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FACULDADE ESTÁCIO DE SERGIPE MONIQUE LIMA GOUVEIA THAIS PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA. Estudo de caso sobre fratura de fêmur apresentado a disciplina Ensino clínico em saúde do adulto e idoso do curso de enfermagem como um dos pré-requisitos avaliativos Orientador (a): Profª. Gysella Rose Prado de Carvalho Oliveira. . ARACAJU- SE 2017 MONIQUE LIMA GOUVEIA THAIS PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA. Estudo de caso sobre fratura de fêmur apresentado a disciplina Ensino clínico em saúde do adulto e idoso do curso de enfermagem como um dos pré-requisitos avaliativos. Orientador (a): Profª. Gysella Rose Prado de Carvalho Oliveira. ARACAJU- SE 2017 INTRODUÇÃO José Carlos da Gama Ribeiro, 76 anos, proveniente da cidade de Simão Dias- Se, deu entrada em 16/10/17 no Hospital de Urgência de Sergipe, com relato de queda da própria altura, encaminhado ao setor de ortopedia com queixa inicial de fratura de colo de Fêmur direito. Encaminhado a área Azul do hospital de urgência, onde foi surgindo diversas comorbidades: Pós Parada Cardiorrespiratória ,Broncoaspiração Abdome Agudo Obstrutivo. Devido ao seu estado geral de saúde em 18/10/17 foi transferido para área vermelha, em 20/10/17 onde realizamos coleta de dados e exame físico do paciente para estudo de caso clínico. OBJETIVO GERAL Vivenciar todo conhecimento da sistematização da assistência de enfermagem á vivencia da sua prática em campo de trabalho, correlacionando o conhecimento científico adquirido em sala de aula à prática dos estudos . Ou seja é o Saber- fazer, entender como funciona um serviço de saúde, quais as atribuições correlatas do enfermeiro e implementar o serviço para cada ocorrência específica. OBJETIVOS ESPECÍFICOS -Proporcionar o conhecimento da fisiopatologias; -Conhecer a terapêutica medicamentosa; -Conhecer os aparelhos que fazem parte do tratamento das doenças. JUSTIFICATIVA O paciente foi escolhido para estudo de caso clínico por nos chamar atenção sobre complexidade de sua patologia. A parada cardiorrespiratória é a cessação da circulação e da respiração; é reconhecida pela ausência de pulso e apneia em um paciente inconsciente. Os dados epidemiológicos nos mostram que, 35% das mortes no Brasil são por causas cardiovasculares, resultando em 300 mil óbitos/ano (datasus); nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR), em que a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas são cruciais para melhor resultado do atendimento. FISIOPATOLOGIA A parada cardiorrespiratória pode ocorrer em indivíduos cardiopatas e não-cardiopatas. Define-se parada cardíaca primária como aquela decorrente de disfunção cardíaca na ausência de fator desencadeante extracardíaco, e parada cardíaca secundária como evento terminal evolutivo de muitas doenças. Em qualquer destas situações, o débito cardíaco é inadequado para a manutenção da vida, com volume sistólico insuficiente para perfusão tecidual, determinando redução de oxigênio disponível, o que leva o metabolismo anaeróbio a determinar acidose láctica, que pode ter um efeito negativo sobre a contratilidade do miocárdio. O cérebro, ao contrário de outros órgãos, não armazena glicose ou oxigênio, e seu metabolismo realiza-se 95% através do metabolismo da glicose, em forma aeróbica. Em situações não- patológicas, recebe de 15 a 20% do débito cardíaco, sendo extremamente dependente do fluxo sanguíneo devido a seu alto consumo energético. Quando ocorre privação de oxigênio, devido a um fluxo sanguíneo cerebral baixo ou ausente, ocorre interrupção parcial ou total do seu metabolismo normal, iniciando-se um processo anaeróbio. Após 4 a 6 minutos de isquemia global, praticamente todo o ATP (adenosina trifosfato) foi consumido, ocorrendo acúmulo de ácido lático e fosfatos resultantes da degradação de ATP e ADP (adenosina difosfato), aumentando a proporção lactato/piruvato e iniciando-se a produção de dois moles de ATP por mol de glicose, produzindo, então, durante algum tempo, a energia necessária para a sobrevivência neuronal. Porém, com este consumo extremamente elevado do ATP, ocorre insuficiência da bomba de sódio e potássio, com perda do potencial transmembranoso e consequente edema cerebral. Com o edema cerebral a quantidade de liquor diminui, e se a pressão intracraniana continuar aumentando, leva à redução do fluxo sanguíneo em veias e artérias devido à sua compressão, reduzindo ainda mais a perfusão cerebral. Na vigência de uma parada cardiorrespiratória prolongada, em que as funções circulatória e respiratória não foram restabelecidas, a hipóxia e a acidose prolongadas promovem alterações fisiopatológicas