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Unidade 04 - Políticas Públicas e o Desenvolvimento Econômico

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Unidade 04
Políticas Públicas e o 
Desenvolvimento Econômico
Orçamentos e 
Finanças Públicas
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
ÁDRIA OLIVEIRA SANTOS MACIEL
AUTORIA
Ádria Oliveira Santos Maciel
Sou formada em Licenciatura em Química com mestrado em 
Educação em Ciências. Possuo experiência na área de docência há pelo 
menos 5 anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro auxiliar, com minha 
experiência de vida, aqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Políticas públicas: atividades administrativas ................................12
Conceituando as políticas públicas ................................................................................... 12
Tipos de políticas públicas ....................................................................................................... 16
Política pública distributiva ................................................................................... 17
Política pública regulatória ................................................................................... 19
Política pública redistributiva .............................................................................. 21
Políticas públicas constitutivas .......................................................................... 21
Responsabilidade fiscal e as políticas públicas ............................23
Lei de Responsabilidade Fiscal ............................................................................................23
Influência da LRF na implementação de políticas públicas ............................26
Ciclo da política pública .............................................................................................................28
Dívida pública e seu impacto na gestão e nas políticas sociais . 33
Ajuste fiscal dos Estados ...........................................................................................................33
Operação de crédito .....................................................................................................................35
Histórico da dívida pública brasileira: alguns marcos importantes ............37
Limite de endividamento .......................................................................................................... 40
Sustentabilidade orçamentária ............................................................................................. 41
Finanças públicas e o desenvolvimento econômico ..................43
Finanças públicas ...........................................................................................................................43
Economia clássica .......................................................................................................43
Economia keynesiana ...............................................................................................44
Assimetria de informações .......................................................................................................45
Funções do governo .................................................................................................................... 48
Políticas públicas e finanças ................................................................................................... 51
9
UNIDADE
04
Orçamentos e Finanças Públicas
10
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área da Administração Pública apresenta diversas 
nuances interessantes que estão bem presentes em seu cotidiano? Você 
já deve ter assistido a muitas informações no noticiário apresentando, 
por exemplo, a importância da transparência pública e de outros tantos 
assuntos inerentes ao orçamento e às finanças públicas. Apesar de nem 
sempre ser totalmente esclarecido, toda a população deveria conhecer 
todos os encaminhamentos e decisões tomadas pelo Estado em suas 
mais diversas esferas, sobretudo no que se refere às finanças, uma vez 
que a base das receitas provém da população. Entendeu? Ao longo desta 
unidade letiva, você vai mergulhar nesse universo!
Orçamentos e Finanças Públicas
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Discernir sobre as políticas públicas e seu encaixe no planejamento 
estatal e nas atividades administrativas.
2. Entender a responsabilidade fiscal como um instrumento de 
política pública e proteção das organizações estatais.
3. Calcular os limites de endividamento da máquina pública, 
engendrando formas, dentro da Lei, de assegurar as rubricas mais 
importantes para a gestão pública.
4. Discernir sobre a relação entre o Estado e a economia, entendendo 
o impacto das políticas públicas sobre a economia.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Orçamentos e Finanças Públicas
12
Políticas públicas: atividades 
administrativas
OBJETIVO:
Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você 
estudará acerca da organização do Estado e da 
Administração Pública. Ao final deste estudo, esperamos 
que você seja capaz de discernir sobre as políticas públicas 
e seu encaixe no planejamento estatal e nas atividades 
administrativas. Certamente essas competências auxiliarão 
você no desempenho de sua profissão. E então? Motivado 
para desenvolver essa competência? Então vamos lá. 
Conceituando as políticas públicas
É muito importante que iniciemos nosso estudo definindo e 
delimitando os conceitos dentro de um campo de abrangência. Quando 
se fala em política, é muito comum estabelecermos associações com as 
figuras dos representantes políticos, tais como os governadores, prefeitos, 
presidente e outros e todas as relações que os envolvem: eleição, 
congresso, câmara, entre outros. Trata-se de um termo relacionado ao 
exercício do poder e às demais influências.
No entanto, um conceito importante para esse estudo será a 
compreensão de política, relacionada às ações que o governo realiza, tais 
como os programas de governo: política ambiental, política de segurança 
pública, política industrial e outras. Trata-se, portanto, de um termo 
relacionado a decisões e ações concretas.
Consegue notar que os conceitos apresentados agora são diferentes 
entre si?
Dessa forma, podemos concluir que uma política educacional 
se trata de um conjunto de programas que estejam atuando na área 
da educação, a fim de alcançar um objetivo previamente estabelecido 
relacionado a uma melhoria para a área.
Orçamentos e FinançasPúblicas
13
Quadro 1 – Dimensões da política
Fonte: Frey (2000).
No quadro em questão, o autor Frey (2000) aponta algumas 
aplicações do termo “política” em alguns contextos oportunos, os quais 
podem estar relacionados a três situações: institucionais, processuais e 
materiais. E, apesar de os conceitos serem diferentes, eles encontram-
se igualmente relacionados entre si, uma vez que as instituições 
tendem a influenciar a forma como (processual) a política ocorre, a qual, 
consequentemente, também afeta o conteúdo pertencente à política.
Dessa forma, o modo como uma instituição, tal como o Supremo 
Federal, por exemplo, atua acaba implicando alterações no processo 
político, e isso influencia diretamente o que aparecerá na política pública.
Para Secchi (2014), “políticas públicas tratam do conteúdo concreto 
e do conteúdo simbólico de decisões políticas, e do processo de 
construção e atuação dessas decisões” (p. 1).
Orçamentos e Finanças Públicas
14
IMPORTANTE:
Como pudemos evidenciar, o conceito de política é 
bastante abrangente. No entanto, vale a atenção para o 
seguinte: os termos “politics” e  “policy”, em alguns países, 
apresentam uma única tradução, que é “política”, mas cada 
um desses termos remete a contextos diferentes. Enquanto 
“politics” está relacionado ao estabelecimento e alcance do 
poder entre as pessoas, “policy” faz menção a uma ação. 
Por isso, “public policy” é a tradução para “políticas públicas”.
Basicamente, as políticas públicas são utilizadas para resolver 
um problema público. Mas o que seria um problema público? Imagine 
que em um país a maioria da população não saiba ler ou escrever. Este 
é considerado um problema público. Por isso, o objetivo é que essas 
pessoas sejam alfabetizadas. Para isso, devem ser estabelecidas políticas 
públicas para o alcance desse objetivo.
Mas será que só há política pública se houver a atuação direta do 
Estado na resolução dos problemas?
Podemos inferir que a grande maioria dos problemas públicos é 
de responsabilidade do Estado. No entanto, na prática, nem todos eles 
podem ser solucionados ou ao menos não nas condições que os cidadãos 
necessitariam, por questões orçamentárias, principalmente.
Na figura a seguir (figura 1), podemos evidenciar a imagem de uma 
estrada bastante danificada. Observe:
Orçamentos e Finanças Públicas
15
Figura 1 – Estrada danificada
Fonte: Wikimedia Commons.
