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Unidade 04 Políticas Públicas e o Desenvolvimento Econômico Orçamentos e Finanças Públicas Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria ÁDRIA OLIVEIRA SANTOS MACIEL AUTORIA Ádria Oliveira Santos Maciel Sou formada em Licenciatura em Química com mestrado em Educação em Ciências. Possuo experiência na área de docência há pelo menos 5 anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro auxiliar, com minha experiência de vida, aqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Políticas públicas: atividades administrativas ................................12 Conceituando as políticas públicas ................................................................................... 12 Tipos de políticas públicas ....................................................................................................... 16 Política pública distributiva ................................................................................... 17 Política pública regulatória ................................................................................... 19 Política pública redistributiva .............................................................................. 21 Políticas públicas constitutivas .......................................................................... 21 Responsabilidade fiscal e as políticas públicas ............................23 Lei de Responsabilidade Fiscal ............................................................................................23 Influência da LRF na implementação de políticas públicas ............................26 Ciclo da política pública .............................................................................................................28 Dívida pública e seu impacto na gestão e nas políticas sociais . 33 Ajuste fiscal dos Estados ...........................................................................................................33 Operação de crédito .....................................................................................................................35 Histórico da dívida pública brasileira: alguns marcos importantes ............37 Limite de endividamento .......................................................................................................... 40 Sustentabilidade orçamentária ............................................................................................. 41 Finanças públicas e o desenvolvimento econômico ..................43 Finanças públicas ...........................................................................................................................43 Economia clássica .......................................................................................................43 Economia keynesiana ...............................................................................................44 Assimetria de informações .......................................................................................................45 Funções do governo .................................................................................................................... 48 Políticas públicas e finanças ................................................................................................... 51 9 UNIDADE 04 Orçamentos e Finanças Públicas 10 INTRODUÇÃO Você sabia que a área da Administração Pública apresenta diversas nuances interessantes que estão bem presentes em seu cotidiano? Você já deve ter assistido a muitas informações no noticiário apresentando, por exemplo, a importância da transparência pública e de outros tantos assuntos inerentes ao orçamento e às finanças públicas. Apesar de nem sempre ser totalmente esclarecido, toda a população deveria conhecer todos os encaminhamentos e decisões tomadas pelo Estado em suas mais diversas esferas, sobretudo no que se refere às finanças, uma vez que a base das receitas provém da população. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar nesse universo! Orçamentos e Finanças Públicas 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Discernir sobre as políticas públicas e seu encaixe no planejamento estatal e nas atividades administrativas. 2. Entender a responsabilidade fiscal como um instrumento de política pública e proteção das organizações estatais. 3. Calcular os limites de endividamento da máquina pública, engendrando formas, dentro da Lei, de assegurar as rubricas mais importantes para a gestão pública. 4. Discernir sobre a relação entre o Estado e a economia, entendendo o impacto das políticas públicas sobre a economia. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Orçamentos e Finanças Públicas 12 Políticas públicas: atividades administrativas OBJETIVO: Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará acerca da organização do Estado e da Administração Pública. Ao final deste estudo, esperamos que você seja capaz de discernir sobre as políticas públicas e seu encaixe no planejamento estatal e nas atividades administrativas. Certamente essas competências auxiliarão você no desempenho de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Conceituando as políticas públicas É muito importante que iniciemos nosso estudo definindo e delimitando os conceitos dentro de um campo de abrangência. Quando se fala em política, é muito comum estabelecermos associações com as figuras dos representantes políticos, tais como os governadores, prefeitos, presidente e outros e todas as relações que os envolvem: eleição, congresso, câmara, entre outros. Trata-se de um termo relacionado ao exercício do poder e às demais influências. No entanto, um conceito importante para esse estudo será a compreensão de política, relacionada às ações que o governo realiza, tais como os programas de governo: política ambiental, política de segurança pública, política industrial e outras. Trata-se, portanto, de um termo relacionado a decisões e ações concretas. Consegue notar que os conceitos apresentados agora são diferentes entre si? Dessa forma, podemos concluir que uma política educacional se trata de um conjunto de programas que estejam atuando na área da educação, a fim de alcançar um objetivo previamente estabelecido relacionado a uma melhoria para a área. Orçamentos e FinançasPúblicas 13 Quadro 1 – Dimensões da política Fonte: Frey (2000). No quadro em questão, o autor Frey (2000) aponta algumas aplicações do termo “política” em alguns contextos oportunos, os quais podem estar relacionados a três situações: institucionais, processuais e materiais. E, apesar de os conceitos serem diferentes, eles encontram- se igualmente relacionados entre si, uma vez que as instituições tendem a influenciar a forma como (processual) a política ocorre, a qual, consequentemente, também afeta o conteúdo pertencente à política. Dessa forma, o modo como uma instituição, tal como o Supremo Federal, por exemplo, atua acaba implicando alterações no processo político, e isso influencia diretamente o que aparecerá na política pública. Para Secchi (2014), “políticas públicas tratam do conteúdo concreto e do conteúdo simbólico de decisões políticas, e do processo de construção e atuação dessas decisões” (p. 1). Orçamentos e Finanças Públicas 14 IMPORTANTE: Como pudemos evidenciar, o conceito de política é bastante abrangente. No