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Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 60Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 11 – Manuseio - Conceitos Principais Objetivo da Aula Aprofundar os conhecimentos sobre o Manuseio e identificar sua importância. Introdução Como geralmente a produção não se situa no mesmo lugar onde será consumida, o processo de transporte e armazenagem é decisivo para aproximar os produtos de seus consumidores. Esse fluxo requer o manuseio dos produtos. Na aula anterior, estudamos os conceitos principais sobre armazenagem e sua importância. Nesta aula, alguns conceitos fundamentais sobre manuseio de produtos serão abordados, como equipamentos necessários, projeto de sistema eficiente, métodos para uma operação eficaz e de baixo custo. Depois, seguiremos com o acondicionamento, sua importância para a logística eficiente e a proteção do produto. Por fim, a combinação ótima para a armazenagem e manuseio de produtos para uma empresa. 1. Importância do manuseio de produtos O manuseio torna-se importante uma vez que sua gestão eficiente poderá ser o diferencial para a redução do custo total da movimentação e estocagem da mercadoria. Isso ocorre porque todo manuseio implica, além de tempo, aumento do risco ao dano e perda do produto. Devemos ter consciência do papel desempenhado por cada fator, para que o processo seja bem-sucedido. Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 61Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Uma venda bem realizada perde parte de seu valor se o produto não chegar ao consumidor no prazo, volume e embalagem desejados. 2. Manuseio de materiais O manuseio ou movimentação interna é o transporte de pequenas quantidades de bens, em curtas distâncias, “em depósitos, fábricas, lojas e no transbordo entre modais de transporte”. O foco dessa operação é o baixo custo e a rapidez. Deve-se ter a consciência de que pequenas ineficiências repetidas representarão grandes prejuízos, quando multiplicadas ao volume de produtos movimentados pelo período de tempo. Mais do que em qualquer outra atividade logística, métodos e equipamentos de movimentação interna apresentaram grande progresso. 3. Equipamentos de manuseio A seleção do equipamento de manuseio seguirá a lógica da necessidade do sistema de movimentação interna. a. Equipamentos de movimentação Os mais comuns entre os equipamentos mecânicos são: 1. Empilhadeiras e tratores: são meios utilizados para abreviar o tempo de movimento de produtos que demandam muito tempo e esforço se executados manualmente, devido ao seu grande peso. O trabalho concentra- se em empilhar os produtos e torná-los volumes únicos transportáveis de uma só vez (unitização). Para isso, são utilizados equipamentos que variam desde pequenas plataformas manuais (paletes) até pequenos tratores, que se adequarão a cada situação, como quantidade e volume de carga, altura máxima de elevação, capacidade de operação em corredores estreitos, operação manual ou motorizada e velocidade. Por ser um método eficiente e flexível, explica sua popularidade (ver fig. 1 e 2). Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 62Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 2.Transportadores e esteiras: utilizados para bens pequenos e pesados, os transportadores são o segundo método mais popular de movimentação interna de produtos. Seu objetivo é o de transportar grande número de itens em uma mesma rota. Os dois principais são os movidos à gravidade e os mecânicos. O primeiro utiliza rodas, esferas e roletes para deslizar sobre um plano inclinado com superfícies planas. O segundo, motorizado e, devido ao maior custo, é utilizado em pequenas distâncias para mover produtos para cima. Os transportadores de correias ou de rosca servirão melhor para cargas a granel, como grãos e carvão. A vantagem deste método é a de conciliar a atividade de seleção à movimentação. 3. Guinchos e semelhantes: esse método de manuseio interno não se limita à operação em superfície, mas em área de armazenagem, não necessitando de corredores; além disso, apresenta grande capacidade para mover cargas extremamente pesadas, com agilidade e segurança. São utilizados, especialmente, para “carga e descarga de navios, manuseio de matérias-primas, como aço e alumínio, e transbordo de carga entre trens e caminhões”. O transelevador automático, destaque nos armazéns automatizados, projetado para conservar espaço físico e reduzir mão- de-obra, é uma plataforma eletrônica que armazena e pega produtos, geralmente paletizados, em estantes. b. Equipamentos auxiliares Diminuem o dano no manuseio, otimizam espaços de armazenagem, oferecendo boa organização de itens, com fácil reconhecimento e manuseio. Como exemplo, podem-se citar: os porta-paletes, sem prateleiras, para caixas, em fileiras, de fluxo contínuo (flow-through), de corredores móveis (drive-through), de estrutura em A, removível e de piso duplo (double- deck). Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 63Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 4. Codificação e marcação de itens Tem por objetivo otimizar a localização, identificação e coleta de produtos para o seu manuseio rápido e eficiente. O desenvolvimento do sistema deve atender às necessidades da operação, tais como gravações, marcas e cores. A tecnologia computadorizada, por meio do código de barras linear ou código de distribuição, revolucionou a identificação, acelerando o manuseio de produtos, convertendo códigos em informação utilizável para controle. Para isso, são utilizados: o código, semelhante ao universal usado em mercearias, uma chave rápida para a identificação do produto, quantidades e fornecedor; e leitores ópticos(scanners) fixos ou portáteis. 