No caso em questão, considere que uma comunidade que resida 
nessa região e necessite passar por esse caminho para chegar até 
escolas, hospitais e farmácias, por exemplo, já tenha acionado diversas 
vezes os responsáveis pela reforma e que, ainda assim, estes não tenham 
atendido a tal necessidade. Então, a população se reúne e decide arcar 
com os custos para resolver o problema. Podemos considerar que este 
é um exemplo de política pública que não envolveu, necessariamente, a 
atuação do Estado. 
IMPORTANTE:
Apesar de o interesse ser em resolver um problema 
público, uma política pública nem sempre será realizada 
pelo Estado. Ainda que não seja uma obrigação ou 
responsabilidade da população, esta, por sua vez, também 
pode coordenar uma política pública. Assim, pode-se 
concluir esse pensamento afirmando que a política pública 
está associada diretamente à coisa pública, como algo que 
é de todos, nesse caso específico, um problema público.
Orçamentos e Finanças Públicas
16
Alguns autores têm apontado determinados componentes que 
aparecem de forma mais comum quando são consultados os dicionários 
de políticas públicas. São eles:
a. Decisório: sendo a política um conjunto e/ou sequência de 
decisões tomadas.
b. Causal: trata-se do conjunto de ações realizadas pelo Estado, as 
quais influenciam na política e no meio social.
c. Institucional: quando a política é liderada por um agente/
autoridade institucional.
d. Comportamental: trata-se da ação (ou deixar de agir). Dessa forma, 
a política pública não é apenas uma decisão, mas uma decisão 
seguida de ações.
A partir dessas considerações, pode-se considerar que o conceito 
de políticas públicas também é um tanto quanto abrangente.
Vale considerar que uma política pública não se faz apenas 
com uma decisão política isolada, mas há, portanto, a necessidade de 
promover uma implementação eficiente. 
Tipos de políticas públicas
Teodor Lowi foi um cientista político responsável por desenvolver a 
teoria das arenas do poder ou simplesmente a tipologia de Lowi, que está 
apresentada a seguir:
Orçamentos e Finanças Públicas
17
Quadro 2 – Tipologia de Lowi
Fonte: Monteiro (2020).
A classificação apresentada no quadro em questão trata-se da mais 
conhecida no meio da ciência política e encontra-se constituída a partir 
dos impactos que a política possui para a sociedade. A seguir, veremos 
cada um desses tipos de maneira mais aprofundada.
Política pública distributiva
A política distributiva possui algumas características importantes a 
serem consideradas neste estudo. Veremos a seguir:
 • Pork-barrel: quando algum representante político utiliza do seu 
status de poder para promover políticas públicas em troca de 
benefícios para si, tais como pequenas reformas de escolas, 
estádios ou até mesmo de hospitais, a fim de beneficiar uma 
pequena população. 
Orçamentos e Finanças Públicas
18
Figura 2 – Ponte sobre o Rio São Francisco
Fonte: Wikimedia Commons.
Nesse caso em questão, os benefícios concedidos são focados 
em um grupo social. No entanto, em geral, o dinheiro utilizado para a 
realização dessas atividades é financiado pela própria população e, por 
vezes, devido à ausência de conhecimento político, ela acaba sendo 
induzida a pensar nessas situações.
IMPORTANTE:
Esse tipo de abordagem é considerado como pouco 
conflituoso, pois traz benefícios para um grupo e não são 
percebidos como pagos pelos próprios beneficiados.
 • Benefícios restritos a um grupo.
 • Custos e financiamentos difusos, de forma que não “pesa” no 
orçamento dos cidadãos diretamente.
 • Existe um elevado interesse na realização das políticas do grupo 
que está sendo beneficiado, e apresenta pouco ou nenhum 
interesse nos demais membros da sociedade. 
Orçamentos e Finanças Públicas
19
A esse respeito, é muito comum que os governantes possuam 
uma margem orçamentária para ser utilizada em pequenas obras e que 
nem sempre todos os cidadãos sejam igualmente beneficiados, mas são 
realizadas políticas públicas de forma distribuída em pontos distintos. Na 
maioria das vezes, tais ações possuem uma intencionalidade dos líderes.
Política pública regulatória
Esse tipo de política possui interesse em regularizar uma determinada 
área de atuação ou setores pertencentes à sociedade. São exemplos: a 
emissão de ordens, proibições, decretos, portarias, autorizações e outros 
meios para regular.
Algumas outras características inerentes a esse tipo de política 
pública podem ser destacadas a seguir:
a. Dinâmica pluralista: muitos agentes encontram-se envolvidos e 
cria-se uma dependência da relação de forças na sociedade.
b. O principal objetivo é regulamentar os setores públicos e, para 
isso, utilizam-se normas e regulamentos.
IMPORTANTE:
Há alguns anos, a construção de poços artesianos era 
muito mais comum do que nos dias atuais para a retirada 
de água do lençol freático. Essa é uma prática que acaba 
agredindo a qualidade dos aquíferos, além de ser perigosa 
para a população. Por isso, algumas normativas podem ser 
construídas para impedir a construção dessas estruturas. 
Trata-se de uma normativa que protege o meio ambiente 
e, de certa forma, também a população (ou alguém 
pertencente a ela). Por outro lado, tais construções também 
beneficiam esse grupo. Esse é um exemplo de benefício 
difuso para eles, uma vez que também há um impacto 
considerado negativo, sob um aspecto menos ampliado.
Orçamentos e Finanças Públicas
20
Figura 3 - Poço
Fonte: Pixabay.
c. As políticas públicas de cunho regulatóriopodem acarretar em 
impactos grandes, sobretudo nos grupos pequenos.
Um exemplo muito comum desse tipo de política pública foi a 
necessidade de regularização dos transportes alternativos tipo Uber. Devido 
à necessidade, o poder público precisou estabelecer políticas normativas 
na busca por atuar dentro do estabelecimento de normas em relação ao 
cadastro, às questões trabalhistas, aos documentos e às diversas formas 
possíveis para atuação da empresa, bem como dos usuários que utilizam o 
aplicativo e, consequentemente, os serviços em questão.
Figura 4 – Aplicativo Uber
Fonte: Freepik.
Orçamentos e Finanças Públicas
21
Política pública redistributiva
A base desse tipo de política pública é, basicamente, fazer com 
que a renda seja distribuída, assim como também o acesso aos serviços 
básicos. No entanto, para isso, buscam-se alinhar os recursos daquela 
parte da população que mais o possui e distribuí-los para aqueles que 
menos têm acesso a eles.
IMPORTANTE:
Considera-se que esse tipo de política pública é um tanto 
quanto conflituoso, pois é “custeado” por um grupo restrito. 
É importante que você esteja atento que o termo “custear” 
não está, necessariamente, associado à parte financeira. 
A seguir veremos um exemplo que permitirá maior 
compreensão nesse sentido.
Geralmente, o grupo beneficiado por essas políticas públicas a 
compreende como direitos sociais. Alguns exemplos são:
a. Desconto em contas de energia da população mais pobre, que 
são compensadas com aumentos para aqueles que possuem 
maiores condições para arcar com os custos.
b. As cotas para acesso às universidades ou concursos públicos.
Políticas públicas constitutivas
São amplamente conhecidas como as políticas que “definem as 
regras do jogo”, especificamente relacionadas aos aspectos institucionais, 
tais como as relações entre os poderes, envolvimento com os processos 
políticos, disputas de eleições, entre outras coisas.