entanto, vale a atenção para o seguinte: os termos “politics” e “policy”, em alguns países, apresentam uma única tradução, que é “política”, mas cada um desses termos remete a contextos diferentes. Enquanto “politics” está relacionado ao estabelecimento e alcance do poder entre as pessoas, “policy” faz menção a uma ação. Por isso, “public policy” é a tradução para “políticas públicas”. Basicamente, as políticas públicas são utilizadas para resolver um problema público. Mas o que seria um problema público? Imagine que em um país a maioria da população não saiba ler ou escrever. Este é considerado um problema público. Por isso, o objetivo é que essas pessoas sejam alfabetizadas. Para isso, devem ser estabelecidas políticas públicas para o alcance desse objetivo. Mas será que só há política pública se houver a atuação direta do Estado na resolução dos problemas? Podemos inferir que a grande maioria dos problemas públicos é de responsabilidade do Estado. No entanto, na prática, nem todos eles podem ser solucionados ou ao menos não nas condições que os cidadãos necessitariam, por questões orçamentárias, principalmente. Na figura a seguir (figura 1), podemos evidenciar a imagem de uma estrada bastante danificada. Observe: Orçamentos e Finanças Públicas 15 Figura 1 – Estrada danificada Fonte: Wikimedia Commons. No caso em questão, considere que uma comunidade que resida nessa região e necessite passar por esse caminho para chegar até escolas, hospitais e farmácias, por exemplo, já tenha acionado diversas vezes os responsáveis pela reforma e que, ainda assim, estes não tenham atendido a tal necessidade. Então, a população se reúne e decide arcar com os custos para resolver o problema. Podemos considerar que este é um exemplo de política pública que não envolveu, necessariamente, a atuação do Estado. IMPORTANTE: Apesar de o interesse ser em resolver um problema público, uma política pública nem sempre será realizada pelo Estado. Ainda que não seja uma obrigação ou responsabilidade da população, esta, por sua vez, também pode coordenar uma política pública. Assim, pode-se concluir esse pensamento afirmando que a política pública está associada diretamente à coisa pública, como algo que é de todos, nesse caso específico, um problema público. Orçamentos e Finanças Públicas 16 Alguns autores têm apontado determinados componentes que aparecem de forma mais comum quando são consultados os dicionários de políticas públicas. São eles: a. Decisório: sendo a política um conjunto e/ou sequência de decisões tomadas. b. Causal: trata-se do conjunto de ações realizadas pelo Estado, as quais influenciam na política e no meio social. c. Institucional: quando a política é liderada por um agente/ autoridade institucional. d. Comportamental: trata-se da ação (ou deixar de agir). Dessa forma, a política pública não é apenas uma decisão, mas uma decisão seguida de ações. A partir dessas considerações, pode-se considerar que o conceito de políticas públicas também é um tanto quanto abrangente. Vale considerar que uma política pública não se faz apenas com uma decisão política isolada, mas há, portanto, a necessidade de promover uma implementação eficiente. Tipos de políticas públicas Teodor Lowi foi um cientista político responsável por desenvolver a teoria das arenas do poder ou simplesmente a tipologia de Lowi, que está apresentada a seguir: Orçamentos e Finanças Públicas 17 Quadro 2 – Tipologia de Lowi Fonte: Monteiro (2020). A classificação apresentada no quadro em questão trata-se da mais conhecida no meio da ciência política e encontra-se constituída a partir dos impactos que a política possui para a sociedade. A seguir, veremos cada um desses tipos de maneira mais aprofundada. Política pública distributiva A política distributiva possui algumas características importantes a serem consideradas neste estudo. Veremos a seguir: • Pork-barrel: quando algum representante político utiliza do seu status de poder para promover políticas públicas em troca de benefícios para si, tais como pequenas reformas de escolas, estádios ou até mesmo de hospitais, a fim de beneficiar uma pequena população. Orçamentos e Finanças Públicas 18 Figura 2 – Ponte sobre o Rio São Francisco Fonte: Wikimedia Commons. Nesse caso em questão, os benefícios concedidos são focados em um grupo social. No entanto, em geral, o dinheiro utilizado para a realização dessas atividades é financiado pela própria população e, por vezes, devido à ausência de conhecimento político, ela acaba sendo induzida a pensar nessas situações. IMPORTANTE: Esse tipo de abordagem é considerado como pouco conflituoso, pois traz benefícios para um grupo e não são percebidos como pagos pelos próprios beneficiados. • Benefícios restritos a um grupo. • Custos e financiamentos difusos, de forma que não “pesa” no orçamento dos cidadãos diretamente. • Existe um elevado interesse na realização das políticas do grupo que está sendo beneficiado, e apresenta pouco ou nenhum interesse nos demais membros da sociedade. Orçamentos e Finanças Públicas 19 A esse respeito, é muito comum que os governantes possuam uma margem orçamentária para ser utilizada em pequenas obras e que nem sempre todos os cidadãos sejam igualmente beneficiados, mas são realizadas políticas públicas de forma distribuída em pontos distintos. Na maioria das vezes, tais ações possuem uma intencionalidade dos líderes. Política pública regulatória Esse tipo de política possui interesse em regularizar uma determinada área de atuação ou setores pertencentes à sociedade. São exemplos: a emissão de ordens, proibições, decretos, portarias, autorizações e outros meios para regular. Algumas outras características inerentes a esse tipo de política pública podem ser destacadas a seguir: a. Dinâmica pluralista: muitos agentes encontram-se envolvidos e cria-se uma dependência da relação de forças na sociedade. b. O principal objetivo é regulamentar os setores públicos e, para isso, utilizam-se normas e regulamentos. IMPORTANTE: Há alguns anos, a construção de poços artesianos era muito mais comum do que nos dias atuais para a retirada de água do lençol freático. Essa é uma prática que acaba agredindo a qualidade dos aquíferos, além de ser perigosa para a população. Por isso, algumas normativas podem ser construídas para impedir a construção dessas estruturas. Trata-se de uma normativa que protege o meio ambiente e, de certa forma, também a população (ou alguém pertencente a ela). Por outro lado, tais construções também beneficiam esse grupo. Esse é um exemplo de benefício difuso para eles, uma vez que também há um impacto considerado negativo, sob um aspecto menos ampliado. Orçamentos e Finanças Públicas 20 Figura 3 - Poço Fonte: Pixabay. c. As políticas públicas de cunho regulatóriopodem acarretar em impactos grandes, sobretudo nos grupos pequenos. Um exemplo muito comum desse tipo de política pública foi a necessidade de regularização dos transportes alternativos tipo Uber. Devido à necessidade, o poder público precisou estabelecer políticas normativas na busca por atuar dentro do estabelecimento de normas em relação ao cadastro, às questões trabalhistas, aos documentos e às diversas formas possíveis para atuação da empresa, bem como dos usuários que utilizam o aplicativo e, consequentemente, os serviços em questão. Figura 4 – Aplicativo Uber