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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO APOSTILA COM GABARITO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA II Disciplina: Código: Período: Semestre: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA II ADM02026 6° 2017-1 Professor Elaborador: Prof. JOSÉ CARLOS ABREU Esta apostila tem seus direitos autorais preservados. Esta apostila é registrada na Biblioteca Nacional. Administração Financeira II Capítulo 1: Graus de alavancagem, índices financeiros, índices de rentabilidade GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA: O grau de alavancagem mede como o resultado da empresa muda com uma variação na entrada. Por essa razão, como consequência, quanto maior a alavancagem maior a volatilidade da empresa. Existem 3 medidas do grau de alavancagem: grau de alavancagem operacional (GAO), grau de alavancagem financeira (GAF) e grau de alavancagem combinada (GAC) ou alavancagem total. INDICES FINANCEIROS: São índices padronizados e muito utilizados no mercado. Os índices financeiros medem como sua empresa está operando em termos de liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. Funciona da seguinte forma: você mede os índices da sua empresa e os compara com os índices usuais em seu segmento de mercado (das empresas em boas condições). ÍNDICES DE RENTABILIDADE E PRODUTIVIDADE: São índices criados e desenvolvidos pelos gestores da sua própria empresa, especialmente para sua empresa. São índices para medir aspectos específicos e particulares da sua empresa. Você, como gestor, pode criar os índices específicos, de que necessita para medir aspectos relevantes do seu negócio e, assim, poder compará-los com os índices similares das empresas líderes de mercado que operam no seu segmento. É um modo inteligente e rápido para você detectar se sua empresa está igual, melhor ou pior do que a concorrência em termos de rentabilidade e produtividade. É uma forma rápida e objetiva de verificar se sua empresa tem problemas, e caso positivo, onde e porque está perdendo eficiência. MEDIDAS DE GRAU DE ALAVANCAGEM: OPERACIONAL, FINANCEIRA E COMBINADA O grau de alavancagem mede como um resultado muda com uma variação na entrada. A fórmula geral da medida do grau de alavancagem, GA, é dada por: Grau de Alavancagem = Variação % no Resultado / Variação % na Entrada Existem três tipos básicos de alavancagem que podem ser melhor explicados com a visualização pura e simples de um demonstrativo de resultados. A tabela a seguir apresenta o formato típico dessa demonstração. Alavancagem Receita de vendas Operacional – CPV = Lucro Bruto – Despesas operacionais = Lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) Alavancagem – Despesas de juros Financeira = Lucro antes do imposto de renda (LAIR) – Provisão para imposto de renda = Lucro líquido do exercício – Dividendos preferenciais = Dividendos ordinários (acionistas comuns) A parte da demonstração relacionada à alavancagem operacional da empresa e a parte relacionada à sua alavancagem financeira estão claramente designadas. O Grau de Alavancagem Operacional é determinado pela relação entre as receitas de vendas da empresa e seu lucro antes dos juros e imposto de renda. O Grau de Alavancagem Financeira é determinado pela relação entre o lucro antes de juros e imposto de renda e o lucro disponível aos acionistas comuns da empresa. O Grau de Alavancagem Combinada (ou Alavancagem Total) é determinado pela relação entre as receitas de vendas da empresa e o lucro disponível aos acionistas comuns da empresa. Observação importante: Grau de alavancagem é sempre medido no regime de competência, não no regime de caixa. Por quê? Por uma questão da lógica do que estamos fazendo e do que estamos medindo. Para determinar os fluxos de caixa (movimento efetivo de dinheiro), precisamos realmente colocar os valores em suas exatas datas de pagamentos ou recebimentos. Quando calculamos graus de alavancagem, queremos saber os efeitos diretos (relação de causa e efeito) entre vendas de “N” produtos e custos e lucros de “N” produtos. E, muitas vezes, esses valores não estão sincronizados ao longo do tempo (lembra do capital de giro?). Então, precisamos relacionar as vendas de “N” produtos com os custos ou lucros de “N” produtos, independente se os efetivos pagamentos e recebimentos ocorrem na mesma data ou em datas diferentes. MEDIÇÃO DO GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL GAO = Variação percentual do LAJIR / Variação percentual das vendas O grau de alavancagem mede como um resultado muda com uma variação na entrada. O grau de alavancagem operacional mede como o LAJIR muda com uma variação nas vendas. Exemplo: A empresas Xistas tem os seguintes dados em seu demonstrativo de resultados do mês passado. Vendas (unidades) 1.000 Receitas de vendas ($10 por unidade) 10.000 Custos operacionais variáveis ($5/und) 5.000 Custos operacionais fixos 2.500 LAJIR 2.500 Vamos medir o grau de alavancagem operacional (GAO) da empresa Xistas. Para isso, precisamos fazer uma variação percentual nas vendas para depois medir quanto variou percentualmente no LAJIR. Essa será nossa medida do grau de alavancagem operacional. Você poderá notar que, para calcular o grau de alavancagem, você pode escolher qualquer valor percentual para fazer a variação e também pode ser para mais ou para menos. Para ilustrar nosso exemplo, vamos escolher variar em 50% para mais e depois vamos fazer os cálculos fazendo 50% de variação para menos. Base – 50% Base Base + 50% Vendas (unidades) 500 1.000 1.500 Receitas de vendas ($10 por unidade) 5.000 10.000 15.000 Custos operacionais variáveis ($5/und) 2.500 5.000 7.500 Custos operacionais fixos 2.500 2.500 2.500 LAJIR 0 2.500 5.000 Fazendo as contas: GAO (base mais 50%): + 100% / + 50% = 2.0 GAO (base menos 50%): – 100% / – 50% = 2.0 Podemos também, alternativamente, usar uma fórmula direta para calcular o grau de alavancagem. Fórmula direta para cálculo do GAO ao nível base de vendas: GAO = X (p-v) / [X (p-v) - F] Refazendo o exemplo usando a fórmula direta: GAO = 1.000 (10 - 5) / [1000(10 - 5) - 2.500] GAO = 5.000 / 2.500 GAO = 2.0 MEDIÇÃO DO GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA GAF = Variação percentual no LPA / Variação percentual no LAJIR O grau de alavancagem mede como um resultado muda com uma variação na entrada. O grau de alavancagem financeira mede como o LPA muda com uma variação no LAJIR. Exemplo: A empresa Mentol tem 1.000 ações distribuídas pelos diversos sócios e apresenta os seguintes dados em seu demonstrativo de resultados do mês passado. LAJIR 10.000 Despesas de juros 2.000 LAIR 8.000 Imposto de renda (provisão @40%) 3.200 LL 4.800 Dividendos preferenciais 2.400 Dividendos comuns 2.400 Podemos observar que a empresa Mentol promete pagar 2.400/1.000 = 2,40 de dividendo para cada ação ordinária (ação comum). Vamos medir o grau de alavancagem financeira (GAF) da empresa Mentol. Para isso, precisamos fazer uma variação percentual no LAJIR para depois medir quanto variou, percentualmente, no LPA. Essa será nossa medida do grau de alavancagem financeira. Novamente, tal qual com a GAO, você poderá notar que, para calcular o grau de alavancagem financeira, você pode escolher qualquer valor percentual para fazer a variação e também pode ser para mais ou para menos. Para ilustrar nosso exemplo, dessa vez vamos escolher variar em 40% para mais e depois vamos fazer os cálculos fazendo 40% de variação para menos. Base – 40% Base Base + 40% LAJIR 6.000 10.000 14.000 Despesas de juros 2.000 2.000 2.000 LAIR 4.000 8.000 12.000 Imposto de renda (provisão @40%) 1.600 3.200 4.800 LL 2.400 4.800 7.200 Dividendos preferenciais2.400 2.400 2.400 Dividendos comuns 0 2.400 4.800 Fazendo as contas para os diversos cenários: Base – 40% Base Base + 40% LPA = 0,00/1.000 = 0,00 LPA = 2.400/1.000 = 2,40 LPA = 4.800/1.000 = 4,80 Observe que, em um cenário, o LPA cai de R$2,40 para R$0,00. Queda de 100%. Observe que, no outro cenário, o LPA sobe de R$2,40 para R$4,80. Incremento de 100%. GAF (base mais 40%): +100% / + 40% = 2.5 GAF (base menos 40%): – 100% / – 40% = 2.5 Podemos também alternativamente usar uma fórmula direta para calcular o grau de alavancagem. Fórmula direta para cálculo do GAF ao nível base de LAJIR. GAF = LAJIR / {LAJIR - Juros – Dividendo Preferencial [1/(1-txIR)] } Refazendo o exemplo usando a fórmula direta: GAF = 10.000 / {10.000 - 2.000 - 2.400 [1/(1-0,40)]} GAF = 10.000 / 4.000 = 2,5 MEDIÇÃO DO GRAU DE ALAVANCAGEM COMBINADA (ou alavancagem TOTAL) O grau de alavancagem mede como um resultado muda com uma variação na entrada. O grau de alavancagem combinada mede como o LPA muda com uma variação nas vendas. O grau de alavancagem combinada ou alavancagem total é a medida combinada dos dois graus de alavancagem que acabamos de estudar. GAC = Variação percentual no LPA / Variação percentual nas vendas Fórmula direta: GAC = GAO x GAF Exemplo: A empresa Violeta espera vender 20.000 unidades a R$5,00 a unidade no próximo ano e precisa atender aos seguintes compromissos: custos variáveis operacionais de R$2,00 por unidade, custos fixos operacionais de R$10.000,00, juros de R$20.000,00 e dividendos preferenciais de R$12.000,00. A empresa Violeta está na faixa de 40% na alíquota do imposto de renda e tem 5.000 ações ordinárias emitidas. A tabela a seguir mostra os níveis de lucro por ação (LPA) associados às vendas esperadas de 20.000 e 30.000 unidades. Para fazer os cálculos da GAO, GAF e GAC, simulamos um incremento de 50% nas