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Avaliação do Plano Plurianual de Minas Gerais

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Centro de Convenções Ulysses Guimarães 
Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL 
DE AÇÃO GOVERNAMENTAL (PPAG): 
UMA ANÁLISE DO MODELO ADOTADO PELO 
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. 
 
 
 
Tuliana Macedo Vasconcelos 
André Abreu Reis 
Fernando Antonio França Sette Pinheiro Junior 
Naíla Marcela Nery Ferrari 
 
 
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Painel 10/038 
Dez anos de renovação do ciclo do PPA do Governo de Minas Gerais: uma 
experiência de alinhamento de boas práticas em gestão, transparência e 
participação na definição das políticas públicas 
 
AVALIAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL DE AÇÃO 
GOVERNAMENTAL (PPAG): UMA ANÁLISE DO MODELO ADOTADO 
PELO GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. 
 
Tuliana Macedo Vasconcelos 
André Abreu Reis 
Fernando Antonio França Sette Pinheiro Junior 
Naíla Marcela Nery Ferrari 
 
 
RESUMO 
 
 
O Relatório Anual de Avaliação do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 
é o instrumento no qual o governo presta contas à sociedade de todas as ações 
executadas durante o ano anterior, comparando as metas físicas e financeiras 
planejadas e executadas, a regionalização dessas metas, apresenta a apuração dos 
indicadores e os principais resultados para cada programa de governo. É através do 
processo de avaliação do plano que se proporciona a retroalimentação do ciclo de 
planejamento, sendo esse um instrumento para a revisão ou elaboração do plano 
seguinte. Além disso, ele possibilita o aprendizado dos atores envolvidos no ciclo de 
planejamento e o aprimoramento da carteira de programas e ações de governo. O 
presente trabalho objetiva analisar o processo de avaliação do plano plurianual, 
além de fazer um breve resumo sobre as avaliações das políticas públicas, assim 
como do próprio Relatório Anual de Avaliação do PPAG. 
 
 
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1 INTRODUÇÃO 
No Governo do Estado de Minas Gerais, o Plano Plurianual de Ação 
Governamental (PPAG) é o instrumento de planejamento de médio prazo. Define 
todas as políticas de governo que serão adotadas para o quadriênio seguinte, ou 
seja, detalhada todos os programas e ações do governo previstos para os próximos 
quatro anos, com suas respectivas metas físicas e orçamentárias,distribuídas 
regionalmente. 
Ao contrário do definido na Constituição Federal, art. 165, o PPAG 
mineiro apresenta não só os programas relacionados às despesas de capital, ou 
delas decorrentes, e programas de duração continuada. Ele detalha todas as 
políticas que serão executadas ao longo desse período, mesmo que estejam 
atreladas a despesas de capital ou corrente, executadas por órgãos da 
administração direta, indireta ou até mesmo empresas independentes. 
A avaliação do PPAG é um instrumento gerencial de suma importância 
para o aperfeiçoamento das políticas públicas. A partir da avaliação é possível aferir 
o desempenho, os resultados e impactos das políticas públicas implementadas, 
além de, principalmente, garantir transparência e accountability à gestão pública. 
Penúltima etapa do ciclo do planejamento (planejar, executar, monitorar, 
avaliar e revisar), a avaliação possibilita o contínuo aprimoramento da formulação e 
da gestão dos programas que integram o Plano e, consequentemente, integram os 
Orçamentos Anuais (Orçamento Fiscal e de Investimentos). Além de prestar contas 
à sociedade, a avaliação agrega informações necessárias à melhoria da alocação 
dos recursos públicos, à melhor definição da carteira de programas e ações do 
governo, fortalece o planejamento e contribui para a melhoria da qualidade do 
gasto público. 
Entretanto, definir uma metodologia padrão passível de avaliar todos os 
programas de governo definidos no PPAG, que funcione como um instrumento de 
aprendizado e de aperfeiçoamento dos programas e ações do governo, que 
retroalimente o ciclo de planejamento, a partir da identificação dos entraves e dos 
pontos positivos da carteira elaborada, não é um processo fácil de ser administrado. 
O processo de avaliação envolve diversos atores, com opiniões e prioridades 
divergentes, em um prazo exíguo e para muitos, confuso, e trabalha com um 
universo extenso (todos os programas e ações de governo). 
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Assim sendo, o objetivo geral desse estudo é descrever o processo de 
avaliação do PPAG frente o ciclo de planejamento do Estado e verificar se esse 
processo é utilizado para retroalimentar a revisão/elaboração do plano. 
2 AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
A avaliação do desempenho governamental e das políticas públicas 
tornou-se parte integral da agenda de reformas os anos de 1980 e 1990. Como 
penúltima etapa do ciclo de gestão das políticas públicas, responsável por analisar e 
avaliar a implementação, a execução e o monitoramento das ações de governo, a 
avaliação torna-se imprescindível quando se procura planejar e implementar um 
programa de governo bem–sucedido. A partir da avaliação torna-se possível 
mensurar e aprimorar a implementação, os resultados e impactos das políticas 
públicas, além de permitir levantar quais serão as correções necessárias e como 
aprimorá-las para futuros programas governamentais. 
O desenho dessas reformas privilegiou dois propósitos básicos. Em primeiro 
lugar, a adoção de uma perspectiva de contenção dos gastos públicos, de 
busca da melhoria da eficiência e da produtividade, de ampliação da 
flexibilidade gerencial e da capacidade de resposta dos governos, bem 
como de maximização da transparência da gestão pública e de 
responsabilização dos gestores, em um processo no qual o “consumidor” 
dos bens e serviços públicos estaria, supostamente, em primeiro plano. O 
segundo propósito ou expectativa é de que tais reformas pudessem 
contribuir para uma reavaliação da pertinência das organizações 
governamentais preservarem todo o seu leque tradicional de atribuições, 
prevalecendo um contexto de valorização da provisão privada de bens e 
serviços. (FARIA, 2005, pag 99 apud CAIDEN e CAIDEN, 2001, p. 79) 
Frequentemente os gestores públicos são colocados frente a um impasse: 
gerir os recursos públicos, que são limitados e escassos, de forma a atender as 
diversas demandas ou necessidades da sociedade de maneira eficiente e eficaz. 
Portanto, é necessário que os gestores tenham informações que o auxiliem na 
tomada de decisão, sobre qual a melhor maneira de atender a essa demanda, como 
e onde atuar e quanto custará. No campo das políticas públicas, uma das maneiras 
de se aperfeiçoar a capacidade de fazer melhores escolhas quando se está 
planejando as políticas públicas futuras é a partir do estudo de exemplos de sucesso 
já existentes, ou até mesmo dos erros realizados durante a implementação dos 
programas passados. Ou seja, analisando a relação causa e efeito das políticas 
públicas já implementadas. 
5 
 
