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54 Ponto de Equilíbrio É o valor das vendas que permite a cobertura dos gastos totais (custos, despesas fixas e despesas variáveis). Neste ponto, os gastos são iguais à receita total da empresa, ou seja, a empresa não apresenta lucro nem prejuízo. Denominamos o Ponto de Equilíbrio também como ponto de ruptura (break-even point). Normalmente fazemos as seguintes perguntas: - Quanto terei que faturar para conseguir pagar os meus custos, despesas fixas e variáveis? - Quais as quantidades que terei que produzir/vender para poder ter lucro? O ponto de equilíbrio é que vai definir e esclarecer essas dúvidas. Para Padoveze (2004), evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros. Segundo Crepaldi (2004), Antes que seu negócio possa gerar lucro, devemos entender o conceito de equilíbrio. Para alcançar o equilíbrio nas linhas de produção e/ou serviço do departamento, deveremos calcular o volume de vendas necessário para cobrir os custos e como usar essa informação. Devemos também entender como os custos reagem com mudanças de volume. A expressão ponto de equilíbrio, tradução de break-even-point, refere- se ao nível de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, onde os custos totais são iguais às receitas totais. Todas as empresas, independentemente da área de atuação (comércio, indústria ou serviços), possuem gastos. Estes gastos se subdividem genericamente em custos, despesas variáveis e despesas fixas. A análise destes gastos se faz necessária para a apuração correta de sua lucratividade e também para o gerenciamento financeiro mais eficiente. Custo: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços: são todos os gastos relativos à atividade de produção. Custo Fixo: Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o volume e produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso da fábrica nada produzir. Custo Variável: Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida em que aumenta a produção. Despesas variáveis: São aquelas que variam proporcionalmente ao volume produzido ou ao volume vendido, ou seja, só haverá despesa se houver venda ou unidades produzidas. Exemplo: comissões sobre vendas, impostos. Despesas fixas: São aquelas cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido (na indústria), ou ao volume de vendas (comércio e serviço), ou seja, existem despesas a serem pagas independente da quantidade produzida ou do valor de vendas. Exemplo: aluguel, honorários de contador, seguro da empresa, salário dos funcionários, entre outros. 55 O ponto de equilíbrio também é chamado de análise custo-volume-lucro e é usado para determinar o nível de operações necessárias para cobrir todos os custos operacionais e para avaliar a lucratividade associada a vários níveis de renda. A figura abaixo representa graficamente o ponto de equilíbrio. Ponto de equilíbrio contábil: Identifica a quantidade mínima a ser vendida para cobrir os custos contábeis da empresa. Representa o ponto de equilíbrio operacional e é adequado para análises de médio prazo. Ponto de equilíbrio econômico: Mostra a quantidade mínima que a empresa terá que vender para assegurar a rentabilidade real, dada pela taxa de mínima remuneração do capital investido. É adequado para análises de longo prazo. Os custos de oportunidade são muito subjetivos e difíceis de serem calculados - são apenas um instrumento gerencial de apoio à tomada de decisões, não representando os custos reais da empresa. Ponto de equilíbrio financeiro: Informa o quanto a empresa terá que vender para não ficar sem dinheiro e, assim, ter que tomar empréstimos, prejudicando ainda mais sua lucratividade. É adequado para análises de curto prazo. Se a empresa estiver operando abaixo do ponto de equilíbrio financeiro, ela poderá até mesmo cogitar uma interrupção temporária de suas atividades. Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) Segundo Bruni e Famá (2004), a análise dos gastos variáveis e fixos tornam possível obter o ponto de equilíbrio contábil da empresa: representação do volume (em unidades ou $) de vendas necessário para cobrir todos os custos e no qual o lucro é nulo. Sendo assim, temos: O ponto de equilíbrio em quantidade pode ser calculado através da seguinte fórmula: PEC(q) = Custos Fixos ÷ (Preço – Custo variável unitário) O ponto de equilíbrio em valor monetário pode ser calculado pela seguinte equação: PEC($) = Preço x PEC(q) ou PEC($) = Preço x [Custos Fixos ÷ (Preço – Custo variável unitário)] CUSTOS = CF + v.Q RECEITA = p.Q QUANTIDADE $ CF Qo Ro CUSTOS = CF + v.QCUSTOS = CF + v.Q RECEITA = p.Q QUANTIDADE $ CF Qo Ro RECEITA = p.QRECEITA = p.Q QUANTIDADE $ QUANTIDADE $ CF QoQo RoRo 56 Exemplo: Uma empresa possui Custos Fixos da ordem de $ 100.000,00 por mês. Sabe-se que o Custo variável