Buscar

Faculdade Ateneu Artigo Bullying Cris Flavia Magno 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE ATENEU – FATE
GESTÃO ESCOLAR
BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR 
Cristiane Moura Carvalho
Flávia Maria Soares de Lima
Magno Antônio Pinto
FORTALEZA - CE
FACULDADE ATENEU – FATE
GESTÃO ESCOLAR
BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR 
Projeto nº 001/13 - Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Gestão Escolar IV da Faculdade Ateneu, como requisito para obtenção do grau de pós-graduado em Gestão Escolar. Área de Concentração: Educação.
Orientadora: Ms. Lucidalva Pereira Bacelar
FORTALEZA - CE
BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR 
 Cristiane Moura Carvalho
Flávia Maria Soares de Lima
 Magno Antônio Pinto
Prof. Ms. Lucidalva Pereira Bacelar
RESUMO
O fenômeno “bullying” destaca-se cada vez mais dentro de nossas instituições escolares, sejam elas particulares ou públicas, e torna-se um importante fenômeno a ser pesquisado. Permite a avaliação de uma instituição escolar sob os aspectos da integridade, adequação, eficiência e respeito entre os alunos. O objetivo geral da pesquisa é analisar o fenômeno dentro das escolas e das atividades exercidas para amenização do problema. A metodologia utilizada na pesquisa é a bibliográfica. A pesquisa bibliográfica foi realizada através das análises dos autores citados nos capítulos. O resultado da pesquisa permitiu concluir que o fenômeno “bullying” vem sendo presença constante no meio escolar e que devemos nos atentar para tal fato e buscar possíveis soluções para o problema. Tal fato justifica-se pela constatação de que o fenômeno traz grandes transtornos à vida de cada indivíduo que sofre esse tipo de violência, por isso é necessário um estudo para que possamos ao menos estruturar um caminho para possíveis soluções desse problema social.
Palavras-Chave: Violência. Escola. Bullying.
ABSTRACT
Keywords:
�
1 INTRODUÇÃO (FLÁVIA)
�
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os estudos sobre bullying se iniciaram com pesquisas do professor Dan Olweus, da Universidade de Bergen, na Noruega (1978 a 1993) e com a campanha nacional antibullying nas escolas norueguesas. Como os estudos de observação de observação direta ou indireta são demorados, o procedimento adotado foi o uso de questionários, o que serviu para avaliar o impacto das intervenções que já vinham sendo adotadas.
Como sabemos o bullying é um problema mundial que vem se disseminando largamente nos últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado no Brasil.
Define-se como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem um motivo evidente, adotado por um ou mais alunos contras outros, causando sentimentos negativos como raiva, angústia, dor, sofrimento e em alguns casos queda do rendimento escolar (FANTE, 2005).
Segundo Fante (2005) o bullying escolar se resume em insultos, intimidações, apelidos constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuações em grupo que hostilizam e ridicularizam a vida de outros alunos, levando-os á exclusão, além de danos físicos, psíquicos e danos na aprendizagem.
Muitos psicólogos o chamam de violência moral, permitindo diferenciá-lo de brincadeiras entre iguais, propício do desenvolvimento de cada um (FANTE).
Nas escolas existem três classes que se pode distinguir de forma bem clara: os populares, que na maioria das vezes são os agressores; os neutros que são os telespectadores, que assistem as agressões e ficam caladas por medos de se tornarem as próximas vítimas e; por fim, os excluídos, que são as vítimas escolhidas pelo agressor, as quais sofrem agressões físicas e morais diariamente e na maioria das vezes não denunciam aos pais ou professores por medo e vergonha.
Por essa razão é que os educadores devem exercer seu papel com competência, estando atentos a todas as atitudes entre os alunos, inclusive no relacionamento entre eles, visando apurar se de fato são brincadeiras ou atitudes que podem afetar a parte psicológica do aluno, trazendo assim prejuízos ao processo educacional da criança. Não é tarefa fácil evidenciar os agressores, os telespectadores e as vítimas, pois quase sempre eles se recusam a falar a respeito do assunto. Sendo assim surge a importância de estudos para identificar e combater esse fenômeno que sempre existiu, mas, infelizmente, sua proporção vem aumentando a cada dia a nível global.
Diante de estudos pode se afirmar que as vitimas do bullying apresenta dois tipos de reações, as adoecedoras e as transcendentes. 
As reações adoecedoras, são aquelas onde as vitimas não recebem apoio e não resistem a tantos insultos e agressões e acabam por desenvolver doenças psíquicas que podem até mesmo provocar o suicídio. De acordo com Silva (2010) o jovem que não recebe apoio familiar ou incentivo escolar para desenvolver seus talentos, dificilmente conseguirá despertar seu poder de resiliência e acionar mecanismos de defesa positivos que o levem à superação dos obstáculos. Dessa forma, os agressores devem analisar bem suas atitudes perante suas vitimas, pois além de ser o responsável da autodestruição de um ser humano, pode se tornar o responsável pela morte de vários seres humanos. Não que se queira culpar os agressores por todos os terrores existentes dentro do âmbito escolar, mas atribui-se sim uma grande parcela de culpa aos agressores, pois diante de estudos pode se afirmar que um ser humano que já tem um histórico em sua família de pessoas com problemas psicológicos, pode com as agressões constantes desenvolver um quadro doentio de esquizofrenia, doença essa que afeta as emoções, o pensamento, as percepções e o comportamento do indivíduo. Em relação às reações transcendentes observa-se que algumas vítimas dessa violência conseguem superar e aprender com os sofrimentos vivenciados por ações do bullying, que são chamados excluídos resilientes. Acredita-se que muitas dessas pessoas farão diferença em suas comunidades e até mesmo na sociedade como um todo, porém, por maior que seja sua ascensão não há sucesso que faça esquecer ou apagar da memória o sofrimento vivenciado por uma criança que foi afetada pela violência do bullying.
