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Apostila da Adm Financeira II

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Prévia do material em texto

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS 
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE 
 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
APOSTILA COM GABARITO 
DE 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA II 
 
Disciplina: Código: Período: Semestre: 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA II ADM02026 6° 2017-1 
Professor Elaborador: 
 Prof. JOSÉ CARLOS ABREU 
 
 
 
 
 
Esta apostila tem seus direitos autorais preservados. 
Esta apostila é registrada na Biblioteca Nacional. 
Administração Financeira II 
 Capítulo 1: Graus de alavancagem, índices financeiros, 
índices de rentabilidade 
 
 
GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA: 
O grau de alavancagem mede como o resultado da empresa muda com uma variação na entrada. Por 
essa razão, como consequência, quanto maior a alavancagem maior a volatilidade da empresa. 
Existem 3 medidas do grau de alavancagem: grau de alavancagem operacional (GAO), grau de 
alavancagem financeira (GAF) e grau de alavancagem combinada (GAC) ou alavancagem total. 
 
INDICES FINANCEIROS: 
São índices padronizados e muito utilizados no mercado. Os índices financeiros medem como sua 
empresa está operando em termos de liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. Funciona da 
seguinte forma: você mede os índices da sua empresa e os compara com os índices usuais em seu 
segmento de mercado (das empresas em boas condições). 
 
ÍNDICES DE RENTABILIDADE E PRODUTIVIDADE: 
São índices criados e desenvolvidos pelos gestores da sua própria empresa, especialmente para sua 
empresa. São índices para medir aspectos específicos e particulares da sua empresa. Você, como 
gestor, pode criar os índices específicos, de que necessita para medir aspectos relevantes do seu 
negócio e, assim, poder compará-los com os índices similares das empresas líderes de mercado que 
operam no seu segmento. É um modo inteligente e rápido para você detectar se sua empresa está 
igual, melhor ou pior do que a concorrência em termos de rentabilidade e produtividade. É uma forma 
rápida e objetiva de verificar se sua empresa tem problemas, e caso positivo, onde e porque está 
perdendo eficiência. 
 
MEDIDAS DE GRAU DE ALAVANCAGEM: OPERACIONAL, FINANCEIRA E COMBINADA 
 
O grau de alavancagem mede como um resultado muda com uma variação na entrada. 
 
A fórmula geral da medida do grau de alavancagem, GA, é dada por: 
Grau de Alavancagem = Variação % no Resultado / Variação % na Entrada 
 
Existem três tipos básicos de alavancagem que podem ser melhor explicados com a visualização pura e 
simples de um demonstrativo de resultados. A tabela a seguir apresenta o formato típico dessa 
demonstração. 
 
Alavancagem Receita de vendas 
Operacional – CPV 
 = Lucro Bruto 
 – Despesas operacionais 
 = Lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) 
 
Alavancagem – Despesas de juros 
Financeira = Lucro antes do imposto de renda (LAIR) 
 – Provisão para imposto de renda 
 = Lucro líquido do exercício 
 – Dividendos preferenciais 
 = Dividendos ordinários (acionistas comuns) 
A parte da demonstração relacionada à alavancagem operacional da empresa e a parte relacionada à 
sua alavancagem financeira estão claramente designadas. 
 
 O Grau de Alavancagem Operacional é determinado pela relação entre as receitas de vendas 
da empresa e seu lucro antes dos juros e imposto de renda. 
 O Grau de Alavancagem Financeira é determinado pela relação entre o lucro antes de juros e 
imposto de renda e o lucro disponível aos acionistas comuns da empresa. 
 O Grau de Alavancagem Combinada (ou Alavancagem Total) é determinado pela relação entre 
as receitas de vendas da empresa e o lucro disponível aos acionistas comuns da empresa. 
 
Observação importante: 
 
Grau de alavancagem é sempre medido no regime de competência, não no regime de caixa. Por quê? 
Por uma questão da lógica do que estamos fazendo e do que estamos medindo. Para determinar os 
fluxos de caixa (movimento efetivo de dinheiro), precisamos realmente colocar os valores em suas 
exatas datas de pagamentos ou recebimentos. Quando calculamos graus de alavancagem, queremos 
saber os efeitos diretos (relação de causa e efeito) entre vendas de “N” produtos e custos e lucros de 
“N” produtos. E, muitas vezes, esses valores não estão sincronizados ao longo do tempo (lembra do 
capital de giro?). Então, precisamos relacionar as vendas de “N” produtos com os custos ou lucros de 
“N” produtos, independente se os efetivos pagamentos e recebimentos ocorrem na mesma data ou 
em datas diferentes. 
 
MEDIÇÃO DO GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL 
 
GAO = Variação percentual do LAJIR / Variação percentual das vendas 
 
O grau de alavancagem mede como um resultado muda com uma variação na entrada. O grau de 
alavancagem operacional mede como o LAJIR muda com uma variação nas vendas. 
 
Exemplo: 
A empresas Xistas tem os seguintes dados em seu demonstrativo de resultados do mês passado. 
 
Vendas (unidades) 1.000 
Receitas de vendas ($10 por unidade) 10.000 
Custos operacionais variáveis ($5/und) 5.000 
Custos operacionais fixos 2.500 
LAJIR 2.500 
 
Vamos medir o grau de alavancagem operacional (GAO) da empresa Xistas. Para isso, precisamos fazer 
uma variação percentual nas vendas para depois medir quanto variou percentualmente no LAJIR. Essa 
será nossa medida do grau de alavancagem operacional. 
 
Você poderá notar que, para calcular o grau de alavancagem, você pode escolher qualquer valor 
percentual para fazer a variação e também pode ser para mais ou para menos. Para ilustrar nosso 
exemplo, vamos escolher variar em 50% para mais e depois vamos fazer os cálculos fazendo 50% de 
variação para menos. 
 
 
 
 
 
 Base – 50% Base Base + 50% 
Vendas (unidades) 500 1.000 1.500 
Receitas de vendas ($10 por unidade) 5.000 10.000 15.000 
Custos operacionais variáveis ($5/und) 2.500 5.000 7.500 
Custos operacionais fixos 2.500 2.500 2.500 
LAJIR 0 2.500 5.000 
 
Fazendo as contas: 
GAO (base mais 50%): + 100% / + 50% = 2.0 
GAO (base menos 50%): – 100% / – 50% = 2.0 
 
Podemos também, alternativamente, usar uma fórmula direta para calcular o grau de alavancagem. 
Fórmula direta para cálculo do GAO ao nível base de vendas: 
GAO = X (p-v) / [X (p-v) - F] 
 
Refazendo o exemplo usando a fórmula direta: 
GAO = 1.000 (10 - 5) / [1000(10 - 5) - 2.500] 
GAO = 5.000 / 2.500 
GAO = 2.0 
 
 
MEDIÇÃO DO GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA 
 
GAF = Variação percentual no LPA / Variação percentual no LAJIR 
 
O grau de alavancagem mede como um resultado muda com uma variação na entrada. O grau de 
alavancagem financeira mede como o LPA muda com uma variação no LAJIR. 
 
Exemplo: 
A empresa Mentol tem 1.000 ações distribuídas pelos diversos sócios e apresenta os seguintes dados 
em seu demonstrativo de resultados do mês passado. 
 
LAJIR 10.000 
Despesas de juros 2.000 
LAIR 8.000 
Imposto de renda (provisão @40%) 3.200 
LL 4.800 
Dividendos preferenciais 2.400 
Dividendos comuns 2.400 
 
Podemos observar que a empresa Mentol promete pagar 2.400/1.000 = 2,40 de dividendo para cada 
ação ordinária (ação comum). 
 
Vamos medir o grau de alavancagem financeira (GAF) da empresa Mentol. Para isso, precisamos fazer 
uma variação percentual no LAJIR para depois medir quanto variou, percentualmente, no LPA. Essa 
será nossa medida do grau de alavancagem financeira. 
 
Novamente, tal qual com a GAO, você poderá notar que, para calcular o grau de alavancagem 
financeira, você pode escolher qualquer valor percentual para fazer a variação e também pode ser 
para mais ou para menos. Para ilustrar nosso exemplo, dessa vez vamos escolher variar em 
40% para mais e depois vamos fazer os cálculos fazendo 40% de variação para menos. 
 
 Base – 40% Base Base + 40% 
LAJIR 6.000 10.000 14.000 
Despesas de juros 2.000 2.000 2.000 
LAIR 4.000 8.000 12.000 
Imposto de renda (provisão @40%) 1.600 3.200 4.800 
LL 2.400 4.800 7.200 
Dividendos preferenciais2.400 2.400 2.400 
Dividendos comuns 0 2.400 4.800 
 
Fazendo as contas para os diversos cenários: 
 Base – 40% Base Base + 40% 
LPA = 0,00/1.000 = 0,00 LPA = 2.400/1.000 = 2,40 LPA = 4.800/1.000 = 4,80 
 
Observe que, em um cenário, o LPA cai de R$2,40 para R$0,00. Queda de 100%. 
Observe que, no outro cenário, o LPA sobe de R$2,40 para R$4,80. Incremento de 100%. 
GAF (base mais 40%): +100% / + 40% = 2.5 
GAF (base menos 40%): – 100% / – 40% = 2.5 
 
 
 
Podemos também alternativamente usar uma fórmula direta para calcular o grau de alavancagem. 
Fórmula direta para cálculo do GAF ao nível base de LAJIR. 
GAF = LAJIR / {LAJIR - Juros – Dividendo Preferencial [1/(1-txIR)] } 
 
Refazendo o exemplo usando a fórmula direta: 
GAF = 10.000 / {10.000 - 2.000 - 2.400 [1/(1-0,40)]} 
GAF = 10.000 / 4.000 = 2,5 
MEDIÇÃO DO GRAU DE ALAVANCAGEM COMBINADA (ou alavancagem TOTAL) 
 
O grau de alavancagem mede como um resultado muda com uma variação na entrada. O grau de 
alavancagem combinada mede como o LPA muda com uma variação nas vendas. O grau de 
alavancagem combinada ou alavancagem total é a medida combinada dos dois graus de alavancagem 
que acabamos de estudar. 
 
GAC = Variação percentual no LPA / Variação percentual nas vendas 
 
Fórmula direta: 
GAC = GAO x GAF 
 
Exemplo: 
A empresa Violeta espera vender 20.000 unidades a R$5,00 a unidade no próximo ano e precisa 
atender aos seguintes compromissos: custos variáveis operacionais de R$2,00 por unidade, custos 
fixos operacionais de R$10.000,00, juros de R$20.000,00 e dividendos preferenciais de R$12.000,00. A 
empresa Violeta está na faixa de 40% na alíquota do imposto de renda e tem 5.000 ações ordinárias 
emitidas. A tabela a seguir mostra os níveis de lucro por ação (LPA) associados às vendas esperadas de 
20.000 e 30.000 unidades. 
 
