer após o encerramento do exercício, quando se consegue apurar as entregas físicas, orçamentárias, a regionalização, o desempenho da ação, os resultados e indicadores de programas.Normalmente ocorre durante o primeiro trimestre do ano subsequente ao ano de vigência do plano. Ou seja, dá- se inicio a avaliação três meses após já ter sido encaminhada a nova proposta do plano ou de sua revisão à ALMG. 17Como exemplo, considerando o PPAG 2012-2015, a avaliação 2012 será realizada apenas entre janeiro e março de 2013. Enquanto que a revisão do PPAG 2012- 2015, propondo a revisão do plano para 2013, foi realizada durante os meses de julho a setembro de 2012. Destarte, pode-se afirmar que o fato de fazer a avaliação da carteira de programas vigente para o ano de 2012, após já ter sido feita a revisão dessa carteira e definida a nova para 2013, dificulta a utilização dos apontamentos identificados durante a avaliação. Esses apontamentos deverão ser considerados quando estiver revisando a carteira de 2013, planejando a de 2014, ou seja, somente durante o terceiro trimestre de 2013. Dessa forma, para que ao processo de avaliação retroalimente o ciclo de planejamento, a etapa de revisão ou elaboração do plano, é necessário uma atenção especial do gestor público que conduz a revisão/elaboração. Esse deve procurar identificar se o problema apontado na avaliação já foi ou não foi resolvido com a revisão seguinte já realizada; se não existem adequações a serem feitas já identificadas durante o monitoramento do plano em execução; se há como aprender com a avaliação do plano do ano anterior de forma a implementar melhorias na revisão do plano seguinte, considerando os ajustes já feitos para o ano em exercício; quais são os indicadores de programas que permaneceram para o exercício atual e se seus índices estão de acordo com o apurado, e qual seria a previsão da evolução desses índices para os quatro exercícios seguintes. Ou seja, o gestor, para utilizar a avaliação como base para a revisão ou elaboração do plano seguinte, deve ficar a todo o momento comparando o avaliado com o que já foi ajustado para o plano que está vigente e com o que pretende propor para o plano seguinte, ou seja, deve trabalhar a todo tempo com no mínimo três exercícios (o ano avaliado, o ano vigente e o ano a ser planejado). Como o processo de revisão ou elaboração do plano, atualmente, utiliza como base norteadora, para dar início ao planejamento, a última carteira de programas e ações planejada, caso não haja iniciativa do gestor ou da unidade de planejamento comparar os apontamentos identificados durante a avaliação, com o ultimo planejamento proposto, não há nenhum instrumento ou sistema que o obrigue ou auxilie a utilizar a avaliação como instrumento que retroalimenta o ciclo de planejamento. 18 b. Ajustes orçamentários durante o exercício afetam o planejamento e impactam negativamente a avaliação do programa, principalmente quanto ao desempenho da ação: Outro ponto de grande relevância, frequentemente apontado como principal responsável pelo baixo desempenho das ações são os ajustes orçamentários. Os ajustes afetam diretamente o planejamento da ação, uma vez que obrigam os gestores e as unidades de planejamento e orçamento a repriorizar o planejamento, repensar o que irão fazer, frente a nova realidade orçamentária, e ajustar suas despesas. Quando as metas orçamentárias estão diretamente relacionadas às entregas da ação, essa redução acarreta também na redução das metas físicas. Entretanto, a avaliação do desempenho da ação considera as metas planejadas no momento da elaboração do plano, e ao longo do ano, essas metas foram reduzidas em virtude da necessidade de ajustar as despesas. A seguir apresenta-se o quadro consolidado do percentual das ações com desempenho satisfatório (ações que alteraram apenas 30% do planejado), tendo como base as ações do PPAG 2008-2011, para todo o quadriênio. Pode-se perceber que o desempenho orçamentário apresentou uma queda considerável de 2009 para 2011, época na qual ocorreram ajustes orçamentários em virtudes das crises mundiais que impactaram as finanças da maioria dos governos ao redor do mundo. Figura 5: % de ações do desempenho satisfatório (entre 70% e 130%) – Minas Gerais – PPAG 