irreversíveis que culminam com a morte orgânica. Um dos objetivos do ressuscitador deve ser o da preservação cerebral durante e após as manobras de ressuscitação, que se dá através de uma manutenção adequada do fluxo sanguíneo cerebral (FSC) . A restauração da perfusão cerebral após a PCR resulta em aumento global do FSC, apesar de áreas de hipoperfusão ainda permanecerem. A pressão de perfusão cerebral (PPC) é obtida calculando-se a diferença entre a pressão arterial média (PAM) e a pressão intracraniana (PIC . A pressão de perfusão cerebral deve ser mantida acima de 50 mmHg, e é um bom indicador do fluxo sanguíneo cerebral. PPC = PAM - PIC PPC = pressão de perfusão cerebral PAM = pressão arterial média PIC = pressão intracraniana No período de hipoperfusão ocorre um hipermetabolismo celular pós-isquêmico, que leva a um desequilíbrio entre a oferta de sangue e o consumo celular, que contribui na piora do dano cerebral. Considerando-se que a reserva cerebral de glicose dura em média quatro minutos — após o que cessa a metabolização da glicose no cérebro — é importante que as manobras de ressuscitação sejam instauradas nesse período para a restauração das funções orgânicas. Durante a parada cardiorrespiratória, órgãos como o fígado e os rins cessam suas funções, sendo que no fígado ocorre cessação de sua função de desoxidação e excreção, provocando acúmulo de metabólitos prejudiciais na circulação. Nos rins, ocorre anúria devido à suspensão da filtração, reabsorção, excreção e secreção, como consequência de distúrbios histológicos causados por isquemia, como necrose cortical bilateral e tubular aguda. Ocorre também, com a interrupção da circulação, uma elevação súbita da secreção de glicocorticóides e de ACTH, com possível efeito protetor, promovendo vasoconstricção e mobilização do glicogênio hepático, com a finalidade de compensar as alterações orgânicas da anóxia e isquemias existentes. Em relação ao coração, um baixo débito cardíaco significa também diminuição do fluxo sanguíneo em artérias coronárias, piorando a isquemia do miocárdio, que poderia ter sido a causa primáriada PCR, estabelecendo, então, um ciclo de retroalimentação: isquemia miocárdica baixo débito cardíaco. SITUAÇÕES COM MAIOR RISCO DE EVOLUIR PARA UMA PCR: -Cardiopatias (destas, a doença aterosclerótica coronária é amais importante); -Hipertensão arterial; -Diabetes; -Antecedentes familiares de morte súbita; -Anóxia; -Afogamento; -Pneumotórax hipertensivo; -Hemopericárdio; -Choque; -Obstrução das vias aéreas; -Broncoespasmo e Reação anafilática. PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS QUE PRECEDEM UMA PCR: -Dor torácica; -Sudorese; -Palpitações precordiais; -Tontura; -Escurecimento visual; -Perda de consciência; -Alterações neurológicas; -Sinais de baixo débito cardíaco. SINAIS CLÍNICOS DE UMA PCR -Inconsciência; -Ausência de movimentos respiratórios; -Ausência de pulsos em grandes artérias (femural ecarótidas) ou AUSÊNCIA DE SINAIS DE CIRCULAÇÃO; OBS.: A cianose, a lividez e a dilatação pupilar (midríase –que ocorre com cerca de 1 min pós-PCR) são sinais comumente utilizados no diagnóstico da PCR. Deve-se, porém, ter cuidado com pacientes com DPOC (que têm cianose crônica) ou pacientes muito anêmicos (que não ficam cianóticos). PROCEDIMENTOS INICIAIS APÓS O RECONHECIMENTO DE UMA PCR: -Solicitar ajuda / desfibrilador / monitor; -Colocar a vítima em decúbito dorsal horizontal em uma superfície plana e dura; -Manter a cabeça e o tórax no mesmo plano; Iniciar suporte básico de vida (ABCD primário): -Coordena as ações e direciona as atribuições da equipe de enfermagem; -Instala o desfibrilador semi- automático (DEA) e se indicado realiza a desfibrilação; - Prepara o desfibrilador convencional; -Instala o monitor, no caso de não haver possibilidade ou necessidade de realizar a desfibrilação, ou quando a primeira desfibrilação não teve sucesso; -Auxilia o médico nas manobras de RCP, assumindo a ventilação ou a compressão torácica. MEDIDAS GERAIS APÓS RCP : -Exame clínico completo: Sinais vitais, condições de perfusão de extremidades, ausculta pulmonar, nível de consciência. -Monitoração cardíaca contínua e ECG completo :Comparar com traçados anteriores; -Acesso venoso: Caso aquele obtido durante a RCP seja precário deve-se obter, com toda técnica, uma veia central com intracath ou dissecção; -Outros procedimentos invasivos, que foram realizados de forma apressada, podem agora ser reavaliados e, se necessário, substituídos ,Cânula endotraqueal, cabo do marca-passo, etc.; -Exames laboratoriais para avaliação do paciente após RCP ou para eventual diagnóstico da condição prévia que levou à PCR.
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