vendas. A tabela ilustra que, em consequência de um aumento de 50% nas vendas (de 20.000 para 30.000 unidades), a empresa Violeta experimentaria um acréscimo de 300% no LPA (de R$1,20 para R$4,80). Embora não se mostre na tabela, uma diminuição de 50% nas vendas resultaria, por outro lado, num decréscimo de 300% no LPA. Pede-se calcular: GAO, GAF e GAC. Tabela: Vendas (em unidades) 20.000 30.000 Receitas de vendas 100.000 150.000 Menos: custos variáveis operacionais 40.000 60.000 Menos: custos fixos operacionais 10.000 10.000 LAJIR 50.000 80.000 Menos juros 20.000 20.000 LAIR 30.000 60.000 Menos: provisão para IR (40%) 12.000 24.000 Lucro líquido 18.000 36.000 Menos: dividendos preferenciais 12.000 12.000 Lucro disponível aos acionistas comuns 6.000 24.000 Lucro por ação (LPA): 6.000 / 5.000 = R$1,20 24.000 / 5.000 = R$4,80 Solução: GAO = 60% / 50% = 1,2 GAF = 300% / 60% = 5,0 GAC = 300% / 50% = 6,0 Observe que estamos considerando os dividendos preferenciais como uma obrigação financeira. A variação do LPA reflete somente a variação no LPA das ações ordinárias. Lista de Exercício 1.1: GAO, GAF e GAC 1) A firma Xereta espera vender 30.000 unidades a R$6,00 a unidade no próximo ano e precisa atender aos seguintes compromissos: custos variáveis operacionais de R$4,00 por unidade, custos fixos operacionais de R$20.000,00, juros de R$30.000,00 e dividendos preferenciais de R$3.182,00. A empresa está na faixa de 30% na alíquota do imposto de renda. Calcule o GAO, o GAF e o GAC da firma Xereta. Resposta: GAO = 30% / 20% = 1,5 GAF = 220% / 30% = 7,3333 GAC = 220% / 20% = 11 2) A empresa Seguro espera vender este mês 10.000 unidades do único produto que fabrica. O preço de venda é de R$200,00 por unidade. Os custos variáveis são de R$60,00 por unidade. Os custos fixos são de R$440.000,00 mensais. A empresa paga juros mensais de R$180.000,00. A alíquota do imposto de renda é 23,00% sobre o lucro real. Todo o lucro é distribuído aos acionistas comuns. Calcule o GAO, o GAF e o GAC da empresa Seguro pelo método da fórmula direta e pelo método da variação percentual. Resposta: Os graus de alavancagem para a empresa Seguro são: GAO = 1,45 GAF = 1,23 e GAC = 1,79 3) A empresa Opha espera vender 1.000 unidades do produto X por R$80,00 a unidade. Os custos variáveis são de R$20,00 por unidade. Os custos fixos são de R$30.000,00. A empresa paga juros mensais de R$12.000,00. A alíquota do imposto de renda é de 30,00% sobre o lucro real. Todo o lucro é distribuído aos acionistas comuns. Calcule o GAO, o GAF e o GAC da empresa Opha pelo método da fórmula direta e pelo método da variação percentual. Resposta: Para a empresa Opha: GAO é 2, GAF é 1,666 e GAC é 3,333. ÍNDICES FINANCEIROS BÁSICOS – UTILIZAÇÃO PARA AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A análise utilizando os índices financeiros são uma importante ferramenta para análise da saúde financeira da empresa. Os índices de liquidez, índices de atividade, índices de endividamento e índices de lucratividade são índices padronizados de domínio público. Esse tipo de análise funciona da seguinte maneira: você precisa obter no mercado os índices de outras empresas similares a sua, seus concorrentes, por exemplo, que estejam em boa situação financeira. Então, você calcula os seus índices de liquidez, atividade, endividamento, lucratividade e os compara com os índices das outras empresas. Você poderá verificar, por exemplo, se sua lucratividade e sua liquidez são maiores ou menores do que a lucratividade e a liquidez das outras empresas e, então, saberá se você está bem ou não, se precisa e onde precisa melhorar. ÍNDICES FINANCEIROS BÁSICOS Os índices financeiros podem ser divididos em 4 grupos básicos: A - Índices de liquidez B - Índices de atividade C - Índices de endividamento D - Índices de lucratividade A - Medidas de liquidez (medem a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto prazo): A-a) Capital circulante líquido A-b) Índice de liquidez corrente A-c) Índice de liquidez seco B - Medidas de atividade (medem como a empresa administra seus ativos, se demora a cobrar as contas, se vende rápido as mercadorias): B-a) Giro dos estoques B-b) Período médio de cobrança B-c) Período médio de pagamento B-d) Giro do ativo total C - Medidas de endividamento (medem a folga financeira que a empresa tem para pagar o serviço das dívidas – juros e principal): C-a) Índice de endividamento C-b) Índice de cobertura de juros D - Medidas de lucratividade (medem quanto a empresa lucra com seus investimentos): D-a) Margem bruta D-b) Margem operacional D-c) Margem líquida D-d) Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) D-e) Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) BALANÇO PATRIMONIAL O balanço patrimonial pode ser descrito brevemente com tendo do lado esquerdo os ativos (patrimônio) da empresa e do lado direito os passivos, ou seja, como que a empresa é financiada, quanto de capital próprio e quanto de capital de terceiros. Veja o exemplo: ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Patrimônio Capital de terceiros Capital próprio Total do ativo Total do passivo + Patrimônio líquido O primeiro passo para fazer um detalhamento maior do balanço patrimonial de uma empresa é mostrar a separação das contas de curto prazo (também chamado de circulante) e longo prazo (também chamado de permanente). Veja a continuação do exemplo: ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Ativo circulante Passivo circulante Ativo permanente Exigível a longo prazo Patrimônio líquido dos sócios Total do ativo Total do passivo + Patrimônio líquido As empresas, assim como as pessoas físicas, têm contas a pagar e contas a receber, no curto prazo e no longo prazo. Usamos os índices financeiros para facilitar nosso trabalho de saber a cada instante se, por exemplo, a empresa tem liquidez suficientepara pagar suas contas. Caso os índices indiquem falta de liquidez, o gestor ainda terá tempo para buscar recursos com calma com os sócios, com os bancos, talvez postergar alguns gastos para manter caixa, enfim, fazer a gestão financeira de curto prazo da empresa. Sem uma análise dos índices, o gestor provavelmente será surpreendido, algum dia, com contas a pagar e sem recursos no caixa. Isso demonstraria incompetência na gestão financeira da empresa. Exemplo completo da empresa Agena: Vamos usar, como base para resolver nossos exemplos sobre índices financeiros, os demonstrativos contábeis da empresa Agena. Vejamos a seguir. Demonstrativo de Resultados da AGENA do período entre 01/01/20XX até 31/12/20XX Receita de vendas 6.000,00 Menos custos produtos vendidos 3.600,00 Lucro bruto 2.400,00 Menos Despesas operacionais Despesas com vendas 220,00 Despesas gerais e administrativas 800,00 Despesas de depreciação 400,00 (não é movimento de dinheiro) Total das despesas operacionais 1.420,00 Lucro operacional 980,00 Menos despesas financeiras 240,00 Lucro antes de IR 740,00 Menos IR 32% 236,80 Lucro após IR 503,20 Menos dividendos preferenciais 20,00 Lucro para dividendos ordinários 483,20 Número de ações 100 LPA 4,83 Comentário: Fluxo de caixa significa movimento de dinheiro, então o fluxo de caixa proveniente das operações, ou seja, o movimento de dinheiro proveniente das operações é lucro líquido após IR MAIS as despesas que não envolvem desembolso (nesse caso, a depreciação): FCO = 503,20 + 400,00 = 903,20. Balanço Patrimonial da AGENA em 31/12/20XX ATIVO Ativo circulante Caixa 600,00 Títulos negociáveis 120,00 Duplicatas a receber 610,00 Estoques 450,00 Total ativo circulante 1.780,00 Ativo permanente Terreno e edifícios 3.200,00 Máquinas e equipamentos 3.000,00 Móveis e utensílios 700,00 Veículos 500,00 Outros (inclui arrendamento) 200,00 Total do Ativo Permanente 7.600,00 Menos depreciação acumulada 4.200,00 Ativo permanente líquido 3.400,00 Total do Ativo 5.180,00 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Passivo circulante Duplicatas a pagar 900,00 Títulos a pagar 140,00 Outras contas a pagar 70,00 Total do passivo circulante 1.110,00 Exigível a longo prazo 2.200,00 Total do passivo 3.310,00 Patrimônio líquido Ações preferenciais 600,00 Ações ordinárias 240,00 Ágio na venda de ações 900,00 Lucros retidos 130,00 Total do patrimônio líquido 1.870,00 Total do passivo + Pat. líquido 5.180,00 ÍNDICES FINANCEIROS BÁSICOS A - Medidas de liquidez: Chamamos de liquidez a capacidade de uma empresa pagar suas obrigações de curto prazo nas efetivas datas do vencimento. Uma empresa ter boa liquidez significa que tem solvência na situação financeira global da empresa. As 3 medidas básicas de liquidez são: A-a) Capital circulante líquido A-b) Índice de liquidez corrente A-c) Índice de liquidez seco A-a) Capital circulante líquido: calcula-se o CCL da empresa da seguinte maneira: ativo circulante MENOS passivo circulante. Em nosso exemplo, o capital circulante líquido é: CCL = Ativo circulante – Passivo circulante CCL = $1.780.000 – $1.110.000 = $670.000 Como usar esse índice? Usamos o CCL para fazer comparações com uma série temporal do CCL da própria empresa. O CCL de uma empresa não serve para ser comparado com o CCL de outra empresa. É comum os bancos quando fazem empréstimos a empresas exigirem um nível mínimo de CLL ao longo do período do empréstimo. Esses bancos fazem isso para garantir um nível de caixa suficiente para garantir o pagamento do serviço da dívida. A-b) Índice de liquidez corrente: um dos índices mais utilizados é o índice de liquidez corrente. A sua definição é: Índice de liquidez corrente = Ativo circulante / Passivo