Para fazer os cálculos da GAO, GAF e GAC, simulamos um incremento de 50% nas vendas. A tabela 
ilustra que, em consequência de um aumento de 50% nas vendas (de 20.000 para 30.000 unidades), a 
empresa Violeta experimentaria um acréscimo de 300% no LPA (de R$1,20 para R$4,80). Embora não 
se mostre na tabela, uma diminuição de 50% nas vendas resultaria, por outro lado, num decréscimo de 
300% no LPA. Pede-se calcular: GAO, GAF e GAC. 
Tabela: Vendas (em unidades) 20.000 30.000 
 Receitas de vendas 100.000 150.000 
 Menos: custos variáveis operacionais 40.000 60.000 
 Menos: custos fixos operacionais 10.000 10.000 
 LAJIR 50.000 80.000 
 
 Menos juros 20.000 20.000 
 LAIR 30.000 60.000 
 Menos: provisão para IR (40%) 12.000 24.000 
 Lucro líquido 18.000 36.000 
 Menos: dividendos preferenciais 12.000 12.000 
 Lucro disponível aos acionistas comuns 6.000 24.000 
 
Lucro por ação (LPA): 6.000 / 5.000 = R$1,20 24.000 / 5.000 = R$4,80 
 
Solução: 
GAO = 60% / 50% = 1,2 GAF = 300% / 60% = 5,0 GAC = 300% / 50% = 6,0 
Observe que estamos considerando os dividendos preferenciais como uma obrigação financeira. A 
variação do LPA reflete somente a variação no LPA das ações ordinárias. 
 
Lista de Exercício 1.1: GAO, GAF e GAC 
 
1) A firma Xereta espera vender 30.000 unidades a R$6,00 a unidade no próximo ano e precisa atender 
aos seguintes compromissos: custos variáveis operacionais de R$4,00 por unidade, custos fixos 
operacionais de R$20.000,00, juros de R$30.000,00 e dividendos preferenciais de R$3.182,00. A 
empresa está na faixa de 30% na alíquota do imposto de renda. Calcule o GAO, o GAF e o GAC da firma 
Xereta. 
 
Resposta: 
GAO = 30% / 20% = 1,5 GAF = 220% / 30% = 7,3333 GAC = 220% / 20% = 11 
 
2) A empresa Seguro espera vender este mês 10.000 unidades do único produto que fabrica. O preço 
de venda é de R$200,00 por unidade. Os custos variáveis são de R$60,00 por unidade. Os custos fixos 
são de R$440.000,00 mensais. A empresa paga juros mensais de R$180.000,00. A alíquota do imposto 
de renda é 23,00% sobre o lucro real. Todo o lucro é distribuído aos acionistas comuns. Calcule o GAO, 
o GAF e o GAC da empresa Seguro pelo método da fórmula direta e pelo método da variação 
percentual. 
 
Resposta: 
Os graus de alavancagem para a empresa Seguro são: 
GAO = 1,45 GAF = 1,23 e GAC = 1,79 
 
3) A empresa Opha espera vender 1.000 unidades do produto X por R$80,00 a unidade. Os custos 
variáveis são de R$20,00 por unidade. Os custos fixos são de R$30.000,00. A empresa paga juros 
mensais de R$12.000,00. A alíquota do imposto de renda é de 30,00% sobre o lucro real. Todo o lucro 
é distribuído aos acionistas comuns. Calcule o GAO, o GAF e o GAC da empresa Opha pelo método da 
fórmula direta e pelo método da variação percentual. 
 
 
Resposta: 
Para a empresa Opha: GAO é 2, GAF é 1,666 e GAC é 3,333. 
 
ÍNDICES FINANCEIROS BÁSICOS – UTILIZAÇÃO PARA AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
A análise utilizando os índices financeiros são uma importante ferramenta para análise da saúde 
financeira da empresa. Os índices de liquidez, índices de atividade, índices de endividamento e índices 
de lucratividade são índices padronizados de domínio público. 
 
Esse tipo de análise funciona da seguinte maneira: você precisa obter no mercado os índices de outras 
empresas similares a sua, seus concorrentes, por exemplo, que estejam em boa situação financeira. 
Então, você calcula os seus índices de liquidez, atividade, endividamento, lucratividade e os compara 
com os índices das outras empresas. Você poderá verificar, por exemplo, se sua lucratividade e sua 
liquidez são maiores ou menores do que a lucratividade e a liquidez das outras empresas e, então, 
saberá se você está bem ou não, se precisa e onde precisa melhorar. 
 
ÍNDICES FINANCEIROS BÁSICOS 
Os índices financeiros podem ser divididos em 4 grupos básicos: 
 A - Índices de liquidez 
 B - Índices de atividade 
 C - Índices de endividamento 
 D - Índices de lucratividade 
 
A - Medidas de liquidez (medem a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto prazo): 
 A-a) Capital circulante líquido 
 A-b) Índice de liquidez corrente 
 A-c) Índice de liquidez seco 
 
B - Medidas de atividade (medem como a empresa administra seus ativos, se demora a cobrar as 
contas, se vende rápido as mercadorias): 
 B-a) Giro dos estoques 
 B-b) Período médio de cobrança 
 B-c) Período médio de pagamento 
 B-d) Giro do ativo total 
 
C - Medidas de endividamento (medem a folga financeira que a empresa tem para pagar o serviço das 
dívidas – juros e principal): 
 C-a) Índice de endividamento 
 C-b) Índice de cobertura de juros 
 
D - Medidas de lucratividade (medem quanto a empresa lucra com seus investimentos): 
 D-a) Margem bruta 
 D-b) Margem operacional 
 D-c) Margem líquida 
 D-d) Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) 
 D-e) Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) 
 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 
O balanço patrimonial pode ser descrito brevemente com tendo do lado esquerdo os ativos 
(patrimônio) da empresa e do lado direito os passivos, ou seja, como que a empresa é financiada, 
quanto de capital próprio e quanto de capital de terceiros. Veja o exemplo: 
 
 
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Patrimônio Capital de terceiros 
 Capital próprio 
Total do ativo Total do passivo + Patrimônio líquido 
 
 
O primeiro passo para fazer um detalhamento maior do balanço patrimonial de uma empresa é 
mostrar a separação das contas de curto prazo (também chamado de circulante) e longo prazo 
(também chamado de permanente). Veja a continuação do exemplo: 
 
 
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Ativo circulante Passivo circulante 
Ativo permanente Exigível a longo prazo 
 Patrimônio líquido dos sócios 
Total do ativo Total do passivo + Patrimônio líquido 
 
As empresas, assim como as pessoas físicas, têm contas a pagar e contas a receber, no curto prazo e 
no longo prazo. Usamos os índices financeiros para facilitar nosso trabalho de saber a cada instante se, 
por exemplo, a empresa tem liquidez suficientepara pagar suas contas. Caso os índices indiquem falta 
de liquidez, o gestor ainda terá tempo para buscar recursos com calma com os sócios, com os bancos, 
talvez postergar alguns gastos para manter caixa, enfim, fazer a gestão financeira de curto prazo da 
empresa. Sem uma análise dos índices, o gestor provavelmente será surpreendido, algum dia, com 
contas a pagar e sem recursos no caixa. Isso demonstraria incompetência na gestão financeira da 
empresa. 
 
Exemplo completo da empresa Agena: 
Vamos usar, como base para resolver nossos exemplos sobre índices financeiros, os demonstrativos 
contábeis da empresa Agena. Vejamos a seguir. 
 
Demonstrativo de Resultados da AGENA do período entre 01/01/20XX até 31/12/20XX 
Receita de vendas 6.000,00 
Menos custos produtos vendidos 3.600,00 
Lucro bruto 2.400,00 
 
Menos 
Despesas operacionais 
Despesas com vendas 220,00 
Despesas gerais e administrativas 800,00 
Despesas de depreciação 400,00 (não é movimento de dinheiro) 
Total das despesas operacionais 1.420,00 
 
 
 
 
Lucro operacional 980,00 
Menos despesas financeiras 240,00 
Lucro antes de IR 740,00 
Menos IR 32% 236,80 
Lucro após IR 503,20 
Menos dividendos preferenciais 20,00 
Lucro para dividendos ordinários 483,20 
Número de ações 100 
LPA 4,83 
 
Comentário: 
Fluxo de caixa significa movimento de dinheiro, então o fluxo de caixa proveniente das operações, ou 
seja, o movimento de dinheiro proveniente das operações é lucro líquido após IR MAIS as despesas 
que não envolvem desembolso (nesse caso, a depreciação): FCO = 503,20 + 400,00 = 903,20. 
 
Balanço Patrimonial da AGENA em 31/12/20XX 
 
ATIVO 
Ativo circulante 
Caixa 600,00 
Títulos negociáveis 120,00 
Duplicatas a receber 610,00 
Estoques 450,00 
Total ativo circulante 1.780,00 
 
Ativo permanente 
Terreno e edifícios 3.200,00 
Máquinas e equipamentos 3.000,00 
Móveis e utensílios 700,00 
Veículos 500,00 
Outros (inclui arrendamento) 200,00 
Total do Ativo Permanente 7.600,00 
Menos depreciação acumulada 4.200,00 
Ativo permanente líquido 3.400,00 
 
Total do Ativo 5.180,00 
 
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Passivo circulante 
 Duplicatas a pagar 900,00 
 Títulos a pagar 140,00 
 Outras contas a pagar 70,00 
Total do passivo circulante 1.110,00 
Exigível a longo prazo 2.200,00 
Total do passivo 3.310,00 
 
Patrimônio líquido 
 Ações preferenciais 600,00 
 Ações ordinárias 240,00 
 Ágio na venda de ações 900,00 
 Lucros retidos 130,00 
Total do patrimônio líquido 1.870,00 
 
Total do passivo + Pat. líquido 5.180,00 
ÍNDICES FINANCEIROS BÁSICOS 
 
A - Medidas de liquidez: 
Chamamos de liquidez a capacidade de uma empresa pagar suas obrigações de curto prazo nas 
efetivas datas do vencimento. Uma empresa ter boa liquidez significa que tem solvência na situação 
financeira global da empresa. As 3 medidas básicas de liquidez são: 
 A-a) Capital circulante líquido 
 A-b) Índice de liquidez corrente 
 A-c) Índice de liquidez seco 
 
 
A-a) Capital circulante líquido: calcula-se o CCL da empresa da seguinte maneira: ativo circulante 
MENOS passivo circulante. Em nosso exemplo, o capital circulante líquido é: 
CCL = Ativo circulante – Passivo circulante 
CCL = $1.780.000 – $1.110.000 = $670.000 
 
Como usar esse índice? Usamos o CCL para fazer comparações com uma série temporal do CCL da 
própria empresa. O CCL de uma empresa não serve para ser comparado com o CCL de outra empresa. 
É comum os bancos quando fazem empréstimos a empresas exigirem um nível mínimo de CLL ao longo 
do período do empréstimo. Esses bancos fazem isso para garantir um nível de caixa suficiente para 
garantir o pagamento do serviço da dívida. 
 