3 METODOLOGIA
Sabemos sem nenhuma dúvida o quanto a educação é uma questão universal e de fundamental importância para a existência e desenvolvimento da sociedade.
Na opinião da autora Silvia Cipolla (2001, p.50) “... toda sociedade precisa zelar pela formação de cada um dos seus indivíduos, deve auxiliar no desenvolvimento de suas capacidades espirituais e físicas, precisam prepará-los para uma participação transformadora e ativa nas várias pressões da vida social.”
A escola e seus profissionais, de fato, são capazes de compor um universo oportuno que seja capaz de desenvolver o aluno e suas aprendizagens. Mesmo hoje vivendo em uma sociedade avançada, vivemos também uma realidade contrária, pois ainda encontramos um alto nível de violência dentro de nossas escolas, e um número considerável de alunos violentos e agressivos. E qual a razão? Porque a violência esta cada dia mais presente em nossas vidas. Em relação ao bullying, muitos são os casos que a vítima precisa mudar de cidade ou de estado. E em relação a sua vida social e aprendizagem? É seriamente afetada, surgindo assim a falta de interesse de todos os lados, seja pessoal ou social, reagindo de forma violenta e com diferentes tipos de agressões ou vivem em reclusão.
Portanto, usaremos como estudo a pesquisa bibliográfica, buscaremos diante da visão de diferentes autores conhecer e examinar o comportamento e atitudes dos alunos no ambiente escolar, seu relacionamento com o outro, como a direção, com o corpo docente e todos os demais funcionários. 
Assim, desenvolveremos uma pesquisa etnográfica para entendermos ossignificados, razões e valores que esse problema oferece para esses indivíduos, sejam eles agressores ou agredidos.
4 A ESCOLA ESTÁ SENSÍVEL AO “BULLYING” NAS RELAÇÕES PROFESSORESA E ALUNOS.
O fenômeno “bullying” pode ser conceituado de diversas maneiras em determinados países, no Brasil foi adotado o nome de “bullying”, na França, chamado de “harcelè-ment”, na Itália de “prepotenza” ou “bullismo”, no Japão de “yime”, na Alemanha de “agressioner unter schulern” e em Portugal de “maus-tratos entre pares”.
Na contemporaneidade, frequentemente as escolas tem mostrado sensibilidade ao problema, pois seus educadores vêm se reunindo para discutirem e refletirem sobre as questões que levam aos atos de violência nas escolas e o que verdadeiramente os motivam. São analisados os aspectos do “bullying” para que não sejam confundidos como atos de indisciplina. Mas, sim, atos de diferentes agressões que provém de algum tipo de humilhação. A observação deve ser séria, atenta e constante. Não se pode deixar passar nenhum detalhe sequer, não se pode deixar por muito tempo sem percebê-lo, pois assim, a vítima sofrerá, ainda mais, se tornando um indivíduo fragilizado, já estando marcada pela dor das agressões, pelo medo, com baixa auto-estima. Somam-se a esses efeitos o comprometimento da aprendizagem, e, em casos mais graves, culminando com suicídios e homicídios, tornando-se fatos jornalísticos, diante de tatos problemas a escola vem buscando possíveis soluções para tal problema.
Não é de hoje que nas escolas existam os risos, piadas, apelidos, gozações e fofocas de alguns alunos em relação a outros. Quem nunca os fez, os presenciou ou foi vítima? Quem nunca passou por isso, por exemplo, por ser magro demais ou obeso, ou por usar óculos? Quem nunca foi autor ou vítima dessas brincadeiras maldosas? E por mais que tenham sido consideradas apenas como um momento de descontração, para muitos educadores essas “brincadeirinhas” nada tem nada de inocente. Esse tipo de comportamento, divertido apenas para quem os pratica, é na realidade ofensivo, humilhante, desmoralizante e cruel. Não podendo ser visto como algo normal, natural ou ignorado, pois já tomou conta de todo o mundo, tornou-se um grave e preocupante problema social.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’S),
O convívio escolar pretendido depende do estabelecimento de regras e normas de funcionamento e de comportamento que sejam coerentes com os objetivos definidos do projeto educativo. A comunicação clara dessas normas possibilita a compreensão pelos alunos das atitudes de disciplina demonstradas pelos professores dentro e fora da classe (MEC, 1998, p.92).
Por mais difícil que seja acreditar, é certo afirmar que a escola, se particular ou pública, ao invés de ser um espaço de ensino e aprendizagem vem se tornado um lugar de agressões e de conflitos entre alunos e alunos com professores. Assim, é importante afirmar que essa violência tem raízes no ambiente tanto familiar como social em que o agressor vive. E qual a solução? Não é necessário apenas o saber e as experiências vividas por nossos educadores e suas habilidades, já que o problema logo que surge se espalha rapidamente entre os indivíduos que compõe esse contexto. Assim, surgem logo os palavrões, xingamentos, calúnias, provocações de várias formas, desrespeito, ameaças direcionadas aos professores e entre os próprios alunos. Torna-se fundamental ampliar os conhecimentos sobre o problema em questão, desvelando o silêncio que a envolve. 