circulante Índice de liquidez corrente = 1.780.000 / 1.110.000 = 1,60 Como usar esse índice? Podemos usar esse índice para fazer comparações com outras empresas do mercado. Vamos supor que, no ramo de atividades dessa empresa, com o seu nível de alavancagem financeira, um índice 1,5 seja aceitável. Podemos concluir, então, que, sendo 1,60, a empresa está com o índice aceitável. A determinação do nível aceitável do CCL é função da volatilidade dos fluxos de caixa: quanto mais previsíveis forem as vendas de uma empresa, menor poderá ser o índice, pois mais estáveis serão os fluxos de caixa da empresa. A determinação do nível aceitável do CCL é função do volume de recursos necessários para pagar o serviço da dívida. Quanto menor o endividamento, menor poderá ser o CCL sem arriscar o pagamento dos juros u do principal. A determinação do nível aceitável do CCL é função de quem é o controlador. Uma empresa pública ou uma empresa subsidiária de uma empresa grande podem se socorrer com o controlador em caso de necessidade e, então, é aceito um CCL menor. Observe a fórmula do CCL: CCL = Ativo circulante – Passivo circulante Quando o ativo circulante for igual ao passivo circulante, o CCL será zero e o índice de liquidez corrente será 1 (um). A-c) Índice de liquidez seco: o índice de liquidez seco é o índice de liquidez corrente MENOS os estoques que são excluídos dos ativos circulantes da empresa. A lógica que sustenta o índice de liquidez seco é que os estoques são os ativos circulantes menos líquidos e, portanto, devem ser retirados do índice de liquidez. Calculamos o índice de liquidez seco da seguinte forma: Índice de liquidez seco = (Ativo circulante – Estoques) / Passivo circulante Índice de liquidez seco = (1.780.000 – 450.000) / 1.100.000 = 1,20 Como usar esse índice? O índice deve ser maior do que 1.0, no mínimo igual. O nível do índice que se pode considerar aceitável depende do segmento no qual a empresa opera. Esse índice funciona bem quando os estoques da empresa não podem ser convertidos facilmente em caixa. Se os estoques forem bastante líquidos, o índice de liquidez corrente deverá ser igual ao índice de liquidez seco. B - Medidas de atividade Os índices de atividade medem a velocidade com a qual as diversas contas são transformadas em vendas ou caixa. As medidas de liquidez global não são adequadas para medir essa velocidade, pois a liquidez “real” é influenciada por diferentes composições dos ativos e passivos circulantes. Para ilustrar, vamos ver o exemplo a seguir com as empresas AAA e BBB: Empresa AAA Caixa 0 Duplicatas a pagar 0 Títulos negociáveis 0 Títulos a pagar 100.000 Duplicatas a receber 0 Salários a pagar 0 Estoques 200.000 Total ativo circulante 200.000 Total passivo circulante 100.000 Empresa BBB Caixa 50.000 Duplicatas a pagar 50.000 Títulos negociáveis 50.000 Títulos a pagar 30.000 Duplicatas a receber 50.000 Salários a pagar 20.000 Estoques 50.000 Total ativo circulante 200.000 Total passivo circulante 100.000 As duas empresas, aparentemente, são igualmente líquidas, pois os seus índices de liquidez corrente são idênticos: 2.0 = (200.000 / 100.000). Porém, basta olhar com mais atenção para verificar que a empresa BBB é mais líquida que a empresa AAA, pois os ativos da empresa BBB são “mais” líquidos. Por essa razão, é importante olhar além dos índices para ter certeza da liquidez da empresa. As 4 medidas básicas de atividade são: B-a) Giro dos estoques B-b) Período médio de cobrança B-c) Período médio de pagamento B-d) Giro do ativo total B-a) Giro dos estoques: a liquidez dos estoques na empresa é medida pelo seu giro, que é calculado da seguinte forma: Giro dos estoques = Custo das mercadorias vendidas / Estoques Giro dos estoques = 3.600.000 / 450.000 = 8,00 O giro dos estoques é umíndice que pode ser interpretado de duas maneiras: a) em comparação com o mesmo índice de outras empresas que operam no mesmo setor; b) em comparação com o giro histórico dos estoques da própria empresa. Dessa forma, podemos identificar se a empresa está melhor ou pior do que seus concorrentes, ou do que ela mesma ao longo do tempo. O giro dos estoques depende muito do ramo do negócio, um giro 30 no estoque não é raro em uma padaria/leiteria/mercearia/banca de jornais, ao passo que, em um estaleiro, podemos esperar um giro 0.5 (lembrar que um navio demora cerca de 2 anos para ser concluído e entregue). Muitos acreditam que, quanto maior for o giro dos estoques de uma empresa, mais eficientemente ela está administrando seus estoques. Até certo ponto isso é verdade, pois um giro muito alto, acima da média do segmento do mercado, pode indicar problemas. Por exemplo, quando uma empresa está em dificuldades financeiras uma recomendação é trabalhar com estoques muito pequenos. Contudo, tal estratégia pode resultar em falta de estoque e, como consequência, vendas perdidas por falta de mercadoria. Podemos calcular a idade média dos estoques simplesmente dividindo 360 (o número de dias no ano comercial) pelo giro dos estoques. Em nosso exemplo: 360 / 8 = 45 dias. B-b) Período médio de cobrança: o período médio de cobrança, ou idade média das duplicatas a receber, é obtido dividindo-se o saldo das duplicatas a receber pelas vendas médias diárias – para facilitar vamos assumir que todas as vendas são feitas a crédito. Esse índice é muito útil na avaliação da eficiência das políticas de crédito e políticas de cobrança. Período médio de cobrança = PMC = Duplicatas a receber / Vendas dia PMC = 610.000 / (6.000.000 / 360) = 36,6 dias. Nesse nosso exemplo, a empresa leva 36,6 dias (em média) para cobrar uma duplicata. O período médio de cobrança tem sentido quando consideramos as condições de crédito da empresa. Suponha, por exemplo, que uma firma concede crédito de 30 dias para seus clientes, um período médio de cobrança de 36,6 dias indicaria um departamento de crédito e cobrança mal administrado. Por outro lado, se o crédito concedido fosse de 60 dias, um período médio de cobrança de 36,6 seria muito bom. O período médio de cobrança pode ser calculado diretamente usando a fórmula: Período médio de cobrança = 360 x Duplicatas a receber / Vendas anuais B-c) Período médio de pagamento: o período médio de pagamento, ou idade média das duplicatas a pagar, é um índice calculado do mesmo modo que o período médio de cobrança: Período médio Duplicatas a pagar Duplicatas a pagar de pagamento = ------------------------- = ----------------------- Compras médias por dia Compras anuais/360 Esse é um critério difícil de se calcular, pois temos necessidade de determinar as compras anuais, ou seja, precisamos considerar as compras a crédito. Esse valor, porém, não é disponível nas demonstrações publicadas. Normalmente, as compras são estimadas como percentagem do custo das mercadorias vendidas. Se considerarmos que as compras anuais (da firma ASPIRE) igualam 70% de seu custo de mercadorias vendidas, seu período médio de pagamento seria: Período médio de pagamento = PMP = Duplicatas a pagar / Compras médias por dia PMP = 900.000 / (3.600.000 / 360) = 90,00 dias Essa medida só tem sentido quando consideramos como são as condições de crédito concedidas à empresa. Se os fornecedores concedem um prazo médio de 60 dias para a empresa quitar suas duplicatas, qualquer analista vai atribuir uma classificação baixa. Contudo, se os prazos forem de 120 dias, sua classificação seria muito boa. Credores e fornecedores de crédito comercial se interessam pelo período médio de pagamento (PMP). O PMP é que propicia um indicador de padrões para pagamento das duplicatas da empresa. Uma fórmula direta para determinar o período médio de pagamento é: Período médio de pagamento = 360 X Duplicatas a pagar / Compras anuais B-d) Giro do ativo total: o índice Giro do ativo total mede a eficiência com a qual uma empresa usa seus ativos para obter vendas. Podemos dizer que, quanto maior é o giro do ativo total, mais eficiente é o uso dos ativos. O indicador Giro do ativo total mostra se as operações da empresa são financeiramente eficientes. Outros agentes como os credores e acionistas também têm interesse nessa medida. O giro do ativo total é calculado da seguinte forma: Giro do ativo total = Vendas / Ativo total Giro do ativo total = 6.000.000 / 5.180.000 = 1,16 Como podemos ver, essa empresa gira seus ativos apenas 1,16 vez por ano. Esse valor deve ser comparado com o desempenho passado da própria empresa e/ou comparado com a média do setor. C - Medidas de endividamento: O nível de endividamento de uma empresa mostra o montante de capital de terceiros que é utilizado na busca por resultados, para gerar lucros. O gestor financeiro está mais interessado nos empréstimos a longo prazo. Esses empréstimos é que comprometem a empresa a pagar juros a longo prazo e, muitas vezes, o pagamento do principal também. Os direitos dos credores da empresa, por força da lei, são atendidos antes da distribuição dos lucros aos acionistas. Por essa razão, os acionistas existentes e os potenciais ficam muito preocupados em observar o grau de endividamento da empresa. Os credores também estão preocupados em conhecer o grau de endividamento da empresa, pois, quanto maior o nível de endividamento, maior será a probabilidade de que a empresa não tenha recursos para atender aos credores. Obviamente, os administradores (os gestores) da empresa também se preocupam muito com o nível de endividamento, pois, com certeza, não desejam ver a empresa insolvente. As duas medidas básicas de endividamento são: C-a) Índice de endividamento C-b) Índice