Esse tipo de política pública é responsável por definir as 
competências e regras, tais como:
a. Regras eleitorais.
b. Divisão de poderes entre os entes federativos.
c. Distribuição de competência entre as entidades.
Orçamentos e Finanças Públicas
22
RESUMINDO:
Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta 
seção de estudos! Neste capítulo, verificamos a necessidade 
de conhecer e aprofundar seus conhecimentos acerca da 
organização do Estado e da Administração Pública em 
termos de política pública. Buscamos estabelecer um 
diálogo para que você consiga compreender de que forma 
as políticas públicas influenciam no desenvolvimento 
econômico do Estado de forma mais ampla. Você estudou 
que a definição de política pode ser bastante abrangente. 
Essa compreensão foi fundamental para que você 
conseguisse visualizar onde a Administração Pública se 
encaixa, bem como suas limitações e funções. Não esqueça 
de acessar todos os links de estudos complementares que 
deixamos ao longo do seu material. Esse estudo ajudará 
a melhor desempenhar as atividades relacionadas à sua 
profissão. Bons estudos!
Orçamentos e Finanças Públicas
23
Responsabilidade fiscal e as políticas 
públicas 
OBJETIVO:
Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará 
acerca da organização do Estado e da Administração 
Pública. Ao final deste estudo, esperamos que você seja 
capaz de entender a responsabilidade fiscal como um 
instrumento de política pública e proteção das organizações 
estatais. Certamente essas competências auxiliarão você 
no desempenho de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver essa competência? Então vamos lá. 
Lei de Responsabilidade Fiscal
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) trata-se da Lei Complementar 
de nº 101, de 4 de maio de 2000.
SAIBA MAIS:
Para iniciar nossos estudos e aprofundar seus 
conhecimentos, sugerimos que você faça uma leitura 
flutuante da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 
Disponível aqui.
Antes da elaboração da referida lei, pode-se considerar que o 
cenário brasileiro era de excessiva instabilidade econômica, com taxas de 
juros demasiadamente elevadas, além da oscilação de inflação. 
Tais situações podem ser justificadas por alguns fatores, tais como 
a transição do governo militar para o civil e, com isso, a promulgação 
da Constituição Federal e a necessidade de atender a direitos de uma 
população. Com isso, diversas novas despesas passaram a comprometer 
o orçamento futuro sem que houvesse um planejamento prévio.
Orçamentos e Finanças Públicas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
24
Devido a essas situações de total desequilíbrio econômico, houve a 
necessidade de criar uma legislação a fim de estabelecer normativas para 
auxiliar no planejamento e também na responsabilidade fiscal.
Considerando os aspectos mencionados, podemos inferir que a 
criação da LRF possui, principalmente, dois objetivos:
 • Equilibrar o orçamento.
 • Realizar endividamento com base em regras rígidas e seguindo o 
princípio de transparência.
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, 
sugerimos que você assista ao vídeo “O que é a Lei de 
Responsabilidade Fiscal?”. Disponível aqui.
Figura 5 – Princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal
Planejamento Transparência
ResponsabilizaçãoControle
Fonte: Elaborado pela autora com base em LC nº 101/2000.
a. O princípio do planejamento está relacionado à necessidade de 
traçar objetivos a serem alcançados, os quais serão efetivados 
por meio de ações com base nos recursos disponíveis. Tais 
planejamentos devem ser realizados de forma realista.
Orçamentos e Finanças Públicas
https://www.youtube.com/watch?v=2h4CwoMgLrw
25
b. Diversos dispositivos apontados na Lei apontam para a regra da 
publicidade e prestação de contas. Por isso, diversos relatórios 
resumidos precisam ser divulgados, bem como relatórios da 
gestão fiscal, instrumentos de planejamento. A divulgação ocorre 
em meios eletrônicos, principalmente.
c. Considerando que haverá planejamento e transparência, será 
possível analisar se, por exemplo, uma ação proveniente de um 
gestor público está dentro da legalidade ou não. Para esses casos, 
existem diversos mecanismos dentro da LRF que permitem a 
responsabilização dos agentes, quando necessário.
d. O controle segue o caminho do planejamento da administração 
pública. Essa etapa está amplamente relacionada à necessidade 
de manter a fiscalização técnica e também de gestão. O controle 
trata-se de uma ação prévia.
IMPORTANTE:
Todas essas etapas são extremamente importantes 
para garantia do melhor andamento das atividades na 
administração pública, especificamente no que se refere 
aos orçamentos. Assim, é possível realizar uma fiscalização 
e, por meio dela, controlar possíveis ações errôneas ou 
ilegais e, consequentemente, responsabilizar os agentes 
envolvidos.
Orçamentos e Finanças Públicas
26
Figura 6 – Pórtico da Lei de Responsabilidade Fiscal
Fonte: Wikimedia Commons.
Influência da LRF na implementação de 
políticas públicas
Para estabelecer uma maior compreensão acerca da implementação 
das políticas públicas e de suas relações com a Lei de Responsabilidade 
Fiscal (LRF), faz-se necessário compreender de forma mais ampliada o 
contexto histórico no qual estão inseridas e relacionadas.
Conforme dialogamos anteriormente:
O processo de deterioração das contas públicas municipais 
brasileiras iniciou-se através dos inúmeros problemas 
acumulados na sociedade que dependem de grandes 
investimentos para serem sanados de forma definitiva. 
A repetida acumulação de capitais gerados no país nas 
mãos de poucos indivíduos fez com que se criasse uma 
maior concentração de renda com efeitos negativos sobre 
a qualidade de vida de uma larga faixa da população. 
(ANDRADE, 2008)
Orçamentos e Finanças Públicas
27
É imerso nesse contexto de crise orçamentária que emerge a 
necessidade de uma legislação que faça ser cumprida a responsabilidade 
fiscal no que tangeàs contas públicas.
Nesse sentido, podemos inferir que o dinheiro público é o que faz 
todo o Estado funcionar. E, nesse sentido, estamos certos de que, havendo 
déficits nos cofres públicos, a população, de forma geral e em específico 
os povos menos favorecidos, acaba sendo punida devido à falta de 
assistência dentro de suas necessidades mais básicas de sobrevivência.
Portanto, fez-se necessário estabelecer parâmetros para que a 
Administração Pública estivesse orientada dentro de um planejamento 
estruturado com base no estabelecimento de prioridades e considerando 
as receitas cabíveis. A partir disso, os objetivos seriam traçados para 
atender o interesse da população.
Mas o que seria uma política pública e quais suas relações com a Lei 
de Responsabilidade Fiscal? “[...] políticas públicas resultam de decisões 
feitas por governos e que as decisões tomadas pelos próprios governos 
para manter o status quo constituem política pública tanto quanto as 
tomadas para modificá-lo” (HOWLLET et al., 2003, p. 6).
SAIBA MAIS:
Quer saber mais sobre as políticas públicas enquanto uma 
relação entre Estado e sociedade? Assista ao vídeo “O que 
são políticas públicas? - Brasil Escola”. Disponível aqui.
A partir dessas considerações, é fundamental que esteja claro 
que o Estado não pode realizar uma quantidade de políticas públicas 
como bem desejar, apesar de os problemas exigirem certa urgência 
de resolução. Por isso a Lei de Responsabilidade Fiscal também acaba 
auxiliando nesse controle.