Fonte: Freepik. Orçamentos e Finanças Públicas 21 Política pública redistributiva A base desse tipo de política pública é, basicamente, fazer com que a renda seja distribuída, assim como também o acesso aos serviços básicos. No entanto, para isso, buscam-se alinhar os recursos daquela parte da população que mais o possui e distribuí-los para aqueles que menos têm acesso a eles. IMPORTANTE: Considera-se que esse tipo de política pública é um tanto quanto conflituoso, pois é “custeado” por um grupo restrito. É importante que você esteja atento que o termo “custear” não está, necessariamente, associado à parte financeira. A seguir veremos um exemplo que permitirá maior compreensão nesse sentido. Geralmente, o grupo beneficiado por essas políticas públicas a compreende como direitos sociais. Alguns exemplos são: a. Desconto em contas de energia da população mais pobre, que são compensadas com aumentos para aqueles que possuem maiores condições para arcar com os custos. b. As cotas para acesso às universidades ou concursos públicos. Políticas públicas constitutivas São amplamente conhecidas como as políticas que “definem as regras do jogo”, especificamente relacionadas aos aspectos institucionais, tais como as relações entre os poderes, envolvimento com os processos políticos, disputas de eleições, entre outras coisas. Esse tipo de política pública é responsável por definir as competências e regras, tais como: a. Regras eleitorais. b. Divisão de poderes entre os entes federativos. c. Distribuição de competência entre as entidades. Orçamentos e Finanças Públicas 22 RESUMINDO: Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta seção de estudos! Neste capítulo, verificamos a necessidade de conhecer e aprofundar seus conhecimentos acerca da organização do Estado e da Administração Pública em termos de política pública. Buscamos estabelecer um diálogo para que você consiga compreender de que forma as políticas públicas influenciam no desenvolvimento econômico do Estado de forma mais ampla. Você estudou que a definição de política pode ser bastante abrangente. Essa compreensão foi fundamental para que você conseguisse visualizar onde a Administração Pública se encaixa, bem como suas limitações e funções. Não esqueça de acessar todos os links de estudos complementares que deixamos ao longo do seu material. Esse estudo ajudará a melhor desempenhar as atividades relacionadas à sua profissão. Bons estudos! Orçamentos e Finanças Públicas 23 Responsabilidade fiscal e as políticas públicas OBJETIVO: Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará acerca da organização do Estado e da Administração Pública. Ao final deste estudo, esperamos que você seja capaz de entender a responsabilidade fiscal como um instrumento de política pública e proteção das organizações estatais. Certamente essas competências auxiliarão você no desempenho de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Lei de Responsabilidade Fiscal A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) trata-se da Lei Complementar de nº 101, de 4 de maio de 2000. SAIBA MAIS: Para iniciar nossos estudos e aprofundar seus conhecimentos, sugerimos que você faça uma leitura flutuante da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Disponível aqui. Antes da elaboração da referida lei, pode-se considerar que o cenário brasileiro era de excessiva instabilidade econômica, com taxas de juros demasiadamente elevadas, além da oscilação de inflação. Tais situações podem ser justificadas por alguns fatores, tais como a transição do governo militar para o civil e, com isso, a promulgação da Constituição Federal e a necessidade de atender a direitos de uma população. Com isso, diversas novas despesas passaram a comprometer o orçamento futuro sem que houvesse um planejamento prévio. Orçamentos e Finanças Públicas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm 24 Devido a essas situações de total desequilíbrio econômico, houve a necessidade de criar uma legislação a fim de estabelecer normativas para auxiliar no planejamento e também na responsabilidade fiscal. Considerando os aspectos mencionados, podemos inferir que a criação da LRF possui, principalmente, dois objetivos: • Equilibrar o orçamento. • Realizar endividamento com base em regras rígidas e seguindo o princípio de transparência. SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, sugerimos que você assista ao vídeo “O que é a Lei de Responsabilidade Fiscal?”. Disponível aqui. Figura 5 – Princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal Planejamento Transparência ResponsabilizaçãoControle Fonte: Elaborado pela autora com base em LC nº 101/2000. a. O princípio do planejamento está relacionado à necessidade de traçar objetivos a serem alcançados, os quais serão efetivados por meio de ações com base nos recursos disponíveis. Tais planejamentos devem ser realizados de forma realista. Orçamentos e Finanças Públicas https://www.youtube.com/watch?v=2h4CwoMgLrw 25 b. Diversos dispositivos apontados na Lei apontam para a regra da publicidade e prestação de contas. Por isso, diversos relatórios resumidos precisam ser divulgados, bem como relatórios da gestão fiscal, instrumentos de planejamento. A divulgação ocorre em meios eletrônicos, principalmente. c. Considerando que haverá planejamento e transparência, será possível analisar se, por exemplo, uma ação proveniente de um gestor público está dentro da legalidade ou não. Para esses casos, existem diversos mecanismos dentro da LRF que permitem a responsabilização dos agentes, quando necessário. d. O controle segue o caminho do planejamento da administração pública. Essa etapa está amplamente relacionada à necessidade de manter a fiscalização técnica e também de gestão. O controle trata-se de uma ação prévia. IMPORTANTE: Todas essas etapas são extremamente importantes para garantia do melhor andamento das atividades na administração pública, especificamente no que se refere aos orçamentos. Assim, é possível realizar uma fiscalização e, por meio dela, controlar possíveis ações errôneas ou ilegais e, consequentemente, responsabilizar os agentes envolvidos. Orçamentos e Finanças Públicas 26 Figura 6 – Pórtico da Lei de Responsabilidade Fiscal Fonte: Wikimedia Commons. Influência da LRF na implementação de políticas públicas Para estabelecer uma maior compreensão acerca da implementação das políticas públicas e de suas relações com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), faz-se necessário compreender de forma mais ampliada o contexto histórico no qual estão inseridas e relacionadas. Conforme dialogamos anteriormente: O processo de deterioração das contas públicas municipais brasileiras iniciou-se através dos inúmeros problemas acumulados na sociedade que dependem de grandes investimentos para serem sanados de forma definitiva. A repetida acumulação de capitais gerados no país nas mãos de poucos indivíduos fez com que se criasse uma maior concentração de renda com efeitos negativos sobre a qualidade de vida de uma larga faixa da população. (ANDRADE, 2008) Orçamentos e Finanças Públicas 27 É imerso nesse contexto de crise orçamentária que emerge a necessidade de uma legislação que faça ser cumprida a responsabilidade fiscal no que tangeàs contas públicas. Nesse sentido, podemos inferir que o dinheiro público é o que faz todo o Estado