unitário de seus produtos vendidos é aproximadamente igual a $ 50,00 por unidade, e o preço de venda unitário dos produtos da empresa é igual a $ 70,00. Para saber qual o volume de vendas do ponto de equilíbrio contábil, bastaria aplicar a fórmula anterior. PEC(q) = Custos fixos ÷ (Preço – Custo variável unitário) PEC(q) = 100.000,00 ÷ (70,00 – 50,00) = 5.000 unidades A empresa deverá vender 5.000 unidades para permanecer no pronto de equilíbrio contábil sem lucros ou prejuízos, mantendo, portanto, a receita total igual aos custos totais. Para se conseguir o valor em moeda do PEC, bastaria multiplicar as vendas em unidades pelo preço de cada unidade comercializada. PEC($) = Preço x PEC(q) PEC($) = 70,00 x 5.000 = $ 350.000,00 A empresa deverá faturar $ 350.000,00 para cobrir todos de seus gastos e não apresentar nem lucros e nem prejuízos. Entende-se que quanto mais próximo uma empresa estiver operando do seu ponto de equilíbrio, mais riscos ela correrá, pois, fica iminente que é mais fácil ela incorrer em prejuízo do que alcançar lucro. Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) O conceito de PEE apresenta a quantidade de vendas (ou do faturamento) que a empresa deveria obter para conseguir um mínimo de lucro desejado. Sendo assim, PEE(q) = [(Lucro desejado + Custos fixos) ÷ (Preço – Custo variável unitário)] PEE($) = Preço x PEE(q) ou PEE($) = Preço x [(Lucro desejado + Custos fixos) ÷ (Preço – Custo variável unitário)] Exemplo: Uma empresa possui Custos fixos da ordem de $ 100.000,00 por mês. Sabe-se que o CDV unitário de seus produtos vendidos é aproximadamente igual a $ 50,00 por unidade, e o preço de venda unitário dos produtos da empresa é igual a $ 70,00. A empresa deseja obter um lucro de $ 10.000,00 por mês. Para saber qual o volume de vendas do ponto de equilíbrio contábil, bastaria aplicar a fórmula anterior. Em outras palavras: PEE(q) = [(Lucro desejado + Custos fixos) ÷ (Preço – Custo variável unitário)] PEE (q) = [(10.000,00 + 100.000,000 ÷ ( 70,00 – 50,00)] PEE (q) = 110.000,00 ÷ 20,00 = 5.500 unidades A empresa deverá vender 5.500 unidades para conseguir obter um lucro de $ 10.000,00 desejado pelos gestores. Para seconseguir o valor em moeda do PEC, bastaria multiplicar as vendas em unidades pelo preço de cada unidade comercializada. PEC($) = Preço x PEC(q) 70,00 x 5.500 = $ 385.000,00 A empresa deverá faturar $ 385.000,00 para cobrir todos de seus gastos e apresentar um lucro desejado de $ 10.000,00. 57 Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) Entende-se como PEF, o valor que se equipara a receita com o total dos gastos que representam desembolso para a organização. Sendo assim, o referido cálculo não deve constar as depreciações, amortizações e ou exaustões, pois tais gastos não representam desembolso para a empresa. Sendo assim: PEF(q) = [(Custos fixos – Custos fixos não desembolsáveis) ÷ (Preço – CV unitário)] As vendas em valor monetário podem ser calculadas pela seguinte equação: PEF($) = Preço x PEF(q) ou PEF($) = Preço x [(CF – CF não desembolsáveis) ÷ (Preço – CV unitário)] Exemplo: Uma empresa produziu 50.000 unidades de um único produto, sendo que seu preço de venda é $ 25,00. Sabe-se que a empresa incorreu nos seguintes gastos. Com base nesses gastos, qual seria o ponto de equilíbrio financeiro da empresa? Gasto Valor Embalagem 150.000,00 Matérias-primas 250.000,00 Depreciação fabril 200.000,00 MOD 50.000,00 Salários e encargos administrativos (fixos) 120.000,00 Outros gastos fixos 80.000,00 Custos variáveis $ 450.000,00 ÷ 50.000 = $ 9,00 / unidade PEF (q) = (650.000 – 200.000) ÷ 25 –9 = 28.125 unidades Exemplo: Calcular a quantidade de equilíbrio de uma empresa que tenha Custo fixo estimado de 2.500; preço de venda de 10 reais e custo variável unitário de 5 reais. PE = 2.500 ÷ (10 – 5) = 500 unidades. O que aconteceria com o ponto de equilíbrio, se: 1. O custo fixo aumentasse para R$ 3.000,00? Q = 3.000/ 10-5 = 600 Resposta: A quantidade de equilíbrio aumentaria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para a direita e para cima. 2. O preço unitário de venda aumentasse para R$ 12,50? Q = 2.500/12,5-5 = 333 Resposta: A quantidade de equilíbrio diminuiria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para a esquerda e para baixo. 3. O custo unitário variável aumentasse para R$ 7,50? Q = 2.500/10-7,5 = 1.000 Resposta: A quantidade de equilíbrio aumentaria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para a direita e para cima. 4. As três variáveis aumentassem nas proporções dadas, ao mesmo tempo? Q = 3.000/12,5-7,5 = 600 Resposta: A quantidade de equilíbrio aumentaria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para cima e para a direita. 