 Como já foi apresentado, nas últimas décadas tem aumentado crescentemente o número de casos de violências nas escolas, dentre as quais destacamos com maior ênfase o “bullying”. Tal fenômeno tem atingido os mais diferentes e distintos países de alto desenvolvimento, tanto social como econômico, bem como, nas realidades econômica e socialmente desfavorecidas. São atos de violência intencionais e repetitivos contra uma ou mais vítimas e que são impossibilitados de se defenderem dessas agressões sofridas. Os mais fortes utilizam os que são considerados mais fracos como fantoches de diversão com a intenção de usar apelidos maldosos, atos desumanos, excluir, maltratar, humilhar, inferiorizar, amedrontar e perseguir as vítimas. É, portanto, uma violência moral, uma forma intencional e repetitiva de ações agressivas, sejam elas dentro ou fora da escola.
Os fatores que mais se destacam e se associam ao crescimento desse tipo de violência, segundo a literatura especializada vai desde a carência do Estado para administrar e prevenir tais problemas, problemas familiares, desigualdade social, o elevado índice de desemprego e uma maioria vivendo em situações de miséria. Esses fatores vêm se tornando cada dia mais visíveis e alarmantes, fazendo com que essa violência torne-se ainda mais preocupante e relevante em nosso meio, e em especial em nosso meio escolar.
Para a autora e psiquiatra, Silva,
Os principais problemas que a vitima do Bullying enfrenta são os mais variados e depende muito de como cada indivíduo reage em relação às intensidades das agressões. Os agressores procuram suas vítimas que se encontram em desigualdade de poder e que apresentam baixa auto-estima, essa violência é um ato covarde. Com isso as vítimas passam a não ter mais interesse pela escola, dores de cabeça, insônia, problemas psíquicos e comportamentais, depressão, anorexia, bulimia, fobia escolar e social e ansiedade generalizada. O Bullying pode agravar problemas já existentes, em casos mais graves, a vítima pode apresentar quadro de esquizofrenia, homicídio e suicídio (SILVA 2010, p.25).
Seja qual for o tipo de violência abordada, como o “bullying”, pode acontecer nas mais diferentes instâncias da sociedade. A classe atingida pode ser qualquer uma, rica ou pobre, rural ou pode ocorrer no meio urbano. Esse tipo de violência não escolhe cor ou raça e nem onde vai atuar, simplesmente acontece e com ela suas consequências traumáticas. O certo é que ela está presente nos mais variados grupos, escolas, países e culturas. Os agressores escolhem suas vítimas assim, por estar em desigualdade de poder, econômico, idade ou porte físico. Geralmente são indivíduos tímidos, “nerds” ou de orientação sexual diferente, tornando-as pessoas de baixa auto-estima e vulneráveis aos ofensores. O certo é que, as vítimas são aquelas que não sabem se defender e nem bater de frente com esses agressores.
Em seu livro Bullying: mentes perigosas, Silva, nos fala dos diferentes tipos de “bullying”, como o verbal, físico e o virtual, e enfatiza que:
Todas as vítimas que sofrem os ataques do Bullying levarão profundas marcas de agressões pelo resto de suas vidas e precisarão de apoio psicológico para superar o problema. Uma nova forma de violência que vem ganhando espaço é o bullying virtual ou ciberbullying, ataques que ocorrem através de ferramentas como celulares ou máquinas fotográficas e internet. São difamações que se propagam instantaneamente multiplicando ainda mais o sofrimento das vítimas. Quem pratica esse tipo de violência permanece no anonimato e atinge a vítima de todas as formas possíveis (SILVA 2010, p.23-24).
O fenômeno “bullying” acontece também em alguns ambientes familiares. Os filhos já saem de casa seres agressivos e ásperos, sem nenhum respeito ao próximo. Alguns pais, não garantem aos filhos uma conduta moralmente aceita pela sociedade, necessária para educar com qualidade seus filhos. Não os passam responsabilidades e nem se impõem diante das atitudes de seus filhos. Quando a criança ou o adolescente convive em um ambiente de agressão, desunião e falta de respeito consequentemente poderá vir a reproduzir esse comportamento lá fora, que se soma às turbulências e tensões do mundo.
Como foi explicado o “bullying” é um determinado tipo de violência que, infelizmente, acontece em nossas instituições escolares, que em casos extremos, transita da humilhação verbal a violência física com efeitos severos tanto para o agredido quanto para o agressor.
Acrescenta-sea isso, os impactos que o “bullying” acarreta entre os envolvidos indiretamente, como por exemplo, a família do agredido. Um dos acontecimentos ilustrativos foi o incidente no shopping em Brasília, no qual os pais de uma vítima do “bullying” assumiram as “dores” do filho, constantemente apelidado de diferentes formas, e partiram para agredir o agressor. Assim, volta e meia, há a pancadaria seja em qualquer lugar. Nossos educadores têm observado as formas de como essa violência vem se desenvolvendo em nossas escolas, partindo tanto de meninos como de meninas. A forma de como nossos alunos trata verbalmente seus colegas, física, material, psicológica, moral, sexual e até mesmo virtualmente são aspectos que sensibilizam e deixam mais atento o olhar de nossos gestores.