funcionar. E, nesse sentido, estamos certos de que, havendo déficits nos cofres públicos, a população, de forma geral e em específico os povos menos favorecidos, acaba sendo punida devido à falta de assistência dentro de suas necessidades mais básicas de sobrevivência. Portanto, fez-se necessário estabelecer parâmetros para que a Administração Pública estivesse orientada dentro de um planejamento estruturado com base no estabelecimento de prioridades e considerando as receitas cabíveis. A partir disso, os objetivos seriam traçados para atender o interesse da população. Mas o que seria uma política pública e quais suas relações com a Lei de Responsabilidade Fiscal? “[...] políticas públicas resultam de decisões feitas por governos e que as decisões tomadas pelos próprios governos para manter o status quo constituem política pública tanto quanto as tomadas para modificá-lo” (HOWLLET et al., 2003, p. 6). SAIBA MAIS: Quer saber mais sobre as políticas públicas enquanto uma relação entre Estado e sociedade? Assista ao vídeo “O que são políticas públicas? - Brasil Escola”. Disponível aqui. A partir dessas considerações, é fundamental que esteja claro que o Estado não pode realizar uma quantidade de políticas públicas como bem desejar, apesar de os problemas exigirem certa urgência de resolução. Por isso a Lei de Responsabilidade Fiscal também acaba auxiliando nesse controle. Todo país civilizado possui um processo orçamentário, o qual precisa apresentar algumas características: Orçamentos e Finanças Públicas https://www.youtube.com/watch?v=PvWo10xHYrs 28 • Transparência. • Impessoalidade. • Previsão de recursos que visem alcançar os objetivos gerais previstos em Constituição. Nesse sentido, para a realização e desenvolvimento de uma política pública, exige-se o dinheiro do Estado para que seja possível realizá-las. Para isso, existem algumas formas que o Estado pode utilizar para realizar o financiamento das políticas públicas: • Emissão de moeda: existe um custo envolvido que, nesse caso, é a inflação. • Dívida pública (empréstimos): existe um custo envolvido que, nesse caso, é o pagamento de juros. • Carga tributária: quando o Estado cobra tributos, tais como as taxas, multas, contribuições e impostos, por exemplo, nas esferas estadual, federal e municipal. A partir dessa arrecadação, é possível realizar algumas despesas. Ciclo da política pública Inicialmente, você já deve saber que a política pública somente se faz necessária após a identificação de um problema público. Então podemos iniciar o estudo do ciclo a partir dessa etapa: a. Identificação do problema: um exemplo de problema público é o avanço do mar em relação às orlas, o qual expõe as comunidades ao risco, além da própria vegetação (biodiversidade). Somente será possível resolver o problema a partir de uma política pública. IMPORTANTE: Aqui é importante compreender o conceito de política pública em sua forma mais extensa, uma vez que a política pública não se faz apenas com o auxílio do Estado. Por vezes, a própria população pode optar por “tomar as rédeas”. Orçamentos e Finanças Públicas 29 Figura 7 – Avanço do mar sobre coqueiros na Praia de Carneiro Fonte: Wikimedia Commons. b. Formação da agenda: trata-se de um conjunto de problemas que, de alguma forma, é compreendido como sendo uma prioridade para os órgãos públicos. Um exemplo clássico é o bullying nas escolas que, a partir do momento em que foi identificado como um problema, passou a ser uma prioridade em termos de políticas públicas. Para isso, foi formada, por exemplo, uma comissão de Política Nacional de Combate ao Bullying. Mas como podemos identificar/conhecer uma agenda? • Agenda de propostas em campanhas eleitorais. • Orçamento público. • Conjunto de leis em pauta no Congresso. • Agenda parlamentar. IMPORTANTE: É muito comum que alguns parlamentares possuam uma agenda que lhes é bastante específica, isto é, um conjunto de problemas que, para si, é uma prioridade. Orçamentos e Finanças Públicas 30 c. Formulação de alternativa: nessa etapa, serão traçados os passos necessários a fim de promover uma solução para tal problema público. Vamos pensar em um problema público que é o acúmulo de lixo e demais resíduos nas ruas. Uma alternativa possível para solucionar poderia ser a aplicação de legislação (multas) ou a contratação de uma equipe para eliminar esses focos, seja com construções de jardins públicos, plantio de árvores, bancos ou outras barreiras físicas. Seria possível, ainda, promover cursos voltados para a educação ambiental. d. Tomada de decisão: nessa etapa, atuam os agentes dos Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário, além das demais redes da sociedade. Em geral, podem-se compreender como tomada de decisão as seguintes ações: • Decisão judicial. • Decreto legislativo. e. Implementação da política pública: essa é a fase em que o desejo/intenção é transformado em uma ação mais objetiva. A implementação, por exemplo, de cursos profissionalizantes para um público de jovens estudantes de baixa renda é um exemplo de ação que sai do campo do planejamento. IMPORTANTE: Quando um médico está atendendo, por exemplo, em um posto de saúde, podemos inferir que esse profissional está implementando uma política pública a fim de promover melhorias na saúde pública. De forma análoga, quando um professor está exercendo suas atividades em sala de aula, pode-se considerar que suas funções correspondem a uma política pública na esfera educacional. Orçamentos e Finanças Públicas 31 Figura 8 – Médico do programa Mais Médico Fonte: Wikimedia Commons. f. Avaliação da política pública: após implementar, é fundamental que os responsáveis promovam algum tipo de avaliação a fim de verificar se os objetivos iniciais, isto é, a resolução do problema inicial está se desenvolvendo. Alguns tipos de avaliação utilizadas são: • Avaliação de eficácia. • Avaliação de eficiência. • Avaliação de produtividade. • Avaliação de impacto. Esses pontos são fundamentais para serem observados, principalmente porque, apesar de as políticas públicas serem uma ponte/ caminho para resolver um problema público, nem sempre isso ocorrerá. É possível que os caminhos traçados para essa resolução não sejam os mais viáveis, havendo, portanto, a necessidade de pensar em novas estratégias para esse fim. g. Extinção da política pública: em algum momento, sobretudo após avaliar e compreender que o problema público foi solucionado, não existe mais a necessidade de continuar. Orçamentos e Finanças Públicas 32 IMPORTANTE: Há alguns anos, existiam diversas políticas públicas no Brasil, as quais eram específicas para a resolução do problema público que era a quantidade elevada de pessoas analfabetas. No entanto, esse problema público, ao longo dos anos, foi sendo solucionado e, assim, não havia mais a necessidade de prosseguir com algumas políticas. Uma outra possibilidade de extinguir uma política pública deve ser considerada quando ela não está mais surtindo efeitos relacionados às melhorias esperadas e planejadas. É possível ainda que uma política pública seja extinta porque a sociedade, ao longo de um tempo, passa a identificar que determinado problema não é mais uma prioridade, apesar de continuar existindo. Assim, pode-se concluir que a compreensão desse ciclo de vida das políticas públicas é fundamental para auxiliar junto