58 Exercícios sobre ponto de equilíbrio 1) A empresa Master produz um só produto e, ao elaborar o seu orçamento corporativo, projetou a seguinte estrutura de receita e custos. Receita de Vendas 900.000,00 Custos Variáveis 450.000,00 Custos Fixos 300.000,00 Vendas previstas 30.000 unidades Para obter R$ 150.000,00 de lucro, quantas unidades a empresa deverá vender? 2) A Weaver fabrica uma linha de relógios para senhoras vendidos em lojas de descontos. Cada relógio é vendido por R$ 25; os custos fixos são de $ 140.000; os custos variáveis são de R$ 15 por relógio. a) qual o ganho ou perda da empresa com venda de 8.000 relógios? E de 18.000 relógios? b) qual o ponto de equilíbrio? c) O que acontece com o ponto de equilíbrio se o preço de venda se elevar para $ 31, mas os custos variáveis aumentarem para $ 23 por unidade? 3) Os dados a seguir são da Megaware, um fabricante de componentes eletrônicos. Cada unidade produzida é vendida por $ 45; os custos fixos são de $ 175.000, dos quais $ 110.000 são despesas de depreciação anual; os custos variáveis são de $ 20 por unidade. a) qual é o ganho ou perda da empresa com vendas de 5.000 unidades? E de 12.000 unidades? b) qual o ponto de equilíbrio operacional? c) suponha que a Dellva opere em um nível de 4.000 unidades. É provável que os credores busquem a liquidação da companhia se ela atrasar o pagamento das contas? 4) A empresa Navenet apresenta um custo fixo é R$ 200.000,00 para uma produção e venda de 20.000 unidades. O preço unitário atual é de R$ 20,00 e o custo variável de R$ 5,00. Acredita-se que se houver uma redução para R$ 15,00 a quantidade vendida crescerá 30%. Como ficará o resultado? Há vantagens em se fazer essa redução de preço por unidade vendida? 5) Uma empresa obteve um faturamento no mês anterior de R$ 300.000,00. Sabendo-se que devido a um re-posicionamento estratégico realizado por uma agência de publicidade e propaganda cujo contrato fez com que o custo fixo passasse de 45% para 50% da receita, com variável total de R$ 100.000,00 e 10.000 unidades vendidas por mês a um preço à vista de R$ 20,00, calcule o novo ponto de equilíbrio da empresa, na hipótese de não se alterarem as quantidades vendidas em um primeiro momento e portanto com o mesmo faturamento. 6) Um lojista sabe que, para não ter prejuízo, o preço de venda dos seus produtos deve ser no mínimo 36% superior do valor de custo. Porém, ele prepara a tabela de preço de venda acrescentando 70% ao preço de custo, porque sabe que o cliente gosta de obter desconto no momento da compra. Qual é o maior desconto que ele pode conceder ao cliente sobre o preço da tabela, de modo a não ter prejuízo? 59 Indicadores Financeiros Os ÍNDICES apurados representam parcela significativa do trabalho de análise, pois além de mostrar relações importantes entre os vários grupamentos de valores patrimoniais e dos componentes do resultado econômico dentro de um exercício financeiro, possibilita também o exame das oscilações desses índices ano a ano. Serão apurados e analisados os seguintes índices: ÍNDICES DE LIQUIDEZ: a) Liquides Imediata: Disponibilidades , onde: Passivo Circulante Disponibilidades = Caixa + Bancos + Aplicações de Liquidez Imediata Este índice representa a relação de quanto dispomos imediatamente com as nossas dívidas de curto prazo. É preciso considerar que a composição etária do numerador e denominador é completamente distinta. b) Liquidez Corrente: Ativo Circulante Passivo Circulante Relaciona quanto dispomos e poderemos dispor a curto prazo em dinheiro, com as dívidas a curto prazo. É preciso observar que no numerador estão incluídos itens diversos, que possuem prazos de conversibilidade também diversos. No denominador estão incluídas as dívidas e obrigações de curto prazo que, por sua vez, também possuem prazos de vencimento diversos. Portanto, a relação dos prazos de recebimento e de pagamento deverá ser considerada na análise deste índice. Prazo Médio de Recebimento = 360 X Clientes Receita Operacional Bruta Prazo Médio de Pagamento = 360 X Fornecedores Total das compras Compras = CMV + EF – EI portanto, CMV = EI + COMPRAS – EF A influência deste quociente é muito grande sobre a posição presente e futura de liquidez (a curto e longo prazos). À medida que diminuirmos o PMR em relação ao PMP, estaremos propiciando condições mais tranqüilas para obter posicionamentos estáticos de liquidez mais adequados. Como o excesso de recebíveis diminui o “giro do ativo”, é preciso aumentar a margem de lucro sobre as vendas para compensar o efeito negativo do giro baixo. Isto nem sempre é possível. Como dificilmente podemos modificar sensivelmente o PMP, resta agirmos sobre o PMR e sobre a Margem de Lucro. A empresa deve fazer o possível para tornar esse quociente inferior a 1 (um) ou, pelo menos, ao redor de 1 (um), a fim de garantir uma posição neutra. 