Dessa forma, a avaliação é vista como um dos mecanismos mais 
importantes para gerar informações que auxiliem os gestores na tomada de decisão. 
“Avaliar significa formar um juízo de valor com base na comparação entre uma 
situação empírica e uma situação ideal” (COTTA, 2001, pag. 94). 
A importância da avaliação em programas governamentais também é 
ressaltada por Cohen e Franco (1993, p. 16 apud CAVALCANTI, 2006, pag. 02) 
quando determinam que “a avaliação tem um papel central neste processo de 
racionalização e é um elemento básico de planejamento. Não é possível que estes 
sejam eficazes se não forem avaliados os resultados de sua aplicação”. E por Amoras 
e Rodrigues (2009, pag. 136) que afirmam que “as avaliações garantem credibilidade 
dos projetos bem sucedidos, os quais passam a ter sustentabilidade política, pois são 
fomentadas na transparência da gestão pública e na satisfação dos usuários”. 
Thoeing (2000,pag. 54) caracteriza a avaliação como uma atividade 
dedicada à produção e análise de informações relevantes e pertinentes a respeito 
das políticas públicas, dos seus resultados e impactos, ou seja, “é um meio de 
aperfeiçoar a capacidade de aprender como conduzir mudanças bem-sucedidas e 
definir resultados alcançáveis nos campos da eficiência e eficácia pública”. 
Ao longo dos anos, a medida que a sociedade foi evoluindo, tomando 
conhecimento das atividades do poder público e exigindo desse mudanças, o objetivo 
principal das avaliações foi se alterando. Faria (2005, pag. 99) atribui à avaliação três 
funções básicas: informação, legitimação e realocação. Inicialmente, nos anos 1960, 
as avaliações objetivavam apenas informar, os gestores e a sociedade, das atividades 
que estavam sendo desenvolvidas no âmbito do poder público; em seguida, por volta 
de 1980, estava claramente destinada a apoiar o poder público, legitimando-o, na 
alocação racional de recursos; e, na década de 1990, com o foco principal na função 
realocação, as avaliações objetivavam aperfeiçoar a capacidade de aprender como 
implementar uma política pública de sucesso. 
Atualmente, a avaliação visa abastecer os gestores de informações 
quanto às deficiências das políticas implementadas no setor público, uma vez que 
ela fornece ferramentas para a produção de informações e recomendações sobre os 
programas de governo. Além de, aumentar a transparência da ação de governo, 
mediante a prestação de contas à sociedade sobre o desempenho dos programas; 
auxiliar a tomada de decisão; aprimorar a gestão; e promover o aprendizado. 
6 
 
Entretanto, deve ser destacado o fato de que com as avaliações é 
possível ter ganhos de efetividade no desenho e na implementação das políticas, 
uma vez que permite planejar melhor e realizar pequenos ajustes durante a 
implementação de forma a aumentar a efetividade da mesma; além de claro conferir 
transparência e accountability à gestão pública. Talvez este seria o maior beneficio 
que a avaliação proporciona. Segundo Amoras e Rodrigues (2009, pag. 136) “avaliar 
um projeto e divulgar os resultados é uma forma de se prestar contas à sociedade”. 
Para Faria (2005, pag. 97) a avaliação é definida como uma atividade 
destinada a avaliar os resultados de uma ação de governo finalizada; a fornecer 
elementos para o desenho de novas intervenções ou para o aprimoramento de 
políticas em curso; e a prestar contas a sociedade e responsabilizar os agentes 
estatais, ou seja, como elemento central da accountablity. Segundo o autor (2005, 
pag. 99), “é a avaliação de programas governamentais, em sua definição mais 
tradicional, o ato de atribuir valor ou mérito a determinado programa ou ação, com 
base em critérios prévia e consensualmente definidos”. 
Dessa forma, a avaliação passou a ser vista como um instrumento 
gerencial de extrema importância, uma vez que a partir da prevalência de um viés 
francamente normativo e/ou uma priorização dos aspectos técnicos a avaliação 
possui a capacidade de encerrar, reiniciar ou revitalizar o ciclo das políticas. Nesse 
sentido Faria (2005, pág. 98) “ressalta a virtual subordinação do uso gerencial da 
avaliação e de sua suposta capacidade de encerrar, reiniciar ou revitalizar o ciclo 
das políticas às injunções políticas mais abrangentes e às estratégias e interesses 
dos tomadores de decisão e dos demais envolvidos”. 
Entretanto, a sua realização não é fácil, muitas vezes os gestores 
públicos não são favoráveis a implementação das avaliações. Segundo Thoenig 
(2000, p.55), os governos predominantemente apresentam resistência à avaliação, e 
entre as razões para isso está na: 
relutância dos formuladores de políticas públicas por se sentirem desafiados 
pelos especialistas, os quais não participam efetivamente do processo; a 
arrogância dos avaliadores em definir metas e o conteúdo das reformas; o 
fato de que as avaliações exigem muito tempo para serem feitas; a idéia de 
que reforma também são uma política do governo, etc. 
7 
 