2008-2011 Fonte: Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária/Seplag 19 O índice “desempenho físico” mensura desempenho entre o planejado e executado das metas físicas das ações de governo, o índice “desempenho orçamentário” mensura a relação entre o planejado e executado das ações de governo para cada ano em destaque. Já o índice de eficiência avalia a relação entre os dois índices anteriores (desempenho físico e financeiro) e, por ultimo, o IDP-A (índice do desempenho da ação) avalia a correlação entre os três indicadores. Esse indicador (IDP-A) está pactuado no Acordo de Resultados do Estado de Minas Gerais, instrumento de pactuação com os setores e servidores de metas e resultados a serem atendidos durante o ano. c. O momento em que a Avaliação do Plano é realizada não favorece a revisão adequada dos indicadores de programas: Os indicadores de programas são essências para se conseguir mensurar o desempenho dos programas, quanto ao alcance de seu objetivo. Permite a mensuração dos resultados alcançados, demonstrando se o objetivo do programa está sendo ou não alcançado e em que medida. Entretanto, uma grande quantidade dos programas ainda não possuem indicadores definidos, em 2011, dos programas definidos no PPAG para o exercício de 2011, quase 30% não possuíam indicadores definidos. E ainda assim, dos programas que possuíam indicadores definidos, quase 20% dos indicadores definidos não foram apurados durante a avaliação do plano. Desses, 13% ficaram classificados como “em apuração”, o que identifica que não foi possível apurar o seu resultado a tempo, e os outros 7%, classificados como “em revisão”, que identifica que aqueles indicadores possuíam em seu detalhamento algum erro que impediam a sua apuração, necessitando de revisão do mesmo, a qual deveria ter sido feita na revisão/elaboração do próximo plano. Como é durante a avaliação do plano que os indicadores de programas devem ser apurados, é nesse momento que se identifica alguma necessidade de adequação ou substituição do indicador. Entretanto, o fato de já ter sido realizada a revisão/elaboração do próximo plano o ajuste dos indicadores, conforme levantamento da avaliação, só poderá acontecer na próxima oportunidade de revisão, ou seja, serão dois planos com indicadores com problemas na formulação até que se tenha oportunidade de ajustar. A seguir apresenta-se um quadro geral da situação dos indicadores de programas definidos no PPAG de 2009 a 2011. A partir da tabela abaixo pode-se perceber que apesar de praticamente 70% dos programas apresentarem indicadores definidos no plano, apenas 39,20% programas apresentam indicadores considerados válidos. Dos indicadores definidos, 45,57% são considerados inválidos, e a principal causa de invalidade é o uso de meta física como indicador ou o indicador não apresentar resultados apuráveis. 20 Figura 6: Quadro geral do processo de elaboração dos indicadores de programa do PPAG – Minas Gerais – 2009 – 2011 Fonte: Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária/Seplag total (%) total % total % Total de programas 253 100,00 251 100,00 250 100,00 Avaliação dos programas segundo a previsão/apuração de indicadores Programas com indicadores 167 66,01 178 70,92 176 70,40 Programas com indicadores (exceto em revisão) 150 59,29 162 64,54 171 68,13 Programas com indicadores apurados 129 50,99 145 57,77 149 59,36 Avaliação dos programas segundo a validade/resultado dos indicadores Programas com indicadores válidos 78 30,83 89 35,46 98 39,20 Programas com pelo menos 70% de indicadores válidos melhorados 36 14,23 53 21,12 45 18,00 Programas com pelo menos 70% de indicadores válidos alcançados 38 15,02 49 19,52 47 18,80 Total de indicadores250 100,00 244 100,00 237 100,00 Avaliação dos indicadores quanto à apuração Indicadores apurados 190 76,00 183 75,00 192 81,01 Indicadores em apuração 42 16,80 33 13,52 31 13,08 Indicadores em revisão 18 7,20 28 11,48 14 5,91 Avaliação dos indicadores quanto à validade Indicadores inválidos 130 52,00 111 45,49 108 45,57 Indicadores válidos 120 48,00 133 54,51 129 54,43 2011 Quadro geral de situação do processo de elaboração dos indicadores de programa do PPAG - Minas Gerais - 2009-2011 2009 2010 total (%) total % total % Indicadores inválidos 