5. Métodos geradores de eficiência no manuseio O projeto da área de armazenagem é muito importante no planejamento do manuseio de produtos. A eficiência gerada por esses cuidados acontece devido a algumas medidas que são adotadas. a. Arranjo Geral do Espaço Físico Pequenas variações na configuração do projeto do armazém, ou docas de descarga, levando-se em consideração o seu formato e localização, devem ser realizadas antes da construção do edifício, pois afetam o custo da sua construção e podem representar grande economia de custo de manuseio. b. Arranjo físico detalhado:dividir para conquistar Diante da diversidade e quantidade de produtos a serem manuseados, uma prática comum é dividir o depósito em seções, como produtos congelados, perecíveis, furtáveis e outros; estes ocupariam a maior parte deste depósito, obedecendo à sua rotatividade, tempo e custo de manuseio. c. Alocação do espaço físico Deve ser definido para garantir o arranjo físico de menor custo de manuseio. Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 64Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Pode levar em consideração métodos intuitivos (amplamente empregados na prática, porém sem a garantia de eficiência) e científicos (como o utilizado pela IBM, em Nova York, o CRAFT – Computerized Relations Allocation of Facilities Technique – Técnica de Alocação de Facilidades com Relações Computadorizadas. O método intuitivo considera a rotatividade do item,seu tamanho, volume (cubagem) por pedido e agrupamento por famílias. (figura 6 c). O método científico enfoca a necessidade de estudos e cálculos matemáticos profundos para solucionar problemas de arranjo físico, ”com milhares de produtos e pontos potenciais de alocação num armazém.” (ver CRAFT e IBM). c. Disposição do estoque Há controvérsias quanto ao melhor método, porém 86% dos maiores depósitos americanos usam arranjo quadrangular, contra os 2% dos que usam o em ângulo parcial e os 14%, total.O profissional deve focalizar a eficiência do manuseio quando for escolher o arranjo. e. Métodos de endereçamento e localização de estoque O objetivo deste sistema é a eficiente localização e recuperação de mercadorias dos pontos de armazenagem. Isso deve ser a consideração final no projeto de movimentação de materiais. Tantas são as variáveis nesse sistema: oscilação de níveis de estoque, devido à demanda e oferta; entrada de novos produtos e saída de outros, uma troca de linha de mercadorias. Para realizá-los, de maneira eficiente, existem dois métodos básicos, com vantagens e desvantagens: • O sistema de endereços fixos: cada lugar é fixado para cada produto. É simples e de fácil memorização, podendo ou não utilizar codificação formal, para identificar a seção, número da divisão e prateleira, dependendo da quantidade de mercadorias. Pode gerar espaço ocioso, pois considera a previsão de espaço de acordo com os níveis de pico de cada produto, que não ocorrem, necessariamente, ao mesmo tempo. Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 65Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb • O sistema de endereços variáveis: os produtos são designados para qualquer espaço físico disponível, otimizando-o, mas pode gerar longos percursos para a sua localização, ao formar um único pedido, já que um item específico pode estar em diversos locais, simultaneamente. Deve-se utilizar, portanto, um eficiente sistema de codificação, bem como um de preenchimento de pedidos, manual ou computadorizado, viabilizando a recuperação eficaz e rápida dos itens. É o mais popular sistema de armazenagens automatizadas, que maximizam espaços e exigem um mínimo de mão-de-obra. 6. Operacionalização do Processo de Manuseio A montagem do pedido requer a utilização de mão-de-obra de maneira maciça e a gestão desse processo deve ser cuidadosa. Quatro técnicas úteis são: 1. Seqüenciação por produto: coletam-se os itens do pedido na seqüência do roteiro percorrido no armazém. É útil no sistema de armazenagem por área, evitando viagens desnecessárias e ganhando-se tempo na operação. Desvantagem está na exigência da coordenação prévia da seqüenciação com a área de vendas ou clientes; ou seqüenciam-se os itens após o recebimento do pedido. Atualmente, programas de computação são utilizados largamente para a elaboração dessas listas de coleta seqüenciada. 2. Coleta por Zoneamento: empregam-se diversos apanhadores, divididos por zona de coleta individual, que apanham parte do pedido. Isso maximiza a especialização do profissional envolvido e minimiza o tempo de coleta. Porém, há desvantagens. Essa tarefa requer a identificação dos itens nas zonas, conforme sua freqüência de coleta, peso e cubagem, para balancear a carga de trabalho individual. O pedido deverá ser dividido em partes, obedecendo ao zoneamento que, após coletado, deverá ser reunificado antes de sua expedição. Por fim, o tempo de formação do pedido depende Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 66Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb do ritmo de coleta por zona. 3. Decomposição de pedido: é uma extensão do conceito anterior, coleta por zoneamento, porém o item não fica estocado em um mesmo local. Isso obriga um desmembramento do pedido, antes de roteá-lo internamente no estoque. A coordenação da formação do pedido é realizada nos locais de coleta, para depois ser enviado ao destino final, dentro do prazo. 