Muitas vezes o gestor público tomador de decisão vê a avaliação como 
um problema ao seu governo, preferindo dessa forma não implementá-la, uma vez 
que esse teme ser constrangido pelas informações geradas pelos avaliadores, 
esperam que a avaliação traga apenas boas notícias e que não ressalte os 
problemas da implementação e execução da políticas públicas. Temem, 
principalmente, que as informações geradas pelos avaliadores sejam utilizadas pelo 
público e/ou imprensa como uma oportunidade de criticar seu governo, ou seja, ser 
politicamente negativo. 
Todavia, após a promulgação da Constituição Federal do Brasil em 1988, 
a avaliação das políticas públicas deixou de ser uma opção do formulador para ser 
uma exigência constitucional, conforme determina o art. 74, I, CF/88: “avaliar o 
cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de 
governo e dos orçamentos da União”. 
3 AVALIAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL DE AÇÃO GOVERNAMENTAL 
3.1 O Ciclo Planejamento do Estado de Minas Gerais 
O processo de gestão do PPAG obedece a metodologia definida no ciclo 
PDCA, entretanto devem ser ressaltadas algumas especificidades da gestão das 
políticas públicas. 
O PPAG possui um ciclo de gestão específico, compreendendo os 
processos que, durante quatro exercícios, viabilizarão o alcance dos 
objetivos do governo. As etapas de elaboração da programação, avaliação 
e revisão constituem as peças básicas do ciclo de gestão do PPAG. Em 
Minas Gerais, esse plano é elaborado quadrienalmente, mas avaliado, 
revisto e monitorado anualmente, tendo em vista torná-lo flexível ao 
enfrentamento de novos problemas e demandas que venham a surgir na 
sociedade. (MINAS GERAIS, PPAG 2012-2015, Volume I, pag7) 
O ciclo de gestão do plano, conforme demonstrado pela figura abaixo, 
pode ser dividido em cinco etapas. 
 
8 
 
Figura 1: Ciclo do planejamento 
 
Fonte: Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (site) 
O presente artigo irá focar na etapa de avaliação do Ciclo. 
3.2 O Processo de Avaliação do PPAG 
O processo de avaliação é o processo de coleta e análise sistemática de 
informações sobre características, processos e impactos dos programas que 
compõem o plano, com base em critérios de eficiência, eficácia e efetividade, de 
forma a gerar recomendações para aperfeiçoar a gestão e a qualidade do gasto 
público, o aprimoramento do plano plurianual e o alcance dos objetivos estratégicos 
de governo. 
A avaliação do Plano Plurianual de Ação Governamental representa um 
importante instrumento gerencial, na medida em que contribui para o 
aperfeiçoamento contínuo da formulação e da gestão dos programas que 
integram o Plano e os Orçamentos Anuais. Assim, além de prestar contas à 
sociedade, o Relatório de Avaliação agrega informações necessárias à 
melhoria da alocação dos recursos públicos. (MINAS GERAIS, Avaliação do 
PPAG 2008-2011, pag. 9) 
O objetivo da avaliação é de assegurar que as informações produzidas 
sejam utilizadas pela administração pública estadual como parte integrante da 
gestão dos programas, no momento de elaboração ou revisão do plano, com vistas 
à obtenção dos melhores resultados pelo governo, na melhoria da qualidade da 
alocação dos recursos no plano e nos orçamentos anuais. Assim, além de prestar 
contas à sociedade, o relatório de avaliação agrega informações necessárias à 
melhoria da qualidade da ação governamental. 
9 
 