O certo é que a agressão muitas vezes acontece de onde mais se deveria vir o melhor exemplo aos filhos. Imagina-se então, o tipo de ensinamentos que esses pais dão aos seus filhos e que eles vão levar por toda a sua vida. Nota-se que na ausência de argumento é mais fácil solucionar um problema se apelando para a agressão física ou deixando que a escola resolva. E, mesmo que esse triste episódio tenha acontecido fora da escola ele não deve ser ignorado pela mesma. 
Com o comportamento, muitas vezes, permissivo dos pais, os filhos crescem mais exigentes e individualistas. Para mudar esse comportamento é preciso primeiro que seja analisado o que acontece dentro do ambiente familiar. Ocorre que,
Os pais, muitas vezes, não questionam suas próprias condutas e valores, eximindo-se da responsabilidade de educadores. Por outro lado, este ambiente doméstico também pode ser extremamente hostil e desestruturado, e é ali que a criança está se desenvolvendo. O resultado disso é bombástico: os filhos tendem a se comportar em sociedade de acordo com os modelos domésticos. Muitos deles não se preocupam com as regras sociais, não refletem sobre a necessidade delas no convívio coletivo e sequer se preocupam com as conseqüências dos seus atos. É obrigação de todos auxiliá-los e conduzi-los na construção de uma sociedade mais justa e menos violenta (SILVA 2010, p.32).
No âmbito da escola, esse fenômeno vem atingindo os que sofrem agressões verbais e mesmo física por parte de seus próprios alunos ou mesmo por seus responsáveis, por isso uma preocupação maior das escolas na busca de possíveis soluções para esse problema. 
Uma das principais características que essas crianças agressoras (os bullies) costumam apresentar é:
Na escola, elas costumam fazer brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos. Perturbam e intimidam, por meio de violência física ou psicológica. Furtam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser populares na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio. Já no ambiente domestico, mantém atitudes desafiadoras e agressivas. São arrogantes ao agir, falar e se vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de forma convincente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos. (SILVA 2010, p.22)
O que podemos salientar é que esse tipo de agressão faz tempo que existe, e quem nunca viveu um momento assim em seu grupo escolar? Aquele indivíduo que usasse óculos, que fosse bem arrumadinho, que fosse obeso ou o dito o melhor da sala, era a próxima vítima.
 Há algum tempo atrás, contudo o que acontecia era assim: os pais, mesmo em casa, tranquilizavam os ânimos de seus filhos e o tempo era quem resolvia todos esses problemas. Hoje, no momento em que consideramos viver em uma sociedade moderna e civilizada, parece que as pessoas vivem à beira de um ataque de nervos, que a qualquer momento vão explodir por nada, sem antes tentar um diálogo com o outro. Infelizmente é notória a falta de respeito entre os seres humanos. Os pais acabam passando essa violência aos seus filhos e se as escolas não intervierem, estarão simplesmente negando o seu papel de instituição educacional. Fica a pergunta: quantas vezes essas cenas irão se repetir? Infelizmente essa é uma prática que vem se destacando em nossa atual sociedade. As pessoas vítimas do “bullying” nem sempre contam seu problema, pois preferem se tornar reféns, não pede ajuda e sofrem sozinhas. Pensando e agindo assim, terão mais problemas, vivenciarão mais humilhações e em nada ajudarão a escola na busca de soluções para esse fenômeno. 
Mesmo com todos esses casos, são nas escolas que o problema torna-se ainda maior e complexo ao ponto de chamar a atenção significativa da mídia e da sociedade. Onde deveria ser um espaço de ensino, aprendizagem e troca de conhecimentos muitas vezes transforma-se em um “campo de batalha”. “Bullying” é considerado assim, muito mais do que uma violência, é um ato covarde de indivíduos ameaçarem, violentarem e humilharem o outro. Acontece das formas mais variadas, sejam como violência física, rótulos, ataques verbais, intimação, extorsão, roubo de objetos ou rejeição pelo grupo. O mais complicado e terrível de acreditar é que esses atos de violência acontecem, por exemplo, entre as crianças, de vários outros países. Nem sempre pais ou educadores percebem ou conseguem lidar com esse tipo de problema.
O “bullying” escolar acontece desde os tempos mais antigos da historia de nossas instituições de ensino, mas a partir dos anos de 1980 que passa a ser objeto de estudo em todo mundo, devido a sua enorme proporção dentro de nossas escolas. O individualismo é um forte fator que propicia essa prática destorcendo assim, os valores éticos. Para Silva, “vivemos em tempos velozes, com grandes mudanças em todas as esferas sociais, por isso, a educação se tornou rapidamente ultrapassada, confusa, sem parâmetros ou limites” (2010, p.30).
Ainda, segundo Silva, o “bullying” é uma forma de tortura, que leva a vítima a odiar ainda mais o contexto escolar. A pessoa que o pratica é aquela que se acha o “fortão”, que sente profunda necessidade de agredir os mais fracos que não conseguem se defender, tornando fácil intimidá-los. Geralmente a vítima não tem como fugir, não expõe o problema para os pais ou para os professores, seja por receio das ameaças ou por vergonha, condenando-se a solidão, ao medo e ao ódio. No ambiente escolar o que mais é presenciado por professores e alunos são as manifestações do “bullying” por meio de apelidos impostos pelos próprios colegas para denegrir a imagem do outro. A escola deve se posicionar contra o “bullying” e ajudar as vítimas, crianças e adolescentes, principalmente aquelas que apresentam problemas de auto-estima.