60 c)Liquidez Seca: Ativo Circulante – Estoques Passivo Circulante Trata-se de uma análise conservadora da situação de liquidez da empresa. A eliminação dos estoques do numerador retira uma fonte de incerteza. Além disso, estamos eliminando as influências e distorções que a adoção deste ou daquele critério de avaliação de estoques poderia acarretar. d)Liquidez Geral: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo Serve para detectar a saúde financeira, no que se refere à liquidez de longo prazo. Mais uma vez o problema dos prazos deve ser devidamente considerado. Às vezes acontece que os índices de liquidez corrente e seco se apresentam razoáveis em decorrência de vultosos empréstimos a longo prazo. ÍNDICES DE SEGURANÇA / ESTRUTURA. a) Grau de endividamento = Exigível Total , onde: Patrimônio Líquido Exigível Total = PC + PNC É uma outra forma de encarar a dependência de recursos de terceiros. Se o quociente, durante vários anos, for consistente e acentuadamente maior que um, denotaria uma dependência exagerada de recursos de terceiros. b) Participação de Capitais de Terceiros = Exigível Total sobre os Recursos Totais Exigível Total + PL Expressa a porcentagem que o endividamento representa sobre os fundos totais. Também significa qual a porcentagem do Ativo Total financiada com recursos de terceiros. No longo prazo, a porcentagem de capitais de terceiros sobre os fundos totais não poderia ser muito grande, pois isto iria progressivamente aumentando as despesas financeiras, deteriorando a posição de rentabilidade da empresa. Entretanto, muito irá depender da taxa de retorno ganha pelo giro no ativo dos recursos tomados por empréstimo, quando comparada com a taxa de despesas financeiras sobre o endividamento. c) Imobilização de Recursos permanentes = Ativo Permanente PL + PNC Representa a parcela dos fundos a longo prazo que está financiando o Ativo Permanente. Se o índice for maior que 1 (um) significa que o Patrimônio Líquido e o Exigível a Longo Prazo não são suficientes para cobrir o Ativo Permanente, concluindo-se que a empresa está utilizando recursos de curto prazo (Passivo Circulante) para financiar seus investimentos permanentes. 61 d) Grau de Imobilização= Ativo Permanente Ativo Total Exprime a parcela dos recursos totais que se encontra aplicada no Ativo Permanente, conseqüentemente, em valores circulantes. Tal índice nunca será superior à unidade e sofrerá diretamente as influências do ramo de atividade explorado pela empresa, variando de acordo com suas necessidades de investimentos fixos e circulantes. ÍNDICES DE RENTABILIDADE a) Poder de Ganho da empresa = Lucro Operacional Líquido x 100 , onde: Ativo Operacional Ativo Operacional = Ativo Total – (Imóveis não Operacionais + Suprimentos a Controladas/Coligadas) Serve para medir a capacidade da empresa em gerar lucros. O quociente apurado será o retorno anual do investimento. Do PGE podemos extrair o Prazo de Retorno do Investimento, conforme abaixo: b)Rentabilidade do Capital Próprio = Lucro Antes do Imposto de Renda x 100 Patrimônio Líquido onde: Determina a remuneração dos capitais próprios investidos no negócio. Deve, em princípio, ser superior à taxa de juros do mercado, de modo a remunerar o risco do investimento. c) Lucratividade sobre Vendas/Serviços = Lucro Operacional Líquido x 100 Receita Operacional Bruta Apura a margem de lucros obtida nas operações da empresa. Para sua melhor avaliação, deve-se levar em conta o ramo de negócios explorado e a conjuntura econômica regional. d) Rotação do Ativo Operacional = Receita Operacional Bruta Ativo Operacional Este índice mede a produtividade total dos investimentos aplicados nas atividades principais e acessórias da empresa, isto é, determina o número de vezes que o Ativo Operacional gira durante um exercício. 62 SITUAÇÃO FINANCEIRA Uma empresa pode apresentar uma excelente situação econômica com elevada participação de capitais próprios e, no entanto, em determinado momento, não ter em mãos recursos numerários suficientes para a liquidação de seus compromissos. Esse último aspecto - suficiência ou não de recursos para o pagamento das obrigações - é o que caracteriza a situação financeira da empresa, ou a sua capacidade de pagamento. No estudo da capacidade de pagamento a curto prazo, preocupamo-nos com as dívidas vencíveis no exercício seguinte ao Balanço, procurando verificar se a empresa contará no mesmo período com valores disponíveis e rentáveis em montante suficiente para o resgate das mesmas. No caso da liquidez corrente, índices inferiores à unidade revelam, em princípio, situação financeira deficitária. Dessa forma, podemos enquadrar os resultados obtidos nas seguintes situações: ruim = menor que 0,5; apertada = de 0,5 a 0,7; satisfatória = de 0,8 a 1,0; boa = maior que 1,0. Para a liquidez seca os resultados abaixo da unidade devem ser vistos com mais cuidado, antes de se tirar