Os resultados da avaliação subsidiam o processo de elaboração da Lei 
Orçamentária Anual e de elaboração ou revisão do PPAG, de forma a contribuir para 
o aperfeiçoamento do processo de planejamento e orçamento do governo estadual. 
O Relatório de Avaliaçãoapresenta os principais resultados por programa de 
governo; a apuração dos indicadores de programas e a avaliação da execução física 
e orçamentária das ações dos programas; além de análises da execução global do 
plano, desempenho consolidado e acumulado das ações, avaliação consolidada da 
regionalização do plano, ou seja, avaliação dos resultados do plano, em atendimento 
aos princípios de eficiência, eficácia e efetividades. 
A avaliação fortalece o planejamento e a aprendizagem nos órgãos 
governamentais, por meio da geração de informações qualitativas sobre as 
metas alcançadas, contribuindo assim para a melhoria da qualidade do 
gasto público, e, principalmente, para o atendimento das demandas da 
sociedade. (MINAS GERAIS, Avaliação do PPAG 2008-2011, pag. 9). 
A avaliação do PPAG é realizada após o encerramento do exercício 
financeiro, após a realização do último monitoramento, que ocorre ao final de janeiro 
do ano subseqüente ao monitorado. Nesse momento são apurados o desempenho 
físico, orçamentário e a regionalização das ações de governo, o que permite avaliar 
a discrepância entre o planejado e o executado; os indicadores de programas, de 
forma a mesurar a efetividade dos programas; os principais resultados dos 
programas, com intuito de avaliar a eficácia dos programas. 
O processo de avaliação do plano é direcionado aos responsáveis pelas 
unidades de planejamento e orçamento dos órgãos. São os responsáveis por 
consolidar as informações da execução das metas física, metas orçamentárias, 
regionalização, indicadores e resultados dos programas e ações sob sua 
responsabilidade e repassar a Secretaria de Estado de Planejamento e gestão 
(Seplag), seja através do Sistema de Informações Gerencias e de Planejamento do 
Estado de Minas Gerais (SIGPlan) ou de formulários elaborados com essa finalidade. 
Entretanto, dentro dos órgãos, as unidades de planejamento e orçamento devem 
buscar essas informações junto aos gestores dos programas ou ações (quando for o 
caso) de forma a garantir que as informações sejam fidedignas e atualizadas. Os 
gestores dos programas e ações são os responsáveis pela execução e 
acompanhamento dos programas e ações dentro dos órgãos. São eles que 
acompanham o dia-a-dia do programa/ação e sabem informar quanto 
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entregou/executou e justificar o porquê de algum atraso ou execução acima do 
previsto. O processo entre a unidade de planejamento e orçamento e os gestores de 
programas e ações, a Seplag não define como deve ocorre, fica a critério de cada 
responsável pela unidade de planejamento e orçamento definir como prefere atuar, 
considerando as particularidades de cada órgão. Ressalta-se que no caso dos 
programas estruturadores o processo de avaliação do plano é direcionado aos próprios 
gestores dos programas não repassando as unidades de planejamento e orçamento. 
O prazo legal para encaminhamento à ALMG o Relatório Anual de 
Avaliação do plano é 15 de junho, conforme determina a lei que institui o Plano - Lei 
n° 20.024/2012, para o PPAG 2012-2015, e Lei n°. 17.347/2008, para o PPAG 2008-
2011. Entretanto, o relatório de avaliação do PPAG, assim como as bases de dados 
resultado desse processo de avaliação, são de suma importância ao Tribunal de 
Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) para subsidiar a emissão do parecer 
prévio sobre as contas do governo. Dessa forma, o TCE-MG é também um grande 
interessado nesse processo e como órgão de controle externo da gestão dos 
recursos públicos e responsável por apreciar as contas prestadas anualmente pelo 
Governador determinou, através da Instrução Normativa nº 13/2011, art. 9º, VIII, a, 
que o Poder executivo deve encaminhar ao TCE-MG em até 60 dias do 
encerramento do exercício a base de dados consolidada da execução orçamentária, 
física e financeira dos programas do PPAG, discriminados por projetos e atividades, 
inclusive a apuração dos indicadores de desempenho de cada programa, ou seja, 
antecipando o envio de pelo menos as bases de dados para o dia 01 de março. 
3.3 Composição da Avaliação do PPAG 
A obrigatoriedade da avaliação do Plano Plurianual de Ação 
Governamental (PPAG) está prevista na Constituição Federal de 1988, na 
Constituição Estadual e na própria Lei que regulamenta o plano. A Constituição 
Federal (art. 74, I), assim como a Constituição do Estado de Minas (art. 81, I), 
institucionalizaram a necessidade dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) 
manterem sistemas de controle com a finalidade de avaliar o cumprimento das 
metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos 
orçamentos. 
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A composição da Avaliação do Plano, denominada Relatório Anual de 
Avaliação do Plano, assim como o prazo para encaminhamento à ALMG, está 
definido na Lei n° 20.024, de 09 de janeiro de 2012, que institui o PPAG para o 
quadriênio 2012-2015, conforme referência a seguir. 
Art. 12 - O Poder Executivo, por intermédio do órgão central do Sistema de 
Planejamento e Orçamento Estadual, enviará ao Poder Legislativo, até o dia 
15 de junho de cada exercício financeiro, Relatório Anual de Avaliação do 
PPAG 2012-2015, que conterá: 
I - demonstrativo da execução dos programas do PPAG 2012-2015, 
contendo os principais resultados alcançados, a última apuração dos 
índices dos indicadores de desempenho e a execução física e financeira 
das suas ações; 
II - demonstrativo da programação e da execução física e financeira 
regionalizada das ações do PPAG 2012-2015; 
III - demonstrativo da execução física e financeira acumulada de todas as 
ações do PPAG 2012-2015. 
§ 1° - Os demonstrativos referentes aos programas Apoio à Administração 
Pública (701), Obrigações Especiais (702) e Reserva de Contingência (999) 
serão encaminhados por meio de relatório com as respectivas execuções 
físicas e financeiras. 
§ 2° - Integrarão o Relatório Anual de Avaliação: 
I - as justificativas de desempenho crítico ou subestimado das ações dos 
programas do PPAG 2012-2015, conforme orientação do órgão central do 
Sistema de Planejamento e Orçamento; 
II - a análise do cumprimento dos objetivos estratégicos e indicadores 
finalísticos que compõem as redes de desenvolvimento integrado; 
III - o desempenho físico e financeiro consolidado das ações, dos 
indicadores dos programas e da regionalização da execução do PPAG 
2012-2015. 
Ressalta-se que a lei que instituía PPAG 2008-2011, Lei n°. 17.347/2008, 
também fazia referência ao formato da avaliação (art. 10), porém de forma mais resumida. 
Este Relatório Anual de Avaliação do exercício de 2011 merece atenção 
especial uma vez que além de avaliar o exercício de 2011, permite também avaliar a 
execução do Plano, do quadriênio para qual o PPAG foi elaborado, 2008 a 2011. Dessa 
forma, ele permite avaliar o planejamento inicial, realizado para 2008 e suas revisões. 
A composição do Relatório Anual de Avaliação de 2011 é definida pela Lei que 
institucionaliza a avaliação. A seguir encontra-se detalhado a composição dos 
demonstrativos que consolidam o relatório de avaliação. 
O demonstrativo da execução dos programas apresenta os principais resultados 
para cada programa de governo, a apuração dos indicadores de desempenho dos 
programas e a execução física e orçamentária das suas ações através de um quadro 
comparativo entre programado e executado. Esse demonstrativo é elaborado a partir do 
levantamento junto aos gestores dos programas, através do SIGPlan, durante o ultimo 
monitoramento do ano, monitoramento do 6° bimestre. 
12 
 
Os principais resultados dos programas “apontam de forma objetiva as mais 
importantes realizações dos vários programas do plano em 2011, segundo a percepção 
subjetiva dos respectivosgestores, viabilizando uma análise comparativa com o objetivo e 
com o público-alvo tal como definido no PPAG” (Avaliação do PPAG 2011, Volume I, pag. 
12). Os indicadores dos programas possibilitam mensurar se objetivo do programa foi ou 
não alcançado e em que medida. Ou seja, reflete a efetividade do programa, se o programa 
conseguiu resolver ou reduzir o problema diagnosticado na sociedade ou na própria 
administração pública. Ressalta-se que muitas vezes o sucesso ou insucesso do indicador 
do programa nem sempre pode ser atrelado ao programa pura e simplesmente. Os 
indicadores de efetividade estão sujeitos a uma série de outros fatores não necessariamente 
controlados pela unidade responsável pelo programa. Já a avaliação da execução física e 
orçamentária das ações do programa permite a análise comparativa da programação e da 
execução física e orçamentária das ações do plano, ou seja, permite avaliar se aquilo que 
foi previsto de entregas a sociedade ou administração pública (metas físicas) e os recursos 
a serem gastos (metas orçamentárias) para aquela ação foram de fato aqueles realizados 
durante o ano. 
Na figura a seguir está demonstrado parte do relatório que apresenta os 
principais resultados e a apuração dos indicadores do programa, além do quadro 
comparativo do planejado e executado das ações do programa. 
 
13 
 
Figura 2: Relatório dos Programas Finalísticos 
 
Fonte: SEPLAG/ Relatório Anual de Avaliação - PPAG 2008-2011, exercício 2011 – volume principal 
Ressalta-se que na Avaliação do PPAG 2008-2011, exercício 2011, esse quadro 
está dividido em dois: um relatório com os Programas Finalísticos e outro com os Programas 
Padronizados. Os programas padronizados correspondem aos programas “Apoio à 
Administração Pública” (701) e “Obrigações especiais” (702), em que se destacam as 
despesas com pessoal ativo e inativo, o pagamento da dívida pública fundada e de 
precatórios e as transferências constitucionais a municípios. O intuito dessa separação é 
apenas por uma questão de organização da informação, já que os programas padronizados 
correspondem a programas extensos e multissetoriais (programas que apresentam ações 
vinculadas a diversas unidades orçamentárias). 
Em seguida apresenta-se o quadro comparativo da programação e execução 
física e orçamentária das ações do plano por região de planejamento, que permite avaliar se 
o programa de fato atendeu aquelas regiões planejadas e como foi a distribuição das suas 
entregas físicas e orçamentária para cada região. 
 