de cobertura de juros C-a) Índice de participação de terceiros (Índice de endividamento): esse índice mostra a proporção de ativos totais que é financiada pelos credores da empresa. Quanto maior for esse índice, maior será o montante de capital de terceiros que está empregado para gerar lucros. O índice é calculado como segue: Índice de participação de terceiros = Passivo total / Ativo total Índice de participação de terceiros = 3.310.000 / 5.180.000 = 63,90% Isso significa que a empresa tem 63,90% de seus ativos financiados com capital de terceiros. Quanto maior esse índice, maior será a alavancagem financeira da empresa. C-b) Índice de cobertura de juros: esse índice mede a capacidade de a empresa pagar os juros das suas dívidas. Quanto maior for esse índice, maior será a capacidade de a empresa pagar os juros. Esse índice é calculado da seguinte maneira: Índice de cobertura dos juros = LAJIR (no período) / Montante juros (no período) Índice de cobertura dos juros = 980.000 / 240.000 = 4,08 O índice de cobertura, em nosso exemplo, é muito bom para empresas com risco operacional médio. Como regra geral, podemos dizer que deve ser um mínimo de 3 e uma média de 4. D- Medidas de lucratividade: As medidas de lucratividade que usamos no mercado são muitas e servem para mostrar ao gestor como avaliar os resultados da empresa em relação ao nível de vendas, nível de ativos ou ao investimento dos proprietários. O gestor acompanha a lucratividade da empresa, pois a empresa precisa ser lucrativa, caso contrário ela quebra e fecha! As medidas mais comuns de lucratividade são: D-a) Margem bruta D-b) Margem operacional D-c) Margem líquida D-d) Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) D-e) Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) D-a) Margem bruta: a margem bruta mostra em termos percentuais quanto sobrou das vendas após a empresa ter pago por suas mercadorias. Quanto maior a margem bruta, melhor. Calculamos a margem bruta da seguinte maneira: Margem bruta = (Vendas - Custo das mercadorias vendidas) / Vendas Margem bruta = (6.000.000- 3.600.000)/6.000.000 = 40,00% D-b) Margem operacional: esse índice mostra os lucros por vendas feitas pela empresa. O lucro operacional desconsidera despesas financeiras e imposto de renda e mede somente os lucros ganhos pela empresa em suas operações. Quanto maior a margem operacional, melhor. Calculamos a margem de lucro operacional da seguinte maneira: Margem operacional = Lucro operacional / Vendas Margem operacional = 980.000 / 6.000.000 = 16,33% D-c) Margem líquida: a margem líquida apresenta para o gestor a percentagem das vendas que restou após a dedução de todas as despesas, incluindo o imposto de renda. Quanto maior a margem líquida da empresa, melhor. A margem líquida é a medida do sucesso da empresa na relação lucro sobre as vendas. Dependendo do setor de atuação da empresa, as margens líquidas consideradas podem ser muito diferentes. Uma margem líquida de 1% ou menos pode ser adequada para uma padaria. Por outro lado, para uma loja de produtos importados, uma margem líquida de 10% seria considerada muito baixa. Calculamos a margem líquida da seguinte maneira: Margem Líquida = Lucro líquido / Vendas Margem Líquida = 503.200 / 6.000.000 = 8,39% D-d) Retorno sobre o investimento: em inglês, esse índice é o Return On Assets (ROA). O retorno sobre o ativo total da empresa indica a eficiência geral dos gestores na obtenção de lucros com os ativos existentes disponíveis. Quanto maior o ROA, melhor. Calculamos o ROA da seguinte maneira: ROA = Lucro líquido após o imposto de renda / Ativos totais ROA = 503.200 / 5.180.000 = 9,71% Esse indicador deve ser comparado com a média setorial. O ROA de uma empresa pode ser calculado também pela fórmula Dupont. A fórmula Dupont é calculada da seguinte maneira: divide-se o ROA em um componente do lucro sobre vendas e um componente da eficiência de ativo: ROA = Lucro líq. após IR / Ativo total = (Lucro líq. após IR / Vendas) X (Vendas / Ativo total) ROA = Margem líquida X Giro do ativo total D-e) Retorno sobre patrimônio líquido: em inglês, esse índice é o Return On Equity (ROE). Esse índice mostra o retorno sobre o capital dos sócios (equity). Quanto maior for esse índice, melhor para os sócios. Calculamos o retorno sobre patrimônio líquido da seguinte maneira: Retorno sobre patrimônio líquido = Lucro líquido após imposto renda / Patrimônio líquido Retorno sobre patrimônio líquido = 503.200 / 1.870.000 = 26,91% Lista Exercícios 1.2: Índices Financeiros Básicos 1) A partir dos demonstrativos financeiros da empresa São Pedro, calcule os seguintes índices financeiros básicos: Liquidez: Capital circulante líquido Atividade: Giro de estoque Dívida: Índice de endividamento geral Lucratividade: ROA e ROE Empresa São Pedro Demonstrativo do período 200X: Ano 200X Receita de vendas 3.360,00 Menos custos dos produtos vendidos 2.320,00 Lucro bruto 1.040,00 Menos despesas operacionais Despesas com vendas 118,00 Despesas gerais e administrativas 240,00 Despesas de depreciação 460,00 Total das despesas operacionais 818,00 Lucro operacional (LAJIR) 222,00 Menos despesas financeiras (juros da dívida) 110,00 Lucro antes de IR (LAIR) 112,00 Menos IR (alíquota do IR = 29%) 32,48 Lucro líquido após IR 79,52 Menos dividendos preferenciais 14,00 Lucro para dividendos ordinários 65,52 Empresa São Pedro Balanço patrimonial 31/12/200X Ativo circulante Caixa 380,00 Títulos negociáveis 70,00 Duplicatas a receber 800,00 Estoques 450,00 Total ativo circulante 1.700,00 Ativo permanente Terreno e edifícios 2.900,00 Máquinas e equipamentos 2.500,00 Móveis e utensílios 500,00 Veículos 400,00 Outros (inclui arrendamento) 167,00 Total do ativo permanente 6.467,00 Menos depreciação acumulada 3.100,00 Ativo permanente líquido 3.367,00 Total do ativo 5.067,00 Passivo e patrimônio líquido Passivo circulante Duplicatas a pagar 500,00 Títulos a pagar 150,00 Outras contas a pagar 280,00 Total do passivo circulante 930,00 Exigível a longo prazo 1.600,00 Total do passivo 2.530,00 Patrimônio líquido Ações preferenciais 280,00 Ações ordinárias 240,00 Ágio na venda de ações 600,00 Lucros retidos 1.417,00 Total do patrimônio líquido 2.537,00 Total do passivo + Patrimônio líquido 5.067,00 2) Determine os seguintes índices da empresa Aspire em 31/12/2010. A - Medidas de liquidez: A-a) Capital circulante líquido A-b) Índice de liquidez corrente A-c) Índice de liquidez seco B - Medidas de atividade B-a) Giro de estoque B-b) Período médio de cobrança B-c) Período médio de pagamento B-d) Giro do ativo total C - Medidas de endividamento: C-a) Índice de endividamento C-b) Índice de cobertura de juros D - Medidas de lucratividade: D-a) Margem bruta D-b) Margem operacional D-c) Margem líquida D-d) Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) D-e) Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) Demonstrativo Aspire dos períodos 2009 e 2010: Ano 2010 Ano 2009 Receita de vendas 3.720,00 3.074,00 Menos custos dos produtos vendidos 2.510,00 2.088,00 Lucro bruto 1.210,00 986,00 Menos despesas operacionais Despesas com vendas 125,00 100,00 Despesas gerais e administrativas 280,00 229,00 Despesas de depreciação 482,29 239,00 Total das despesas operacionais 887,29 568,00 Lucro operacional 322,71 418,00 Menos despesas financeiras 95,00 93,00 Lucro antes de IR 227,71 325,00 Menos IR 29% 66,04 94,25 Lucro após IR 161,67 230,75 Menos dividendos preferenciais 10,00 10,00 Lucro para dividendos ordinários 151,67 220,75 Número de ações 76,26 76,24 LPA 1,99 2,89 Balanço patrimonial Aspire dos períodos 2009 e 2010: Balanço patrimonial 31/12/2010 31/12/2009 Ativo circulante Caixa 425,00 363,00 Títulos negociáveis 85,00 68,00 Duplicatas a receber 620,00 503,00 Estoques 370,00 289,00 Total ativo circulante 1.500,00 1.223,00 Ativo permanente Terreno e edifícios 2.600,00 2.072,00 Máquinas e equipamentos 2.320,00 1.866,00 Móveis e utensílios 440,00 358,00 Veículos 342,00 275,00 Outros (inclui arrendamento) 121,00 98,00 Total do ativo permanente 5.823,00 4.669,00 Menos depreciação acumulada 2.777,29 2.295,00 Ativo permanente líquido 3.045,71 2.374,00 Total do ativo 4.545,71 3.597,00 Passivo e patrimônio líquido Passivo circulante Duplicatas a pagar 440,00 382,00 Títulos a pagar 110,00 79,00 Outras contas a pagar 215,00 159,00 Total do passivo circulante 765,00 620,00 Exigível a longo prazo 1.416,08 1.023,00 Total do passivo 2.181,07 1.643,00 Patrimônio líquido Ações preferenciais 242,04 200,00 Ações ordinárias ($1,20 100mil) 231,14 191,00 Ágio na venda de ações 517,94 428,00 Lucros retidos 1.373,52 1.135,00 Total do patrimônio líquido 2.364,64 1.954,00 Total do passivo + Pat. líquido 4.545,71 3.597,00 SOLUÇÃO LISTA DE EXERCÍCIOS 1.2 (ÍNDICES DE LIQUIDEZ) 1) A partir dos demonstrativos financeiros da empresa São Pedro, calcule os seguintes índices financeiros básicos. ÍNDICE Liquidez Capital circulante líquido = ativo circulante - passivo circulante 770,00 ÍNDICE Atividade Giro de estoque = custo dos produtos vendidos / estoque 5,16 ÍNDICE Dívida Índice de endividamento geral = total de passivos / total de ativos 49,93% ÍNDICES LucratividadeROA = lucro líquido após IR / total ativos 1,57% ROE = lucro líquido após IR / patrimônio líquido 3,13% 2) Determine os seguintes índices da empresa Aspire. ÍNDICE Liquidez Capital circulante líquido = ativo circulante - passivo circulante = R$735,00 Índice de liquidez corrente = ativo circulante / passivo circulante = 1,96 Índice de liquidez seca = (ativo circulante - estoque) / passivo circulante = 1,48 ÍNDICE