É certo afirmar que nossas instituições, como a escola, a família, as organizações de uma maneira em geral, passam por esse problema, por isso tem um papel imprescindível para evitar o “bullying”.
A escola é corresponsável nos casos do bulying, pois é nela que os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam. É ali que os alunos deveriam aprender a conviver em grupo, respeitar as diferenças, entender o verdadeiro sentido da tolerância em seus relacionamentos interpessoais, que os norteiam para uma vida ética e responsável. Infelizmente, a instituição escolar é o cenário principal dessa tragédia endêmica, que por omissão ou convivência, facilita a sua disseminação. A direção da escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar os pais, o Conselho Tutelar, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc. admitir que o bullying ocorre em 100% das escolas do mundo todo (públicas ou privadas) é o primeiro passo para o sucesso contra essa prática indecorosa. Mudanças estruturais educacionais são imprescindíveis (SILVA 2010, p.45).
As histórias sobre essa violência estão cada vez mais presentes em nosso meio, mas infelizmente muitos pais e alguns educadores não conseguemidentificar o problema mais cedo ou não procuram se informar sobre esse assunto. Já existem até bibliografias e manuais de informações sobre o assunto, mas muitos ainda são leigos no mesmo. Muitos educadores não sabem como tratar seus alunos, não os tratam com respeito e nem os ensinam a tratar bem seus próprios colegas, alguns mal falam com seus alunos ou se falam é com certo ar de rispidez e com isso eles fazem a mesma coisa com seus colegas de classe.
Os meninos em relação às meninas são os maiores causadores de bullying, pois se consideram mais fortes e superiores, já, no caso delas, as mesmas praticam, mas, de uma forma menos violenta que eles, o certo é que independente do sexo esse tipo de comportamento não deveria existir dentro de nossas escolas.
Assim, tanto meninos como meninas praticam o “bullying”, cada um a seu modo:
Estudos revelam um pequeno predomínio dos meninos sobre as meninas. No entanto, por serem mais agressivos e utilizarem a força física, as atitudes dos meninos são mais visíveis. Já as meninas, costumam fazer bullying mais na base de intrigas, fofocas e isolamento das colegas. Podem, com isso, passar despercebidas, tanto na escola quanto no ambiente doméstico (SILVA 2010, p.21).
Como se não bastassem às formas agressivas e o mal que o “bullying” causa no indivíduo, outro fenômeno vem ganhando ainda mais espaço e ênfase em nosso meio, que por mais que aconteça fora da escola suas reações são vistas dentro de nossa escola, o “ciberbullying” ou simplesmente, o “bullying virtual”. Os ataques e agressões acontecem por meios avançados de nossa tecnologia, como: máquinas digitais, filmadoras, celulares e principalmente pela internet (e-mail, vídeos em sites ou sites de relacionamento). Todos esses fatores difamam com uma rapidez considerável, instantaneamente, multiplicando completamente o sentimento de humilhação de suas vítimas. Esse novo método cruel, o “ciberbullying”, vai muito mais além do que se possa imaginar, ultrapassa a instituição escolar, ridiculariza a vítima a um escândalo ainda maior tanto na sociedade como no meio em que vive. Difícil ainda é aceitar o pior: a ausência de punição. Os agressores ficam no anonimato, sem nenhuma vergonha ou constrangimento de seus atos perversos, mas, para a vítima a conseqüência é ainda maior e seus traumas são tragicamente dramáticos.
Na visão de alguns professores, uma das principais razões e motivos que levam os jovens a serem agressores, também vem da criação de seus responsáveis, os pais, pois eles não estabelecem limites em seus processos educacionais, em função da ausência de um modelo de educação que contribua para a auto-realização com atitudes socialmente solidárias, positivas e produtivas, pois esses agressores buscam em suas ações maldosas, formas de adquirir status e poder, ficar em evidência, reproduzindo esse modelo egoísta na sociedade e ainda há aqueles que passam por dificuldades e sofrimentos, como a separação, em alguns casos, traumática dos pais, recursos financeiros precários, doenças na família ou mesmo intrigas no seu contexto familiar, assim, a violência praticada por eles é, portanto, circunstancial e para concluir, mas, não menos importante e nem menos perversa, encontramos uma pequena parte desses opressores, crianças, jovens ou adultos, que nos apresentam a transgressão como alicerce estrutural de suas diferentes personalidades, para esses, identificamos a ausência de empatia, de respeito e de amor com o próximo.
Para os agredidos as consequências são as mais diversas, consequencias essas, que dependem muito da personalidade da vítima, de suas experiências e de como e com quanta intensidade foram realizadas essa violência. Todas as vítimas, sem nenhuma exceção, sofrem com seus ataques, contudo, as marcas profundas e uma urgente necessidade de acompanhamento psicológico ou mesmo psiquiátrico para, a possível, superação do problema e dos traumas.
Há também muitos outros problemas que advêm em decorrência do “bullyng” como: a falta de interesse pela instituição, problemas indisciplinares, pânico, depressão, bulimia, anorexia, fobia escolar e/ou social, ansiedade, entre outros. Essa violência tão cruel pode agravar ainda mais problemas já existentes, como stress de muito tempo e alguns quadros de esquizofrenia.