A-b) Índice de liquidez corrente: um dos índices mais utilizados é o índice de liquidez corrente. A sua 
definição é: 
 
Índice de liquidez corrente = Ativo circulante / Passivo circulante 
Índice de liquidez corrente = 1.780.000 / 1.110.000 = 1,60 
 
Como usar esse índice? Podemos usar esse índice para fazer comparações com outras empresas do 
mercado. Vamos supor que, no ramo de atividades dessa empresa, com o seu nível de alavancagem 
financeira, um índice 1,5 seja aceitável. Podemos concluir, então, que, sendo 1,60, a empresa está com 
o índice aceitável. 
 
A determinação do nível aceitável do CCL é função da volatilidade dos fluxos de caixa: quanto mais 
previsíveis forem as vendas de uma empresa, menor poderá ser o índice, pois mais estáveis serão os 
fluxos de caixa da empresa. 
 
A determinação do nível aceitável do CCL é função do volume de recursos necessários para pagar o 
serviço da dívida. Quanto menor o endividamento, menor poderá ser o CCL sem arriscar o pagamento 
dos juros u do principal. 
 
A determinação do nível aceitável do CCL é função de quem é o controlador. Uma empresa pública ou 
uma empresa subsidiária de uma empresa grande podem se socorrer com o controlador em caso de 
necessidade e, então, é aceito um CCL menor. 
 
Observe a fórmula do CCL: CCL = Ativo circulante – Passivo circulante 
Quando o ativo circulante for igual ao passivo circulante, o CCL será zero e o índice de liquidez 
corrente será 1 (um). 
 
A-c) Índice de liquidez seco: o índice de liquidez seco é o índice de liquidez corrente MENOS os 
estoques que são excluídos dos ativos circulantes da empresa. A lógica que sustenta o índice de 
liquidez seco é que os estoques são os ativos circulantes menos líquidos e, portanto, devem ser 
retirados do índice de liquidez. Calculamos o índice de liquidez seco da seguinte forma: 
 
Índice de liquidez seco = (Ativo circulante – Estoques) / Passivo circulante 
Índice de liquidez seco = (1.780.000 – 450.000) / 1.100.000 = 1,20 
 
Como usar esse índice? O índice deve ser maior do que 1.0, no mínimo igual. O nível do índice que se 
pode considerar aceitável depende do segmento no qual a empresa opera. Esse índice funciona bem 
quando os estoques da empresa não podem ser convertidos facilmente em caixa. Se os estoques 
forem bastante líquidos, o índice de liquidez corrente deverá ser igual ao índice de liquidez seco. 
B - Medidas de atividade 
Os índices de atividade medem a velocidade com a qual as diversas contas são transformadas em 
vendas ou caixa. As medidas de liquidez global não são adequadas para medir essa velocidade, pois a 
liquidez “real” é influenciada por diferentes composições dos ativos e passivos circulantes. 
 
Para ilustrar, vamos ver o exemplo a seguir com as empresas AAA e BBB: 
Empresa AAA 
Caixa 0 Duplicatas a pagar 0 
Títulos negociáveis 0 Títulos a pagar 100.000 
Duplicatas a receber 0 Salários a pagar 0 
Estoques 200.000 
 
Total ativo circulante 200.000 Total passivo circulante 100.000 
 
Empresa BBB 
Caixa 50.000 Duplicatas a pagar 50.000 
Títulos negociáveis 50.000 Títulos a pagar 30.000 
Duplicatas a receber 50.000 Salários a pagar 20.000 
Estoques 50.000 
 
Total ativo circulante 200.000 Total passivo circulante 100.000 
 
As duas empresas, aparentemente, são igualmente líquidas, pois os seus índices de liquidez corrente 
são idênticos: 2.0 = (200.000 / 100.000). Porém, basta olhar com mais atenção para verificar que a 
empresa BBB é mais líquida que a empresa AAA, pois os ativos da empresa BBB são “mais” líquidos. 
Por essa razão, é importante olhar além dos índices para ter certeza da liquidez da empresa. 
 
As 4 medidas básicas de atividade são: 
 B-a) Giro dos estoques 
 B-b) Período médio de cobrança 
 B-c) Período médio de pagamento 
 B-d) Giro do ativo total 
 
B-a) Giro dos estoques: a liquidez dos estoques na empresa é medida pelo seu giro, que é calculado da 
seguinte forma: 
 
Giro dos estoques = Custo das mercadorias vendidas / Estoques 
Giro dos estoques = 3.600.000 / 450.000 = 8,00 
 
O giro dos estoques é umíndice que pode ser interpretado de duas maneiras: 
a) em comparação com o mesmo índice de outras empresas que operam no mesmo setor; 
b) em comparação com o giro histórico dos estoques da própria empresa. 
Dessa forma, podemos identificar se a empresa está melhor ou pior do que seus concorrentes, ou do 
que ela mesma ao longo do tempo. O giro dos estoques depende muito do ramo do negócio, um giro 
30 no estoque não é raro em uma padaria/leiteria/mercearia/banca de jornais, ao passo que, em um 
estaleiro, podemos esperar um giro 0.5 (lembrar que um navio demora cerca de 2 anos para ser 
concluído e entregue). 
 
Muitos acreditam que, quanto maior for o giro dos estoques de uma empresa, mais eficientemente ela 
está administrando seus estoques. Até certo ponto isso é verdade, pois um giro muito alto, acima da 
média do segmento do mercado, pode indicar problemas. Por exemplo, quando uma empresa está em 
dificuldades financeiras uma recomendação é trabalhar com estoques muito pequenos. Contudo, tal 
estratégia pode resultar em falta de estoque e, como consequência, vendas perdidas por falta de 
mercadoria. 
 
Podemos calcular a idade média dos estoques simplesmente dividindo 360 (o número de dias no ano 
comercial) pelo giro dos estoques. 
Em nosso exemplo: 360 / 8 = 45 dias. 
 
B-b) Período médio de cobrança: o período médio de cobrança, ou idade média das duplicatas a 
receber, é obtido dividindo-se o saldo das duplicatas a receber pelas vendas médias diárias – para 
facilitar vamos assumir que todas as vendas são feitas a crédito. Esse índice é muito útil na avaliação 
da eficiência das políticas de crédito e políticas de cobrança. 
 
Período médio de cobrança = PMC = Duplicatas a receber / Vendas dia 
PMC = 610.000 / (6.000.000 / 360) = 36,6 dias. 
 
Nesse nosso exemplo, a empresa leva 36,6 dias (em média) para cobrar uma duplicata. 
O período médio de cobrança tem sentido quando consideramos as condições de crédito da empresa. 
Suponha, por exemplo, que uma firma concede crédito de 30 dias para seus clientes, um período 
médio de cobrança de 36,6 dias indicaria um departamento de crédito e cobrança mal administrado. 
Por outro lado, se o crédito concedido fosse de 60 dias, um período médio de cobrança de 36,6 seria 
muito bom. O período médio de cobrança pode ser calculado diretamente usando a fórmula: 
 
Período médio de cobrança = 360 x Duplicatas a receber / Vendas anuais 
 
B-c) Período médio de pagamento: o período médio de pagamento, ou idade média das duplicatas a 
pagar, é um índice calculado do mesmo modo que o período médio de cobrança: 
 
Período médio Duplicatas a pagar Duplicatas a pagar 
de pagamento = ------------------------- = ----------------------- 
 Compras médias por dia Compras anuais/360 
 
Esse é um critério difícil de se calcular, pois temos necessidade de determinar as compras anuais, ou 
seja, precisamos considerar as compras a crédito. Esse valor, porém, não é disponível nas 
demonstrações publicadas. Normalmente, as compras são estimadas como percentagem do custo das 
mercadorias vendidas. Se considerarmos que as compras anuais (da firma ASPIRE) igualam 70% de seu 
custo de mercadorias vendidas, seu período médio de pagamento seria: 
 
Período médio de pagamento = PMP = Duplicatas a pagar / Compras médias por dia 
PMP = 900.000 / (3.600.000 / 360) = 90,00 dias 
 
Essa medida só tem sentido quando consideramos como são as condições de crédito concedidas à 
empresa. Se os fornecedores concedem um prazo médio de 60 dias para a empresa quitar suas 
duplicatas, qualquer analista vai atribuir uma classificação baixa. Contudo, se os prazos forem de 120 
dias, sua classificação seria muito boa. Credores e fornecedores de crédito comercial se interessam 
pelo período médio de pagamento (PMP). O PMP é que propicia um indicador de padrões para 
pagamento das duplicatas da empresa. Uma fórmula direta para determinar o período médio de 
pagamento é: 
 
Período médio de pagamento = 360 X Duplicatas a pagar / Compras anuais 
 
B-d) Giro do ativo total: o índice Giro do ativo total mede a eficiência com a qual uma empresa usa 
seus ativos para obter vendas. Podemos dizer que, quanto maior é o giro do ativo total, mais eficiente 
é o uso dos ativos. O indicador Giro do ativo total mostra se as operações da empresa são 
financeiramente eficientes. Outros agentes como os credores e acionistas também têm interesse 
nessa medida. O giro do ativo total é calculado da seguinte forma: 
 
Giro do ativo total = Vendas / Ativo total 
Giro do ativo total = 6.000.000 / 5.180.000 = 1,16 
 
Como podemos ver, essa empresa gira seus ativos apenas 1,16 vez por ano. Esse valor deve ser 
comparado com o desempenho passado da própria empresa e/ou comparado com a média do setor. 
 
C - Medidas de endividamento: 
O nível de endividamento de uma empresa mostra o montante de capital de terceiros que é utilizado 
na busca por resultados, para gerar lucros. O gestor financeiro está mais interessado nos empréstimos 
a longo prazo. Esses empréstimos é que comprometem a empresa a pagar juros a longo prazo e, 
muitas vezes, o pagamento do principal também. Os direitos dos credores da empresa, por força da 
lei, são atendidos antes da distribuição dos lucros aos acionistas. Por essa razão, os acionistas 
existentes e os potenciais ficam muito preocupados em observar o grau de endividamento da 
empresa. Os credores também estão preocupados em conhecer o grau de endividamento da empresa, 
pois, quanto maior o nível de endividamento, maior será a probabilidade de que a empresa não tenha 
recursos para atender aos credores. Obviamente, os administradores (os gestores) da empresa 
também se preocupam muito com o nível de endividamento, pois, com certeza, não desejam ver a 
empresa insolvente. 
 