130 100,00 133 100,00 108 100,00 Principal causa de invalidade Meta física 76 58,46 53 39,85 31 28,70 Resultado não apurado 18 13,85 29 21,80 27 25,00 Apura apenas eficácia 6 4,62 6 4,51 16 14,81 Número absoluto 12 9,23 11 8,27 13 12,04 Atributos incoerentes 2 1,54 15 11,28 7 6,48 Em revisão 9 6,92 6 4,51 7 6,48 Resultado inconsistente 2 1,54 5 3,76 6 5,56 Incompleto 1 0,77 8 6,02 1 0,93 Índices incoerentes 4 3,08 0 0,00 0 0,00 Indicadores válidos 120 100,00 111 100,00 129 100,00 Avaliação dos indicadores válidos segundo o resultado Indicadores válidos com índice apurado piorado 27 22,50 19 17,12 36 32,43 Indicadores válidos com índice apurado mantido 6 5,00 1 0,90 7 6,31 Indicadores válidos com índice apurado apenas melhorado 28 23,33 25 22,52 19 17,12 Indicadores válidos com índice apenas alcançado 22 18,33 19 17,12 25 22,52 Indicadores válidos com índice melhorado e alcançado 37 30,83 47 42,34 42 37,84 2011 * Os indicadores válidos que não alcançaram o índice meta projetado e que não puderam ser avaliados quanto à sua melhoria foram considerados mantidos. Fonte: Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária (SCPPO). 2009 2010 21 d. A Avaliação do Plano permite dar transparência e prestar contas à sociedade de todos os programas e ações de governo, definidos no PPAG: Sabe-se que o Relatório Anual de Avaliação é um documento extenso, separado em três volumes, com um detalhamento grande que exige conhecimento da “linguagem orçamentária” para que seja compreensível. Mas, ao mesmo tempo, é um documento completo, com informações de extrema importância, que permitem acompanhar o plano de governo seguido pelo Estado. É o único documento que apresenta informações consolidadas da execução de todos os programas de governo. Seu objetivo principal é dar transparência e prestar contas à sociedade das atividades desenvolvidas pelo setor público. E essa deve ser uma preocupação constante dos gestores públicos, que devem aturar sempre com o foco no atendimento das demandas e necessidades da sociedade e em garantir a melhor alocação dos recursos públicos. E nesse ponto, a Avaliação do Plano merece destaque, a partir dos relatórios que compõem a Avaliação, ficam disponíveis a todos os interessados, na internet ou em consulta aos documentos na ALMG ou na Seplag, informações quanto os principais resultados alcançados pelos programas de governo; o impacto dos programas frente às demandas da sociedade ou da própria administração pública, mensuráveis através dos indicadores de programa;as entregas físicas e orçamentárias que os programas proporcionaram (ou geraram); as fontes de financiamento dos programas; a coerência do planejamento inicial com o de fato executado e o porquê de discrepante (quando houver). Além de proporcionar informações quanto à evolução do plano nas suas revisões e analises globais do plano, quanto ao desempenho global das ações e da regionalização para o ano avaliado ou de forma acumulada. e. O processo de Avaliação do Plano constante possibilita que os atores envolvidos aprendem com as políticas implementadas de sucesso e utilizem esses bons exemplos nos processos de planejamentos de políticas públicas futuras: Outro ponto positivo que o processo de avaliação do plano proporciona é possibilitar o aprendizado dos atores envolvidos no ciclo de planejamento, de forma a garantir uma constante melhora na definição da carteira de programas e ações e na estruturação do plano como um documento integrado, que reflete de fato as 22 demandas da sociedade e da própria administração pública, transparente, objetivo, acessível e compreensível a todos. O processo de avaliação permite aos atores envolvidos aprenderem com os erros da implementação ou execução e repará-los no momento oportuno, além de aprenderem a como definir o escopo de um programa e ação de governo, seja através de exemplos bem sucedidos ou com a melhoria constante que o processo que a revisão constante possibilita. Além de incentivar a cultura de planejamento no Estado. Uma comprovação desse aprendizado sobre o planejamento pode ser identificado quando na elaboração de um novo plano plurianual, o PPAG 2012-2015, em 2011, definiu-se que apesar de ser um novo plano, caso seja do interesse da unidade de planejamento