Pais e professores precisam perceber a tempo quando uma criança ou adolescente está sofrendo “bullying” e o tipo de comportamento que ele passa a manifestar. Por isso, devem atentar para os seguintes sinais: reclamações frequentes de dores de cabeça, dor de estômago, enjôo, tonturas, ausência de apetite, vômito e insônia. Geralmente esses sintomas se agravam quando a vítima precisa ir à escola, ocasionando nesse momento, oscilações em seu estado de humor, explosões de raiva e irritações constantes. Junto a esses sintomas, essas pessoas acabam ficando sem amigos e isoladas. São excluídas de festas, passeios ou viagens escolares. Como fuga para esses problemas, passam a gastar a mais do que o habitual e a apresentar as mais variadas desculpas e situações, como doenças, para faltarem às aulas. No entanto, quando o problema se apresenta no contexto escolar, geralmente, na hora do recreio, um dos pontos mais cruciais, pois, são isoladas dos grupos, não sala de aula são retraídas, com ausências frequentes, são tristes, deprimidos, aflitos e sem ânimo, não participam de atividades esportivas ou são mesmo já excluídos por seus colegas, causando o desinteresse e em casos mais dramáticos encontramos vítimas com suas roupas danificadas e em seu corpo hematomas, cortes e arranhões.
No caso do agressor, os pais devem observar o comportamento dos filhos, o tipo de agressor que ele é, para assim, evitar que ele cometa o “bullying”.
A maioria se comporta assim por nítida falta de limites. Outros não têm um modelo educacional que associe auto-realização pessoal com atitudes socialmente produtivas e solidárias. O agressor também pode estar vivenciando momentos de dificuldades circunstanciais (como doenças na família, separação dos pais ou estar sofrendo bullying também). Uma minoria, porém é, composta por transgressores sociais com estrutura de personalidade genuinamente maldosa (chamada transtorno da conduta ou delinquência). Em todos dos casos, o problema requer uma postura atenta e proativa por parte dos pais (SILVA 2010, p.63).
O fato é que nas escolas os bullies (os agressores) continuam com suas brincadeiras desagradáveis, fazem gozações, criam apelidos pejorativos, difamam, constrangem, ameaçam e menosprezam alguns alunos. Acontece também o caso de roubos de dinheiro, lanches ou objetos das vítimas. E o pior, é que se tornam super conhecidos, populares na escola e enturmados, pois se divertem com o sofrimento alheio. E em seu ambiente familiar, costumam também ter atitudes desafiadoras e agressivas com seus familiares, possuem comportamento arrogante e necessitam sempre demonstrar superioridade. Manipulam pessoas e sempre estão no meio de confusões. Podendo, inclusive, chegar a sua própria casa com algo que não os pertencem e são muito convincentes em suas mentiras.
Sabemos que esse tipo de violência já é considerado um fenômeno universal, pois acontece em todas as partes do mundo. O “bullying” não existe apenas nas escolas públicas, ele não escolhe ambiente escolar, acontece também nas instituições particulares, a única diferença é como elas se comportam frente a tal violência. Nas escolas públicas, o que é de se surpreender, as instituições já contam com a ajuda de profissionais, de uma orientação mais efetiva, da ajuda de Conselhos, Delegacias da Criança e do Adolescente.
Nos EUA”, os casos são dramáticos. Ocorrem com frequência homicídios coletivos, pois os jovens conseguem com muita facilidade armas de fogo. Na Europa, outro exemplo de potência, tal violência se manifesta da seguinte forma: na segregação social. No nosso país, o Brasil, observa-se as crescentes manifestações iguais as dos outros países aqui citados, mas ainda com algumas diferenças: o uso de armasbrancas maiores que as armas de fogo. Nota-se também, a violência na forma de discriminação social, que aparece muito em escolas particulares, onde o poder aquisitivo fala mais alto, onde alguns são desfavorecidos desse poder, sofrem por seus hábitos culturais ou suas expressões típicas de sua região. Por esses e por tantos outros motivos, é que as características do “bullying” devem ser analisadas de maneira individual, pois acontecem de diversas formas, necessitando assim, de ações efetivas para o enfrentamento dessa forma de violência no contexto escolar.
Pais e professores devem tentar identificar logo de início esse problema, a observação é muito importante nesse momento, por isso pais e educadores devem conversar entre si sobre o comportamento da criança, é fundamental também o diálogo com a vítima. Não se deve hesitar a busca de ajuda de um profissional. De acordo com o comprometimento psicológico, é recomendável que os pais procurem um profissional na área de saúde mental para que a criança/adolescente venha a superar seus traumas e transtornos.
Faz-se necessário também, ajudar o agressor, a percepção do talento, desse indivíduo, deve ser estimulado no sentido de resgatar sua auto-estima, a desenvolver suas habilidades, reconstruir sua identidade social, objetivando torná-lo um cidadão melhor, ajudando-o a conviver melhor com os outros, com a sociedade e em paz consigo mesmo. Nesse momento, a escola junto com os pais, exercem um papel importante na vida desse indivíduo.
Além das vítimas, que em sua grande maioria são crianças com baixa auto-estima, os próprios agressores também têm esse mesmo tipo de problema.
Alguns agressores foram ou ainda são vítimas de bullying e acabam por praticar os mesmos atos contra alunos mais frágeis do que eles, na tentativa de ganhar respeito ou por agressividade contida. Outros podem estar vivenciando momentos difíceis em seus próprios lares, descarregando essa frustração em seus pares. E existem aqueles que seguem os “mentores” das agressões por medo de serem as próximas vítimas ou ainda para se tornarem mais populares (SILVA 2010, p.20).