conclusões precipitadas. A natureza dos estoques e sua facilidade de comercialização devem ser analisadas. Portanto, considerando que, dificilmente, pelo menos parte dos estoques deixará de ser vendida, podemos considerar com “normal” índices até ligeiramente inferiores à unidade. A capacidade de pagamento geral é definida pelo índice de liquidez geral, que compara todas as dívidas com todos os valores disponíveis e realizáveis, sem preocupação de limitação do prazo. Podemos considerar normal que os quocientes de Liquidez Geral sejam inferiores aos de liquidez corrente, pelos seguintes motivos: - quase toda empresa necessita recorrer a capitais de terceiros a longo prazo; - o “realizável a longo prazo” é, geralmente, menor que o “exigível a longo prazo”; - os financiamentos a longo prazo geralmente não “apertam” tanto a empresa, pois os prazos de resgate são de uma forma dilatados e bem equacionados. ESTRUTURA Cada empreendimento possui uma estrutura otimizante de composição de recursos e não existem regras fixas. A natureza do endividamento, as taxas de juros e os riscos, quando comparados com o retorno que tais recursos propiciam uma vez investidos, devem ser, por sua vez, comparados com os custos alternativos da captação de capital de risco. Mais importante do que uma posição estática de tais quocientes é sua evolução no tempo e seus efeitos sobre a rentabilidade da empresa. Mesmo que durante certo tempo a empresa se tenha beneficiado de uma taxa de endividamento, surgirá o momento a partir do qual, pela grandeza dos custos financeiros, o endividamento adicional não será mais desejável, mesmo porque os emprestadores de dinheiro, a partir de certo grau de endividamento da empresa, vêem aumentar seus riscos de aplicação de capital, aumentando, portanto a taxa de juros. Isto ocorre não só com empresas, mas também com indivíduos e até com nações. RENTABILIDADE Expressar a rentabilidade em termos absolutos tem uma utilidade informativa bastante reduzida. De maneira geral, devemos relacionar um lucro de um empreendimento com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar quão bem se saiu a empresa em determinado período. 63 Determinar um padrão ideal para a rentabilidade é uma tarefa difícil. Poderíamosdizer que uma boa taxa de rentabilidade seria aquela que permitisse à empresa manter e desenvolver suas atividades sem ter que procurar outros capitais (próprios ou de terceiros). É lógico que tudo depende da natureza do produto, das condições que a empresa tenha para se desenvolver e da conjuntura econômica. Através dessa análise podemos perceber, também, a importância de dois fatores: a) custo operacional – influindo diretamente na margem de lucro; b) movimento de vendas – influindo diretamente na rotatividade e, indiretamente, na margem de lucro (através da variação do custo operacional). ROTATIVIDADE Estes quocientes, importantíssimos, representam a velocidade com que elementos patrimoniais de relevo se renovam durante determinado período de tempo. Por sua natureza têm seus resultados normalmente apresentados em dias, meses ou períodos maiores, fracionários de um ano. A importância de tais quocientes consiste em expressar relacionamentos dinâmicos que acabam, direta ou indiretamente, influindo bastante na posição de liquidez e rentabilidade. A interpretação destes quocientes deverá ser realizada em conjunto com a Margem de Ganho, a fim de verificar se esta compensa a velocidade ou vice versa. Índices Financeiros (Gitman) 1 Liquidez Capital de Giro Líquido CCL = Ativo circulante – Passivo circulante Índice de liquidez corrente Ativo circulante / Passivo circulante Índice de liquidez seco Ativo circulante – estoques / Passivo circulante 2 Atividade Giro dos estoques CMV / estoques Período médio de cobrança Duplicatas a receber / vendas médias por dia Período médio de pagamento Duplicatas a pagar / compras médias por dia Giro do ativo permanente Vendas / ativo permanente líquido Giro do ativo total Vendas / ativo total 3 Endividamento Índice de endividamento geral Exigível total / ativo total Índice PNC – PL Passivo não circulante / patrimônio líquido 64 4 Lucratividade Margem bruta Vendas – CMV / vendas Margem operacional Lucro operacional / vendas Margem líquida Lucro após o IR / vendas Taxa de retorno sobre ativo total (ROI) Lucro após o IR / ativo total Taxa de retorno sobre o PL (ROE) Lucro após o IR / patrimônio líquido Fórmula Dupont ROI = margem líquida x giro do ativo total Outros índices (Braga) Prazo médio de estocagem nº de dias / giro dos estoques ou Prazo médio de estocagem saldo médio (sm) dos estoques x 360 /CMV Prazo médio de cobrança sm Dup. A rec. X 360 / Rec. bruta vendas a prazo Prazo médio de pagamento sm Dup. A pág. X 360 / Compras brutas a prazo Giro das duplicatas a receber ROB – dev. e abat. / sm duplicatas