Atividade Giro de estoque = custo dos produtos vendidos / estoque = 6,78 Período médio de cobrança = duplicatas a receber / média de vendas por dia Período médio de cobrança = 60,00 dias Período médio de pagamento = duplicatas a pagar / média de compras por dia (Considerando uma percentagem de 70%) = 90,15 dias Giro do ativo total = vendas / total de ativos = 0,82 ÍNDICE Dívida Índice de endividamento geral = total de passivos / total de ativos = 47,98% Índice de cobertura de juros = LAJIR / juros = 3,40 ÍNDICE Lucratividade Margem bruta = (Vendas - custo dos produtos vendidos) / Vendas = (Vendas - custo dos produtos vendidos) / Vendas = 32,53% Margem operacional = Lucro operacional / Vendas = 8,68% Margem líquida = Lucro líquido após IR / Vendas = 4,35% Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) = Lucro líquido ao IR / total ativos Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA) = 3,56% Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) = Lucro líquido após IR / patrimônio líquido = 6,84% ÍNDICES DE RENTABILIDADE POR ÁREA DA EMPRESA O objetivo deste capítulo é mostrar como fazer seus próprios índices customizados, particulares e exclusivos para analisar a sua empresa. Neste capítulo, vamos ver como criar e utilizar os índices de rentabilidade de cada área da empresa que é importante para você analisar e acompanhar como estão as operações das empresas. A partir dessa análise, poderemos determinar se a rentabilidade da sua empresa está alinhada com outras empresas similares do mercado. Além disso, a análise por esses índices mostra exatamente onde estão os problemas, caso existam. É frequente uma empresa reconhecer que tem baixa rentabilidade, porém não sabe onde está o problema nem sua causa. Em reação a essa percepção e sem saber exatamente onde está o problema, e, portanto, sem saber o que fazer a maior parte das vezes, as empresas partem para os procedimentos padrão: cortar o ponto, reduzir o cafezinho, desligar o ar-condicionado mais cedo, economizar nos palitos, nos guardanapos e nas embalagens, cortar os bônus e a festa de fim de ano. Todas essas medidas mostram um grau de preocupação, talvez desespero, da direção da empresa, porém não resolvem o problema. Na maior parte das vezes, ganha a antipatia e má vontade dos funcionários e a prevenção dos clientes. Se as empresas soubessem determinar e trabalhar com os índices de rentabilidade por área da empresa para detectar e localizar os focos de ineficiência ou perdas, poderiam agir com rapidez e exatidão em cima do problema, aumentando dramaticamente a eficácia (economia e rapidez) das soluções. A relação entre todas as entradas para todas as saídas é chamada de medida de produtividade total. Com essa medida total, podemos comparar com a medida idêntica (total) de nossos concorrentes diretos a fim de verificar se estamos “melhor” ou “pior” do que a concorrência em termos de competitividade e produtividade. Soma dos bens ou serviços produzidos Índice geral (medida total) = ----------------------------------------------- Soma dos recursos utilizados E podemos, então, determinar os outros índices de produtividade, mais específicos para cada setor, que nos interessem saber: Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com mão de obra Índice = vendas / mão de obra Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com energia Índice = vendas / energia Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com matéria-prima Índice = vendas / matéria prima Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com aluguéis Índice = vendas / aluguéis Por exemplo, vamos considerar que o posto de gasolina “A” fatura R$200.000,00 por mês e gasta com compra de combustíveis R$140.000,00 por mês. Supondo que esse posto “A” mantém o mesmo estoque de combustível, podemos determinar o seu índice vendas/matéria-prima como sendo 200/140 = 1,4285. Agora podemos fazer uma comparação com o posto de gasolina “B”. Vamos considerar que o posto de gasolina “B” fatura R$100.000,00 por mês e gasta com compra de combustíveis R$80.000,00 por mês, mantendo o mesmo estoque. Fazendo as contas, obtemos o índice vendas/matéria-prima para o posto “B”; 100/80 = 1,25. Conclusão: verificamos que o posto “A” tem índices melhores do que “B”. A recomendação é que os proprietários do posto “B” tomem medidas para corrigir essa ineficiência nas suas operações. Exemplo 1 de Índices de rentabilidade por área da empresa: Considere o exemplo bem simples a seguir que foi feito para ilustrar o que chamamos de índice de rentabilidade por área da empresa. Você tem uma empresa que presta serviços de isolamento acústico. O nome da sua empresa é AbafaSom. Seus clientes são pessoas ou empresas que querem ter um ambiente à prova de som, tais como salas de gravação de música, sala para ensaio e cantores, sala para entrevistas a serem gravadas em vídeo, boites e salões de festa cujos vizinhos não gostem de música alta... É um ramo muito concorrido e muito técnico. A mão de obra dos seus técnicos que fazem a instalação é muito cara, pois é muito especializada. Seus técnicos são seus funcionários mais bem pagos e ainda recebem um bônus cada vez que um cliente indica outro cliente. Suas maiores preocupações são com três aspectos do seu negócio. Por essa razão, você quer desenvolver três indicadores para te informar se o seu negócio está indo bem. Custo com o material acústico, que é absurdamente caro por metro quadrado (mantas de espuma à prova de fogo empregadas no isolamento). Resultado da propaganda que fazem na TV e nos jornais locais. Será que o bônus prêmio pago aos funcionários é muito ou é pouco? Após algumas reuniões com os gestores da sua empresa, ficou decidido que vocês precisavam desses três indicadores a seguir: Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com material acústico. Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com propaganda. Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com bônus performance pago aos funcionários. Solução: Passo 1) Elabore o demonstrativo de resultados da empresa. A empresa AbafaSom tem o seguinte demonstrativo de resultado mensal: Faturamento com vendas do único serviço $700.000,00 Custo variável com mantas acústicas $240.000,00 Custo variável com todos os demais itens $30.000,00 Custos fixos Folha de pagamentos dos técnicos (com encargos) $60.000,00 Bônus performance dos técnicos (com encargos) $100.000,00 Folha de pagamentos dos demais funcionários (com encargos) $20.000,00 Luz, gás, telefone, IPTU, aluguel da loja $10.000,00 Propaganda na TV e nos jornais $120.000,00 Diversos (outros gastos) $50.000,00 LAJIR (lucro antes de juro e imposto de renda) $95.000,00 Juros (e outras despesas financeiras) $25.000,00 LAIR (lucro antes do imposto de renda) $70.000,00 Passo 2) Agora vamos montar os índices: Vendas / Material acústico = 700.000 / 240.000 = 2,91 Vendas / Propaganda = 700.000 / 120.000 = 5,83 Vendas / Bônus performance = 700.000 / 100.000 = 7,00 Passo 3) Observar a concorrência. Uma vez que o mercado é concorrido, é porque existem muitas outras empresas semelhantes competindo no mesmo segmento. Índices dos concorrentes que você, seus sócios, seus gestores conseguiram observar: Vendas / Material acústico = 2,90 Vendas / Propaganda= 8,12 Vendas / Bônus performance = 6,80 Passo 4) Análise comparativa Índice AbafaSom Concorrente Conclusão Vendas / Material acústico 2,91 2,90 melhor Vendas / Propaganda 5,83 8,12 muito pior Vendas / Bônus performance 7,00 6,80 melhor Passo 5) Conclusão Como podemos ver na análise apresentada, você está melhor do que a concorrência em uso adequado do material acústico e no pagamento do bônus performance. Mas está bem abaixo da concorrência quando se trata do retorno sobre o gasto com propaganda. Talvez seja hora de sentar com sua equipe de propaganda para rediscutir tudo. Lista de Exercícios 1.3 1) A empresa comercial Dumdum tem os seguintes gastos mensais: Faturamento com vendas do produto único $36.000,00 Custo variável total $30.000,00 Custos fixos Folha de pagamentos dos funcionários (salários e encargos) $2.500,00 Luz, gás, telefone, IPTU, aluguel da loja $800,00 Diversos (outros gastos) $300,00 LAJIR (lucro antes de juro e imposto de renda) $2.400,00 Juros (e outras despesas financeiras) $1.300,00 LAIR (lucro antes do imposto de renda) $1.100,00 Os administradores querem saber se a empresa Dumdum está operando bem, de forma lucrativa e eficiente. Como fazer? Sugestão: vamos desenvolver alguns índices de rentabilidade por área da empresa para poder analisar. Vamos criar os seguintes índices: Índice geral que mostra quanto obtemos com vendas para todos os gastos. Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com custo variável. Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com folha de pagamentos. Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com luz, gás, aluguel. Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com juro e outros encargos financeiros. Índice que mostra quanto obtemos com vendas para cada real gasto com diversos (restante) Índices de outras empresas concorrentes. Considere que os índices das outras empresas sejam: Índice geral = 1,04 Índice $ vendas por $ CV = 1,20 Índice $ vendas por $ folha + encargos = 14,52 Índice $ vendas por $ luz, gás, aluguel = 90,00 Índice $ vendas por $ juro e encargos = 27,48 Índice $ vendas por $ gastos com diversos = 122,03 Respostas: Índice geral = 1,031 Índice $ vendas por $ CV = 1,20 Índice $ vendas por $ folha + encargos = 14,40 Índice $ vendas por $ luz, gás, aluguel = 45,00 Índice $ vendas por $ juro e encargos = 27,69 Índice $ vendas por $ gastos com diversos = 120,00 E agora? Fazemos o que com esses índices? Vamos usar esses índices para analisar. Vamos comprar com os índices de outras empresas, de outras lojas de nossa empresa e com lojas de outras empresas. Indice que mede quanto Sua Loja Vendemos para cada real gasto com CV dos produtos 1,200 Vendemos para cada real gasto com folha de salarios 14,400 Vendemos para cada real gasto com luz gaz aluguel 45,000 Vendemos para cada real gasto com juros e outros encargos 27,692 Vendemos para cada real gasto com diversos (os outros gastos) 120,000 Indice Geral; Vendemos para cada real gasto 1,032 Resultado da comparação: podemos ver que em quase todos os aspectos nossa empresa Dumdum está bem. Em apenas um índice a Dumdum está ruim, é o índice $ vendas por $ luz, gás, aluguel. Nesse índice, a concorrência consegue o dobro!!! Então, está na hora da direção da empresa verificar o que há de errado com os gastos de luz, gás e aluguel, pois o problema está localizado ali. 2) Sua empresa é a Borak. Você pretende analisar sua empresa para ver se está tudo bem. Você vai verificar a sua medida de produtividade total, para comparar com os índices das outras empresas líderes de mercado. Você obteve as informações sobre as empresas líderes de mercado com seus analistas de investimentos, consultor da empresa e contador. Ao analisar se você encontra algum problema na Borak, certamente deve corrigir o problema. Para corrigir o problema, você deverá primeiramente identificá-lo, localizar o problema e entender o que está acontecendo. Então, resumindo e fazendo passo a passo: a) Primeiro ver os índices gerais para ver se existem problemas. b) Usar os índices localizados para determinar onde fica o problema. Você quer aumentar a competitividade da Borak. Onde você deve focalizar seus esforços? Suponha que outras firmas líderes no setor apresentam as seguintes medidas. Índices de produtividade da Borak (total das vendas no ano é $15.500,00) Gastos no ano por centro de custos a) Mão de obra $5.000 b) Material $2.153 c) Capital de giro $4.000 d) Energia $540 e) Outras despesas $1.500 Total dos gastos $13.193 Cálculos das "nossas" medidas de produtividade: Média total = Vendas / Gastos totais = 15.500 / 13.193 = 1,174865 Medidas parciais = Vendas / Mão de obra = 15.500 / 5.000 = 3.10 = Vendas / Material = 15.500 / 2.153 = 7,20 = Vendas / Capital de giro = 15.500 / 4.000 = 3.88 = Vendas / Energia = 15.500 / 540 = 28,70 = Vendas / Outras despesas = 15.500 / 1.500 = 10,33 Índices de Produtividade do Mercado Média total Vendas / Gastos totais 1,34 Medidas Parciais Vendas / Gastos com mão de obra 3,20 Vendas / Gastos com material 7,11 Vendas / Gastos com capital de giro 6,40 Vendas / Gastos com energia 26,67 Vendas / Gastos com outras despesas 10,00 Sua missão: Determinar se temos algum problema na Borak? Solução: ver o índice de produtividade TOTAL e comparar como mercado. Caso positivo: onde está o problema da Borak? Solução: Ver os índices parciais e comparar com o mercado. O que devemos fazer para solucionar? Solução: focar no departamento onde está o problema. Resposta: Sim, a Borak tem problemas. O índice geral de produtividade de outras empresas no mercado aponta para 1,34. A Borak apresenta 1,17. Ou seja, para cada um real de gastos, o mercado em média vende R$1,34, um resultado de R$0,34 para cada real de gastos. A empresa Borak, entretanto, para cada um real de gastos, vende R$1,17, um resultado de R$0,17 para cada real, a metade da média do mercado. Analisando os índices, um a um, encontramos que na maioria dos indicadores a Borak está em boa forma (um pouco mais, um pouco menos), menos em um dos indicadores em que a Borak está realmente muito defasada. O índice discrepante da Borak é o índice das Vendas / Gastos com capital de giro que mostra R$3,88, enquanto que o mercado na média apresenta R$6,40. Devemos focar nossos esforços no departamento financeiro. Uma vez que sabemos onde está o problema, podemos ser mais eficazes e eficientes em resolvê-lo. Devemos fazer perguntas tais como: por que gastamos tanto com capital de giro? Será que estamos com pouco ou com muito capital de giro? Pagamos muito caro por esse capital? Qual é a taxa de juros que nossos concorrentes pagam pelo capital de giro? Lista de Exercícios 1.4 – ME – Questões de Múltipla Escolha 1) Tendo em vista os conceitos de alavancagem operacional, financeira e total, é INCORRETO afirmar que: A) a alavancagem financeira diz respeito à relação entre o lucro antes de juros e impostos de renda e o lucro líquido por ação ordinária da empresa. B) a alavancagem total diz respeito à relação entre a receita das vendas e o lucro líquido por ação ordinária da empresa. C) o grau de alavancagem operacional diz respeito a medir a sensibilidade de variações do lucro antes de juros e impostos de renda ou Laji (resultado operacional) e as variações das vendas. D) a alavancagem financeira diz respeito ao nível de capital financeiro para financiar os projetos da empresa em relação ao nível de capacidade de endividamento da empresa. E) a alavancagem operacional diz respeito à relação entre a receita das vendas e o lucro antes de juros e impostos de renda ou Laji (resultado operacional). 2) Sabe-se que GAO é a siglapara grau de alavancagem operacional, GAF é a sigla para grau de alavancagem financeira e GAT é a sigla para grau de alavancagem total. Assim sendo, é correto afirmar que: A) GAT = GAO / GAF. B) GAT = GAO + GAF. C) GAO = GAT / GAF. D) GAT = GAO – GAF. E) GAF = GAT – GAO. 3) Os três tipos básicos de alavancagem nas empresas são: A) interna, externa e combinada. B) operacional, financeira e combinada. C) positiva, negativa e neutra. D) alta, baixa e neutra. E) curto prazo, longo prazo e combinada. 4) A empresa Opha espera vender 1.000 unidades do produto X por R$80,00 a unidade. Os custos variáveis são R$20,00 por unidade. Os custos fixos são de R$30.000,00. A empresa paga juros mensais de R$12.000,00. A alíquota do imposto de renda é de 30,00% sobre o lucro real. Todo o lucro é distribuído aos acionistas comuns. Assim sendo, é correto afirmar que o GAO, o GAF e o GAC da empresa Opha são respectivamente: A) 1; 2; 2. B) 2; 1; 2. C) 1,666; 2; 3,333. D) 2; 1,666; 3,333. E) 3,333; 1; 3,333. 5) Os três tipos básicos de alavancagem são: A) fixa, variável e combinada. B) operacional, combinada e total. C) de longo prazo, de curto prazo e permanente. D) econômica, financeira e econômico-financeira. E) operacional, financeira e combinada ou total. 6) A empresa Supimpa espera vender 12.000 unidades do produto X por R$30,00 a unidade. Os custos variáveis são R$14,00 por unidade. Os custos fixos são R$40.000,00. A empresa paga juros mensais de R$29.000,00. Os dividendos preferenciais são de R$25.600,00. A alíquota do imposto de renda é 32,00% sobre o lucro real. Nesse caso, o GAO, o GAF e o GAC da firma Supimpa são respectivamente: A) GAO = 1,26, GAF = 1,78 e GAC = 2,25. B) GAO = 2,26, GAF = 2,78 e GAC = 1,25. C) GAO = 1,46, GAF = 1,78 e GAC = 1,52. D) GAO = 1,78, GAF = 1,48 e GAC = 2,03. E) GAO = 1,26, GAF = 1,38 e GAC = 1,81. Lista de Exercícios 1.4 – ME – Questões de Múltipla Escolha - RESPOSTAS Resposta 1) D) a alavancagem financeira diz respeito ao nível de capital financeiro para financiar os projetos da empresa em relação ao nível de capacidade de endividamento da empresa. Resposta 2) C) GAO = GAT / GAF. Resposta 3) B) operacional, financeira e combinada. Resposta 4) D) 2; 1,666; 3,333. Resposta 5) E) operacional, financeira e combinada ou total. Resposta 6); A) GAO = 1,26, GAF = 1,78 e GAC = 2,25. Solução Fórmula direta do GAO: GAO ao nível base de vendas = X (p-v) / [X (p-v) - F] GAO ao nível base de vendas = 12.000 (30-14) / [12.000 (30-14) – 40.000] = 1,2631 Fórmula direta do GAF: GAF ao nível base de LAJIR = LAJIR / {LAJIR - Juros - Divid.(Pref) [1/(1-txIR)] } GAF ao nível base de LAJIR = 152.000 / {152.000 – 29.000 – 25.600 [1/(1-0,32)] } = 1,780841 Fórmula direta do GAC: GAC = GAO x GAF = 1,263 x 1,781 = 2,25 Capítulo 2: Gestão de longo prazo da empresa – Estrutura de capital OBJETIVOS DA SEÇÃO Como já vimos em capítulos anteriores, em resumo bem simples e direto: a gestão das finanças das empresas é a parte mais importante da gestão empresarial. Podemos separar as finanças das empresas em duas partes bem distintas: a) As finanças de longo prazo (LP) são relativas aos investimentos e financiamentos para a implantação da empresa, para a compra dos prédios, dos escritórios, das fábricas, das máquinas, enfim, ativos que têm vida longa, tais como aviões, navios, trens, autofornos, etc. São contratos de empréstimos e financiamentos que serão pagos em 5, 10, 15 anos ou mais. b) As finanças de curto prazo (CP) são relativas a financiamentos para compra de matéria-prima, que vai ser usada na produção dos bens, produtos ou serviços, máquinas de vida com curta duração, tais como serras, brocas, furadeiras, grampeadores, equipamentos que sejam consumidos ou desgastados rapidamente nos processos de produção, material de escritório e limpeza, tais como papel, clipes, lápis, canetas, cartuchos para impressoras, enfim, dos contratos de empréstimos e financiamentos que devem ser pagos em poucos dias, semanas, alguns meses, ou no máximo uns dois anos (acima disso já devemos analisar para ver se é longo prazo). A gestão do caixa envolve prazos mais curtos até os 120 dias, ou 180 dias no máximo. O objetivo nesse capítulo é tratar das finanças de longo prazo (LP) da empresa. Vamos