14 
 
Figura 3: Demonstrativo de Programação e Execução Física e Financeira por Região 
 
Fonte: SEPLAG/ Relatório Anual de Avaliação - PPAG 2008-2011, exercício 2011 – anexo I 
E o relatório de execução física e orçamentária acumulada, englobando, 
portanto, o desempenho das ações do plano nos exercícios de 2008 a 2011. Esse 
demonstrativo é particularmente importante, na medida em que permite a avaliação do 
planejamento original, realizado em 2007, com o executado de fato e condensa todo o 
planejamento e a execução das metas inscritas no âmbito dos programas e ações do PPAG 
e nas respectivas revisões. 
 
15 
 
Figura 4: Relatório de Execução Acumulada 2008 – 2011 
 
Fonte: SEPLAG/ Relatório Anual de Avaliação - PPAG 2008-2011, exercício 2011 – anexo II 
Além desses demonstrativos, previstos na Lei do plano, o Relatório Anual de 
Avaliação do PPAG 2008-2011, exercício 2011, apresentou também um Relatório de 
execução dos programas por fonte de financiamento, que permite a avaliação de qual a 
origem dos recursos financiadores das políticas públicas além de uma avaliação 
consolidada da distribuição desses recursos para o plano plurianual. 
A avaliação consolidada do plano plurianual pode ser considerada uma 
introdução ao Relatório Anual de Avaliação. Esse capítulo faz uma análise consolidada do 
plano como um todo quanto à execução global do plano; à avaliação das áreas de 
resultados pactuadas no PMDI 2007-2023; ao desempenho consolidado das ações do plano 
para o exercício 2011; ao desempenho acumulado das ações do plano para o quadriênio 
(2008-2011); e à avaliação consolidada da regionalização do plano. 
A análise da execução global do plano permite analisar, em linhas gerais, como 
compôs a programação e a execução orçamentária do PPAG em 2011 por tipo de 
orçamento, por Poder, por tipo de programa, por área de resultados e por função. A 
avaliação das áreas de resultados permite demonstrar os principais resultados alcançados 
no âmbito das áreas de resultados, que compõem o PMDI 2007-2023, além de apresentar 
uma aferição consolidada acerca dos indicadores finalísticos estabelecidos no PMDI. O 
desempenho consolidado das ações do plano para o exercício 2011 permite aferir o 
desempenho físico e orçamentário consolidado das ações do PPAG em 2011, tomando 
como parâmetro de análise, além da execução global do plano nesse exercício, alguns 
recortes considerados mais relevantes como o desempenho físico e orçamentário das ações 
por tipo de programa, por área de resultados e por setor de governo. O desempenho 
acumulado das ações do plano para o quadriênio (2008-2011), que permite avaliar o 
desempenho físico e orçamentário acumulado das ações do plano ao longo de todo o 
16 
 
período que compõe a execução do PPAG, 2008 a 2011, permitindo avaliar, de maneira 
global, o planejamento original e suas revisões. E por último, a avaliação consolidada da 
regionalização do plano para o quadriênio 2008-2011, que permite aferir a evolução dos 
indicadores de regionalização do planejamento e da execução do PPAG ao longo dos 
quatro anos, além de avaliar a regionalização dos valores alocados no PPAG para o 
exercício 2011, em diversas perspectivas de análise do gasto público, além da aferição do 
desempenho regionalizado das metas estabelecidas no plano plurianual. 
4 ENTRAVES E BENEFÍCIOS IDENTIFICADOS DURANTE O PROCESSO DE 
AVALIAÇÃO DO PPAG 
A partir da análise do processo de avaliação do plano, conforme descrito nesse 
estudo, destaca-se alguns pontos identificados como entraves para a aplicabilidade da 
avaliação do PPAG dentro do ciclo de planejamento, retroalimentando a etapa de revisão ou 
elaboração do plano. 
a. O momento em que a Avaliação do Plano é realizada não favorece 
o uso da mesma na retroalimentação do ciclo de planejamento: 
O processo de avaliação do plano não obedece a sequencia das etapas do ciclo 
de planejamento, a avaliação é realizada em momento posterior a revisão ou elaboração. 
Esse talvez seja o principal entrave na utilização do processo de avaliação na 
retroalimentação do ciclo de planejamento. 
No Estado de Minas Gerais a proposta do plano ou de suas revisões deve ser 
encaminhada, em conjunto com a Proposta Orçamentária, para a aprovação da Assembleia 
Legislativa (ALMG) no dia 30 de setembro. Para tanto, o processo de elaboração ou revisão 
da proposta do PPAG e da LOA é iniciada no governo mineiro no mês de julho. Durante os 
meses de julho a setembro as unidades de planejamento e orçamento nos órgãos estão 
elaborando ou revisando a sua carteira de programas e ações de forma a consolidar o novo 
plano ou sua revisão e elaborar a proposta da Lei Orçamentária. 
Enquanto que a avaliação do plano só pode acontecer após o encerramento do 
exercício, quando se consegue apurar as entregas físicas, orçamentárias, a regionalização, 
o desempenho da ação, os resultados e indicadores de programas.Normalmente ocorre 
durante o primeiro trimestre do ano subsequente ao ano de vigência do plano. Ou seja, dá-
se inicio a avaliação três meses após já ter sido encaminhada a nova proposta do plano ou 
de sua revisão à ALMG. 
17Como exemplo, considerando o PPAG 2012-2015, a avaliação 2012 será 
realizada apenas entre janeiro e março de 2013. Enquanto que a revisão do PPAG 2012-
2015, propondo a revisão do plano para 2013, foi realizada durante os meses de julho a 
setembro de 2012. 
Destarte, pode-se afirmar que o fato de fazer a avaliação da carteira de programas 
vigente para o ano de 2012, após já ter sido feita a revisão dessa carteira e definida a nova 
para 2013, dificulta a utilização dos apontamentos identificados durante a avaliação. Esses 
apontamentos deverão ser considerados quando estiver revisando a carteira de 2013, 
planejando a de 2014, ou seja, somente durante o terceiro trimestre de 2013. 
Dessa forma, para que ao processo de avaliação retroalimente o ciclo de 
planejamento, a etapa de revisão ou elaboração do plano, é necessário uma atenção 
especial do gestor público que conduz a revisão/elaboração. Esse deve procurar identificar 
se o problema apontado na avaliação já foi ou não foi resolvido com a revisão seguinte já 
realizada; se não existem adequações a serem feitas já identificadas durante o 
monitoramento do plano em execução; se há como aprender com a avaliação do plano do 
ano anterior de forma a implementar melhorias na revisão do plano seguinte, considerando 
os ajustes já feitos para o ano em exercício; quais são os indicadores de programas que 
permaneceram para o exercício atual e se seus índices estão de acordo com o apurado, e 
qual seria a previsão da evolução desses índices para os quatro exercícios seguintes. 
Ou seja, o gestor, para utilizar a avaliação como base para a revisão ou 
elaboração do plano seguinte, deve ficar a todo o momento comparando o avaliado com o 
que já foi ajustado para o plano que está vigente e com o que pretende propor para o plano 
seguinte, ou seja, deve trabalhar a todo tempo com no mínimo três exercícios (o ano 
avaliado, o ano vigente e o ano a ser planejado). 
Como o processo de revisão ou elaboração do plano, atualmente, utiliza como 
base norteadora, para dar início ao planejamento, a última carteira de programas e ações 
planejada, caso não haja iniciativa do gestor ou da unidade de planejamento comparar os 
apontamentos identificados durante a avaliação, com o ultimo planejamento proposto, não 
há nenhum instrumento ou sistema que o obrigue ou auxilie a utilizar a avaliação como 
instrumento que retroalimenta o ciclo de planejamento. 
 