à tomada de decisões, principalmente. RESUMINDO: Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta seção de estudos! Neste capítulo, obtivemos juntos diversos conhecimentos sobre as políticas públicas inerentes à Administração Pública. Conforme estudamos juntos, esse é um conhecimento bastante abrangente. Agora você já sabe que a Lei de Responsabilidade Fiscalpode ser compreendida como um instrumento de política pública e proteção das organizações estatais. Além disso, você também estudou que as políticas públicas nem sempre são realizadas pelo Estado, mas também podem ser desenvolvidas pela comunidade. É importante que você recorde que as políticas públicas são ações e caminhos utilizados para a resolução de um problema público. Para complementar seus estudos, indicamos que você acesse o material que disponibilizamos ao longo do capítulo. Consideramos que esses conhecimentos são fundamentais para o exercício pleno da sua profissão. Bons estudos! Orçamentos e Finanças Públicas 33 Dívida pública e seu impacto na gestão e nas políticas sociais OBJETIVO: Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará a organização do Estado e da Administração Pública. Ao final deste estudo, esperamos que você seja capaz de calcular os limites de endividamento da máquina pública, engendrando formas, dentro da Lei, de assegurar as rubricas mais importantes para a gestão pública. Certamente essas competências auxiliarão você no desempenho de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Ajuste fiscal dos Estados É muito comum ouvirmos falar sobre os ajustes fiscais, sobretudo nos discursos de candidatos às disputas de cargos políticos, mas o que seria esse tipo de ajuste e qual sua real necessidade? Já parou para refletir a esse respeito? SAIBA MAIS: Mas você sabe o que é um ajuste fiscal e para que serve? Indicamos que você assista ao vídeo a seguir: “Economia Animada - Por que todos fazem ajuste fiscal?”. Disponível aqui. Imagine que um trabalhador vive com cerca de 3 salários-mínimos e, de repente, esse valor é reduzido pela metade. Nesse caso, existem duas alternativas que podem ser bem úteis para reduzir os impactos causados: é possível que essa pessoa necessite reduzir seus gastos ou que ela encontre outras formas de ganhar mais dinheiro. No caso do Estado, a explicação acaba funcionando de forma bastante similar. Quando a arrecadação diminui, o Estado precisa se Orçamentos e Finanças Públicas https://www.youtube.com/watch?v=K7-RYFyIue4 34 reestruturar, por vezes, realizando cortes, por exemplo, nas áreas de saúde, educação, transporte, segurança pública, etc. Com a redução em termos de arrecadação, o Estado precisa gastar menos em cada uma das áreas mencionadas. Consequentemente, podemos dizer que todos esses cortes impactarão diretamente a vida das pessoas, diminuindo sua qualidade de vida, sobretudo porque cortar gastos em saúde e educação, por exemplo, os quais são os setores básicos para o desenvolvimento do país e garantia de vida, é uma opção bastante complexa a ser realizada. Figura 9– Contenção de gastos Fonte: Pixabay. Nessa mesma perspectiva, enquanto para a maioria das pessoas, quando há redução de gastos, busca-se encontrar uma fonte de renda extra, para o Estado, a alternativa mais utilizada é o aumento de impostos. Caso esse tipo de ajuste não seja realizado, a dívida pública vai crescendo cada vez mais. E esse é, portanto, um grande problema. Orçamentos e Finanças Públicas 35 IMPORTANTE: Para se ter uma clareza em relação à dívida pública, basta compreender a relação entre: receitas e despesas. Caso o valor das despesas esteja superando o valor de entrada de receitas, então considera-se a existência de um déficit. Repensar o ajuste fiscal no país exige, em primeiro lugar, reconhecer que os investimentos não são um gasto como qualquer outro, por sua propriedade de criar capacidade produtiva e riqueza, tanto para o estado quanto para a economia do setor privado. Dessa forma, é preciso que se criem meios para que os estados mais endividados e em maior dificuldade financeira recuperem sua capacidade de investimento. (GOBETTI, 2010, p. 133) O maior desafio dessa situação é que o Brasil já é um país cuja tributação é bastante elevada, comparada com o Produto Interno Bruto e com países de mesmo nível de desenvolvimento. Considera-se que o ajuste fiscal não se trata apenas de uma decisão técnica, mas, sim, de um processo que envolve diversas questões políticas, as quais possuem como base o diagnóstico técnico. Por exemplo, as modificações de um determinado tributo, cortes de despesas e outros aspectos são decisões baseadas em debates políticos. Operação de crédito Inicialmente, temos que uma operação de crédito se trata de um tipo de empréstimo ou até mesmo de um financiamento, o qual é oferecido por instituições financeiras (bancos). Para a efetivação de tais operações, são realizados contratos a fim de que a disponibilização de um recurso financeiro seja repassada para o cliente. Vale pontuar que todo valor tomado de empréstimo ou financiamento deverá ser pago de forma corrigida, isto é, com adição de juros, que dependerão de cada instituição financeira, a qual, de certa forma, pode apresentar regrar muito específicas. Orçamentos e Finanças Públicas 36 Mas será que esse cliente pode ser apenas uma pessoa ou poderia também ser o próprio Estado? A resposta para esse questionamento é “sim”. Mas daí pode emergir outro questionamento: de onde vem o dinheiro para que o Estado possa utilizar como empréstimo? Nesse caso, vem de pessoas comuns como você, por exemplo. Figura 10 - Empréstimo Fonte: Pixabay. Você sabia que é possível emprestar dinheiro para o Estado por meio de compra de títulos do Tesouro Direto e, após o prazo previamente estabelecido, você receberá os juros que o Estado pagar. Inclusive, cada vez mais, esta tem sido uma opção bastante viável e segura para realizar investimentos, uma vez que os riscos desse tipo de ação são considerados os mínimos possíveis. SAIBA MAIS: O Conselho Monetário Nacional estabelece um limite de créditos para ser concedido ao setor público. Para saber mais a esse respeito, acesse o site e leia na íntegra sobre como funcionam essas determinações. Por meio desse acesso, você também pode obter demais informações sobre operações de crédito com o setor público. Disponível aqui. Orçamentos e Finanças Públicas https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/setorpublicolimitecredito 37 As operações de crédito podem ser realizadas por meio da Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), que se trata de uma operação de crédito de curto prazo e extra orçamentária. Com base na lei nº 4.320/1964, existe uma previsão de que o poder público poderá realizar a ARO a fim de atender aos casos em que houver insuficiência de caixa. Trata-se de uma operação que é diferente daquelas de longo prazo, uma vez que esta será utilizada para atender aos casos de desequilíbrio orçamentário. Assim, no caso da ARO, em que haverá insuficiência de caixa, pode-se considerar que a relação entre despesas e receitas está equilibrada. No entanto, por alguma dificuldade ao longo do processo, faltou dinheiro em caixa, mas o gestor tem consciência de que o receberá, possivelmente por meio de arrecadação de impostos. Nos casos em que houver a necessidade de ARO, o poder público poderá