As duas medidas básicas de endividamento são: 
 C-a) Índice de endividamento 
 C-b) Índice de cobertura de juros 
 
C-a) Índice de participação de terceiros (Índice de endividamento): esse índice mostra a proporção de 
ativos totais que é financiada pelos credores da empresa. Quanto maior for esse índice, maior será o 
montante de capital de terceiros que está empregado para gerar lucros. O índice é calculado como 
segue: 
 
Índice de participação de terceiros = Passivo total / Ativo total 
Índice de participação de terceiros = 3.310.000 / 5.180.000 = 63,90% 
 
Isso significa que a empresa tem 63,90% de seus ativos financiados com capital de terceiros. Quanto 
maior esse índice, maior será a alavancagem financeira da empresa. 
 
C-b) Índice de cobertura de juros: esse índice mede a capacidade de a empresa pagar os juros das 
suas dívidas. Quanto maior for esse índice, maior será a capacidade de a empresa pagar os juros. Esse 
índice é calculado da seguinte maneira: 
 
Índice de cobertura dos juros = LAJIR (no período) / Montante juros (no período) 
Índice de cobertura dos juros = 980.000 / 240.000 = 4,08 
 
O índice de cobertura, em nosso exemplo, é muito bom para empresas com risco operacional médio. 
Como regra geral, podemos dizer que deve ser um mínimo de 3 e uma média de 4. 
 
D- Medidas de lucratividade: 
As medidas de lucratividade que usamos no mercado são muitas e servem para mostrar ao gestor 
como avaliar os resultados da empresa em relação ao nível de vendas, nível de ativos ou ao 
investimento dos proprietários. O gestor acompanha a lucratividade da empresa, pois a empresa 
precisa ser lucrativa, caso contrário ela quebra e fecha! As medidas mais comuns de lucratividade são: 
 D-a) Margem bruta 
 D-b) Margem operacional 
 D-c) Margem líquida 
 D-d) Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) 
 D-e) Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) 
 
D-a) Margem bruta: a margem bruta mostra em termos percentuais quanto sobrou das vendas após a 
empresa ter pago por suas mercadorias. Quanto maior a margem bruta, melhor. Calculamos a margem 
bruta da seguinte maneira: 
 
Margem bruta = (Vendas - Custo das mercadorias vendidas) / Vendas 
Margem bruta = (6.000.000- 3.600.000)/6.000.000 = 40,00% 
 
D-b) Margem operacional: esse índice mostra os lucros por vendas feitas pela empresa. O lucro 
operacional desconsidera despesas financeiras e imposto de renda e mede somente os lucros ganhos 
pela empresa em suas operações. Quanto maior a margem operacional, melhor. Calculamos a margem 
de lucro operacional da seguinte maneira: 
 
Margem operacional = Lucro operacional / Vendas 
Margem operacional = 980.000 / 6.000.000 = 16,33% 
 
D-c) Margem líquida: a margem líquida apresenta para o gestor a percentagem das vendas que 
restou após a dedução de todas as despesas, incluindo o imposto de renda. Quanto maior a margem 
líquida da empresa, melhor. A margem líquida é a medida do sucesso da empresa na relação lucro 
sobre as vendas. Dependendo do setor de atuação da empresa, as margens líquidas consideradas 
podem ser muito diferentes. Uma margem líquida de 1% ou menos pode ser adequada para uma 
padaria. Por outro lado, para uma loja de produtos importados, uma margem líquida de 10% seria 
considerada muito baixa. Calculamos a margem líquida da seguinte maneira: 
 
Margem Líquida = Lucro líquido / Vendas 
Margem Líquida = 503.200 / 6.000.000 = 8,39% 
 
D-d) Retorno sobre o investimento: em inglês, esse índice é o Return On Assets (ROA). O retorno 
sobre o ativo total da empresa indica a eficiência geral dos gestores na obtenção de lucros com os 
ativos existentes disponíveis. Quanto maior o ROA, melhor. Calculamos o ROA da seguinte maneira: 
 
ROA = Lucro líquido após o imposto de renda / Ativos totais 
ROA = 503.200 / 5.180.000 = 9,71% 
 
Esse indicador deve ser comparado com a média setorial. O ROA de uma empresa pode ser calculado 
também pela fórmula Dupont. A fórmula Dupont é calculada da seguinte maneira: divide-se o ROA em 
um componente do lucro sobre vendas e um componente da eficiência de ativo: 
 
ROA = Lucro líq. após IR / Ativo total = (Lucro líq. após IR / Vendas) X (Vendas / Ativo total) 
ROA = Margem líquida X Giro do ativo total 
 
D-e) Retorno sobre patrimônio líquido: em inglês, esse índice é o Return On Equity (ROE). Esse índice 
mostra o retorno sobre o capital dos sócios (equity). Quanto maior for esse índice, melhor para os 
sócios. Calculamos o retorno sobre patrimônio líquido da seguinte maneira: 
 
Retorno sobre patrimônio líquido = Lucro líquido após imposto renda / Patrimônio líquido 
Retorno sobre patrimônio líquido = 503.200 / 1.870.000 = 26,91% 
 
Lista Exercícios 1.2: Índices Financeiros Básicos 
1) A partir dos demonstrativos financeiros da empresa São Pedro, calcule os seguintes índices 
financeiros básicos: 
 
Liquidez: Capital circulante líquido Atividade: Giro de estoque 
Dívida: Índice de endividamento geral Lucratividade: ROA e ROE 
 
Empresa São Pedro 
Demonstrativo do período 200X: Ano 200X 
Receita de vendas 3.360,00 
Menos custos dos produtos vendidos 2.320,00 
Lucro bruto 1.040,00 
Menos despesas operacionais 
 Despesas com vendas 118,00 
 Despesas gerais e administrativas 240,00 
 Despesas de depreciação 460,00 
 Total das despesas operacionais 818,00 
 
Lucro operacional (LAJIR) 222,00 
Menos despesas financeiras (juros da dívida) 110,00 
Lucro antes de IR (LAIR) 112,00 
Menos IR (alíquota do IR = 29%) 32,48 
Lucro líquido após IR 79,52 
Menos dividendos preferenciais 14,00 
Lucro para dividendos ordinários 65,52 
 
Empresa São Pedro 
Balanço patrimonial 31/12/200X 
Ativo circulante Caixa 380,00 
 Títulos negociáveis 70,00 
 Duplicatas a receber 800,00 
 Estoques 450,00 
 Total ativo circulante 1.700,00 
Ativo permanente Terreno e edifícios 2.900,00 
 Máquinas e equipamentos 2.500,00 
 Móveis e utensílios 500,00 
 Veículos 400,00 
 Outros (inclui arrendamento) 167,00 
 Total do ativo permanente 6.467,00 
Menos depreciação acumulada 3.100,00 
Ativo permanente líquido 3.367,00 
Total do ativo 5.067,00 
 
Passivo e patrimônio líquido 
Passivo circulante Duplicatas a pagar 500,00 
 Títulos a pagar 150,00 
 Outras contas a pagar 280,00 
 Total do passivo circulante 930,00 
 Exigível a longo prazo 1.600,00 
Total do passivo 2.530,00 
Patrimônio líquido Ações preferenciais 280,00 
 Ações ordinárias 240,00 
 Ágio na venda de ações 600,00 
 Lucros retidos 1.417,00 
 Total do patrimônio líquido 2.537,00 
Total do passivo + Patrimônio líquido 5.067,00 
 
 
 
 2) Determine os seguintes índices da empresa Aspire em 31/12/2010. 
A - Medidas de liquidez: 
 A-a) Capital circulante líquido 
 A-b) Índice de liquidez corrente 
 A-c) Índice de liquidez seco 
 
B - Medidas de atividade 
 B-a) Giro de estoque 
 B-b) Período médio de cobrança 
 B-c) Período médio de pagamento 
 B-d) Giro do ativo total 
 
C - Medidas de endividamento: 
 C-a) Índice de endividamento 
 C-b) Índice de cobertura de juros 
 
D - Medidas de lucratividade: 
 D-a) Margem bruta 
 D-b) Margem operacional 
 D-c) Margem líquida 
 D-d) Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) 
 D-e) Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) 
 
Demonstrativo Aspire dos períodos 2009 e 2010: 
 Ano 2010 Ano 2009 
Receita de vendas 3.720,00 3.074,00 
Menos custos dos produtos vendidos 2.510,00 2.088,00 
Lucro bruto 1.210,00 986,00 
Menos despesas operacionais 
 Despesas com vendas 125,00 100,00 
 Despesas gerais e administrativas 280,00 229,00 
 Despesas de depreciação 482,29 239,00 
 Total das despesas operacionais 887,29 568,00 
Lucro operacional 322,71 418,00 
Menos despesas financeiras 95,00 93,00 
Lucro antes de IR 227,71 325,00 
Menos IR 29% 66,04 94,25 
Lucro após IR 161,67 230,75 
Menos dividendos preferenciais 10,00 10,00 
Lucro para dividendos ordinários 151,67 220,75 
 
Número de ações 76,26 76,24 
LPA 1,99 2,89 
 
Balanço patrimonial Aspire dos períodos 2009 e 2010: 
Balanço patrimonial 31/12/2010 31/12/2009 
Ativo circulante 
Caixa 425,00 363,00 
Títulos negociáveis 85,00 68,00 
Duplicatas a receber 620,00 503,00 
Estoques 370,00 289,00 
Total ativo circulante 1.500,00 1.223,00 
 
Ativo permanente 
Terreno e edifícios 2.600,00 2.072,00 
Máquinas e equipamentos 2.320,00 1.866,00 
Móveis e utensílios 440,00 358,00 
Veículos 342,00 275,00 
Outros (inclui arrendamento) 121,00 98,00 
Total do ativo permanente 5.823,00 4.669,00 
 
Menos depreciação acumulada 2.777,29 2.295,00 
Ativo permanente líquido 3.045,71 2.374,00 
Total do ativo 4.545,71 3.597,00 
 
Passivo e patrimônio líquido 
Passivo circulante 
 Duplicatas a pagar 440,00 382,00 
 Títulos a pagar 110,00 79,00 
 Outras contas a pagar 215,00 159,00 
Total do passivo circulante 765,00 620,00 
Exigível a longo prazo 1.416,08 1.023,00 
Total do passivo 2.181,07 1.643,00 
 
Patrimônio líquido 
 Ações preferenciais 242,04 200,00 
 Ações ordinárias ($1,20 100mil) 231,14 191,00 
 Ágio na venda de ações 517,94 428,00 
 Lucros retidos 1.373,52 1.135,00 
Total do patrimônio líquido 2.364,64 1.954,00 
Total do passivo + Pat. líquido 4.545,71 3.597,00 
 
 
 SOLUÇÃO LISTA DE EXERCÍCIOS 1.2 (ÍNDICES DE LIQUIDEZ) 
 
1) A partir dos demonstrativos financeiros da empresa São Pedro, calcule os seguintes índices 
financeiros básicos. 
 