18 
 
b. Ajustes orçamentários durante o exercício afetam o planejamento 
e impactam negativamente a avaliação do programa, 
principalmente quanto ao desempenho da ação: 
Outro ponto de grande relevância, frequentemente apontado como principal 
responsável pelo baixo desempenho das ações são os ajustes orçamentários. Os ajustes 
afetam diretamente o planejamento da ação, uma vez que obrigam os gestores e as 
unidades de planejamento e orçamento a repriorizar o planejamento, repensar o que irão 
fazer, frente a nova realidade orçamentária, e ajustar suas despesas. Quando as metas 
orçamentárias estão diretamente relacionadas às entregas da ação, essa redução acarreta 
também na redução das metas físicas. Entretanto, a avaliação do desempenho da ação 
considera as metas planejadas no momento da elaboração do plano, e ao longo do ano, 
essas metas foram reduzidas em virtude da necessidade de ajustar as despesas. 
A seguir apresenta-se o quadro consolidado do percentual das ações com 
desempenho satisfatório (ações que alteraram apenas 30% do planejado), tendo como base 
as ações do PPAG 2008-2011, para todo o quadriênio. Pode-se perceber que o 
desempenho orçamentário apresentou uma queda considerável de 2009 para 2011, época 
na qual ocorreram ajustes orçamentários em virtudes das crises mundiais que impactaram 
as finanças da maioria dos governos ao redor do mundo. 
Figura 5: % de ações do desempenho satisfatório (entre 70% e 130%) – Minas Gerais – 
PPAG 2008-2011 
 
Fonte: Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária/Seplag 
19 
 
O índice “desempenho físico” mensura desempenho entre o planejado e 
executado das metas físicas das ações de governo, o índice “desempenho orçamentário” 
mensura a relação entre o planejado e executado das ações de governo para cada ano em 
destaque. Já o índice de eficiência avalia a relação entre os dois índices anteriores 
(desempenho físico e financeiro) e, por ultimo, o IDP-A (índice do desempenho da ação) 
avalia a correlação entre os três indicadores. Esse indicador (IDP-A) está pactuado no 
Acordo de Resultados do Estado de Minas Gerais, instrumento de pactuação com os 
setores e servidores de metas e resultados a serem atendidos durante o ano. 
c. O momento em que a Avaliação do Plano é realizada não favorece 
a revisão adequada dos indicadores de programas: 
Os indicadores de programas são essências para se conseguir mensurar o 
desempenho dos programas, quanto ao alcance de seu objetivo. Permite a mensuração dos 
resultados alcançados, demonstrando se o objetivo do programa está sendo ou não 
alcançado e em que medida. Entretanto, uma grande quantidade dos programas ainda não 
possuem indicadores definidos, em 2011, dos programas definidos no PPAG para o 
exercício de 2011, quase 30% não possuíam indicadores definidos. E ainda assim, dos 
programas que possuíam indicadores definidos, quase 20% dos indicadores definidos não 
foram apurados durante a avaliação do plano. Desses, 13% ficaram classificados como “em 
apuração”, o que identifica que não foi possível apurar o seu resultado a tempo, e os outros 
7%, classificados como “em revisão”, que identifica que aqueles indicadores possuíam em 
seu detalhamento algum erro que impediam a sua apuração, necessitando de revisão do 
mesmo, a qual deveria ter sido feita na revisão/elaboração do próximo plano. 
Como é durante a avaliação do plano que os indicadores de programas devem 
ser apurados, é nesse momento que se identifica alguma necessidade de adequação ou 
substituição do indicador. Entretanto, o fato de já ter sido realizada a revisão/elaboração do 
próximo plano o ajuste dos indicadores, conforme levantamento da avaliação, só poderá 
acontecer na próxima oportunidade de revisão, ou seja, serão dois planos com indicadores 
com problemas na formulação até que se tenha oportunidade de ajustar. 
A seguir apresenta-se um quadro geral da situação dos indicadores de 
programas definidos no PPAG de 2009 a 2011. A partir da tabela abaixo pode-se perceber 
que apesar de praticamente 70% dos programas apresentarem indicadores definidos no 
plano, apenas 39,20% programas apresentam indicadores considerados válidos. Dos 
indicadores definidos, 45,57% são considerados inválidos, e a principal causa de invalidade 
é o uso de meta física como indicador ou o indicador não apresentar resultados apuráveis. 
20 
 