Mas a final qual o papel da escola? O que fazer para evitar esse tipo de problema? Será que tem solução? E qual o papel da sociedade para esse tipo de comportamento? Enfim, o que se sabe é que a escola também é responsável nesses casos, pois é em seu ambiente que muitos indivíduos formam seu caráter agressivo e manipuladores. A direção da escola junto com os professores deve convocar os pais, os Conselhos e os órgãos de proteção para juntos tentarem solucionar esse problema. Esses procedimentos ajudam a escola a punir seus agressores, inibir o crescimento da violência e a questão da criminalidade é de contra ordem. Mas, se na instituição afetada nada fizer para mudar e ajudar seus alunos agressores estará omitindo sua responsabilidade de formação. Em relação à sociedade, essa prática só vem ocorrendo devido ao individualismo, o preconceito em relação às diferentes culturas e a falta de respeito com o outro. 
Hoje o que se valoriza mais é o ter e não o ser, os valores éticos estão se perdendo e isso é alarmante. Vivemos em um mundo que não para, que gira em torno de mudanças todos os dias, em todas as esferas. Os pais parecem que cada dia mais se tornam permissivos para seus filhos e esses muito mais exigentes, agressivos, individualistas e difíceis de lidar. Nossas crianças mostram o exemplo que tem em casa para nossa sociedade, se vivem em ambientes onde impera o diálogo serão indivíduos melhores, mas, caso contrário serão pessoas agressivas e de difíceis aceitações. Regra social para alguns já nem existem mais, não querem viver em coletivo, não se preocupam com o outro e nem pensam sobre o que suas agressões podem fazer com o próximo. Precisa-se que a sociedade transmita as novas gerações valores mais éticos, responsáveis e de maior preocupação com o próximo. 
É absolutamente necessária uma parceria entre a família e a escola, o olhar desses “educadores” deve ser atento, sensível, afetivo e acolhedor dos medos e das angústias da vítima. Não se pode negar a realidade dos fatos, nem tentar resolver esse problema cada um a sua maneira, e principalmente, não se pode diagnosticar essa situação apenas como brincadeiras de mau gosto ou inofensivas. Esse tipo de violência nos leva a uma análise de nossos pensamentos, atos, preconceitos, sentimentos e atitudes. Nossas reflexões nos mostram nossa responsabilidade pelo comportamento de nossos filhos/alunos e pelas tragédias por eles efetuadas. Muitos são os pais culpados por esse tipo de comportamento ou porque omitem, ou por fingirem não ver o que acontece em sua própria casa, ou pela agressividade ou mesmo pelo silêncio. Mas, são esses mesmos pais que podem ajudar seus filhos a superar esse sofrimento.
A identificação precoce do bullying pelos responsáveis é de suma importância. As crianças normalmente não contam aos pais o sofrimento vivenciado na escola, por medo de represálias e por vergonha. A observação dos pais sobre o comportamento dos filhos é fundamental, bem como o dialogo franco entre eles. Se for necessário, buscar ajuda profissional, com psiquiatras e psicólogos, para superar traumas, marcas profundas e transtornos psíquicos. A percepção do talento inato desses jovens pode fazer grandes diferenças lá na frente. Os adultos devem sempre estimulá-los e procurar métodos eficazes para que esse dom seja exercido. Isso vale tanto para que se sintam melhores consigo mesmos quanto para que se desenvolvam, com maior eficácia, toda a potencialidade que eles manifestam desde cedo (SILVA 2010, p.72).
Somos ao mesmo tempo vítimas e testemunhas desses atos violentos, somos os principais indivíduos que vivem em meio à violência de qualquer natureza. O mundo no qual vivemos não é perfeito e a instituição escolar pode se tornar um espaço sombrio e desestimulante.
Existe uma grande diferença entre as brincadeiras consideradas saudáveis que são bem diferentes das que são praticadas pelo “bullying” e isso faz parte de nossa vida desde a infância e por toda nossa caminhada. Não podemos permitir que um ato infeliz seja ignorado, pois se assim fizermos estaremos contribuindo para o avanço dessa violência. As cicatrizes devem ser curadas com afeto, acolhimento e com a perspectiva de uma nova história.
Várias são as reportagens que “batizam” o “bullying” como uma “brincadeira que machuca a alma”, deixando marcas dolorosas, infelizes, trágicas e profundas na vida de quem sofre essa violência, principalmente na própria sala de aula, é necessária uma urgente intervenção por parte da escola, entre diretores, professores e coordenadores, e também pela comunidade. Deve-se combater sem medir forças o “bullying”, é uma questão de justiça, é necessário identificá-lo para que se possa prevenir acabar com esse terrível fenômeno social. É preciso que ajude o jovem a mudar, a ver as pessoas e o mundo com outros olhos, que sejam mais solidários e flexíveis com os outros seres, afinal são esses mesmo jovens que delinearão a sociedade em que vivem, e como será no futuro. Temos que ajudá-los na condução de sociedade mais justa e de paz, por isso, não só é papel da escola como de toda sociedade, de todos nós.
Infelizmente essas agressões não refletem apenas em nossas vidas, mas, também na vida de outras pessoas, as consequências e os traumas um dia voltam quando menos se espera na vida de quem foi o agressor. Não podemos desperdiçar os dias vividos, os momentos que damos amor, precisamos acolher o outro, esquecer os medos e o egoísmo, devemos arriscar e acreditar mais no próximo. Temos que praticar o bem e assim, colhermos o bem para nossas vidas e não cultivarmos o mal quando não lutamos pela vida, pelo sentimento de esperança. O mundo hoje no qual fazemos parte não é um lugar perigoso de se viver, não por causa das pessoas que praticam o mal, mas por aqueles que observam e deixam o mal acontecer sem intervir.