e orçamento do órgão ou do próprio gestor do programa, a carteira de programas e ações definida na revisão anterior poderia servir de base no sistema para atualização ou adequação para o novo plano. Tal decisão é resultado do fato da carteira de programas e ações existente estar com um nível bom de detalhamento e de qualidade da informação. Ao contrário, na elaboração do PPAG 2008-2011, em 2007, preferiu-se não utilizar a carteira anterior como base para a elaboração do novo plano, obrigando o gestor a repensar toda a sua carteira, e caso fosse do interesse permanecer com algum programa específico, a unidade deveria detalhar novamente todo o programa ou ação. 5 CONCLUSÃO O processo de avaliação do PPAG é de extrema importância para o planejamento do Estado. Além de ser uma exigência constitucional, é uma das principais formas de garantir à transparência, de se prestar contas à sociedade e de possibilitar o aprendizado dos atores envolvidos sobre o planejamento das políticas públicas. Tanto a Constituição Federal, quanto a Constituição do Estado de Minas Gerais, determinam como obrigação da administração pública a avaliação do cumprimento das metas previstas no plano plurianual, da execução das metas físicas e orçamentárias dos programas de governo. 23 A transparência e a prestação de contas à sociedade das atividades desenvolvidas pelo setor público são viabilizadas com a Avaliação do Plano a partir dos diversos relatórios que a compõe. Um documento completo, único, com informações de extrema importância, que permitem acompanhar todo o plano de governo seguido pelo Estado. Entretanto, para ser avaliado não basta ter as informações disponíveis e trabalhadas, é necessário que essas informações sejam analisadas e que conclusões sejam extraídas dessas informações com o intuito de atuar reparando os erros ou reproduzindo as práticas de sucesso. Uma avaliação bem-sucedida é aquela capaz de fornecer conhecimento utilizável, informações práticas ou qualitativas. Além de prestar contas à sociedade sobre quais foram os principais resultados alcançados pelos programas de governo, qual foi o impacto desse programa frente às demandas da sociedade ou da própria administração pública, quais foram às entregas físicas e orçamentárias, avaliar o planejamento inicial frente ao executado, o que por si só já seria suficiente para garantir a necessidade e importância da avaliação, o processo de avaliação do plano realizado anualmente tornou-se um momento de reflexão, aprendizado e melhoria do plano de governo do Estado, com base na necessidade de atualização da carteira de programas frente as novas necessidades, e de identificação dos pontos a serem corrigidos, em virtude de um planejamento inadequado. O processode avaliação permite aos atores envolvidos aprenderem com os erros das implementações passadas ou com os exemplos de políticas públicas de sucesso, aprenderem a como definir o escopo de um programa e ação de governo, a como planejar um programa de governo, além de incentivar a cultura de planejamento no Estado, que até pouco tempo era bem incipiente. Com relação ao uso da avaliação como função de retroalimentação do ciclo de planejamento, destaca-se que, devido ao fato da avaliação ser realizada em momento posterior a revisão ou elaboração do plano, a sua utilização como importante processo na retroalimentação do ciclo de planejamento não é inviabilizada. Entre as revisões não há uma grande alteração na carteira de programa e ações dos órgãos, o que é justificado pela existência da atualização constante dessa carteira, 24 através da revisão anual. Dessa forma, as ponderações realizadas na avaliação podem ser úteis e importantes, cabendo ao responsável pela revisão; elaboração do plano, que é também o responsável por avaliar a sua carteira de programas e ações, avaliar quais foram os apontamentos da avaliação, quais foram as adaptações feitas durante a revisão (caso tenham sido feitas) e como adequá-la. 6 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 MINAS GERAIS. Constituição do Estado de Minas Gerais de 1989. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de Ação Governamental 2012-2015 (PPAG 2012-2015). Volume I. 2012. Disponível em: <http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20122015 /Volume_I_Programas_Acoes_por_Rede_Desenvolvimento_Integr.