solicitar uma espécie de empréstimo de valor, que ele já irá receber posteriormente. Histórico da dívida pública brasileira: alguns marcos importantes Conforme temos visto, a dívida pública diminui a capacidade do Estado em realizar investimentos nas áreas de saúde e educação, por exemplo. Pode-se considerar que uma dívida pública não é formada exclusivamente por conta de um único empréstimo ou por culpa de uma gestão de 4 anos de exercício, mas, sim, é parte de um processo histórico que tende a se acumular ao longo de um tempo e, em algum momento, essa dívida se torna algo muito grande. VOCÊ SABIA? Os países podem assumir dívidas internas e externas. No entanto, atualmente, pode-se considerar que a maior parte da dívida pública do Brasil é interna. Orçamentos e Finanças Públicas 38 Conforme mencionamos, a dívidade um país é construída ao longo de um tempo e a partir de sucessivos episódios. Pode-se dizer que a dívida se inicia ainda no período do Brasil-Colônia. E, para compreender esses aspectos, é importante lembrar dos vários casos de exploração: ouro, pau-brasil, produção de café e minérios de forma geral. Nesse contexto, emerge o Tratado de Panos e Vinhos, o qual acordava que todo o vinho de Inglaterra deveria ser explorado de Portugal. De forma análoga, todo consumo de tecidos de Portugal deveria ser obtido da Inglaterra. Nesse tratado, Portugal começou a se endividar, uma vez que o consumo de tecidos era muito superior ao consumo de vinhos. Mas onde entra o Brasil nessa história? Veja. Portugal somente permitiria que o Brasil se tornasse independente caso o país pagasse uma espécie de indenização a Portugal, nesse caso, assumindo a dívida adquirida no Tratado de Panos e Vinhos. Nesse caso, o Brasil, cuja figura representante era Dom Pedro I (um português, sucessor de Dom João VI), acabou aceitando o tratado, pois, para Portugal, essa ação seria um tanto quanto benéfica. Foi a partir desse episódio que as dívidas no país se iniciaram. Um outro marco muito importante nesse mesmo contexto foi a construção da cidade de Brasília, realizada muito rapidamente (5 anos) durante a década de 1950. Essa construção gerou uma dívida pública ainda maior. SAIBA MAIS: Para ampliar sua compreensão sobre a dívida pública, sugerimos a leitura do artigo “Dívida pública brasileira: uma análise comparativa dos três principais indicadores de esforço fiscal do governo” (ATHAYDE; VIANNA, 2015). O artigo faz uma análise da dívida pública brasileira com base em três indicadores. Disponível aqui. Durante os primeiros anos da ditadura militar, a população, inicialmente, direcionou um apoio considerável. No entanto, ao longo do tempo, esse apoio foi sendo perdido. Com o objetivo de evitar a perda Orçamentos e Finanças Públicas https://www.scielo.br/j/neco/a/HNvnrJdrfkDzsMyZmhKyTYj/?format=pdf&lang=pt 39 de apoio, os militares começaram a realizar algumas dívidas, por meio de grandes obras, tais como construções de estradas, por exemplo. Esse foi um período em que as dívidas brasileiras no âmbito internacional cresceram significativamente. Figura 11 – Plano piloto - Brasília Fonte: Wikimedia Commons. IMPORTANTE: O principal motivo para a construção de Brasília enquanto uma cidade planejada era fazer com que a capital do Brasil deixasse de ser o Rio de Janeiro, passando assim a ser em Brasília, enquanto uma área mais central do Brasil. Durante a década de 1990, a dívida pública do país aumentou de forma exponencial. Parte dessas dívidas pode estar relacionada com os gastos envolvidos junto à necessidade de manter a taxa de câmbio brasileira, bem como a valorização da moeda (real). Orçamentos e Finanças Públicas 40 IMPORTANTE: Considera-se que o período histórico em que a dívida pública brasileira mais evoluiu foi durante a década de 1990, sobretudo se comparado aos períodos do Tratado de Panos e Vinhos, construção de Brasília ou mesmo durante a ditadura militar. Limite de endividamento É comum que as pessoas se questionem sobre como um país pode passar tanto tempo com uma dívida tão alta. Na realidade, as famílias não podem adquirir dívidas com esse perfil, obviamente porque existe um grande risco e muitas variáveis envolvidas, tais como, por exemplo, o risco de morte. No caso do Estado, essas dívidas são muito mais elevadas e podem ser, facilmente prolongadas por muitos anos, visto que, de certa forma, existe uma garantia de pagamento. IMPORTANTE: É extremamente natural que o governo adquira muitas dívidas. No entanto, é claro também que o país não pode apresentar dívidas que só crescem ao longo dos anos, sem equacioná-las. Esse é o tipo de análise que, geralmente, os investidores realizam. Para eles, é importante garantir que as dívidas, em algum momento, estabilizem-se e, ao longo do tempo, comecem a cair. Muitas pessoas se questionam sobre para onde vai o dinheiro arrecadado pelo Estado por meio das tributações. E, na realidade, o maior percentual arrecadado é direcionado para juros, refinanciamento e amortizações da dívida pública. Os demais são direcionados, em ordem de prioridade, para os seguintes: • Previdência social (incluindo a previdência dos servidores públicos). Orçamentos e Finanças Públicas 41 • Transferências a estados e municípios. • Saúde. • Educação e outros. Considerando o histórico Figura 12 – Endividamento Fonte: Pixabay. Sustentabilidade orçamentária A sustentabilidade orçamentária e financeira não é desenvolvida por meio apenas de intenções e planos, mas se dá por meio de um contexto mais ampliado, que é o planejamento estratégico enquanto um eixo transversal. Assim, deve-se pensar na situação presente, mas visualizando a perspectiva futura. Muitas vezes, a situação de crise pode fazer com que o gestor pense apenas em cortes, mas os cortes, de maneira mais ampla, podem trazer diversos problemas, tais como o comprometimento. Considerando uma universidade, por exemplo, podem-se colocar em risco os rumos da ciência. Orçamentos e Finanças Públicas 42 IMPORTANTE: Considera-se que, a partir do ano de 2020, o mundo inteiro viveu uma crise em suas diversas esferas, provocada pela pandemia causada pelo vírus da covid-19. Esse foi um fator que causou uma série de instabilidades econômicas e, portanto, uma crise econômica e orçamentária. Um outro aspecto relacionado com o cenário pandêmico é que no ano de 2022, a projeção é que o déficit diminua bastante, sobretudo porque todos os gastos extras relacionados aos anos de 2020 e 2021 foram de despesas temporárias. Tais despesas foram autorizadas por meio de abertura de crédito extraordinário, o qual foi aprovado pelo orçamento de guerra. RESUMINDO: Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta seção de estudos! Neste capítulo, verificamos juntos a necessidade de conhecer e aprofundar seus conhecimentos acerca da organização do Estado e da Administração Pública em termos de política pública e gastos públicos. Buscamos estabelecer um diálogo para que você consiga compreender como estimar os limites de endividamento da máquina pública, engendrando formas, dentro da Lei, de assegurar as rubricas mais importantes para a gestão pública. Essa compreensão foi fundamental para que você conseguisse visualizar onde a Administração Pública se encaixa, bem como suas limitações e funções. Não se esqueça de acessar todos os links de estudos complementares que deixamos ao longo