a receber Capital de terceiros versus cap. próprio PC + PNC / PL Imobilização do capital próprio AP / PL Imobilização dos recursos permanentes AP / PNC + PL Liquidez geral AC + RLP / PC + PNC Liquidez imediata Disponibilidades / PC Exercícios 1) Uma empresa possui as seguintes informações extraídas de seu Balancete de Verificação: 31.12.2008 31.12.2009 Ativo Circulante R$ 17.500,00 R$ 39.625,00 Passivo Circulante R$ 9.500,00 R$ 20.500,00 Em relação ao crescimento do Índice de Liquidez Corrente da empresa em 2009, é CORRETO afirmar que: 65 a) A empresa terminou o exercício de 2009 com crescimento positivo na Liquidez Corrente de aproximadamente R$ 0,09. b) A empresa terminou o exercício de 2009 com crescimento positivo na Liquidez Corrente de aproximadamente R$ 0,93 para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante. c) A empresa terminou o exercício de 2009 com crescimento negativo na Liquidez Corrente de aproximadamente R$ 0,09. d) A empresa terminou o exercício de 2009 com crescimento negativo na Liquidez Corrente de aproximadamente R$ 0,91 para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante. 2) Você é o Administrador financeiro da empresa “Faísca e Fumaça instalações elétricas”. O contador está de férias e você precisa do balanço patrimonial (BP) para verificar como está a situação da empresa. Ao entrar em contato com o departamento de contabilidade o estagiário se encarregou de terminar o balanço e repassá-lo a você. O BP enviado por ele está descrito a seguir. (Você tem liberdade de fazer as alterações que julgar necessárias) Após isso, você deve dizer como está a situação da empresa em relação à liquidez, rentabilidade, CCL, endividamento e recomendações pessoais. Balanço Patrimonial 31/12/2009 “Faísca e Fumaça” ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa e bancos Empréstimos e Financiamentos Salários a pagar (-) Depreciação acumulada Lucros (P) Acumulados 40.000 199.000 4.000 (16.000) (62.000) Fornecedores Reserva legal Imobilizado 149.000 1.000 160.000 Permanente Estoques Capital Social 149.000 100.000 Patrimônio Líquido Duplicatas a receber Aplicações financeiras Adiantamento de clientes 58.000 1.000 1.000 Total do Ativo 414.000 Total do Passivo + PL 370.000 Balanço Patrimonial 31/12/2009 “Faísca e Fumaça” ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Permanente Patrimônio Líquido Total do Ativo Total do Passivo + PL Demonstração do Resultado do Exercício 31/12/2009 66 Receita com Vendas 240.000 (-) Custo das Mercadorias Vendidas 180.000 (=) Lucro Bruto 60.000 (-)Despesas Operacionais 25.000 (=) Lucro Operacional 35.000 (-) Imposto de Renda (IR) 10.000 (=) Lucro Líquido 25.000 3) Interprete o Balanço Patrimonial da Companhia ALPHA e os gráficos de estrutura patrimonial apresentados abaixo e responda às questões 4, 5 e 6. Balanço Patrimonial Cia. ALPHA ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Disponibilidades 1.500 Fornecedores 9.380 Duplicatas a Receber 20.000 Dividendos a Pagar 1.000 (-) Provisão Devedores Duvidosos (300) Empréstimo Bancário 5.000 Estoques 8.800 Provisão para Imposto de Renda 2.820 Permanente Salários e Encargos 2.400 Imobilizado 20.000 Patrimônio Líquido (-) Depreciação Acumulada (5.000) Capital Social 11.000 Reserva Legal 600 Reservas de Lucros 5.800 Lucros (P) Acumulados 7.000 TOTAL DO ATIVO 45.000 TOTAL DO PASSIVO + PL 45.000 I Ativo Passivo II Ativo Passivo III Ativo Passivo Circulante 67% Permanente 33% Circulante 46% Patrimônio Líquido 54% Circulante 33% Permanente 67% Circulante 49% Patrimônio Líquido 51% Circulante 35% Permanente 65% Circulante 35% Patrimônio Líquido 65% 100% 100% 100% 100% 100% 100% IV Ativo Passivo V Ativo Passivo Circulante 65% Permanente 35% Circulante 45% Patrimônio Líquido 55% Circulante 35% Permanente 65% Circulante 55% Patrimônio Líquido 45% 100% 100% 100% 100% 4) A estrutura patrimonial da Companhia ALPHA corresponde ao gráfico da Estrutura: (A) I. (B) II. (C) III. (D) IV. (E) V. 5) Das empresas representadas graficamente, a que se encontra mais próxima da insolvência 67 técnica é a da Estrutura: (A) I. (B) II. (C) III. (D) IV. (E) V. 6) Considerando que todas as empresas representadas graficamente tiveram a mesma receita brutade vendas, a que apresentou o maior giro do ativo permanente foi a da Estrutura: (A) I. (B) II. (C) III. (D) IV. (E) V. 7) A empresa Tersec S/A demonstra seu patrimônio em apenas quatro grupos: Ativo Circulante, Ativo Permanente, Passivo Circulante e Patrimônio Líquido. O seu Capital Próprio, no valor de R$ 13.000,00, está registrado na Junta Comercial. O grau de endividamento dessa empresa foi calculado em 35%. O quociente de liquidez corrente foi medido em 1,2. Levando-se em consideração apenas as informações acima, assinale a alternativa correta: (A) O ativo total é de 12.090 (B) O ativo