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de 2012. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de Ação Governamental 2008-2011 (PPAG 2008-2011). Volume I. 2008. Disponível em: <http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20082011 /PPAG-2008-2011-Volume-I.pdf>. Acesso em: 02 de outubro de 2012. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Lei n° 17.347, de 16 de janeiro de 2008. “Dispõe sobre o Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG – para o período 2008-2011”. Disponível em: <http://planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20082011/LEI_ 17347-2008_Institui_PPAG_2008-2011.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de 2012. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Avaliação do PPAG 2008-2011, Exercício 2008. 2008. Disponível em: <http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/avaliacao _2008_volume_principal.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de 2012 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Avaliação do PPAG 2008-2011, Exercício 2011. 2011. Disponível em: <http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20082011 /relatorio_anual_avaliacao_volume_principal_2011.pdf>. Acesso em: 02 de outubro de 2012. 25 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Lei n° 20.024, de 09 de janeiro de 2012. “Institui o Plano Plurianual de Ação Governamental para o quadriênio 2012-2015 – PPAG 2012-2015” Disponível em: <http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20122015 /PPAG_2012_2015_Lei_20024_9_janeiro_2012.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de 2012. MINAS GERAIS. Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. 2011. Instrução Normativa nº13/2011. Disponível em:<http://www.tce.mg.gov.br/IMG/Legislacao/legiscont/ Instrucoes%20Normativas/IN_2011/IN-13-11.pdf>. Acesso em 15 de novembro de 2012. AMORAS, Fernando Castro; RODRIGUES, Laércio Gomes. Avaliação das Políticas Públicas. 2009. Revista Espaço Acadêmico. Nº 101. Disponível em <www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/index>. Acesso em 01 de novembro de 2012 CAVALCANTI, Mônica Maria de Arruda. Avaliação de políticas públicas e programas governamentais – uma abordagem conceitual. 2006. Instituto Social Íris. Disponível em: <http://www.socialiris.org/antigo/imagem/boletim/arq48975df171def.pdf>. Acesso em 16 de setembro de 2012. COTTA, Tereza Cristina. Avaliação educacional e políticas públicas: a experiência do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). 2001. Revista do Serviço Público, ano 52, n.4 (Out-Dez 2001). Brasília. Disponível em: <http://www.enap.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=2658 >. Acesso em: 15 de setembro de 2012. FARIA, Carlos Aurélio Pimenta de. A política da avaliação de políticas públicas. 2005. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 20, nº. 59 (outubro/2005). Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v20n59/a07v2059.pdf>. Acesso em 10 de outubro de 2012. THOEING, Jean-Claude. A avaliação como conhecimento utilizável para reformas de gestão pública. 2000. Revista do Serviço Pública, ano 51, nº. 2 (abr- jun 2000). Disponível em: <http://www.enap.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc _view&gid=2682>. Acesso em 16 de setembro de 2012. 26 ___________________________________________________________________ AUTORIA Tuliana Macedo Vasconcelos – Diretora Central de Planejamento, Programação e Normas; Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais. Endereço eletrônico: tuliana.vasconcelos@planejamento.mg.gov André Abreu Reis – Subsecretário de Planejamento, Orçamento e Qualidade do Gasto, Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais. Endereço eletrônico: andre.reis@planejamento.mg.gov.br Fernando Antonio França Sette Pinheiro Junior – Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais. Endereço eletrônico: fernando.junior@planejamento.mg.gov.br Naíla Marcela Nery Ferrari – Assessora da Superintendência de Planejamento e Programação Orçamentária; Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais. Endereço eletrônico: naila.ferrari@planejamento.mg.gov.br
Compartilhar