Todo país civilizado possui um processo orçamentário, o qual 
precisa apresentar algumas características:
Orçamentos e Finanças Públicas
https://www.youtube.com/watch?v=PvWo10xHYrs
28
 • Transparência.
 • Impessoalidade.
 • Previsão de recursos que visem alcançar os objetivos gerais 
previstos em Constituição.
Nesse sentido, para a realização e desenvolvimento de uma política 
pública, exige-se o dinheiro do Estado para que seja possível realizá-las. 
Para isso, existem algumas formas que o Estado pode utilizar para realizar 
o financiamento das políticas públicas:
 • Emissão de moeda: existe um custo envolvido que, nesse caso, é 
a inflação.
 • Dívida pública (empréstimos): existe um custo envolvido que, 
nesse caso, é o pagamento de juros.
 • Carga tributária: quando o Estado cobra tributos, tais como as 
taxas, multas, contribuições e impostos, por exemplo, nas esferas 
estadual, federal e municipal. A partir dessa arrecadação, é 
possível realizar algumas despesas.
Ciclo da política pública
Inicialmente, você já deve saber que a política pública somente 
se faz necessária após a identificação de um problema público. Então 
podemos iniciar o estudo do ciclo a partir dessa etapa:
a. Identificação do problema: um exemplo de problema público é o 
avanço do mar em relação às orlas, o qual expõe as comunidades 
ao risco, além da própria vegetação (biodiversidade). Somente 
será possível resolver o problema a partir de uma política pública.
IMPORTANTE:
Aqui é importante compreender o conceito de política 
pública em sua forma mais extensa, uma vez que a política 
pública não se faz apenas com o auxílio do Estado. Por 
vezes, a própria população pode optar por “tomar as rédeas”.
Orçamentos e Finanças Públicas
29
Figura 7 – Avanço do mar sobre coqueiros na Praia de Carneiro
Fonte: Wikimedia Commons.
b. Formação da agenda: trata-se de um conjunto de problemas que, 
de alguma forma, é compreendido como sendo uma prioridade 
para os órgãos públicos. Um exemplo clássico é o bullying nas 
escolas que, a partir do momento em que foi identificado como 
um problema, passou a ser uma prioridade em termos de políticas 
públicas. Para isso, foi formada, por exemplo, uma comissão de 
Política Nacional de Combate ao Bullying. Mas como podemos 
identificar/conhecer uma agenda?
 • Agenda de propostas em campanhas eleitorais.
 • Orçamento público.
 • Conjunto de leis em pauta no Congresso.
 • Agenda parlamentar.
IMPORTANTE:
É muito comum que alguns parlamentares possuam uma 
agenda que lhes é bastante específica, isto é, um conjunto 
de problemas que, para si, é uma prioridade.
Orçamentos e Finanças Públicas
30
c. Formulação de alternativa: nessa etapa, serão traçados os passos 
necessários a fim de promover uma solução para tal problema 
público. Vamos pensar em um problema público que é o acúmulo 
de lixo e demais resíduos nas ruas. Uma alternativa possível para 
solucionar poderia ser a aplicação de legislação (multas) ou a 
contratação de uma equipe para eliminar esses focos, seja com 
construções de jardins públicos, plantio de árvores, bancos ou 
outras barreiras físicas. Seria possível, ainda, promover cursos 
voltados para a educação ambiental.
d. Tomada de decisão: nessa etapa, atuam os agentes dos Poderes 
Executivo, Legislativo ou Judiciário, além das demais redes da 
sociedade. Em geral, podem-se compreender como tomada de 
decisão as seguintes ações:
 • Decisão judicial.
 • Decreto legislativo.
e. Implementação da política pública: essa é a fase em que o 
desejo/intenção é transformado em uma ação mais objetiva. A 
implementação, por exemplo, de cursos profissionalizantes para 
um público de jovens estudantes de baixa renda é um exemplo de 
ação que sai do campo do planejamento.
IMPORTANTE:
Quando um médico está atendendo, por exemplo, em um 
posto de saúde, podemos inferir que esse profissional está 
implementando uma política pública a fim de promover 
melhorias na saúde pública. De forma análoga, quando 
um professor está exercendo suas atividades em sala de 
aula, pode-se considerar que suas funções correspondem 
a uma política pública na esfera educacional.
Orçamentos e Finanças Públicas
31
Figura 8 – Médico do programa Mais Médico
Fonte: Wikimedia Commons.
f. Avaliação da política pública: após implementar, é fundamental 
que os responsáveis promovam algum tipo de avaliação a fim de 
verificar se os objetivos iniciais, isto é, a resolução do problema 
inicial está se desenvolvendo. Alguns tipos de avaliação utilizadas 
são:
 • Avaliação de eficácia.
 • Avaliação de eficiência.
 • Avaliação de produtividade.
 • Avaliação de impacto.
Esses pontos são fundamentais para serem observados, 
principalmente porque, apesar de as políticas públicas serem uma ponte/
caminho para resolver um problema público, nem sempre isso ocorrerá. 
É possível que os caminhos traçados para essa resolução não sejam 
os mais viáveis, havendo, portanto, a necessidade de pensar em novas 
estratégias para esse fim.
g. Extinção da política pública: em algum momento, sobretudo após 
avaliar e compreender que o problema público foi solucionado, 
não existe mais a necessidade de continuar.
Orçamentos e Finanças Públicas
32
IMPORTANTE:
Há alguns anos, existiam diversas políticas públicas no 
Brasil, as quais eram específicas para a resolução do 
problema público que era a quantidade elevada de pessoas 
analfabetas. No entanto, esse problema público, ao longo 
dos anos, foi sendo solucionado e, assim, não havia mais a 
necessidade de prosseguir com algumas políticas. 
Uma outra possibilidade de extinguir uma política pública deve ser 
considerada quando ela não está mais surtindo efeitos relacionados às 
melhorias esperadas e planejadas. 
É possível ainda que uma política pública seja extinta porque a 
sociedade, ao longo de um tempo, passa a identificar que determinado 
problema não é mais uma prioridade, apesar de continuar existindo. 
Assim, pode-se concluir que a compreensão desse ciclo de vida 
das políticas públicas é fundamental para auxiliar junto à tomada de 
decisões, principalmente.
RESUMINDO:
Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim 
desta seção de estudos! Neste capítulo, obtivemos 
juntos diversos conhecimentos sobre as políticas públicas 
inerentes à Administração Pública. Conforme estudamos 
juntos, esse é um conhecimento bastante abrangente. 
Agora você já sabe que a Lei de Responsabilidade Fiscalpode ser compreendida como um instrumento de política 
pública e proteção das organizações estatais. Além disso, 
você também estudou que as políticas públicas nem 
sempre são realizadas pelo Estado, mas também podem 
ser desenvolvidas pela comunidade. É importante que você 
recorde que as políticas públicas são ações e caminhos 
utilizados para a resolução de um problema público. Para 
complementar seus estudos, indicamos que você acesse 
o material que disponibilizamos ao longo do capítulo. 
Consideramos que esses conhecimentos são fundamentais 
para o exercício pleno da sua profissão. Bons estudos! 