4. Formação por lotes: a coleta de mais de um pedido é realizada simultaneamente, em uma única passagem pelo estoque. Isso reduz o tempo de deslocamento, porém dificulta a remontagem dos pedidos parciais ou totais para a entrega, porque a expedição de um pedido dependerá do tamanho e da quantidade dos outros pedidos do mesmo lote. 7. Escolha do Sistema de Estocagem e Manuseio Para se escolher o tipo de espaço e o sistema de manuseio, primeiro devemos reconhecer o tipo de item a ser estocado e manuseado. Quando se tratar de volumes embalados de pequeno e médio porte, quatro possibilidades se apresentam: 1. espaço e manuseio públicos; 2. espaço alugado e manuseio manual; 3. espaço próprio, manuseio mecanizado com paletes e empilhadeiras; 4. espaço público com manuseio mecanizado. Para cargas granelizadas e itens de grande volume, por se tratar de produtos que dispensam embalagem (grãos, sucos, petróleo, produtos químicos, carvão etc.), o foco estará no transporte da maior quantidade possível, na maior distância possível, dentro do canal de distribuição, antes de fracioná-la em menores quantidades para distribuição final. Esse processo economiza meios e tempo, pois envolve menor manuseio, estoque ou Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 67Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb transbordo, ocorrendo, também, menor risco de dano ou roubo. Como todo sistema, há vantagens e desvantagens. A economia de embalagem contrapõe-se ao risco de perda do cliente, que não disponha de meios para manusear carga granelizada. A economia de transporte, de até 27% para alguns produtos, contrapõe-se ao maior tempo de espera para o ciclo de entrega. A interrupção no fluxo de informação para distribuir depende de gastos adicionais com o desenvolvimento de programas computadorizados de controle. Maior lucratividade pela melhor consolidação e de fretes de retorno mais bem planejados, contrapõe-se ao tempo e energia necessários para realizar tal planejamento. Vantagem geral do sistema contrapõe-se ao custo com aluguel ou construção. Para itens de grande volume unitário, é necessário “comparar os custos totais de transporte por diversos modais alternativos, além de avaliar a capacidade dos mesmos em lidar com a carga”. Isso porque há restrições de gabarito para a utilização de cada um dos meios de movimentação, como altura, peso e comprimento da carga, seja por estrada, hidrovia ou ferrovia. Os limites podem ser excedidos, mas implicarão custo, como permissões especiais para transposição de propriedades particulares, ou alteração de pontes e sistemas de rede elétrica. Realizado o reconhecimento do tipo de carga a ser movimentado e o meio mais adequado, devemos considerar as tarifas de armazenagem, de movimentação e acessórias. A tarifa de armazenagem é cotada com base em tonelada/mês. Deve o profissional avaliar o tempo de armazenagem, pois refletirá o custo. A tarifa de movimentação é cotada pelo peso. Logo, a freqüência de movimentação da carga e suas características físicas determinam o desembolso. Tarifas acessórias são aquelas cotadas para outros serviços, exceto manuseio e armazenagem. Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 68Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 8. Embalagem A escolha e o desenvolvimentoda embalagem é também papel da logística, pois considera não apenas o acondicionamento, proteção, promoção e utilização do produto, mas também como um instrumento para a eficiência na sua distribuição. Para o profissional de logística, o foco estará na avaliação de como a embalagem pode afetar a eficiência do sistema de manuseio, armazenagem e movimentação do produto. Três características básicas que podem afetar essa eficiência são: resistência, tamanho e configuração. Elas ditarão o tipo de equipamentos e de armazenagem, altura do empilhamento sem o uso de meios auxiliares, estabilidade de mercadoria, densidade de carga, capacidade de unitização ou conteinerização (forma mais apurada de unitização em sistemas modernos de distribuição, por meio do uso de contêineres, com maior capacidade e segurança da carga, com manuseio rápido, via guincho), para movimentação de mais de um pacote, número de viagens, maximização de espaço de estoque, justificando o custo da embalagem pelo aumento de eficiência de seu manuseio. Além disso, a embalagem deve dispor de um eficiente sistema de identificação, imprimindo velocidade ao processo de manuseio do produto. Portanto, pequenas modificações no projeto de desenvolvimento da embalagem, focalizando a eficiência da distribuição, podem representar grande economia para a empresa. Síntese Nesta aula, vimos, por meio do conceito just-in-time, como muitas empresas têm tentado diminuir ou eliminar a estocagem e, apesar disso, a armazenagem continua sendo uma boa opção para atender às necessidades do processo logístico. Estudamos a importância da armazenagem de produtos, como Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 11 - M an us eio - Co nc eit os P rin cip ais 69Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb ocorre sua escolha por parte dos administradores, suas funções e os tipos de depósito. Na aula que vem, abordaremos o manuseio. Até lá! Referências Básicas BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. NOVAES, Antonio Galvão N. ; ALVARENGA, Antonio Carlos. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994. VALENTE, M. G. Gerenciamento de transportes e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. Referências Complementares CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. São Paulo: Atlas, 2001. Dias, Marco Aurélio P. Transportes e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1987. www.portaldelogistica.adm.br
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