circulante é de 4.550 (C) O passivo circulante é de 5.460 (D) O CCL é de 910 8) A empresa Simplificada, para conhecimento do mercado, publicou as seguintes informações sobre seu patrimônio: • não há recursos realizáveis a longo prazo; • o quociente de solvência é 2,5 mas apenas R$ 10.000,00 são exigibilidades de longo prazo; • as exigibilidades não circulantes, contidas no grupo Patrimonial chamado "Passivo Exigível a Longo Prazo", têm um coeficiente de estrutura patrimonial (Análise Vertical) igual a 0,05; (representam 5% do total dos Passivos mais o Patrimônio Líquido ou do total do ativo). • 60% dos recursos aplicados estão financiados com capital próprio; • o quociente de liquidez corrente (AC/PC) é de 1,4, enquanto que a liquidez imediata (disponibilidades/PC) alcança apenas o índice 0,4. Considerando que os cálculos da análise supra indicada estão absolutamente corretos, não havendo nenhuma outra informação a ser utilizada, podemos afirmar que, no Balanço Patrimonial, o valor: (A) do Patrimônio Líquido é: R$ 200.000,00 (B) do Ativo Circulante é: R$ 120.000,00 (C) do Ativo Permanente é: R$ 88.000,00 (D) do Passivo Circulante é: R$ 80.000,00 (E) das disponibilidades é: R$ 28.000,00 68 Alavancagem Financeira A alavancagem financeira, ou “Leverage” está relacionada com a captação de recursos de terceiros com uma remuneração inferior aos lucros obtidos nas operações da empresa. Com o intuito de ampliar os negócios e desse modo aumentar a remuneração do capital próprio. Todavia esta alavancagem gera um risco financeiro se não bem administrado poderá em virtude do risco econômico ou por sazonalidade do produto gerar prejuízos, em virtude dos custos de remuneração do capital de terceiros serem maiores do que a remuneração obtida com estes recursos. A alavancagem financeira diz respeito à prática de usar títulos de dívida para financiar investimentos e consiste na relação entre LAJIR (lucro antes do pagamento do juro e do IR) e o LPA (lucro por ação). Quando a obrigação é emitida, a empresa compromete-se a pagar os juros e a amortizar o principal em alguma data no futuro. Devido os juros serem despesas dedutíveis do cálculo do IR, uma maior parcela do lucro operacional sobra para os acionistas. Entretanto, quanto mais dívidas uma empresa tiver em sua estrutura de capital, maior será o risco financeiro. Isso significa que, independente do seu nível de lucro operacional, a empresa deve continuar a efetuar os pagamentos fixos de juros e principal. Se as atividades comerciais declinam em função de uma contração no nível econômico, o LAJIR também declinará, aumentando a probabilidade de a empresa não ser capaz de efetuar os pagamentos de juros com os lucros operacionais existentes. Neste sentido, a alavancagem financeira é uma faca de dois gumes. Embora ela possa ser benéfica em um período cíclico de expansão, ela é danosa numa fase cíclica de contração. Comparando uma empresa alavancada com uma empresa não alavancada. A empresa não alavancada é financiada pela emissão de ações ordinárias e não tem nenhuma dívida em sua contabilidade. Uma empresa alavancada financia parte de suas operações através de dívidas. Como resultado, ela possui uma combinação de capital de terceiros e de capital próprio em sua estrutura de capital. Empresa A – Não alavancada (D/C = 0) Empresa B – Alavancada (D/C = 50%) 2006 2007 2006 2007 LAJIR 100.000 140.000 100.000 140.000 Juros 10% 0 0 10.000 10.000 LAIR 100.000 140.000 90.000 130.000 IR 40% 40.000 56.000 36.000 52.000 Lucro líquido 60.000 84.000 54.000 78.000 Ações existentes 10.000 10.000 5.000 5.000 LPA (lucro p/ ação) 6 8,4 10,8 15,6 Alavancagem Financeira: tomando como base o dilema da administração financeira (liquidez x rentabilidade), analisa-se a relação entre posição financeira e retorno do acionista. Se uma empresa opta por trabalhar com alta liquidez, ela mantém um nível de endividamento baixo, evitando o risco financeiro através da manutenção de poucos recursos de terceiros em sua estrutura de capital. A empresa abre mão da rentabilidade que poderia ser proporcionada por estes recursos. Por outro lado, quanto maior o nível de endividamento, menor a liquidez e maior o risco financeiro. Mas é na sábia utilização destas fontes externas de recursos, que encontra-se o aumento da rentabilidade. Se a empresa, ao analisar os pontos fortes e fracos comentados no item anterior, aplica os recursos tomados em ativos que geram rendimentos maiores que o custo desta captação, temos a formação do spread. É a parcela gerada na utilização de capital de terceiros que, ao somar-se com o retorno das atividades operacionais formam o retorno final do acionista. Assim, a alavancagem financeira é definida por Silva (2006, p. 536) como “...o impacto do uso de capitais de terceiros na geração de valor...”