Figura 6: Quadro geral do processo de elaboração dos indicadores de programa do 
PPAG – Minas Gerais – 2009 – 2011 
 
 
Fonte: Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária/Seplag 
 
 
total (%) total % total %
Total de programas 253 100,00 251 100,00 250 100,00
Avaliação dos programas segundo a previsão/apuração de 
indicadores
Programas com indicadores 167 66,01 178 70,92 176 70,40
Programas com indicadores (exceto em revisão) 150 59,29 162 64,54 171 68,13
Programas com indicadores apurados 129 50,99 145 57,77 149 59,36
Avaliação dos programas segundo a validade/resultado dos 
indicadores
Programas com indicadores válidos 78 30,83 89 35,46 98 39,20
Programas com pelo menos 70% de indicadores válidos melhorados 36 14,23 53 21,12 45 18,00
Programas com pelo menos 70% de indicadores válidos alcançados 38 15,02 49 19,52 47 18,80
Total de indicadores250 100,00 244 100,00 237 100,00
Avaliação dos indicadores quanto à apuração
Indicadores apurados 190 76,00 183 75,00 192 81,01
Indicadores em apuração 42 16,80 33 13,52 31 13,08
Indicadores em revisão 18 7,20 28 11,48 14 5,91
Avaliação dos indicadores quanto à validade
Indicadores inválidos 130 52,00 111 45,49 108 45,57
Indicadores válidos 120 48,00 133 54,51 129 54,43
2011
Quadro geral de situação do processo de elaboração dos indicadores de programa do 
PPAG - Minas Gerais - 2009-2011
2009 2010
total (%) total % total %
Indicadores inválidos 130 100,00 133 100,00 108 100,00
Principal causa de invalidade
Meta física 76 58,46 53 39,85 31 28,70
Resultado não apurado 18 13,85 29 21,80 27 25,00
Apura apenas eficácia 6 4,62 6 4,51 16 14,81
Número absoluto 12 9,23 11 8,27 13 12,04
Atributos incoerentes 2 1,54 15 11,28 7 6,48
Em revisão 9 6,92 6 4,51 7 6,48
Resultado inconsistente 2 1,54 5 3,76 6 5,56
Incompleto 1 0,77 8 6,02 1 0,93
Índices incoerentes 4 3,08 0 0,00 0 0,00
Indicadores válidos 120 100,00 111 100,00 129 100,00
Avaliação dos indicadores válidos segundo o resultado
Indicadores válidos com índice apurado piorado 27 22,50 19 17,12 36 32,43
Indicadores válidos com índice apurado mantido 6 5,00 1 0,90 7 6,31
Indicadores válidos com índice apurado apenas melhorado 28 23,33 25 22,52 19 17,12
Indicadores válidos com índice apenas alcançado 22 18,33 19 17,12 25 22,52
Indicadores válidos com índice melhorado e alcançado 37 30,83 47 42,34 42 37,84
2011
* Os indicadores válidos que não alcançaram o índice meta projetado e que não puderam ser avaliados quanto à sua melhoria
foram considerados mantidos.
Fonte: Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária (SCPPO).
2009 2010
21 
 
d. A Avaliação do Plano permite dar transparência e prestar contas à 
sociedade de todos os programas e ações de governo, definidos 
no PPAG: 
Sabe-se que o Relatório Anual de Avaliação é um documento extenso, 
separado em três volumes, com um detalhamento grande que exige conhecimento da 
“linguagem orçamentária” para que seja compreensível. Mas, ao mesmo tempo, é um 
documento completo, com informações de extrema importância, que permitem 
acompanhar o plano de governo seguido pelo Estado. É o único documento que 
apresenta informações consolidadas da execução de todos os programas de governo. 
Seu objetivo principal é dar transparência e prestar contas à sociedade 
das atividades desenvolvidas pelo setor público. E essa deve ser uma preocupação 
constante dos gestores públicos, que devem aturar sempre com o foco no 
atendimento das demandas e necessidades da sociedade e em garantir a melhor 
alocação dos recursos públicos. 
E nesse ponto, a Avaliação do Plano merece destaque, a partir dos 
relatórios que compõem a Avaliação, ficam disponíveis a todos os interessados, na 
internet ou em consulta aos documentos na ALMG ou na Seplag, informações 
quanto os principais resultados alcançados pelos programas de governo; o impacto 
dos programas frente às demandas da sociedade ou da própria administração 
pública, mensuráveis através dos indicadores de programa;as entregas físicas e 
orçamentárias que os programas proporcionaram (ou geraram); as fontes de 
financiamento dos programas; a coerência do planejamento inicial com o de fato 
executado e o porquê de discrepante (quando houver). Além de proporcionar 
informações quanto à evolução do plano nas suas revisões e analises globais do 
plano, quanto ao desempenho global das ações e da regionalização para o ano 
avaliado ou de forma acumulada. 
e. O processo de Avaliação do Plano constante possibilita que os 
atores envolvidos aprendem com as políticas implementadas de 
sucesso e utilizem esses bons exemplos nos processos de 
planejamentos de políticas públicas futuras: 
Outro ponto positivo que o processo de avaliação do plano proporciona é 
possibilitar o aprendizado dos atores envolvidos no ciclo de planejamento, de forma 
a garantir uma constante melhora na definição da carteira de programas e ações e 
na estruturação do plano como um documento integrado, que reflete de fato as 
22 
 