Orçamentos e Finanças Públicas
33
Dívida pública e seu impacto na gestão e 
nas políticas sociais 
OBJETIVO:
Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você 
estudará a organização do Estado e da Administração 
Pública. Ao final deste estudo, esperamos que você 
seja capaz de calcular os limites de endividamento da 
máquina pública, engendrando formas, dentro da Lei, 
de assegurar as rubricas mais importantes para a gestão 
pública. Certamente essas competências auxiliarão você 
no desempenho de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver essa competência? Então vamos lá. 
Ajuste fiscal dos Estados
É muito comum ouvirmos falar sobre os ajustes fiscais, sobretudo 
nos discursos de candidatos às disputas de cargos políticos, mas o que 
seria esse tipo de ajuste e qual sua real necessidade? Já parou para refletir 
a esse respeito? 
SAIBA MAIS:
Mas você sabe o que é um ajuste fiscal e para que serve? 
Indicamos que você assista ao vídeo a seguir: “Economia 
Animada - Por que todos fazem ajuste fiscal?”. Disponível aqui.
Imagine que um trabalhador vive com cerca de 3 salários-mínimos 
e, de repente, esse valor é reduzido pela metade. Nesse caso, existem 
duas alternativas que podem ser bem úteis para reduzir os impactos 
causados: é possível que essa pessoa necessite reduzir seus gastos ou 
que ela encontre outras formas de ganhar mais dinheiro.
No caso do Estado, a explicação acaba funcionando de forma 
bastante similar. Quando a arrecadação diminui, o Estado precisa se 
Orçamentos e Finanças Públicas
https://www.youtube.com/watch?v=K7-RYFyIue4
34
reestruturar, por vezes, realizando cortes, por exemplo, nas áreas de 
saúde, educação, transporte, segurança pública, etc. Com a redução em 
termos de arrecadação, o Estado precisa gastar menos em cada uma das 
áreas mencionadas. 
Consequentemente, podemos dizer que todos esses cortes 
impactarão diretamente a vida das pessoas, diminuindo sua qualidade de 
vida, sobretudo porque cortar gastos em saúde e educação, por exemplo, 
os quais são os setores básicos para o desenvolvimento do país e garantia 
de vida, é uma opção bastante complexa a ser realizada.
Figura 9– Contenção de gastos
Fonte: Pixabay.
Nessa mesma perspectiva, enquanto para a maioria das pessoas, 
quando há redução de gastos, busca-se encontrar uma fonte de renda 
extra, para o Estado, a alternativa mais utilizada é o aumento de impostos. 
Caso esse tipo de ajuste não seja realizado, a dívida pública vai crescendo 
cada vez mais. E esse é, portanto, um grande problema.
Orçamentos e Finanças Públicas
35
IMPORTANTE:
Para se ter uma clareza em relação à dívida pública, basta 
compreender a relação entre: receitas e despesas. Caso o 
valor das despesas esteja superando o valor de entrada de 
receitas, então considera-se a existência de um déficit.
Repensar o ajuste fiscal no país exige, em primeiro lugar, 
reconhecer que os investimentos não são um gasto como 
qualquer outro, por sua propriedade de criar capacidade 
produtiva e riqueza, tanto para o estado quanto para a 
economia do setor privado. Dessa forma, é preciso que se 
criem meios para que os estados mais endividados e em 
maior dificuldade financeira recuperem sua capacidade de 
investimento. (GOBETTI, 2010, p. 133)
O maior desafio dessa situação é que o Brasil já é um país cuja 
tributação é bastante elevada, comparada com o Produto Interno Bruto e 
com países de mesmo nível de desenvolvimento. 
Considera-se que o ajuste fiscal não se trata apenas de uma decisão 
técnica, mas, sim, de um processo que envolve diversas questões políticas, 
as quais possuem como base o diagnóstico técnico. Por exemplo, as 
modificações de um determinado tributo, cortes de despesas e outros 
aspectos são decisões baseadas em debates políticos.
Operação de crédito
Inicialmente, temos que uma operação de crédito se trata de um tipo 
de empréstimo ou até mesmo de um financiamento, o qual é oferecido 
por instituições financeiras (bancos).
Para a efetivação de tais operações, são realizados contratos a fim de 
que a disponibilização de um recurso financeiro seja repassada para o cliente. 
Vale pontuar que todo valor tomado de empréstimo ou 
financiamento deverá ser pago de forma corrigida, isto é, com adição 
de juros, que dependerão de cada instituição financeira, a qual, de certa 
forma, pode apresentar regrar muito específicas.
Orçamentos e Finanças Públicas
36
Mas será que esse cliente pode ser apenas uma pessoa ou poderia 
também ser o próprio Estado?
A resposta para esse questionamento é “sim”. Mas daí pode emergir 
outro questionamento: de onde vem o dinheiro para que o Estado possa 
utilizar como empréstimo? Nesse caso, vem de pessoas comuns como 
você, por exemplo.
Figura 10 - Empréstimo
Fonte: Pixabay.
Você sabia que é possível emprestar dinheiro para o Estado por 
meio de compra de títulos do Tesouro Direto e, após o prazo previamente 
estabelecido, você receberá os juros que o Estado pagar. Inclusive, cada 
vez mais, esta tem sido uma opção bastante viável e segura para realizar 
investimentos, uma vez que os riscos desse tipo de ação são considerados 
os mínimos possíveis.
SAIBA MAIS:
O Conselho Monetário Nacional estabelece um limite de 
créditos para ser concedido ao setor público. Para saber 
mais a esse respeito, acesse o site e leia na íntegra sobre 
como funcionam essas determinações. Por meio desse 
acesso, você também pode obter demais informações sobre 
operações de crédito com o setor público. Disponível aqui.
Orçamentos e Finanças Públicas
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/setorpublicolimitecredito
37
As operações de crédito podem ser realizadas por meio da 
Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), que se trata de uma 
operação de crédito de curto prazo e extra orçamentária. Com base na lei 
nº 4.320/1964, existe uma previsão de que o poder público poderá realizar 
a ARO a fim de atender aos casos em que houver insuficiência de caixa.
Trata-se de uma operação que é diferente daquelas de longo prazo, 
uma vez que esta será utilizada para atender aos casos de desequilíbrio 
orçamentário. Assim, no caso da ARO, em que haverá insuficiência de 
caixa, pode-se considerar que a relação entre despesas e receitas está 
equilibrada. No entanto, por alguma dificuldade ao longo do processo, 
faltou dinheiro em caixa, mas o gestor tem consciência de que o receberá, 
possivelmente por meio de arrecadação de impostos.
Nos casos em que houver a necessidade de ARO, o poder público 
poderá solicitar uma espécie de empréstimo de valor, que ele já irá 
receber posteriormente.
Histórico da dívida pública brasileira: 
alguns marcos importantes
Conforme temos visto, a dívida pública diminui a capacidade do 
Estado em realizar investimentos nas áreas de saúde e educação, por 
exemplo.
Pode-se considerar que uma dívida pública não é formada 
exclusivamente por conta de um único empréstimo ou por culpa de uma 
gestão de 4 anos de exercício, mas, sim, é parte de um processo histórico 
que tende a se acumular ao longo de um tempo e, em algum momento, 
essa dívida se torna algo muito grande.
VOCÊ SABIA?
Os países podem assumir dívidas internas e externas. No 
entanto, atualmente, pode-se considerar que a maior parte 
da dívida pública do Brasil é interna. 