. É importante ressaltar que, se os recursos de terceiros aplicados não gerarem um 69 resultado superior ao seu custo, o acionista terá o seu retorno prejudicado. Ou seja, a alavancagem financeira pode funcionar de maneira positiva ou negativa, maximizando ou minimizando o retorno do acionista. Bernstein e Wild (2000, p. 258) afirmam que “quanto maior a alavancagem financeira, menor é a proporção de ativos financiados por capital próprio”, sendo maior a participação de recursos de terceiros na estrutura de capital. Silva (2006) aponta também esta relação ao dizer que a alavancagem financeira muda conforme a modificação no percentual de dívida em relação ao ativo total. Assim, quanto maior a alavancagem financeira, maior o retorno do acionista e maior o risco financeiro. Existe forte tendência para que as empresas de grande porte apresentem uma alavancagem financeira maior. Isso ocorre por terem maior acesso ao mercado de crédito e de capitais do que pequenas e médias empresas. É o que afirma a pesquisa desenvolvida pelo Banco da Inglaterra e publicada no Financial Times (ATRILL e McLANEY 2005), na qual é citado o aumento da alavancagem financeira nas empresas de grande porte daquele país. O fato acontece também no Brasil, de acordo com um estudo realizado por Prates e Leal (2005). Porém, ressaltam que o efeito é inverso nas pequenas e médias empresas devido à restrição do mercado brasileiro de crédito e de capitais, já que diminui as fontes de financiamento disponíveis. Este é o principal motivo pelo qual estas empresas têm dado preferência ao financiamento interno, através da retenção de lucros e diminuição da distribuição dos dividendos. Isto ocorre na maioria das vezes, por falta de alternativas e não por opção. Assaf (2006) aponta a alavancagem financeira como um auxílio à geração de valor econômico. Nesse caso, a utilização do capital de terceiros funciona como uma estratégia financeira. Segundo o autor, a criação de valor para o acionista acontece quando as receitas operacionais superam não apenas custos e despesas, mas também o custo de oportunidade do capital próprio. Assim, mesmo incorrendo em despesas financeiras que podem diminuir o lucro contábil, a utilização de recursos externos é um ponto estratégicona gestão baseada no valor, onde a valorização econômica da riqueza é o ponto central. Tipos de alavancagens: ALAVANCAGEM OPERACIONAL – É determinada pela relação entre as receitas de vendas da empresa e seu LAJIR (Lucro antes dos juros e do Imposto de Renda). Em outras palavras, é o uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros das empresas, antes dos juros e dos impostos. Quanto maior for o uso dos custos fixos em relação aos custos variáveis unitários, maior será o grau de alavancagem operacional. ALAVANCAGEM FINANCEIRA – Refere-se à relação entre o LAJIR e o LPA (Lucro por Ação). É a capacidade da empresa para usar encargos financeiros fixos, a fim de maximizar os efeitos da variação do LAJIR sobre o LPA da empresa. Quanto maior for o uso destes encargos financeiros fixos, maior será o grau de alavancagem financeira. ALAVANCAGEM TOTAL – É o uso potencial de custos fixos, tanto operacionais como financeiros, para aumentar o efeito de variações nas vendas/LPA. Fórmulas para cálculo do grau de alavancagem: Alavancagem Operacional: GAO¹= Variação percentual no LAJI = ∆LAJI = nº de vezes Var. percentual nas vendas ∆RTV GAO²= Margem de contribuição total = MCT = nº de vezes LAJI LAJI 70 Alavancagem Financeira: GAF¹= Variação percentual no LL = ∆LL = nº de vezes Variação percentual no LAJI ∆LAJI GAF²= LAJI = LAJI = nº de vezes LAJI – Desp. financeiras LAIR 1) Uma empresa tinha empréstimos anuais de R$ 20.000,00 a juros de 10% ao ano, a alíquota de IR era de 40% e distribuiu dividendos no valor de R$ 2.400,00. Sabendo que possui 1.000 ações ordinárias, qual a variação do LPA para níveis de LAJIR de R$ 6.000,00, R$ 10.000,00 e R$ 14.000,00? LAJIR (-) Juros LAIR (-) IR LLE (-) Dividendos LDDD LL/1.000 ações 2) Calcule os efeitos de alavancagem sobre os resultados da Indústria Unipro. Variações no volume de produção e vendas DRE Situação base +10% +15% -10% -15% Unidades vendidas 6.000 Receitas de vendas 60.000 Custos variáveis (24.000) Margem de contribuição 36.000 Custos operacionais fixos (27.000) (27.000) (27.000) (27.000) (27.000) LAJI 9.000 Despesas financeiras (3.000) (3.000) (3.000) (3.000) (3.000) LAIR 6.000 Provisão para IR (35%) (2.100) Lucro Líquido 3.900 Variações ∆RTV +10% +15% -10% -15% ∆LAJI ∆LL Indústria Unipro: GAO em diferentes níveis de operações. Volumes em mil unidades 3.500 4.000 4.500 5.000 5.500 6.000 6.500 Receitas de vendas (qx10) Custos variáveis (qx4) Margem de contribuição (qx6) Custos operacionais fixos 27.000 27.000 27.000 27.000 27.000 27.000 27.000 LAJI
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