demandas da sociedade e da própria administração pública, transparente, objetivo, 
acessível e compreensível a todos. 
O processo de avaliação permite aos atores envolvidos aprenderem com 
os erros da implementação ou execução e repará-los no momento oportuno, além 
de aprenderem a como definir o escopo de um programa e ação de governo, seja 
através de exemplos bem sucedidos ou com a melhoria constante que o processo 
que a revisão constante possibilita. Além de incentivar a cultura de planejamento 
no Estado. 
Uma comprovação desse aprendizado sobre o planejamento pode ser 
identificado quando na elaboração de um novo plano plurianual, o PPAG 2012-2015, 
em 2011, definiu-se que apesar de ser um novo plano, caso seja do interesse da 
unidade de planejamento e orçamento do órgão ou do próprio gestor do programa, a 
carteira de programas e ações definida na revisão anterior poderia servir de base no 
sistema para atualização ou adequação para o novo plano. Tal decisão é resultado 
do fato da carteira de programas e ações existente estar com um nível bom de 
detalhamento e de qualidade da informação. Ao contrário, na elaboração do PPAG 
2008-2011, em 2007, preferiu-se não utilizar a carteira anterior como base para a 
elaboração do novo plano, obrigando o gestor a repensar toda a sua carteira, e caso 
fosse do interesse permanecer com algum programa específico, a unidade deveria 
detalhar novamente todo o programa ou ação. 
5 CONCLUSÃO 
O processo de avaliação do PPAG é de extrema importância para o 
planejamento do Estado. Além de ser uma exigência constitucional, é uma das 
principais formas de garantir à transparência, de se prestar contas à sociedade e 
de possibilitar o aprendizado dos atores envolvidos sobre o planejamento das 
políticas públicas. 
Tanto a Constituição Federal, quanto a Constituição do Estado de Minas 
Gerais, determinam como obrigação da administração pública a avaliação do 
cumprimento das metas previstas no plano plurianual, da execução das metas 
físicas e orçamentárias dos programas de governo. 
23 
 
A transparência e a prestação de contas à sociedade das atividades 
desenvolvidas pelo setor público são viabilizadas com a Avaliação do Plano a partir 
dos diversos relatórios que a compõe. Um documento completo, único, com 
informações de extrema importância, que permitem acompanhar todo o plano de 
governo seguido pelo Estado. Entretanto, para ser avaliado não basta ter as 
informações disponíveis e trabalhadas, é necessário que essas informações sejam 
analisadas e que conclusões sejam extraídas dessas informações com o intuito de 
atuar reparando os erros ou reproduzindo as práticas de sucesso. Uma avaliação 
bem-sucedida é aquela capaz de fornecer conhecimento utilizável, informações 
práticas ou qualitativas. 
Além de prestar contas à sociedade sobre quais foram os principais 
resultados alcançados pelos programas de governo, qual foi o impacto desse 
programa frente às demandas da sociedade ou da própria administração pública, 
quais foram às entregas físicas e orçamentárias, avaliar o planejamento inicial frente 
ao executado, o que por si só já seria suficiente para garantir a necessidade e 
importância da avaliação, o processo de avaliação do plano realizado anualmente 
tornou-se um momento de reflexão, aprendizado e melhoria do plano de governo do 
Estado, com base na necessidade de atualização da carteira de programas frente as 
novas necessidades, e de identificação dos pontos a serem corrigidos, em virtude de 
um planejamento inadequado. 
O processode avaliação permite aos atores envolvidos aprenderem com 
os erros das implementações passadas ou com os exemplos de políticas públicas de 
sucesso, aprenderem a como definir o escopo de um programa e ação de governo, 
a como planejar um programa de governo, além de incentivar a cultura de 
planejamento no Estado, que até pouco tempo era bem incipiente. 
Com relação ao uso da avaliação como função de retroalimentação do ciclo 
de planejamento, destaca-se que, devido ao fato da avaliação ser realizada em 
momento posterior a revisão ou elaboração do plano, a sua utilização como 
importante processo na retroalimentação do ciclo de planejamento não é inviabilizada. 
Entre as revisões não há uma grande alteração na carteira de programa e ações dos 
órgãos, o que é justificado pela existência da atualização constante dessa carteira, 
24 
 
através da revisão anual. Dessa forma, as ponderações realizadas na avaliação 
podem ser úteis e importantes, cabendo ao responsável pela revisão; elaboração do 
plano, que é também o responsável por avaliar a sua carteira de programas e ações, 
avaliar quais foram os apontamentos da avaliação, quais foram as adaptações feitas 
durante a revisão (caso tenham sido feitas) e como adequá-la. 
6 REFERÊNCIAS 
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MINAS GERAIS. Constituição do Estado de Minas Gerais de 1989. 
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Plano Plurianual 
de Ação Governamental 2012-2015 (PPAG 2012-2015). Volume I. 2012. 
Disponível em: 
<http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20122015
/Volume_I_Programas_Acoes_por_Rede_Desenvolvimento_Integr.pdf>. Acesso em: 
01 de outubro de 2012. 
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Plano Plurianual 
de Ação Governamental 2008-2011 (PPAG 2008-2011). Volume I. 2008. 
Disponível em: 
<http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20082011
/PPAG-2008-2011-Volume-I.pdf>. Acesso em: 02 de outubro de 2012. 
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Lei n° 17.347, de 
16 de janeiro de 2008. “Dispõe sobre o Plano Plurianual de Ação Governamental – 
PPAG – para o período 2008-2011”. Disponível em: 
<http://planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20082011/LEI_
17347-2008_Institui_PPAG_2008-2011.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de 2012. 
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Avaliação do 
PPAG 2008-2011, Exercício 2008. 2008. Disponível em: 
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MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Avaliação do 
PPAG 2008-2011, Exercício 2011. 2011. Disponível em: 
<http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20082011
/relatorio_anual_avaliacao_volume_principal_2011.pdf>. Acesso em: 02 de outubro 
de 2012. 
25 
 
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Lei n° 20.024, de 
09 de janeiro de 2012. “Institui o Plano Plurianual de Ação Governamental para o 
quadriênio 2012-2015 – PPAG 2012-2015” Disponível em: 
<http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/planejamento/ppag/arquivos/20122015
/PPAG_2012_2015_Lei_20024_9_janeiro_2012.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de 
2012. 
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novembro de 2012 
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26 
 
___________________________________________________________________ 
AUTORIA 
Tuliana Macedo Vasconcelos – Diretora Central de Planejamento, Programação e Normas; 
Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais. 
Endereço eletrônico: tuliana.vasconcelos@planejamento.mg.gov 
 
André Abreu Reis – Subsecretário de Planejamento, Orçamento e Qualidade do Gasto, Secretaria 
de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais.
 
 
Endereço eletrônico: andre.reis@planejamento.mg.gov.br 
 
Fernando Antonio França Sette Pinheiro Junior – Especialista em Políticas Públicas e Gestão 
Governamental da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais. 
Endereço eletrônico: fernando.junior@planejamento.mg.gov.br 
 
Naíla Marcela Nery Ferrari – Assessora da Superintendência de Planejamento e Programação 
Orçamentária; Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais.
 
 
Endereço eletrônico: naila.ferrari@planejamento.mg.gov.br

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