ÍNDICE Liquidez 
Capital circulante líquido = ativo circulante - passivo circulante 770,00 
 
ÍNDICE Atividade 
Giro de estoque = custo dos produtos vendidos / estoque 5,16 
 
ÍNDICE Dívida 
Índice de endividamento geral = total de passivos / total de ativos 49,93% 
 
ÍNDICES LucratividadeROA = lucro líquido após IR / total ativos 1,57% 
ROE = lucro líquido após IR / patrimônio líquido 3,13% 
 
 
2) Determine os seguintes índices da empresa Aspire. 
 
ÍNDICE Liquidez 
Capital circulante líquido = ativo circulante - passivo circulante = R$735,00 
Índice de liquidez corrente = ativo circulante / passivo circulante = 1,96 
Índice de liquidez seca = (ativo circulante - estoque) / passivo circulante = 1,48 
 
ÍNDICE Atividade 
Giro de estoque = custo dos produtos vendidos / estoque = 6,78 
Período médio de cobrança = duplicatas a receber / média de vendas por dia 
Período médio de cobrança = 60,00 dias 
Período médio de pagamento = duplicatas a pagar / média de compras por dia 
(Considerando uma percentagem de 70%) = 90,15 dias 
Giro do ativo total = vendas / total de ativos = 0,82 
 
ÍNDICE Dívida 
Índice de endividamento geral = total de passivos / total de ativos = 47,98% 
Índice de cobertura de juros = LAJIR / juros = 3,40 
 
ÍNDICE Lucratividade 
Margem bruta = (Vendas - custo dos produtos vendidos) / Vendas = (Vendas - custo dos produtos 
vendidos) / Vendas = 32,53% 
 
Margem operacional = Lucro operacional / Vendas = 8,68% 
Margem líquida = Lucro líquido após IR / Vendas = 4,35% 
 
Taxa de retorno sobre o ativo total 
(ROA) = Lucro líquido ao IR / total ativos 
Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) = 3,56% 
 
Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido 
(ROE) = Lucro líquido após IR / patrimônio líquido = 6,84% 
ÍNDICES DE RENTABILIDADE POR ÁREA DA EMPRESA 
 
O objetivo deste capítulo é mostrar como fazer seus próprios índices customizados, particulares e 
exclusivos para analisar a sua empresa. Neste capítulo, vamos ver como criar e utilizar os índices de 
rentabilidade de cada área da empresa que é importante para você analisar e acompanhar como estão 
as operações das empresas. A partir dessa análise, poderemos determinar se a rentabilidade da sua 
empresa está alinhada com outras empresas similares do mercado. Além disso, a análise por esses 
índices mostra exatamente onde estão os problemas, caso existam. 
 
É frequente uma empresa reconhecer que tem baixa rentabilidade, porém não sabe onde está o 
problema nem sua causa. Em reação a essa percepção e sem saber exatamente onde está o problema, 
e, portanto, sem saber o que fazer a maior parte das vezes, as empresas partem para os 
procedimentos padrão: cortar o ponto, reduzir o cafezinho, desligar o ar-condicionado mais cedo, 
economizar nos palitos, nos guardanapos e nas embalagens, cortar os bônus e a festa de fim de ano. 
Todas essas medidas mostram um grau de preocupação, talvez desespero, da direção da empresa, 
porém não resolvem o problema. Na maior parte das vezes, ganha a antipatia e má vontade dos 
funcionários e a prevenção dos clientes. 
 
Se as empresas soubessem determinar e trabalhar com os índices de rentabilidade por área da 
empresa para detectar e localizar os focos de ineficiência ou perdas, poderiam agir com rapidez e 
exatidão em cima do problema, aumentando dramaticamente a eficácia (economia e rapidez) das 
soluções. 
 
A relação entre todas as entradas para todas as saídas é chamada de medida de produtividade total. 
Com essa medida total, podemos comparar com a medida idêntica (total) de nossos concorrentes 
diretos a fim de verificar se estamos “melhor” ou “pior” do que a concorrência em termos de 
competitividade e produtividade. 
 
 Soma dos bens ou serviços produzidos 
Índice geral (medida total) = ----------------------------------------------- 
 Soma dos recursos utilizados 
 
 
E podemos, então, determinar os outros índices de produtividade, mais específicos para cada setor, 
que nos interessem saber: 
 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com mão de obra 
Índice = vendas / mão de obra 
 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com energia 
Índice = vendas / energia 
 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com matéria-prima 
Índice = vendas / matéria prima 
 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com aluguéis 
Índice = vendas / aluguéis 
 
 
Por exemplo, vamos considerar que o posto de gasolina “A” fatura R$200.000,00 por mês e gasta com 
compra de combustíveis R$140.000,00 por mês. Supondo que esse posto “A” mantém o mesmo 
estoque de combustível, podemos determinar o seu índice vendas/matéria-prima como sendo 
200/140 = 1,4285. Agora podemos fazer uma comparação com o posto de gasolina “B”. Vamos 
considerar que o posto de gasolina “B” fatura R$100.000,00 por mês e gasta com compra de 
combustíveis R$80.000,00 por mês, mantendo o mesmo estoque. Fazendo as contas, obtemos o índice 
vendas/matéria-prima para o posto “B”; 100/80 = 1,25. 
 
Conclusão: verificamos que o posto “A” tem índices melhores do que “B”. A recomendação é que os 
proprietários do posto “B” tomem medidas para corrigir essa ineficiência nas suas operações. 
 
 
Exemplo 1 de Índices de rentabilidade por área da empresa: 
Considere o exemplo bem simples a seguir que foi feito para ilustrar o que chamamos de índice de 
rentabilidade por área da empresa. 
 
Você tem uma empresa que presta serviços de isolamento acústico. O nome da sua empresa é 
AbafaSom. Seus clientes são pessoas ou empresas que querem ter um ambiente à prova de som, tais 
como salas de gravação de música, sala para ensaio e cantores, sala para entrevistas a serem gravadas 
em vídeo, boites e salões de festa cujos vizinhos não gostem de música alta... 
 
É um ramo muito concorrido e muito técnico. A mão de obra dos seus técnicos que fazem a instalação 
é muito cara, pois é muito especializada. Seus técnicos são seus funcionários mais bem pagos e ainda 
recebem um bônus cada vez que um cliente indica outro cliente. 
 
Suas maiores preocupações são com três aspectos do seu negócio. Por essa razão, você quer 
desenvolver três indicadores para te informar se o seu negócio está indo bem. 
 
Custo com o material acústico, que é absurdamente caro por metro quadrado (mantas de espuma à 
prova de fogo empregadas no isolamento). 
Resultado da propaganda que fazem na TV e nos jornais locais. 
Será que o bônus prêmio pago aos funcionários é muito ou é pouco? 
 
Após algumas reuniões com os gestores da sua empresa, ficou decidido que vocês precisavam desses 
três indicadores a seguir: 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com material acústico. 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com propaganda. 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com bônus performance pago aos 
funcionários. 
 
 
Solução: 
Passo 1) Elabore o demonstrativo de resultados da empresa. 
 
A empresa AbafaSom tem o seguinte demonstrativo de resultado mensal: 
Faturamento com vendas do único serviço $700.000,00 
Custo variável com mantas acústicas $240.000,00 
Custo variável com todos os demais itens $30.000,00 
Custos fixos 
 Folha de pagamentos dos técnicos (com encargos) $60.000,00 
 Bônus performance dos técnicos (com encargos) $100.000,00 
 Folha de pagamentos dos demais funcionários (com encargos) $20.000,00 
 Luz, gás, telefone, IPTU, aluguel da loja $10.000,00 
 Propaganda na TV e nos jornais $120.000,00 
 Diversos (outros gastos) $50.000,00 
LAJIR (lucro antes de juro e imposto de renda) $95.000,00 
Juros (e outras despesas financeiras) $25.000,00 
LAIR (lucro antes do imposto de renda) $70.000,00 
 
 
Passo 2) Agora vamos montar os índices: 
Vendas / Material acústico = 700.000 / 240.000 = 2,91 
Vendas / Propaganda = 700.000 / 120.000 = 5,83 
Vendas / Bônus performance = 700.000 / 100.000 = 7,00 
 
 
Passo 3) Observar a concorrência. Uma vez que o mercado é concorrido, é porque existem muitas 
outras empresas semelhantes competindo no mesmo segmento. Índices dos concorrentes que você, 
seus sócios, seus gestores conseguiram observar: 
Vendas / Material acústico = 2,90 
Vendas / Propaganda= 8,12 
Vendas / Bônus performance = 6,80 
 
Passo 4) Análise comparativa 
Índice AbafaSom Concorrente Conclusão 
Vendas / Material acústico 2,91 2,90 melhor 
Vendas / Propaganda 5,83 8,12 muito pior 
Vendas / Bônus performance 7,00 6,80 melhor 
 
Passo 5) Conclusão 
Como podemos ver na análise apresentada, você está melhor do que a concorrência em uso adequado 
do material acústico e no pagamento do bônus performance. Mas está bem abaixo da concorrência 
quando se trata do retorno sobre o gasto com propaganda. Talvez seja hora de sentar com sua equipe 
de propaganda para rediscutir tudo. 
 
 
 
 
Lista de Exercícios 1.3 
1) A empresa comercial Dumdum tem os seguintes gastos mensais: 
Faturamento com vendas do produto único $36.000,00 
Custo variável total $30.000,00 
Custos fixos 
 Folha de pagamentos dos funcionários (salários e encargos) $2.500,00 
 Luz, gás, telefone, IPTU, aluguel da loja $800,00 
 Diversos (outros gastos) $300,00 
LAJIR (lucro antes de juro e imposto de renda) $2.400,00 
Juros (e outras despesas financeiras) $1.300,00 
LAIR (lucro antes do imposto de renda) $1.100,00 
 
Os administradores querem saber se a empresa Dumdum está operando bem, de forma lucrativa e 
eficiente. Como fazer? Sugestão: vamos desenvolver alguns índices de rentabilidade por área da 
empresa para poder analisar. 
 
Vamos criar os seguintes índices: 
Índice geral que mostra quanto obtemos com vendas para todos os gastos. 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com custo variável. 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com folha de pagamentos. 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com luz, gás, aluguel. 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com juro e outros encargos 
financeiros. 
 
Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com diversos (restante) 
 
 
Índices de outras empresas concorrentes. Considere que os índices das outras empresas sejam: 
Índice geral = 1,04 
Índice $ vendas por $ CV = 1,20 
Índice $ vendas por $ folha + encargos = 14,52 
Índice $ vendas por $ luz, gás, aluguel = 90,00 
Índice $ vendas por $ juro e encargos = 27,48 
Índice $ vendas por $ gastos com diversos = 122,03 
 
Respostas: 
Índice geral = 1,031 
Índice $ vendas por $ CV = 1,20 
Índice $ vendas por $ folha + encargos = 14,40 
Índice $ vendas por $ luz, gás, aluguel = 45,00 
Índice $ vendas por $ juro e encargos = 27,69 
Índice $ vendas por $ gastos com diversos = 120,00 
 
E agora? Fazemos o que com esses índices? Vamos usar esses índices para analisar. Vamos comprar 
com os índices de outras empresas, de outras lojas de nossa empresa e com lojas de outras empresas. 
Indice que mede quanto Sua Loja
Vendemos para cada real gasto com CV dos produtos 1,200 
Vendemos para cada real gasto com folha de salarios 14,400 
Vendemos para cada real gasto com luz gaz aluguel 45,000 
Vendemos para cada real gasto com juros e outros encargos 27,692 
Vendemos para cada real gasto com diversos (os outros gastos) 120,000 
Indice Geral; Vendemos para cada real gasto 1,032 
Resultado da comparação: podemos ver que em quase todos os aspectos nossa empresa Dumdum 
está bem. Em apenas um índice a Dumdum está ruim, é o índice $ vendas por $ luz, gás, aluguel. 
Nesse índice, a concorrência consegue o dobro!!! Então, está na hora da direção da empresa verificar 
o que há de errado com os gastos de luz, gás e aluguel, pois o problema está localizado ali. 
 
2) Sua empresa é a Borak. Você pretende analisar sua empresa para ver se está tudo bem. Você vai 
verificar a sua medida de produtividade total, para comparar com os índices das outras empresas 
líderes de mercado. Você obteve as informações sobre as empresas líderes de mercado com seus 
analistas de investimentos, consultor da empresa e contador. Ao analisar se você encontra algum 
problema na Borak, certamente deve corrigir o problema. Para corrigir o problema, você deverá 
primeiramente identificá-lo, localizar o problema e entender o que está acontecendo. 
 
Então, resumindo e fazendo passo a passo: 
a) Primeiro ver os índices gerais para ver se existem problemas. 
b) Usar os índices localizados para determinar onde fica o problema. 
 
Você quer aumentar a competitividade da Borak. Onde você deve focalizar seus esforços? Suponha 
que outras firmas líderes no setor apresentam as seguintes medidas. 
 
Índices de produtividade da Borak (total das vendas no ano é $15.500,00) 
 
Gastos no ano por centro de custos 
a) Mão de obra $5.000 
b) Material $2.153 
c) Capital de giro $4.000 
d) Energia $540 
e) Outras despesas $1.500 
Total dos gastos $13.193 
 
Cálculos das "nossas" medidas de produtividade: 
Média total = Vendas / Gastos totais 
 = 15.500 / 13.193 = 1,174865 
 
Medidas parciais = Vendas / Mão de obra = 15.500 / 5.000 = 3.10 
 = Vendas / Material = 15.500 / 2.153 = 7,20 
 = Vendas / Capital de giro = 15.500 / 4.000 = 3.88 
 = Vendas / Energia = 15.500 / 540 = 28,70 
 = Vendas / Outras despesas = 15.500 / 1.500 = 10,33 
 
Índices de Produtividade do Mercado 
Média total Vendas / Gastos totais 1,34 
Medidas Parciais Vendas / Gastos com mão de obra 3,20 
 Vendas / Gastos com material 7,11 
 Vendas / Gastos com capital de giro 6,40 
 Vendas / Gastos com energia 26,67 
 Vendas / Gastos com outras despesas 10,00 
 
Sua missão: 
Determinar se temos algum problema na Borak? 
Solução: ver o índice de produtividade TOTAL e comparar como mercado. 
 
Caso positivo: onde está o problema da Borak? 
Solução: Ver os índices parciais e comparar com o mercado. 
 
O que devemos fazer para solucionar? 
Solução: focar no departamento onde está o problema. 
 
 
Resposta: 
Sim, a Borak tem problemas. O índice geral de produtividade de outras empresas no mercado aponta 
para 1,34. A Borak apresenta 1,17. Ou seja, para cada um real de gastos, o mercado em média vende 
R$1,34, um resultado de R$0,34 para cada real de gastos. A empresa Borak, entretanto, para cada um 
real de gastos, vende R$1,17, um resultado de R$0,17 para cada real, a metade da média do mercado. 
 
Analisando os índices, um a um, encontramos que na maioria dos indicadores a Borak está em boa 
forma (um pouco mais, um pouco menos), menos em um dos indicadores em que a Borak está 
realmente muito defasada. O índice discrepante da Borak é o índice das Vendas / Gastos com capital 
de giro que mostra R$3,88, enquanto que o mercado na média apresenta R$6,40. Devemos focar 
nossos esforços no departamento financeiro. 
 
Uma vez que sabemos onde está o problema, podemos ser mais eficazes e eficientes em resolvê-lo. 
Devemos fazer perguntas tais como: por que gastamos tanto com capital de giro? Será que estamos 
com pouco ou com muito capital de giro? Pagamos muito caro por esse capital? Qual é a taxa de juros 
que nossos concorrentes pagam pelo capital de giro? 
 
 
Lista de Exercícios 1.4 – ME – Questões de Múltipla Escolha 
1) Tendo em vista os conceitos de alavancagem operacional, financeira e total, é INCORRETO afirmar 
que: 
 
A) a alavancagem financeira diz respeito à relação entre o lucro antes de juros e impostos de 
renda e o lucro líquido por ação ordinária da empresa. 
B) a alavancagem total diz respeito à relação entre a receita das vendas e o lucro líquido por ação 
ordinária da empresa. 
C) o grau de alavancagem operacional diz respeito a medir a sensibilidade de variações do lucro 
antes de juros e impostos de renda ou Laji (resultado operacional) e as variações das vendas. 
D) a alavancagem financeira diz respeito ao nível de capital financeiro para financiar os projetos 
da empresa em relação ao nível de capacidade de endividamento da empresa. 
E) a alavancagem operacional diz respeito à relação entre a receita das vendas e o lucro antes de 
juros e impostos de renda ou Laji (resultado operacional). 
 
 
2) Sabe-se que GAO é a siglapara grau de alavancagem operacional, GAF é a sigla para grau de 
alavancagem financeira e GAT é a sigla para grau de alavancagem total. Assim sendo, é correto afirmar 
que: 
A) GAT = GAO / GAF. 
B) GAT = GAO + GAF. 
C) GAO = GAT / GAF. 
D) GAT = GAO – GAF. 
E) GAF = GAT – GAO. 
 
 
 
3) Os três tipos básicos de alavancagem nas empresas são: 
 
A) interna, externa e combinada. 
B) operacional, financeira e combinada. 
C) positiva, negativa e neutra. 
D) alta, baixa e neutra. 
E) curto prazo, longo prazo e combinada. 
 
 
4) A empresa Opha espera vender 1.000 unidades do produto X por R$80,00 a unidade. Os custos 
variáveis são R$20,00 por unidade. Os custos fixos são de R$30.000,00. A empresa paga juros mensais 
de R$12.000,00. A alíquota do imposto de renda é de 30,00% sobre o lucro real. Todo o lucro é 
distribuído aos acionistas comuns. Assim sendo, é correto afirmar que o GAO, o GAF e o GAC da 
empresa Opha são respectivamente: 
 
A) 1; 2; 2. 
B) 2; 1; 2. 
C) 1,666; 2; 3,333. 
D) 2; 1,666; 3,333. 
E) 3,333; 1; 3,333. 
 
 
5) Os três tipos básicos de alavancagem são: 
 
A) fixa, variável e combinada. 
B) operacional, combinada e total. 
C) de longo prazo, de curto prazo e permanente. 
D) econômica, financeira e econômico-financeira. 
E) operacional, financeira e combinada ou total. 
 
 
6) A empresa Supimpa espera vender 12.000 unidades do produto X por R$30,00 a unidade. Os custos 
variáveis são R$14,00 por unidade. Os custos fixos são R$40.000,00. A empresa paga juros mensais de 
R$29.000,00. Os dividendos preferenciais são de R$25.600,00. A alíquota do imposto de renda é 
32,00% sobre o lucro real. Nesse caso, o GAO, o GAF e o GAC da firma Supimpa são respectivamente: 
 
A) GAO = 1,26, GAF = 1,78 e GAC = 2,25. 
B) GAO = 2,26, GAF = 2,78 e GAC = 1,25. 
C) GAO = 1,46, GAF = 1,78 e GAC = 1,52. 
D) GAO = 1,78, GAF = 1,48 e GAC = 2,03. 
E) GAO = 1,26, GAF = 1,38 e GAC = 1,81. 
 
 
Lista de Exercícios 1.4 – ME – Questões de Múltipla Escolha - RESPOSTAS 
Resposta 1) D) a alavancagem financeira diz respeito ao nível de capital financeiro para financiar os 
projetos da empresa em relação ao nível de capacidade de endividamento da empresa. 
 
Resposta 2) C) GAO = GAT / GAF. 
 
Resposta 3) B) operacional, financeira e combinada. 
 
Resposta 4) D) 2; 1,666; 3,333. 
 
Resposta 5) E) operacional, financeira e combinada ou total. 
 
Resposta 6); A) GAO = 1,26, GAF = 1,78 e GAC = 2,25. 
 
Solução 
Fórmula direta do GAO: 
GAO ao nível base de vendas = X (p-v) / [X (p-v) - F] 
GAO ao nível base de vendas = 12.000 (30-14) / [12.000 (30-14) – 40.000] = 1,2631 
 
Fórmula direta do GAF: 
GAF ao nível base de LAJIR = LAJIR / {LAJIR - Juros - Divid.(Pref) [1/(1-txIR)] } 
GAF ao nível base de LAJIR = 152.000 / {152.000 – 29.000 – 25.600 [1/(1-0,32)] } = 1,780841 
 
Fórmula direta do GAC: 
GAC = GAO x GAF = 1,263 x 1,781 = 2,25 
 
 
 
Capítulo 2: Gestão de longo prazo da empresa – 
Estrutura de capital 
 
 
OBJETIVOS DA SEÇÃO 
Como já vimos em capítulos anteriores, em resumo bem simples e direto: a gestão das finanças das 
empresas é a parte mais importante da gestão empresarial. 
 