Orçamentos e Finanças Públicas
38
Conforme mencionamos, a dívidade um país é construída ao longo 
de um tempo e a partir de sucessivos episódios. Pode-se dizer que a 
dívida se inicia ainda no período do Brasil-Colônia. E, para compreender 
esses aspectos, é importante lembrar dos vários casos de exploração: 
ouro, pau-brasil, produção de café e minérios de forma geral.
Nesse contexto, emerge o Tratado de Panos e Vinhos, o qual 
acordava que todo o vinho de Inglaterra deveria ser explorado de 
Portugal. De forma análoga, todo consumo de tecidos de Portugal deveria 
ser obtido da Inglaterra. Nesse tratado, Portugal começou a se endividar, 
uma vez que o consumo de tecidos era muito superior ao consumo de 
vinhos. Mas onde entra o Brasil nessa história? Veja.
Portugal somente permitiria que o Brasil se tornasse independente 
caso o país pagasse uma espécie de indenização a Portugal, nesse caso, 
assumindo a dívida adquirida no Tratado de Panos e Vinhos. Nesse caso, o 
Brasil, cuja figura representante era Dom Pedro I (um português, sucessor 
de Dom João VI), acabou aceitando o tratado, pois, para Portugal, essa 
ação seria um tanto quanto benéfica. Foi a partir desse episódio que as 
dívidas no país se iniciaram.
Um outro marco muito importante nesse mesmo contexto foi a 
construção da cidade de Brasília, realizada muito rapidamente (5 anos) 
durante a década de 1950. Essa construção gerou uma dívida pública 
ainda maior.
SAIBA MAIS:
Para ampliar sua compreensão sobre a dívida pública, 
sugerimos a leitura do artigo “Dívida pública brasileira: 
uma análise comparativa dos três principais indicadores 
de esforço fiscal do governo” (ATHAYDE; VIANNA, 2015). O 
artigo faz uma análise da dívida pública brasileira com base 
em três indicadores. Disponível aqui.
Durante os primeiros anos da ditadura militar, a população, 
inicialmente, direcionou um apoio considerável. No entanto, ao longo do 
tempo, esse apoio foi sendo perdido. Com o objetivo de evitar a perda 
Orçamentos e Finanças Públicas
https://www.scielo.br/j/neco/a/HNvnrJdrfkDzsMyZmhKyTYj/?format=pdf&lang=pt
39
de apoio, os militares começaram a realizar algumas dívidas, por meio 
de grandes obras, tais como construções de estradas, por exemplo. Esse 
foi um período em que as dívidas brasileiras no âmbito internacional 
cresceram significativamente.
Figura 11 – Plano piloto - Brasília
Fonte: Wikimedia Commons.
IMPORTANTE:
O principal motivo para a construção de Brasília enquanto 
uma cidade planejada era fazer com que a capital do Brasil 
deixasse de ser o Rio de Janeiro, passando assim a ser em 
Brasília, enquanto uma área mais central do Brasil.
Durante a década de 1990, a dívida pública do país aumentou de 
forma exponencial. Parte dessas dívidas pode estar relacionada com 
os gastos envolvidos junto à necessidade de manter a taxa de câmbio 
brasileira, bem como a valorização da moeda (real).
Orçamentos e Finanças Públicas
40
IMPORTANTE:
Considera-se que o período histórico em que a dívida 
pública brasileira mais evoluiu foi durante a década de 
1990, sobretudo se comparado aos períodos do Tratado de 
Panos e Vinhos, construção de Brasília ou mesmo durante 
a ditadura militar.
Limite de endividamento
É comum que as pessoas se questionem sobre como um país pode 
passar tanto tempo com uma dívida tão alta. Na realidade, as famílias não 
podem adquirir dívidas com esse perfil, obviamente porque existe um 
grande risco e muitas variáveis envolvidas, tais como, por exemplo, o risco 
de morte. No caso do Estado, essas dívidas são muito mais elevadas e 
podem ser, facilmente prolongadas por muitos anos, visto que, de certa 
forma, existe uma garantia de pagamento.
IMPORTANTE:
É extremamente natural que o governo adquira muitas 
dívidas. No entanto, é claro também que o país não pode 
apresentar dívidas que só crescem ao longo dos anos, sem 
equacioná-las. Esse é o tipo de análise que, geralmente, os 
investidores realizam. Para eles, é importante garantir que 
as dívidas, em algum momento, estabilizem-se e, ao longo 
do tempo, comecem a cair.
Muitas pessoas se questionam sobre para onde vai o dinheiro 
arrecadado pelo Estado por meio das tributações. E, na realidade, o 
maior percentual arrecadado é direcionado para juros, refinanciamento e 
amortizações da dívida pública. Os demais são direcionados, em ordem 
de prioridade, para os seguintes:
 • Previdência social (incluindo a previdência dos servidores 
públicos).
Orçamentos e Finanças Públicas
41
 • Transferências a estados e municípios.
 • Saúde.
 • Educação e outros.
Considerando o histórico
Figura 12 – Endividamento 
Fonte: Pixabay.
Sustentabilidade orçamentária
A sustentabilidade orçamentária e financeira não é desenvolvida 
por meio apenas de intenções e planos, mas se dá por meio de um 
contexto mais ampliado, que é o planejamento estratégico enquanto 
um eixo transversal. Assim, deve-se pensar na situação presente, mas 
visualizando a perspectiva futura.
Muitas vezes, a situação de crise pode fazer com que o gestor 
pense apenas em cortes, mas os cortes, de maneira mais ampla, podem 
trazer diversos problemas, tais como o comprometimento. Considerando 
uma universidade, por exemplo, podem-se colocar em risco os rumos da 
ciência.
Orçamentos e Finanças Públicas
42
IMPORTANTE:
Considera-se que, a partir do ano de 2020, o mundo inteiro 
viveu uma crise em suas diversas esferas, provocada pela 
pandemia causada pelo vírus da covid-19. Esse foi um fator 
que causou uma série de instabilidades econômicas e, 
portanto, uma crise econômica e orçamentária.
Um outro aspecto relacionado com o cenário pandêmico é que 
no ano de 2022, a projeção é que o déficit diminua bastante, sobretudo 
porque todos os gastos extras relacionados aos anos de 2020 e 2021 foram 
de despesas temporárias. Tais despesas foram autorizadas por meio de 
abertura de crédito extraordinário, o qual foi aprovado pelo orçamento de 
guerra.
RESUMINDO:
Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim 
desta seção de estudos! Neste capítulo, verificamos 
juntos a necessidade de conhecer e aprofundar seus 
conhecimentos acerca da organização do Estado e da 
Administração Pública em termos de política pública e 
gastos públicos. Buscamos estabelecer um diálogo para 
que você consiga compreender como estimar os limites de 
endividamento da máquina pública, engendrando formas, 
dentro da Lei, de assegurar as rubricas mais importantes 
para a gestão pública. Essa compreensão foi fundamental 
para que você conseguisse visualizar onde a Administração 
Pública se encaixa, bem como suas limitações e funções. 
Não se esqueça de acessar todos os links de estudos 
complementares que deixamos ao longo do seu material. 
Esse estudo ajudará a melhor desempenhar as atividades 
relacionadas à sua profissão. Bons estudos!