do seu material. Esse estudo ajudará a melhor desempenhar as atividades relacionadas à sua profissão. Bons estudos! Orçamentos e Finanças Públicas 43 Finanças públicas e o desenvolvimento econômico OBJETIVO: Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará acerca da organização do Estado e da Administração Pública. Ao final deste estudo, esperamos que você seja capaz de discernir sobre a relação entre o Estado e a economia, entendendo o impacto das políticas públicas sobre a economia. Certamente essas competências auxiliarão você no desempenho de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Finanças públicas Para iniciar esse estudo, é importante que você conheça algumas vertentes importantes acerca das finanças públicas e como elas estão vinculadas ao que toca a economia. Veremos duas vertentes: a economia clássica e a economia keynesiana. Antes de adentrarmos nesse tema, é fundamental que você saiba que nenhuma das duas vertentes se sobrepõe à outra. Ambas são estudadas e válidas, a depender do contexto sob o qual está sendo analisada a perspectiva econômica. Economia clássica Adam Smith foi um dos pioneiros, no período da Revolução Francesa, a dialogar sobre a economia. Ele foi responsável pelo que ficou conhecido comoeconomia clássica. Trata-se de um modelo econômico a longo prazo. Alguns aspectos eram bastante difundidos por esses tipos de economia, tais como os seguintes: • Não intervenção do governo. • Estímulo ao livre comércio. Orçamentos e Finanças Públicas 44 • Mão invisível. • Ideia da Revolução Industrial, a qual trouxe o aumento de grandes empresas e aumento da produção. • Oferta cria demanda. Economia keynesiana A economia keynesiana foi desenvolvida por John Maynard Keynes e ficou conhecida como a teoria dos ciclos econômicos. Trata-se de um modelo econômico a curto prazo. De acordo com o economista, a economia vive em ciclos. Dessa forma, a riqueza dos países, considerando uma relação PIB versus tempo, passa por uma série de movimentos cíclicos (altos e baixos). De acordo com essa teoria, é papel do governo se responsabilizar pelos momentos em que a economia estiver em crise, por meio de aumentos de gastos do governo, gerando maior renda e aumentando o poder de consumo. IMPORTANTE: Esse processo cíclico pode ser observado durante a crise pandêmica no ano de 2020, em que diversas pessoas perderam seus empregos. Então o governo, por meio de políticas públicas, desenvolveu o programa do auxílio emergencial, para que as pessoas tivessem uma fonte de renda e, consequentemente, aumentassem seu consumo. Junto ao processo de aumento de consumo, tende também a crescer o lucro das empresas e, consequentemente, aumenta-se também a taxa de empregabilidade do país. Basicamente, esse é o ciclo que o economista defendeu. Orçamentos e Finanças Públicas 45 Figura 13– Ciclo econômico Emprego Renda Receita Consumo Investimento Fonte: Elaborado pela autora (2021). Considera-se que esse é um movimento importante, que é por meio da política anticíclica como alternativa de uma forte intervenção realizada pelo governo. Trata-se, portanto, de uma lógica de Estado grande (e não liberal). VOCÊ SABIA? É importante compreender que, de acordo com a teoria keynesiana, quando o PIB está elevado, é papel do governo organizar essas finanças para uma formação de poupança como forma de estabilizar a economia, a fim de que, em momentos de crise, o governo possa utilizar essa reserva para fazer o ciclo se desenvolver e estabilizar. Conforme temos visto, a economia keynesiana começou a questionar a participação do governo. Esses questionamentos começaram a gerar alguns desconfortos, sendo o principal deles a corrupção. Assimetria de informações Sabe-se que o termo “assimetria” está relacionado àquilo que não é simétrico, evidenciando algum tipo de diferença ou não conformidade Orçamentos e Finanças Públicas 46 com algo que, nesse âmbito, está associado à informação. Assim, podemos dizer que está relacionado ao desequilíbrio de informações. O termo “assimetria de informações” foi criado pela área da microeconomia e trata-se de uma teoria amplamente conhecida como falha de mercado, a qual pode ocorrer justamente pela falta de informação. SAIBA MAIS: O Prêmio Nobel de economia, no ano de 2001, foi destinado justamente para a teoria da falha de mercado. Quer saber mais sobre o prêmio e a teoria em questão? Acesse e leia. Disponível aqui. Figura 14 – Desequilíbrio Fonte: Pixabay. Mas você saberia dizer quais são as implicações dessa falha de informações? Implica que, em um processo de negociações, uma das partes terá acesso a mais informações do que a outra. A partir daí, justifica- se o termo “assimetria de informações”, uma vez que essa diferença tende a causar um desequilíbrio de mercado. Vejamos, a seguir, duas situações em que há a ocorrência da assimetria de informações: Orçamentos e Finanças Públicas https://terracoeconomico.com.br/nobel-2001-akerlof-spence-e-stiglitz/ 47 a. Seleção adversa: esse tipo acontece quando fica difícil selecionar quais produtos são bons e quais são considerados ruins. Para esses casos, é bastante comum que nem todas as pessoas conheçam sobre carros ou motos e, na hora de comprarem, podem, inclusive, desconhecer os benefícios e possíveis problemas de um tipo de carro ou moto. O vendedor, por outro lado, deixa de passar as informações para o cliente, com o intuito de realizar a venda com maior facilidade. Nesse caso, pode-se afirmar que ocorreu uma diferença em termos de informações. Por isso, por vezes, a inclusão de selos de qualidade, tais como a garantia de produtos, é considerada como um tipo de informação acerca da qualidade do produto. Figura 15 – Garantia de produtos Fonte: Pixabay. b. Risco moral: é quando uma das partes muda de postura/ comportamento durante uma negociação. Considerando o exemplo do carro recém-comprado e que ainda não está com o seguro. Dessa forma, o proprietário tende a ser muito mais cauteloso com o veículo. De forma contrária, quando o veículo já está segurado, o proprietário já possui certa tranquilidade e Orçamentos e Finanças Públicas 48 diminui o zelo. Esse é o tipo de risco que a seguradora geralmente já coloca como estimativa. IMPORTANTE: Em uma teoria das relações internacionais, ficou reconhecido que as guerras podem ter sido causadas por informações assimétricas, considerando que sua grande maioria aconteceu porque os lideres calcularam erroneamente as perspectivas de vitórias devido a limitações nas informações utilizadas. Dessa forma, pode-se concluir que a simetria de informações é essencial para o bom funcionamento da economia. Funções do governo Considerando a importância do mercado econômico e que este, consequentemente, apresenta falhas, podemos considerar que o mercado, por si só, não é capaz de solucionar todos os problemas econômicos. Entre as falhas de mercado, podemos citar as seguintes: • Monopólios naturais. • Ausência de informações. • Externalidades e outros. Considerando as falhas de mercado em questão, justifica-se, na maioria das vezes, a necessidade de o governo realizar intervenções diversas. Tais intervenções podem ocorrer nas seguintes perspectivas sob o ponto de vista dos comportamentos econômicos por parte dos agentes: • Provimento. • Reparação. • Regularização/desregularização. • Incentivar/desincentivar. Orçamentos e Finanças