Podemos separar as finanças das empresas em duas partes bem distintas: 
a) As finanças de longo prazo (LP) são relativas aos investimentos e financiamentos para a implantação 
da empresa, para a compra dos prédios, dos escritórios, das fábricas, das máquinas, enfim, ativos que 
têm vida longa, tais como aviões, navios, trens, autofornos, etc. São contratos de empréstimos e 
financiamentos que serão pagos em 5, 10, 15 anos ou mais. 
 
b) As finanças de curto prazo (CP) são relativas a financiamentos para compra de matéria-prima, que 
vai ser usada na produção dos bens, produtos ou serviços, máquinas de vida com curta duração, tais 
como serras, brocas, furadeiras, grampeadores, equipamentos que sejam consumidos ou desgastados 
rapidamente nos processos de produção, material de escritório e limpeza, tais como papel, clipes, 
lápis, canetas, cartuchos para impressoras, enfim, dos contratos de empréstimos e financiamentos que 
devem ser pagos em poucos dias, semanas, alguns meses, ou no máximo uns dois anos (acima disso já 
devemos analisar para ver se é longo prazo). A gestão do caixa envolve prazos mais curtos até os 120 
dias, ou 180 dias no máximo. 
 
O objetivo nesse capítulo é tratar das finanças de longo prazo (LP) da empresa. Vamos tratar e estudar 
dos principais aspectos das finanças de longo prazo: 
 A estrutura de capital da empresa. 
 As duas fontes primárias de capitais para a empresa (capital próprio e de terceiros). 
 A obtenção de capital próprio pela venda de ações (ou cotas de capital). 
 A obtenção de capital de terceiros de longo prazo. 
 Analisar como e porque é difícil determinar a relação ótima de endividamento. 
 
 
INTRODUÇÃO 
Uma empresa tem apenas duas fontes primárias de capital: 
 Capital dos sócios, também chamado de capital próprio. 
 Capital obtido com endividamento (dívidas) também conhecido como capital de terceiros. 
 
Não existe empresa que seja financiada com 100% de capital próprio ou com 100% de capital de 
terceiros. 
 
Uma empresa que não tem contratos de empréstimos, nem dívidas, nem prestações a pagar pode 
achar que não usa capital de terceiros em suas operações. Porém, devemos lembrar que mesmo que 
pense não ter ou não queira ter dívidas, toda e qualquer empresa tem SIM dívidas. 
 
Qualquer empresa usa gás, luz, telefone, serviços dos seus funcionários ou empregados, contadores, 
advogados, aluguéis de imóveis, máquinas ou equipamentos, condomínio do prédio onde está 
instalada, e mais uma infinidade de dívidas, tais como impostos devidos, gerados quando a empresa 
vende um produto, que devem ser recolhidos aos cofres do governo em determinado prazo. E outras 
tantas dívidas que são incorridas, geradas e criadas no dia a dia das operações das empresas, mesmo 
para as que julgam não terem dívidas. E essas dívidas, enquanto não são pagas, ajudam a financiar as 
operações da empresa. 
 
Por outro lado, também não existe uma empresa que seja financiada apenas por capital de terceiros. 
Uma empresa que seja 100% capital de terceiros estará tecnicamente falida e nesse instante sem 
liquidez alguma. Como consequência da falência, o patrimônio da empresa é tomado pelos credores 
para pagar as dívidas e, então, se torna 100% capital próprio no mesmo instante. Deixa de ser dívida e 
se torna capital próprio, agora capital próprio dos credores. No instante imediatamente posterior a 
essa nova situação, a empresa incorre em contas de luz, despesas com funcionários, e volta a ser 
financiada por um mix de capital próprio e capital de terceiros. 
 
Por essa razão, podemos afirmar que toda e qualquer empresa é sempre financiada por um mix de 
capitais. Cada um desses capitais tem seus prós e seus contras, suas vantagens e suas desvantagens. 
Encontrar o mix ideal entre capital próprio e capital de terceiros é um objetivo comum a todas as 
empresas e a todos os seus administradores. 
 
Primeiro vamos ver as características de cada um desses capitais. 
 
Capital dos sócios (capital próprio) 
 Os sócios não têm garantia de retorno do investimento nem do valor do principal investido. 
 Os sócios recebem dividendos apenas se houver lucro a ser distribuído. 
 Os sócios recebem dividendos apenas quando houver lucro a ser distribuído. 
 A remuneração dos sócios depende dos resultados da empresa. 
 Posto que o risco para os sócios é grande, a taxa esperada de retorno é grande. 
 
Capital de terceiros (capital dos credores) 
 Os credores exigem garantias. 
 O capital de terceiros tem fixada a taxa de retorno (taxa de juros) que vai ser paga. 
 O capital de terceiros tem fixadas as datas em que os juros serão pagos. 
 O capital de terceiros tem fixadas as datas em que o principal do empréstimo vai ser pago. 
 A remuneração dos credores não depende dos resultados da empresa. 
 Posto que o risco para os credores é pequeno, a taxa esperadade retorno é pequena. 
 
Os prós e os contras de cada um: vantagens e desvantagens 
Para a empresa que vai ter que pagar aos investidores, o capital de terceiros é mais barato do que o 
capital próprio. 
 
O risco para os credores é menor do que o risco para os sócios. Como consequência, a taxa de retorno 
para os credores é menor do que a taxa de retorno dos sócios. 
 
Porém, se a empresa estiver com dificuldades e não puder honrar com todos os seus compromissos 
financeiros, a empresa vai escolher deixar de pagar os sócios, pois os sócios não executam a empresa 
em caso de falta de pagamento. Se a empresa deixar de pagar aos credores qualquer parcela da dívida, 
os credores podem executar a empresa e exigir o pagamento imediato do total da dívida. Conclusão: o 
capital de terceiros custa menos, porém impõe penalidades maiores caso a empresa não possa pagar. 
 
Por outro lado, existe o “benefício fiscal”, que é o fato do governo permitir o abatimento dos juros 
(serviço da dívida) da base tributável e, com isso, reduzir o imposto e a renda que a empresa tem a 
pagar. 
 
Como consequência, se a empresa está decidindo entre capital próprio ou capital de terceiros como 
fonte de recursos para poder investir em um projeto de alta volatilidade dos resultados (alto risco), 
deverá escolher o capital próprio, pois se o projeto não puder pagar em uma determinada data o sócio 
não poderá executar a empresa. Teremos um capital com custo mais elevado, mas, posto que o 
projeto é de alta volatilidade, é esperado que os seus retornos sejam maiores para compensar os 
riscos. Com esses retornos maiores, não deveremos ter problemas em pagar o custo maior do capital 
próprio. 
 
Por outro lado, a decisão de usar capital de terceiros deverá ser reservada apenas para financiar 
projetos de baixo risco e com retorno mais estável e mais assegurado. Teremos a vantagem de ter um 
capital que custa menos. Mas sendo um projeto de baixo risco e, portanto, com baixa volatilidade dos 
retornos, teremos um baixo risco de não poder pagar a dívida (principal) ou o serviço da dívida (juros). 
 
Poderemos, então, concluir primeiramente que existe uma receita. Projetos de alto risco e alto retorno 
devem ser financiados com capital próprio, que é mais caro, porém os sócios não executam a empresa 
em caso de não pagamento. Projetos de baixo risco e baixo retorno, mais tranquilos, devem ser 
financiados com capital de terceiros, que é mais barato e o risco de sermos executados é reduzido, 
pois o projeto paga com regularidade. 
 
Porém, se pararmos para pensar nessa lógica, podemos observar que é simples o suficiente para 
sócios e credores, gestores, executivos e administradores, investidores e tomadores poderem 
entender a seguinte mensagem: “Novos sócios somente são chamados a investir nas empresas quando 
os projetos são arriscados e de retorno alto, porém duvidoso”. Essa mensagem diz ao investidor que 
quer ser sócio: “Comprar ações de uma empresa significa que você vai financiar apenas os PEPINOS!”. 
 
Como consequência, o comportamento natural dos sócios seria, então, nunca mais investir em compra 
de ações das empresas. Com isso, as empresas perderiam uma importante e fundamental fonte de 
recursos. As empresas não poderiam sobreviver nem se financiar sendo financiadas apenas com 
capital de terceiros. Então, a solução adotada pelo mercado foi a seguinte: sempre que as empresas 
necessitam de capital vão ao mercado e buscam ambos os capitais. Um pouco de capital próprio e um 
pouco e capital de terceiros. Independente se os projetos dos novos investimentos são de alto ou 
baixo risco/retorno. Dessa forma, tendo se tornado habitual as empresas sempre captarem um misto 
de capital no mercado, não fica mais evidente quais projetos a empresa julga arriscados e quais julga 
“tranquilinhos”. Os investidores, então, passam a analisar as empresas pelo seu risco médio (risco 
médio de todos os projetos da empresa). 
 
A dúvida permanece e é difícil determinar qual é esse mix ideal entre capital próprio e capital de 
terceiros. É isso que trataremos e estudaremos neste capítulo. 
 
 
CONSIDERAÇÕES A FAZER PARA ESCOLHER O NÍVEL IDEAL DE ENDIVIDAMENTO DA EMPRESA 
 
Determinar a melhor relação entre capital de terceiros (D) e capital próprio (S) é uma das questões 
mais importantes e também das mais difíceis para uma empresa. Queremos obter a relação entre 
capital próprio e capital de terceiros que maximiza os resultados. Chegamos a essa relação ótima 
quando encontramos o mix entre capital de terceiros (D) e capital próprio (S) que minimiza o CMPC 
(custo médio ponderado de capital). É importante mencionar logo de início que NÃO existe uma 
fórmula ou equação que permita determinar de forma técnica, cartesiana ou matemática a melhor 
relação D/S. 
 
Existem prós e contras para endividar mais ou endividar menos. Voltaremos a esse assunto em 
detalhes mais para a frente. Para efeitos de proporcionar uma primeira ideia, vamos apresentar de 
uma forma simplificada algumas das diversas variáveis envolvidas na busca pela melhor relação D/S. 
 
Prós e contras: mais credores (capital de terceiros) e menos sócios (capital próprio) 
 Aumenta o valor dos dividendos por ação (pois são menos sócios). 
 Aumenta o valor de cada ação (pois são menos ações). 
 Para as empresas que operam na base do lucro real, reduz a base tributável e, 
consequentemente, reduz o imposto a pagar. 
 Aumenta o risco de falência por causa do aumento do serviço da dívida (juros). 
 Por estar mais endividada, a empresa fica com reduzida disponibilidade de novas linhas de 
crédito (a empresa com poucas dívidas, se precisa, consegue obter novos empréstimos 
rapidamente). 
 
Prós e contras: mais capital próprio e menos capital de terceiros 
 Tranquilidade para o gestor e baixo risco para o acionista. Se as vendas da empresa caírem, e 
os resultados não forem bons, é melhor ter poucas dívidas, pois se a empesa não puder pagar 
é melhor deixar de pagar os dividendos dos sócios do que deixar de pagar os juros e ser 
executado. 
 Aproveitar oportunidade de investimento. Por exemplo, comprar um concorrente ou um 
fornecedor. A empresa, com poucas dívidas, consegue empréstimos e financiamentos 
rapidamente no mercado. 
 