Orçamentos e Finanças Públicas
43
Finanças públicas e o desenvolvimento 
econômico 
OBJETIVO:
Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará 
acerca da organização do Estado e da Administração 
Pública. Ao final deste estudo, esperamos que você seja 
capaz de discernir sobre a relação entre o Estado e a 
economia, entendendo o impacto das políticas públicas 
sobre a economia. Certamente essas competências 
auxiliarão você no desempenho de sua profissão. E então? 
Motivado para desenvolver essa competência? Então 
vamos lá. 
Finanças públicas
Para iniciar esse estudo, é importante que você conheça algumas 
vertentes importantes acerca das finanças públicas e como elas estão 
vinculadas ao que toca a economia.
Veremos duas vertentes: a economia clássica e a economia 
keynesiana. Antes de adentrarmos nesse tema, é fundamental que você 
saiba que nenhuma das duas vertentes se sobrepõe à outra. Ambas 
são estudadas e válidas, a depender do contexto sob o qual está sendo 
analisada a perspectiva econômica.
Economia clássica
Adam Smith foi um dos pioneiros, no período da Revolução 
Francesa, a dialogar sobre a economia. Ele foi responsável pelo que ficou 
conhecido comoeconomia clássica. Trata-se de um modelo econômico 
a longo prazo. Alguns aspectos eram bastante difundidos por esses tipos 
de economia, tais como os seguintes:
 • Não intervenção do governo.
 • Estímulo ao livre comércio.
Orçamentos e Finanças Públicas
44
 • Mão invisível.
 • Ideia da Revolução Industrial, a qual trouxe o aumento de grandes 
empresas e aumento da produção.
 • Oferta cria demanda.
Economia keynesiana
A economia keynesiana foi desenvolvida por John Maynard Keynes 
e ficou conhecida como a teoria dos ciclos econômicos. Trata-se de 
um modelo econômico a curto prazo. De acordo com o economista, a 
economia vive em ciclos. Dessa forma, a riqueza dos países, considerando 
uma relação PIB versus tempo, passa por uma série de movimentos 
cíclicos (altos e baixos). 
De acordo com essa teoria, é papel do governo se responsabilizar 
pelos momentos em que a economia estiver em crise, por meio de 
aumentos de gastos do governo, gerando maior renda e aumentando o 
poder de consumo.
IMPORTANTE:
Esse processo cíclico pode ser observado durante a crise 
pandêmica no ano de 2020, em que diversas pessoas 
perderam seus empregos. Então o governo, por meio de 
políticas públicas, desenvolveu o programa do auxílio 
emergencial, para que as pessoas tivessem uma fonte de 
renda e, consequentemente, aumentassem seu consumo.
Junto ao processo de aumento de consumo, tende também a 
crescer o lucro das empresas e, consequentemente, aumenta-se também 
a taxa de empregabilidade do país. Basicamente, esse é o ciclo que o 
economista defendeu.
Orçamentos e Finanças Públicas
45
Figura 13– Ciclo econômico
Emprego Renda
Receita
Consumo
Investimento
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Considera-se que esse é um movimento importante, que é por meio 
da política anticíclica como alternativa de uma forte intervenção realizada 
pelo governo. Trata-se, portanto, de uma lógica de Estado grande (e não 
liberal).
VOCÊ SABIA?
É importante compreender que, de acordo com a teoria 
keynesiana, quando o PIB está elevado, é papel do governo 
organizar essas finanças para uma formação de poupança 
como forma de estabilizar a economia, a fim de que, em 
momentos de crise, o governo possa utilizar essa reserva 
para fazer o ciclo se desenvolver e estabilizar.
Conforme temos visto, a economia keynesiana começou a 
questionar a participação do governo. Esses questionamentos começaram 
a gerar alguns desconfortos, sendo o principal deles a corrupção.
Assimetria de informações
Sabe-se que o termo “assimetria” está relacionado àquilo que não 
é simétrico, evidenciando algum tipo de diferença ou não conformidade 
Orçamentos e Finanças Públicas
46
com algo que, nesse âmbito, está associado à informação. Assim, 
podemos dizer que está relacionado ao desequilíbrio de informações.
O termo “assimetria de informações” foi criado pela área da 
microeconomia e trata-se de uma teoria amplamente conhecida como 
falha de mercado, a qual pode ocorrer justamente pela falta de informação.
SAIBA MAIS:
O Prêmio Nobel de economia, no ano de 2001, foi destinado 
justamente para a teoria da falha de mercado. Quer saber 
mais sobre o prêmio e a teoria em questão? Acesse e leia. 
Disponível aqui.
Figura 14 – Desequilíbrio
Fonte: Pixabay.
Mas você saberia dizer quais são as implicações dessa falha de 
informações? Implica que, em um processo de negociações, uma das 
partes terá acesso a mais informações do que a outra. A partir daí, justifica-
se o termo “assimetria de informações”, uma vez que essa diferença tende 
a causar um desequilíbrio de mercado.
Vejamos, a seguir, duas situações em que há a ocorrência da 
assimetria de informações:
Orçamentos e Finanças Públicas
https://terracoeconomico.com.br/nobel-2001-akerlof-spence-e-stiglitz/
47
a. Seleção adversa: esse tipo acontece quando fica difícil selecionar 
quais produtos são bons e quais são considerados ruins.
Para esses casos, é bastante comum que nem todas as pessoas 
conheçam sobre carros ou motos e, na hora de comprarem, podem, 
inclusive, desconhecer os benefícios e possíveis problemas de um 
tipo de carro ou moto. O vendedor, por outro lado, deixa de passar as 
informações para o cliente, com o intuito de realizar a venda com maior 
facilidade. Nesse caso, pode-se afirmar que ocorreu uma diferença em 
termos de informações.
Por isso, por vezes, a inclusão de selos de qualidade, tais como a 
garantia de produtos, é considerada como um tipo de informação acerca 
da qualidade do produto.
Figura 15 – Garantia de produtos
 
Fonte: Pixabay.
b. Risco moral: é quando uma das partes muda de postura/
comportamento durante uma negociação. Considerando o 
exemplo do carro recém-comprado e que ainda não está com 
o seguro. Dessa forma, o proprietário tende a ser muito mais 
cauteloso com o veículo. De forma contrária, quando o veículo 
já está segurado, o proprietário já possui certa tranquilidade e 
Orçamentos e Finanças Públicas
48
diminui o zelo. Esse é o tipo de risco que a seguradora geralmente 
já coloca como estimativa.
IMPORTANTE:
Em uma teoria das relações internacionais, ficou 
reconhecido que as guerras podem ter sido causadas 
por informações assimétricas, considerando que sua 
grande maioria aconteceu porque os lideres calcularam 
erroneamente as perspectivas de vitórias devido a 
limitações nas informações utilizadas.
Dessa forma, pode-se concluir que a simetria de informações é 
essencial para o bom funcionamento da economia.
Funções do governo
Considerando a importância do mercado econômico e que 
este, consequentemente, apresenta falhas, podemos considerar que 
o mercado, por si só, não é capaz de solucionar todos os problemas 
econômicos. Entre as falhas de mercado, podemos citar as seguintes:
 • Monopólios naturais.
 • Ausência de informações.
 • Externalidades e outros.