Brincadeiras e apelidos maldosos só machucam e desmoralizama alma por toda sua vida e nada tem a acrescentar ou enriquecer alguém, mas há os apelidos carinhosos que acariciam, tranquilizam e fazem um bem enorme a alma, se tornando comuns entre familiares e amigos, carregados de afeto, amor, carinho, respeito e intimidade entre essas pessoas mais próximas. Assim, esse tipo de comportamento de respeito com o outro, consequentemente melhoram a relação entre os indivíduos e o convívio entre eles. Nossa sociedade precisa apenas respeitar e acolher com amor e respeito os seres que nela estão inseridos.
Portanto, afirmamos que o “bullying” na relação aluno-professor é uma violência estrutural que faz parte do ambiente escolar, que é fruto da desestruturação familiar e social, das desigualdades sociais, dos preconceitos, do desemprego, da pobreza e da fome, de valores opostos, da falta de estrutura em nossas escolas, da falta de respeito com os nossos docentes, da formação precária de nossos professores e até mesmo despreparados para lidarem com questões extracurriculares que buscam muito mais que a formação curricular e científica, precisa-se de uma formação ampla e interdisciplinar para esses professores, para que tenham habilidades e funcionem como mediadores em situações de conflitos e de violência, contribuindo para a formação do jovem de hoje e cidadão ético e com responsabilidade social de amanhã.
�
5 A AÇÃO DOS GESTORES TEM SIDO EFICAZ NO COMBATE AO “BULLYING”. (MAGNO)
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise de nossas leituras sobre o assunto, pôde-se observar que as atitudes docentes previnem e combatem o bullying no espaço escolar. Nessas mesmas observações, foi possível verificar se as opiniões dos professores condizem realmente com suas práticas.
Torna-se necessária a consciência de que o papel da gestão e do professor é de fundamental importância para se obter no ambiente escolar um clima de respeito mútuo e solidário, fazendo com que seus alunos aprendam a importância de se respeitar o colega, de dialogar com o outro ao invés de ofender e brigar é fundamental tanto ao educador como ao futuro educador.
O educador deve envolver o aluno, fazer de sua sala de aula um lugar onde eles possam sentir-se bem, tranquilos e felizes, pois só assim o processo educativo e a relação aluno/professor não sofrerão consequências contrárias.
Com a seguinte pesquisa pôde-se observar que o bullying é um problema, nos dias atuais, bastante conhecido, entre gestores, professores, pais, agressores e agredidos. Assim, encontramos gestores e professores atuantes e preocupados com o desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos. 
Lembramos que para prevenirmos o bullying em sala de aula, não é apenas necessário que o professor conheça todo o significado do contexto bullying, seus motivos e suas consequências, pois esse fenômeno como já foi citado é o desrespeito ao próximo, a não aceitação das diferenças, sejam elas físicas, sociais ou religiosas. Para ao menos prevenirmos tal problema trona-se necessária uma postura da gestão e do professor com relação aos alunos, juntamente a um trabalho minucioso com os mesmos.
Desejamos que com esse trabalho de pesquisa, termos contribuído com a ampliação e a reflexão sobre a importância do papel da gestão e do professor em relação ao bullying e de suas atitudes em relação ao comportamento de seus alunos, já que ficou comprovado através da literatura que no ambiente escolar acontecem casos de bullying entre os alunos. Indicamos ainda que os professores em conjunto com os gestores devam trabalhar com seus alunos os direitos de cada um, com discussão em sala, enfatizando a importância do respeito à diferença do próximo e aceitação da particularidade de cada indivíduo sem ofensas sobre essas diferenças. 
Por fim, chegamos à conclusão de que nossos jovens pautam-se em exemplos, muito mais do que em palavras vazias, de que as diferenças têm amplo potencial para enriquecer nossas vidas, mas isso ocorre somente quando tentamos, mesmo que aos poucos, aceitá-las e perceber em nós mesmos a semente daquilo que habita no outro como fonte de sua suposta diversidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALHAU, Lélio Braga. Bullying: o que você precisa saber: identificação, prevenção e repressão. Niterói, RJ, Impetus, 2009.
CIPOLLA, Sílvia. Ética e Educação. Revista de Ensino Religioso Diálogo. Paulinas, 2001.
CHALITA, Gabriel. Bullying: o sofrimento das vítimas e dos agressores. 
Pedagogia da amizade. São Paulo: Gente, 2008.
CONSTATINE, Alessandro. Bullying, como combate-lo? Prevenir e enfrentar a violência entre jovens, São Paulo: Itália Nova editora, 2004.
FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar Para a Paz. Verus, 2005.
MEC. PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEC – Secretaria de Educação Fundamental, 1998.
NETO, A.L. Diga Não ao Bullying. 5 ed. Rio de Janeiro – ABRAPIA, 2004.
RODRIGUES, Auro de Jesus. Metodologia Cientifica: completo e essencial para a vida universitária. São Paulo: Avercamp, 2006.
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas Bullying.
SILVA, A. C. Metodologia da Pesquisa Aplicada: orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, teses. São Paulo: Atlas, 2003. 
ODALIA, Nilda. Coleção Primeiros Passos. O que é a Violência. São Paulo – Brasiliense, 2000.

Outros materiais