tratar e estudar dos principais aspectos das finanças de longo prazo: A estrutura de capital da empresa. As duas fontes primárias de capitais para a empresa (capital próprio e de terceiros). A obtenção de capital próprio pela venda de ações (ou cotas de capital). A obtenção de capital de terceiros de longo prazo. Analisar como e porque é difícil determinar a relação ótima de endividamento. INTRODUÇÃO Uma empresa tem apenas duas fontes primárias de capital: Capital dos sócios, também chamado de capital próprio. Capital obtido com endividamento (dívidas) também conhecido como capital de terceiros. Não existe empresa que seja financiada com 100% de capital próprio ou com 100% de capital de terceiros. Uma empresa que não tem contratos de empréstimos, nem dívidas, nem prestações a pagar pode achar que não usa capital de terceiros em suas operações. Porém, devemos lembrar que mesmo que pense não ter ou não queira ter dívidas, toda e qualquer empresa tem SIM dívidas. Qualquer empresa usa gás, luz, telefone, serviços dos seus funcionários ou empregados, contadores, advogados, aluguéis de imóveis, máquinas ou equipamentos, condomínio do prédio onde está instalada, e mais uma infinidade de dívidas, tais como impostos devidos, gerados quando a empresa vende um produto, que devem ser recolhidos aos cofres do governo em determinado prazo. E outras tantas dívidas que são incorridas, geradas e criadas no dia a dia das operações das empresas, mesmo para as que julgam não terem dívidas. E essas dívidas, enquanto não são pagas, ajudam a financiar as operações da empresa. Por outro lado, também não existe uma empresa que seja financiada apenas por capital de terceiros. Uma empresa que seja 100% capital de terceiros estará tecnicamente falida e nesse instante sem liquidez alguma. Como consequência da falência, o patrimônio da empresa é tomado pelos credores para pagar as dívidas e, então, se torna 100% capital próprio no mesmo instante. Deixa de ser dívida e se torna capital próprio, agora capital próprio dos credores. No instante imediatamente posterior a essa nova situação, a empresa incorre em contas de luz, despesas com funcionários, e volta a ser financiada por um mix de capital próprio e capital de terceiros. Por essa razão, podemos afirmar que toda e qualquer empresa é sempre financiada por um mix de capitais. Cada um desses capitais tem seus prós e seus contras, suas vantagens e suas desvantagens. Encontrar o mix ideal entre capital próprio e capital de terceiros é um objetivo comum a todas as empresas e a todos os seus administradores. Primeiro vamos ver as características de cada um desses capitais. Capital dos sócios (capital próprio) Os sócios não têm garantia de retorno do investimento nem do valor do principal investido. Os sócios recebem dividendos apenas se houver lucro a ser distribuído. Os sócios recebem dividendos apenas quando houver lucro a ser distribuído. A remuneração dos sócios depende dos resultados da empresa. Posto que o risco para os sócios é grande, a taxa esperada de retorno é grande. Capital de terceiros (capital dos credores) Os credores exigem garantias. O capital de terceiros tem fixada a taxa de retorno (taxa de juros) que vai ser paga. O capital de terceiros tem fixadas as datas em que os juros serão pagos. O capital de terceiros tem fixadas as datas em que o principal do empréstimo vai ser pago. A remuneração dos credores não depende dos resultados da empresa. Posto que o risco para os credores é pequeno, a taxa esperadade retorno é pequena. Os prós e os contras de cada um: vantagens e desvantagens Para a empresa que vai ter que pagar aos investidores, o capital de terceiros é mais barato do que o capital próprio. O risco para os credores é menor do que o risco para os sócios. Como consequência, a taxa de retorno para os credores é menor do que a taxa de retorno dos sócios. Porém, se a empresa estiver com dificuldades e não puder honrar com todos os seus compromissos financeiros, a empresa vai escolher deixar de pagar os sócios, pois os sócios não executam a empresa em caso de falta de pagamento. Se a empresa deixar de pagar aos credores qualquer parcela da dívida, os credores podem executar a empresa e exigir o pagamento imediato do total da dívida. Conclusão: o capital de terceiros custa menos, porém impõe penalidades maiores caso a empresa não possa pagar. Por outro lado, existe o “benefício fiscal”, que é o fato do governo permitir o abatimento dos juros (serviço da dívida) da base tributável e, com isso, reduzir o imposto e a renda que a empresa tem a pagar. Como consequência, se a empresa está decidindo entre capital próprio ou capital de terceiros como fonte de recursos para poder investir em um projeto de alta volatilidade dos resultados (alto risco), deverá escolher o capital próprio, pois se o projeto não puder pagar em uma determinada data o sócio não poderá executar a empresa. Teremos um capital com custo mais elevado, mas, posto que o projeto é de alta volatilidade, é esperado que os seus retornos sejam maiores para compensar os riscos. Com esses retornos maiores, não deveremos ter problemas em pagar o custo maior do capital próprio. Por outro lado, a decisão de usar capital de terceiros deverá ser reservada apenas para financiar projetos de baixo risco e com retorno mais estável e mais assegurado. Teremos a vantagem de ter um capital que custa menos. Mas sendo um projeto de baixo risco e, portanto, com baixa volatilidade dos retornos, teremos um baixo risco de não poder pagar a dívida (principal) ou o serviço da dívida (juros). Poderemos, então, concluir primeiramente que existe uma receita. Projetos de alto risco e alto retorno devem ser financiados com capital próprio, que é mais caro, porém os sócios não executam a empresa em caso de não pagamento. Projetos de baixo risco e baixo retorno, mais tranquilos, devem ser financiados com capital de terceiros, que é mais barato e o risco de sermos executados é reduzido, pois o projeto paga com regularidade. Porém, se pararmos para pensar nessa lógica, podemos observar que é simples o suficiente para sócios e credores, gestores, executivos e administradores, investidores e tomadores poderem entender a seguinte mensagem: “Novos sócios somente são chamados a investir nas empresas quando os projetos são arriscados e de retorno alto, porém duvidoso”. Essa mensagem diz ao investidor que quer ser sócio: “Comprar ações de uma empresa significa que você vai financiar apenas os PEPINOS!”. Como consequência, o comportamento natural dos sócios seria, então, nunca mais investir em compra de ações das empresas. Com isso, as empresas perderiam uma importante e fundamental fonte de recursos. As empresas não poderiam sobreviver nem se financiar sendo financiadas apenas com capital de terceiros. Então, a solução adotada pelo mercado foi a seguinte: sempre que as empresas necessitam de capital vão ao mercado e buscam ambos os capitais. Um pouco de capital próprio e um pouco e capital de terceiros. Independente se os projetos dos novos investimentos são de alto ou baixo risco/retorno. Dessa forma, tendo se tornado habitual as empresas sempre captarem um misto de capital no mercado, não fica mais evidente quais projetos a empresa julga arriscados e quais julga “tranquilinhos”. Os investidores, então, passam a analisar as empresas pelo seu risco médio (risco médio de todos os projetos da empresa). A dúvida permanece e é difícil determinar qual é esse mix ideal entre capital próprio e capital de terceiros. É isso que trataremos e estudaremos neste capítulo. CONSIDERAÇÕES A FAZER PARA ESCOLHER O NÍVEL IDEAL DE ENDIVIDAMENTO DA EMPRESA Determinar a melhor relação entre capital de terceiros (D) e capital próprio (S) é uma das questões mais importantes e também das mais difíceis para uma empresa. Queremos obter a relação entre capital próprio e capital de terceiros que maximiza os resultados. Chegamos a essa relação ótima quando encontramos o mix entre capital de terceiros (D) e capital próprio (S) que minimiza o CMPC (custo médio ponderado de capital). É importante mencionar logo de início que NÃO existe uma fórmula ou equação que permita determinar de forma técnica, cartesiana ou matemática a melhor relação D/S. Existem prós e contras para endividar mais ou endividar menos. Voltaremos a esse assunto em detalhes mais para a frente. Para efeitos de proporcionar uma primeira ideia, vamos apresentar de uma forma simplificada algumas das diversas variáveis envolvidas na busca pela melhor relação D/S. Prós e contras: mais credores (capital de terceiros) e menos sócios (capital próprio) Aumenta o valor dos dividendos por ação (pois são menos sócios). Aumenta o valor de cada ação (pois são menos ações). Para as empresas que operam na base do lucro real, reduz a base tributável e, consequentemente, reduz o imposto a pagar. Aumenta o risco de falência por causa do aumento do serviço da dívida (juros). Por estar mais endividada, a empresa fica com reduzida disponibilidade de novas linhas de crédito (a empresa com poucas dívidas, se precisa, consegue obter novos empréstimos rapidamente). Prós e contras: mais capital próprio e menos capital de terceiros Tranquilidade para o gestor e baixo risco para o acionista. Se as vendas da empresa caírem, e os resultados não forem bons, é melhor ter poucas dívidas, pois se a empesa não puder pagar é melhor deixar de pagar os dividendos dos sócios do que deixar de pagar os juros e ser executado. Aproveitar oportunidade de investimento. Por exemplo, comprar um concorrente ou um fornecedor. A