Estrutura de capital 
Estrutura de capital de uma empresa é a relação entre quanto de capital de terceiros e quanto de 
capital próprio financiam a empresa. 
 
Vamos ao dicionário: 
Capital de terceiros é o capital dos credores, também conhecido como o capital obtido por dívidas. A 
empresa busca esses empréstimos nas instituições financeiras assinando contratos de empréstimos 
ou, então, lançando (vendendo) títulos de dívidas (debêntures) no mercado. Quando uma empresa 
levanta empréstimos, são estipuladas as taxas de juros, o regime de capitalização (simples ou 
composto), as condições (pré ou pós-fixado com ou sem correção monetária), o sistema de 
amortização (Price, SAC, Sam, Americano), os prazos e as datas de pagamento do serviço da dívida e 
do principal. Representamos o capital de terceiros pela letra “D”, que vem da palavra Dívida. 
 
Capital próprio é o capital dos sócios, é o capital obtido pela venda de cotas de participação ou de 
ações da empresa aos investidores chamados sócios. As empresas podem ser limitadas ou S/A, 
sociedades anônimas. As empresas limitadas vendem cotas de participação e as sociedades anônimas 
vendem ações aos investidores e, dessa forma, obtêm dinheiro dos sócios para se capitalizar. Quando 
investidores adquirem cotas de participação ou ações de uma empresa, se tornam sócios dessa 
empresa. Representamos o capital dos sócios pela letra “S”, que vem da palavra Sócios. 
 
Estrutura de capital é a relação entre quanto de capital de terceiros (D) e quanto de capital próprio (S) 
financiam as operações de uma empresa. Estrutura de capital é a relação D/S. A relação D/S é a 
relação dívida de longo prazo sobre o total do capital próprio. Para ilustrar, veja no balanço a seguir: 
 
 
Balançoda empresa Piu-Piu: 
 
 ATIVO PASSIVO 
Ativos diversos 300.000 Cap. Terceiros Dívidas 175.000 
 PATRIMÔNIO Social 
 Capital Social 125.000 
Total do ativo 300.000 Total do Pass + Pat 300.000 
 
Podemos observar no balanço acima que: 
Dívidas = 175.000,00 e Capital Social = 125.000,00. 
Então, a relação D/S é 175.000/125.000 = 1,40. 
 
 
 
Ilustração da estrutura do capital da empresa no balanço: 
201X/X Seção XX 9
BALANÇO DA EMPRESA
ATIVOS PASSIVOS
Cap Terceiros CURTO PRAZO
Cap Terceiros LONGO Prazo
Cap Próprio Ações Preferenciais 
Cap Próprio Ações Ordinárias
Cap Próprio Lucros Retidos
ESTRUTURA DE CAPITAL e a relação D/S
Estrutura
de Capital
 
Buscando a estrutura ótima de capital. Ou seja, a relação D/S ótima. 
 
Podemos dizer, de uma forma direta e simples, que a relação D/S ótima é aquela que maximiza o valor 
da empresa. Conforme vimos no capítulo 5, o valor de uma empresa é função dos fluxos de caixa 
futuros e da taxa do custo do capital. Quando minimizamos a taxa do custo do capital (CMPC) da 
empresa, maximizamos o valor dessa empresa. Então, podemos dizer que a relação D/S ótima é aquela 
relação D/S que minimiza o custo médio ponderado do capital da empresa. 
 
O custo médio ponderado do capital, que já estudamos, é dado pela seguinte fórmula: 
CMPC = Kd (1-IR) D/(D+S) + Ks S/(D+S) 
 
Como podemos observar, o CMPC é função de Kd, Ks, D e S. Conforme a relação D/S aumenta, 
inicialmente o CMPC diminui, pois Kd é menor do que Ks, para empresas de baixo risco. Porém, 
quando a relação D/S aumenta, o risco financeiro da empresa aumenta e, consequentemente, Kd 
também aumenta. E, então, consequentemente o CMPC começa a aumentar, ou seja, a partir de um 
determinado nível de endividamento o valor da empresa começa a cair. 
 
Desenhando o gráfico do CMPC versus a relação D/S, podemos observar que a relação não é linear e 
sim parabólica. A taxa do CMPC como função do nível de endividamento pode ser visualizada no 
gráfico a seguir: 
 
 
Taxa do 
CMPC 
 
 
 
 
 
 
 0 D/S * Relação D/S 
 
Onde podemos ver que a relação D/S* é a relação D/S ótima, pois é a relação D/S que minimiza a taxa 
do CMPC. 
 
 
A taxa do CMPC comporta-se dessa maneira pelos seguintes motivos: 
 Conforme a relação D/S é muito baixa, não beneficiamos a empresa com os benefícios fiscais 
do endividamento. Quando uma empresa não tem dívidas, ela é atraente para os bancos 
emprestarem dinheiro, pois a empresa tem baixo risco financeiro. 
 Conforme a relação D/S aumenta um pouco, nível baixo de endividamento, a empresa pode se 
beneficiar com os benefícios fiscais. Além disso, com baixa relação D/S, o risco 
de a empresa ficar inadimplente é baixo, então as taxa de juros cobradas pelos bancos é baixa, 
reduzindo mais ainda o CMPC. 
 Conforme a relação D/S aumenta, mais o risco de inadimplência aumenta. Risco de 
inadimplência muito alto leva os credores a não emprestarem ou a cobrarem altas taxa de 
juros para emprestarem dinheiro. Dessa forma, o CPMC fica muito elevado e, com isso, 
reduzimos o valor da empresa. 
 
 
Percentual de endividamento 
Uma outra forma de apresentar a relação D/S é pelo percentual de endividamento. 
O percentual de endividamento é dado por D/(D+S). 
 
Exemplos numéricos: relação D/S e percentual de endividamento 
A empresa Master apresenta os seguintes números: 
Dívidas longo prazo 0,00 
Capital social 100.000,00 
Capital TOTAL 100.000,00 
 
A relação D/S é 0/100.000 = 0. 
O percentual de endividamento D/(D+S) é 0/100.000 = 0%. 
Isso significa que 0% do capital que financia essa empresa é capital de terceiros, ou seja, não tem 
capital de terceiros (lembrando que no mundo real não existe empresa com zero dívidas). 
 
Exemplos numéricos: relação D/S e percentual de endividamento 
A empresa Master apresenta os seguintes números: 
Dívidas longo prazo 50.000,00 
Capital social 50.000,00 
Capital TOTAL 100.000,00 
 
A relação D/S é 50.000/50.000 = 1. 
O percentual de endividamento D/(D+S) é 50.000/100.000 = 50%. 
Isso significa que 50% do capital que financia essa empresa é capital de terceiros. 
 
Exemplos numéricos: relação D/S e percentual de endividamento 
A empresa Master apresenta os seguintes números: 
Dívidas longo prazo 20.000,00 
Capital social 80.000,00 
Capital TOTAL 100.000,00 
 
Solução 
A relação D/S é 20.000/80.000 = 0,25. 
O percentual de endividamento D/(D+S) é 20.000/100.000 = 20%. 
Isso significa que 20% do capital que financia essa empresa é capital de terceiros. 
 
Resposta: 
A relação D/S é 0,25 e o percentual de endividamento é 20%. 
 
 
Lista de exercícios 2.1: conceituais 
1) Quais são as duas fontes de capital para financiar as empresas? 
 
2) Do que tratamos quando falamos de finanças de longo prazo de uma empresa? 
 
3) Por quais razões não existe uma empresa com percentual de endividamento 1 (um) nem percentual 
de endividamento 0 (zero)? 
 
4) Quais são os prós e os contras de se utilizar capital de terceiros ou capital próprio na estrutura de 
capital de uma empresa? 
 
5) Qual é a diferença entre relação D/S e percentual de endividamento? 
 
 
Lista de exercícios 2.2: numéricos 
1) Determine a relação D/S e o percentual de endividamento da empresa Margarida. 
A empresa Margarida apresenta os seguintes números: 
Dívidas longo prazo 175.000,00 
Capital social 242.000,00 
Capital TOTAL 417.000,00 
 
Resposta: 
A relação D/S é 0,72314 e o percentual de endividamento é 41,97%. 
 
 
2) Determine a relação D/S e o percentual de endividamento da empresa Fafa. 
A empresa Fafa apresenta os seguintes números: 
Dívidas longo prazo 320.000,00 
Capital social 180.000,00 
Capital TOTAL 500.000,00 
 
Resposta: 
A relação D/S é 1,777 e o percentual de endividamento é 64,00%. 
 
 
3) Determine a relação D/S e o percentual de endividamento da empresa Guga. 
Dívidas longo prazo 350.000,00 
Capital social 100.000,00 
Capital TOTAL 450.000,00 
 
Resposta: 
A relação D/S é 3,50 e o percentual de endividamento é 77,78%. 
 
 
4) Determine a relação D/S e o percentual de endividamento da empresa Ocre. 
Dívidas longo prazo 20.000,00 
Capital social 20.000,00 
Capital TOTAL 40.000,00 
 
Resposta: 
A relação D/S é 1,0 e o percentual de endividamento é 50,00%. 
 
Por que é difícil calcular a relação D/S ótima? 
Porque existem prós e contras no uso de cada fonte de capital: próprio ou de terceiros. 
E o mix ótimo, ou seja, a relação D/S ótima depende de vários fatores que fazem ser melhor usar mais 
de uma fonte ou de outra fonte. Para ilustrar, podemos mencionar alguns desses fatores: ramo de 
atividades da empresa, as taxas de juros praticadas, a situação macroeconômica vigente, a volatilidade 
das vendas, os benefícios fiscais existentes, o planejamento tributário empregado, etc. E, para tornar 
mais complexa a análise, no mundo real esses fatores mudam constantemente ao longo do tempo. 
Vamos analisar os prós e os contras de se endividar mais ou endividar menos uma empresa. 
 
A favor do uso do capital de terceiros 
É mais barato, pois como tem garantias tem um risco menor e como consequência a taxa de retorno 
do capital de terceiros é menor. Tem benefício fiscal, que, como consequência, reduz a base tributável, 
proporcionando um retorno maior para os sócios. Isso significa que são mais dividendos, que aumenta 
o valor das ações. É mais rápido de obter quando precisamos, pois tendo a “ficha” aprovada no banco 
é só solicitar. 
 
Contra o uso do capital de terceiros 
É mais perigoso, pois em caso de inadimplência, isto é, o não pagamento do serviço da dívida (juros e 
principal) implica exposição direta à cobrança da dívida toda com risco de falência da empresa. 
 
A favor do uso do capital próprio 
É mais seguro, pois, se empresa não tiver bons resultados, simplesmente não paga o dividendo 
prometido aos sócios e não tem consequência alguma sobre a empresa, pois o sócio não pode 
executar a empresa por falta de resultados. É o capital mais simples de obter se a empresa

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