Considerando as falhas de mercado em questão, justifica-se, na 
maioria das vezes, a necessidade de o governo realizar intervenções 
diversas. Tais intervenções podem ocorrer nas seguintes perspectivas sob 
o ponto de vista dos comportamentos econômicos por parte dos agentes:
 • Provimento.
 • Reparação.
 • Regularização/desregularização.
 • Incentivar/desincentivar.
Orçamentos e Finanças Públicas
49
Mas porque há a necessidade de o governo intervir nessas atividades 
econômicas? Antes de responder a esse questionamento, pode emergir 
outro: qual é a necessidade da existência do governo? Vejamos a seguinte 
reflexão:
A existência do governo é necessária para guiar, corrigir e 
complementar o mercado, que, sozinho, não é capaz de 
desempenhar todas as funções econômicas, funções 
estas relacionadas ao nível macroeconômico, distribuição 
de renda, estabilidade de preços e nível de emprego. 
(BOECHAT, 2016, p. 32)
Nessa perspectiva, considera-se que, para o funcionamento de 
mercado, há a necessidade do agente governamental, ainda que essa 
atuação seja apenas para o balizamento da legislação vigente para 
determinado seguimento, garantindo, assim, a execução dos contratos.
Assim, caberá ao governo algumas contrapartidas para que esse 
suporte aconteça com maior efetividade, a fim de garantir o crescimento 
e a estabilidade econômica:
 • Elevar o nível de empregabilidade.
 • Garantir equilíbrio nas transações com o interior.
 • Estabilidade nos preços.
 • Redistribuição de renda, riqueza e oportunidade mais equitativa e 
justa para a coletividade.
A partir dessas menções, torna-se possível definir as funções do 
governo.
a. Alocativa: possui a função de minimizar possíveis falhas de 
mercado. Para isso, realiza o processo de alocação de recursos 
utilizando o orçamento público e, com isso, consegue fornecer 
bens e serviços. Dessa forma, o Estado pode realizar investimentos 
em áreas em que o setor privado não faz. Essa é uma ação que 
pode auxiliar a aumentar a economia do país.
Orçamentos e Finanças Públicas
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SAIBA MAIS:
A Teoria do Bem-Estar Social busca atuarem conformidade 
com a organização econômica. Para que você amplie a 
visão sobre essa teoria, sugerimos que assista ao vídeo 
“O Estado de bem-estar social: real ou ilusão?” em que o 
jurista e doutor Silvio Luiz de Almeida traz uma discussão 
relevante sobre a temática em questão. Disponível aqui.
b. Distributiva (ou redistributiva): essa função está relacionada à 
distribuição de renda por meio do orçamento público. Para isso, 
realiza um processo de arrecadação de recursos por meio de 
cobrança de tributos (regressivo, progressivo e neutro). Com 
essa arrecadação, são redistribuídos por meio de programas e 
benefícios sociais.
 • Estabilizadora: como o próprio nome sugere, esta possui função 
de estabilizar a economia. Para acompanhar essa estabilidade, 
existem algumas variáveis a serem consideradas, tais como os 
preços (controle da inflação), empregos, taxa cambial e equilíbrio 
da gestão fiscal. Para que isso ocorra, utiliza-se uma tríade de 
informações, tais como:
 • Maior crescimento possível do PIB – em tese, acaba contribuindo 
para o bom desenvolvimento econômico.
 • Menor taxa de desemprego – a maioria dos trabalhadores 
que deseja estar no mercado de trabalho, encontra atividade 
remunerada e fortalece a venda.
 • Menor taxa de inflação – considerando que a inflação é um grave 
problema econômico.
Orçamentos e Finanças Públicas
https://www.youtube.com/watch?v=TcdqGHbIWds
51
Figura 16 - Empregabilidade
Fonte: Wikimedia Commons.
Políticas públicas e finanças
Algumas das atribuições do governo que podemos mencionar são 
as seguintes: investimentos em educação, saúde, segurança, construção 
de casas, rodovias, hospitais, pagamento de funcionários públicos e 
outras são apenas algumas das tantas atribuições do governo, as quais 
são cumpridas utilizando o dinheiro público por meio das contribuições 
(tributos).
A forma como o Estado utiliza essas receitas influencia diretamente 
na vida das pessoas e, por isso, merece nossa atenção especial ao longo 
deste estudo. Esse aspecto pode evidenciar a presença de privilégios e 
também de desigualdades, apontando o nível de poder exercido pela 
população.
Assim, as pessoas que trabalham acabam pagando muito mais 
tributos e são aquelas que menos têm poder de participação efetiva nas 
decisões políticas em termos de gastos do governo.
Orçamentos e Finanças Públicas
52
IMPORTANTE:
Um marco bem interessante no Brasil ocorreu no ano de 
2013 quando houve um aumento considerável no valor das 
passagens de transporte público. Foi uma manifestação 
popular que surtiu efeito. Esse é um exemplo clássico de 
participação popular nos gastos públicos. Foi necessário, 
então, maior investimento no setor para reduzir o valor pago 
pela população.
Figura 17 – manifestação popular
Fonte: Wikimedia Commons.
Apesar esse caso isolado, de modo geral, a população não tem 
uma participação tão ativa no que tange aos financiamentos fiscais do 
Estado e suas decisões mais básicas.
Orçamentos e Finanças Públicas
53
RESUMINDO:
Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim 
desta seção de estudos! Neste capítulo, verificamos 
juntos a necessidade de conhecer e aprofundar seus 
conhecimentos acerca da organização do Estado e da 
Administração Pública em termos de política pública 
e gastos públicos. Buscamos estabelecer um diálogo 
para que você consiga discernir sobre a relação entre o 
Estado e a economia, entendendo o impacto das políticas 
públicas sobre a economia. Para isso, estudamos as duas 
principais abordagens e vertentes econômicas: a clássica 
e a keynesiana, as quais são responsáveis por explicar o 
comportamento do governo frente a algumas situações. 
Não se esqueça de acessar todos os links de estudos 
complementares que deixamos ao longo do seu material. 
Esse estudo ajudará a melhor desempenhar as atividades 
relacionadas à sua profissão. Bons estudos!
Orçamentos e Finanças Públicas
54
REFERÊNCIAS
BOECHAT, A. M. F. et al. Políticas Públicas e Sociais. Maringá: 
UniCesumar, 2016.
FREY, K. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões 
referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento 
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SECCHI, L. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos 
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Orçamentos e Finanças Públicas
	Políticas públicas: atividades administrativas
	Conceituando as políticas públicas
	Tipos de políticas públicas
	Política pública distributiva
	Política pública regulatória
	Política pública redistributiva
	Políticas públicas constitutivas
	Responsabilidade fiscal e as políticas públicas 
	Lei de Responsabilidade Fiscal
	Influência da LRF na implementação de políticas públicas
	Ciclo da política pública
	Dívida pública e seu impacto na gestão e nas políticas sociais 
	Ajuste fiscal dos Estados
	Operação de crédito
	Histórico da dívida pública brasileira: alguns marcos importantes
	Limite de endividamento
	Sustentabilidade orçamentária
	Finanças públicas e o desenvolvimento econômico 
	Finanças públicas
	Economia clássica
	Economia keynesiana
	Assimetria de informações
	Funções do governo
	Políticas públicas e finanças

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