empresa, com poucas dívidas, consegue empréstimos e financiamentos rapidamente no mercado. Estrutura de capital Estrutura de capital de uma empresa é a relação entre quanto de capital de terceiros e quanto de capital próprio financiam a empresa. Vamos ao dicionário: Capital de terceiros é o capital dos credores, também conhecido como o capital obtido por dívidas. A empresa busca esses empréstimos nas instituições financeiras assinando contratos de empréstimos ou, então, lançando (vendendo) títulos de dívidas (debêntures) no mercado. Quando uma empresa levanta empréstimos, são estipuladas as taxas de juros, o regime de capitalização (simples ou composto), as condições (pré ou pós-fixado com ou sem correção monetária), o sistema de amortização (Price, SAC, Sam, Americano), os prazos e as datas de pagamento do serviço da dívida e do principal. Representamos o capital de terceiros pela letra “D”, que vem da palavra Dívida. Capital próprio é o capital dos sócios, é o capital obtido pela venda de cotas de participação ou de ações da empresa aos investidores chamados sócios. As empresas podem ser limitadas ou S/A, sociedades anônimas. As empresas limitadas vendem cotas de participação e as sociedades anônimas vendem ações aos investidores e, dessa forma, obtêm dinheiro dos sócios para se capitalizar. Quando investidores adquirem cotas de participação ou ações de uma empresa, se tornam sócios dessa empresa. Representamos o capital dos sócios pela letra “S”, que vem da palavra Sócios. Estrutura de capital é a relação entre quanto de capital de terceiros (D) e quanto de capital próprio (S) financiam as operações de uma empresa. Estrutura de capital é a relação D/S. A relação D/S é a relação dívida de longo prazo sobre o total do capital próprio. Para ilustrar, veja no balanço a seguir: Balançoda empresa Piu-Piu: ATIVO PASSIVO Ativos diversos 300.000 Cap. Terceiros Dívidas 175.000 PATRIMÔNIO Social Capital Social 125.000 Total do ativo 300.000 Total do Pass + Pat 300.000 Podemos observar no balanço acima que: Dívidas = 175.000,00 e Capital Social = 125.000,00. Então, a relação D/S é 175.000/125.000 = 1,40. Ilustração da estrutura do capital da empresa no balanço: 201X/X Seção XX 9 BALANÇO DA EMPRESA ATIVOS PASSIVOS Cap Terceiros CURTO PRAZO Cap Terceiros LONGO Prazo Cap Próprio Ações Preferenciais Cap Próprio Ações Ordinárias Cap Próprio Lucros Retidos ESTRUTURA DE CAPITAL e a relação D/S Estrutura de Capital Buscando a estrutura ótima de capital. Ou seja, a relação D/S ótima. Podemos dizer, de uma forma direta e simples, que a relação D/S ótima é aquela que maximiza o valor da empresa. Conforme vimos no capítulo 5, o valor de uma empresa é função dos fluxos de caixa futuros e da taxa do custo do capital. Quando minimizamos a taxa do custo do capital (CMPC) da empresa, maximizamos o valor dessa empresa. Então, podemos dizer que a relação D/S ótima é aquela relação D/S que minimiza o custo médio ponderado do capital da empresa. O custo médio ponderado do capital, que já estudamos, é dado pela seguinte fórmula: CMPC = Kd (1-IR) D/(D+S) + Ks S/(D+S) Como podemos observar, o CMPC é função de Kd, Ks, D e S. Conforme a relação D/S aumenta, inicialmente o CMPC diminui, pois Kd é menor do que Ks, para empresas de baixo risco. Porém, quando a relação D/S aumenta, o risco financeiro da empresa aumenta e, consequentemente, Kd também aumenta. E, então, consequentemente o CMPC começa a aumentar, ou seja, a partir de um determinado nível de endividamento o valor da empresa começa a cair. Desenhando o gráfico do CMPC versus a relação D/S, podemos observar que a relação não é linear e sim parabólica. A taxa do CMPC como função do nível de endividamento pode ser visualizada no gráfico a seguir: Taxa do CMPC 0 D/S * Relação D/S Onde podemos ver que a relação D/S* é a relação D/S ótima, pois é a relação D/S que minimiza a taxa do CMPC. A taxa do CMPC comporta-se dessa maneira pelos seguintes motivos: Conforme a relação D/S é muito baixa, não beneficiamos a empresa com os benefícios fiscais do endividamento. Quando uma empresa não tem dívidas, ela é atraente para os bancos emprestarem dinheiro, pois a empresa tem baixo risco financeiro. Conforme a relação D/S aumenta um pouco, nível baixo de endividamento, a empresa pode se beneficiar com os benefícios fiscais. Além disso, com baixa relação D/S, o risco de a empresa ficar inadimplente é baixo, então as taxa de juros cobradas pelos bancos é baixa, reduzindo mais ainda o CMPC. Conforme a relação D/S aumenta, mais o risco de inadimplência aumenta. Risco de inadimplência muito alto leva os credores a não emprestarem ou a cobrarem altas taxa de juros para emprestarem dinheiro. Dessa forma, o CPMC fica muito elevado e, com isso, reduzimos o valor da empresa. Percentual de endividamento Uma outra forma de apresentar a relação D/S é pelo percentual de endividamento. O percentual de endividamento é dado por D/(D+S). Exemplos numéricos: relação D/S e percentual de endividamento A empresa Master apresenta os seguintes números: Dívidas longo prazo 0,00 Capital social 100.000,00 Capital TOTAL 100.000,00 A relação D/S é 0/100.000 = 0. O percentual de endividamento D/(D+S) é 0/100.000 = 0%. Isso significa que 0% do capital que financia essa empresa é capital de terceiros, ou seja, não tem capital de terceiros (lembrando que no mundo real não existe empresa com zero dívidas). Exemplos numéricos: relação D/S e percentual de endividamento A empresa Master apresenta os seguintes números: Dívidas longo prazo 50.000,00 Capital social 50.000,00 Capital TOTAL 100.000,00 A relação D/S é 50.000/50.000 = 1. O percentual de endividamento D/(D+S) é 50.000/100.000 = 50%. Isso significa que 50% do capital que financia essa empresa é capital de terceiros. Exemplos numéricos: relação D/S e percentual de endividamento A empresa Master apresenta os seguintes números: Dívidas longo prazo 20.000,00 Capital social 80.000,00 Capital TOTAL 100.000,00 Solução A relação D/S é 20.000/80.000 = 0,25. O percentual de endividamento D/(D+S) é 20.000/100.000 = 20%. Isso significa que 20% do capital que financia essa empresa é capital de terceiros. Resposta: A relação D/S é 0,25 e o percentual de endividamento é 20%. Lista de exercícios 2.1: conceituais 1) Quais são as duas fontes de capital para financiar as empresas? 2) Do que tratamos quando falamos de finanças de longo prazo de uma empresa? 3) Por quais razões não existe uma empresa com percentual de endividamento 1 (um) nem percentual de endividamento 0 (zero)? 4) Quais são os prós e os contras de se utilizar capital de terceiros ou capital próprio na estrutura de capital de uma empresa? 5) Qual é a diferença entre relação D/S e percentual de endividamento? Lista de exercícios 2.2: numéricos 1) Determine a relação D/S e o percentual de endividamento da empresa Margarida. A empresa Margarida apresenta os seguintes números: Dívidas longo prazo 175.000,00 Capital social 242.000,00 Capital TOTAL 417.000,00 Resposta: A relação D/S é 0,72314 e o percentual de endividamento é 41,97%. 2) Determine a relação D/S e o percentual de endividamento da empresa Fafa. A empresa Fafa apresenta os seguintes números: Dívidas longo prazo 320.000,00 Capital social 180.000,00 Capital TOTAL 500.000,00 Resposta: A relação D/S é 1,777 e o percentual de endividamento é 64,00%. 3) Determine a relação D/S e o percentual de endividamento da empresa Guga. Dívidas longo prazo 350.000,00 Capital social 100.000,00 Capital TOTAL 450.000,00 Resposta: A relação D/S é 3,50 e o percentual de endividamento é 77,78%. 4) Determine a relação D/S e o percentual de endividamento da empresa Ocre. Dívidas longo prazo 20.000,00 Capital social 20.000,00 Capital TOTAL 40.000,00 Resposta: A relação D/S é 1,0 e o percentual de endividamento é 50,00%. Por que é difícil calcular a relação D/S ótima? Porque existem prós e contras no uso de cada fonte de capital: próprio ou de terceiros. E o mix ótimo, ou seja, a relação D/S ótima depende de vários fatores que fazem ser melhor usar mais de uma fonte ou de outra fonte. Para ilustrar, podemos mencionar alguns desses fatores: ramo de atividades da empresa, as taxas de juros praticadas, a situação macroeconômica vigente, a volatilidade das vendas, os benefícios fiscais existentes, o planejamento tributário empregado, etc. E, para tornar mais complexa a análise, no mundo real esses fatores mudam constantemente ao longo do tempo. Vamos analisar os prós e os contras de se endividar mais ou endividar menos uma empresa. A favor do uso do capital de terceiros É mais barato, pois como tem garantias tem um risco menor e como consequência a taxa de retorno do capital de terceiros é menor. Tem benefício fiscal, que, como consequência, reduz a base tributável, proporcionando um retorno maior para os sócios. Isso significa que são mais dividendos, que aumenta o valor das ações. É mais rápido de obter quando precisamos, pois tendo a “ficha” aprovada no banco é só solicitar. Contra o uso do capital de terceiros É mais perigoso, pois em caso de inadimplência, isto é, o não pagamento do serviço da dívida (juros e principal) implica exposição direta à cobrança da dívida toda com risco de falência da empresa. A favor do uso do capital próprio É mais seguro, pois, se empresa não tiver bons resultados, simplesmente não paga o dividendo prometido aos sócios e não tem consequência alguma sobre a empresa, pois o sócio não pode executar a empresa por falta de resultados. É o capital mais simples de obter se a empresa
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