Públicas 49 Mas porque há a necessidade de o governo intervir nessas atividades econômicas? Antes de responder a esse questionamento, pode emergir outro: qual é a necessidade da existência do governo? Vejamos a seguinte reflexão: A existência do governo é necessária para guiar, corrigir e complementar o mercado, que, sozinho, não é capaz de desempenhar todas as funções econômicas, funções estas relacionadas ao nível macroeconômico, distribuição de renda, estabilidade de preços e nível de emprego. (BOECHAT, 2016, p. 32) Nessa perspectiva, considera-se que, para o funcionamento de mercado, há a necessidade do agente governamental, ainda que essa atuação seja apenas para o balizamento da legislação vigente para determinado seguimento, garantindo, assim, a execução dos contratos. Assim, caberá ao governo algumas contrapartidas para que esse suporte aconteça com maior efetividade, a fim de garantir o crescimento e a estabilidade econômica: • Elevar o nível de empregabilidade. • Garantir equilíbrio nas transações com o interior. • Estabilidade nos preços. • Redistribuição de renda, riqueza e oportunidade mais equitativa e justa para a coletividade. A partir dessas menções, torna-se possível definir as funções do governo. a. Alocativa: possui a função de minimizar possíveis falhas de mercado. Para isso, realiza o processo de alocação de recursos utilizando o orçamento público e, com isso, consegue fornecer bens e serviços. Dessa forma, o Estado pode realizar investimentos em áreas em que o setor privado não faz. Essa é uma ação que pode auxiliar a aumentar a economia do país. Orçamentos e Finanças Públicas 50 SAIBA MAIS: A Teoria do Bem-Estar Social busca atuarem conformidade com a organização econômica. Para que você amplie a visão sobre essa teoria, sugerimos que assista ao vídeo “O Estado de bem-estar social: real ou ilusão?” em que o jurista e doutor Silvio Luiz de Almeida traz uma discussão relevante sobre a temática em questão. Disponível aqui. b. Distributiva (ou redistributiva): essa função está relacionada à distribuição de renda por meio do orçamento público. Para isso, realiza um processo de arrecadação de recursos por meio de cobrança de tributos (regressivo, progressivo e neutro). Com essa arrecadação, são redistribuídos por meio de programas e benefícios sociais. • Estabilizadora: como o próprio nome sugere, esta possui função de estabilizar a economia. Para acompanhar essa estabilidade, existem algumas variáveis a serem consideradas, tais como os preços (controle da inflação), empregos, taxa cambial e equilíbrio da gestão fiscal. Para que isso ocorra, utiliza-se uma tríade de informações, tais como: • Maior crescimento possível do PIB – em tese, acaba contribuindo para o bom desenvolvimento econômico. • Menor taxa de desemprego – a maioria dos trabalhadores que deseja estar no mercado de trabalho, encontra atividade remunerada e fortalece a venda. • Menor taxa de inflação – considerando que a inflação é um grave problema econômico. Orçamentos e Finanças Públicas https://www.youtube.com/watch?v=TcdqGHbIWds 51 Figura 16 - Empregabilidade Fonte: Wikimedia Commons. Políticas públicas e finanças Algumas das atribuições do governo que podemos mencionar são as seguintes: investimentos em educação, saúde, segurança, construção de casas, rodovias, hospitais, pagamento de funcionários públicos e outras são apenas algumas das tantas atribuições do governo, as quais são cumpridas utilizando o dinheiro público por meio das contribuições (tributos). A forma como o Estado utiliza essas receitas influencia diretamente na vida das pessoas e, por isso, merece nossa atenção especial ao longo deste estudo. Esse aspecto pode evidenciar a presença de privilégios e também de desigualdades, apontando o nível de poder exercido pela população. Assim, as pessoas que trabalham acabam pagando muito mais tributos e são aquelas que menos têm poder de participação efetiva nas decisões políticas em termos de gastos do governo. Orçamentos e Finanças Públicas 52 IMPORTANTE: Um marco bem interessante no Brasil ocorreu no ano de 2013 quando houve um aumento considerável no valor das passagens de transporte público. Foi uma manifestação popular que surtiu efeito. Esse é um exemplo clássico de participação popular nos gastos públicos. Foi necessário, então, maior investimento no setor para reduzir o valor pago pela população. Figura 17 – manifestação popular Fonte: Wikimedia Commons. Apesar esse caso isolado, de modo geral, a população não tem uma participação tão ativa no que tange aos financiamentos fiscais do Estado e suas decisões mais básicas. Orçamentos e Finanças Públicas 53 RESUMINDO: Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta seção de estudos! Neste capítulo, verificamos juntos a necessidade de conhecer e aprofundar seus conhecimentos acerca da organização do Estado e da Administração Pública em termos de política pública e gastos públicos. Buscamos estabelecer um diálogo para que você consiga discernir sobre a relação entre o Estado e a economia, entendendo o impacto das políticas públicas sobre a economia. Para isso, estudamos as duas principais abordagens e vertentes econômicas: a clássica e a keynesiana, as quais são responsáveis por explicar o comportamento do governo frente a algumas situações. Não se esqueça de acessar todos os links de estudos complementares que deixamos ao longo do seu material. Esse estudo ajudará a melhor desempenhar as atividades relacionadas à sua profissão. Bons estudos! Orçamentos e Finanças Públicas 54 REFERÊNCIAS BOECHAT, A. M. F. et al. Políticas Públicas e Sociais. Maringá: UniCesumar, 2016. FREY, K. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e políticas públicas, Rio de Janeiro, n. 21, p. 211-259, 2000. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/4025/5/PPP_n21_ Politicas.pdf. Acesso em: 15 jan 2022. GOBETTI, S. W. Ajuste fiscal nos Estados: uma análise do período 1998-2006. R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 113-140, jan./ abr. 2010. HOWLETT, M.; RAMESH, M. A. Ciência da política pública. Ciclos e subsistemas político-administrativos. Toronto: Oxfort University press, 2003. MONTEIRO, R. Teoria da arena do poder. Caderno de Prova, [online], 2021. Disponível em: https://cadernodeprova.com.br/teoria-das-arenas- de-poder-theodor/. Acesso em: 15 jan 2022. SECCHI, L. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos, 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014. Orçamentos e Finanças Públicas Políticas públicas: atividades administrativas Conceituando as políticas públicas Tipos de políticas públicas Política pública distributiva Política pública regulatória Política pública redistributiva Políticas públicas constitutivas Responsabilidade fiscal e as políticas públicas Lei de Responsabilidade Fiscal Influência da LRF na implementação de políticas públicas Ciclo da política pública Dívida pública e seu impacto na gestão e nas políticas sociais Ajuste fiscal dos Estados Operação de crédito Histórico da dívida pública brasileira: alguns marcos importantes Limite de endividamento Sustentabilidade orçamentária Finanças públicas e o desenvolvimento econômico Finanças públicas Economia clássica Economia keynesiana Assimetria de informações Funções do governo Políticas públicas e finanças
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