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políticas de assistência

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A assistência social no brasil tem sua origem histórica baseada na caridade, filantropia e na solidariedade religiosa. 
Até a década de 40, essa corrente perdurou. Em 1947 foi criada a legião brasileira de assistência - FLBA com o objetivo de atender as famílias dos pracinhas combatentes da 2ª guerra mundial. Inicialmente caracterizou-se por um atendimento materno-infantil. Posteriormente esta instituição foi crescendo e sua linha programática foi acompanhando as demandas do desenvolvimento econômico e social do país, bem como da população em estado de vulnerabilidade social.
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Esta instituição adequava a sua linha programática aos ciclos de vida das populações mais vulneráveis, na ótica de promover o desenvolvimento social e comunitário. Estabeleceu ampla parceria com organizações não governamentais (cerca de 6.000), governos estaduais e municipais (cerca de 3.800 municípios), CNBB, APAEs, Pestallozzi, Caixa Econômica Federal e outros. Dispunha de um Programa Nacional de Voluntariado, com coordenação nos 26 Estados e no Distrito Federal, contando com aproximadamente 3.000 voluntários. 
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Em 1985 temos como contexto um momento em que se exige do setor assistencial práticas inovadoras para demandas postas pela nova realidade nacional de transição democrática, em que um número crescente da população pedia respostas mais ágeis e efetivas de uma política assistencial. Desde então se discutiu mais intensamente o caminho para se formular uma política pública de assistência social através da inclusão de direitos sociais e, mais especificamente, do direito à seguridade social, e nela, a garantia à saúde, à assistência e previdência social na Constituição Federal
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
A partir da luta de diversos grupos e movimentos sociais, como sindicatos, partidos políticos, trabalhadores da área, intelectuais, profissionais liberais, parcelas da igreja, organizações públicas e privadas entre outros, foi-se discutindo e construindo uma proposta de Lei Orgânica e de Política de Assistência Social em favor das pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão.
A Constituição Federal de 1988 é o marco legal para a compreensão das transformações e redefinições do perfil histórico da assistência social no País, que a qualifica como política de seguridade social. 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Parágrafo único - Compete ao Poder Público, nos termos da lei, 
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II -uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais; 
III -seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços; 
IV -irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI -diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, 
com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, 
empresários e aposentados
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
O 1º Seminário Nacional de Assistência Social, realizado em Brasília, em 1991, por iniciativa de diferentes entidades da categoria profissional. Daí surgiu a Comissão pela LOAS, cujos trabalhos resultaram no documento "Ponto de Vista que Defendemos", que serviu de subsídio a um novo projeto de lei , o de n.º 3154, encampado pelo Deputado Eduardo Jorge e outros, tendo a Deputada Fátima Pelaes como relatora.
Após a apresentação, discussão e negociação de vários projetos e emendas, a LOAS foi sancionada pelo Presidente Itamar Franco em 7 de dezembro de 1993 e publicada no Diário Oficial da União de 8 de dezembro de 1993, sem o consenso dos órgãos gestores quanto ao reordenamento ou extinção das instituições gestoras da Assistência Social no Brasil. A história da LOAS não termina com sua promulgação. Pelo contrário, a partir deste momento começa-se uma grande luta para a sua implementação
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
A exposição de motivos da LOAS enfatiza que se levou em consideração, em sua elaboração, o comprometimento da assistência social com o estatuto da cidadania, entendendo-se que a assistência social somente será um direito social a medida que extrapolar os limites de sua ação convencional. Acrescenta-se que é com base nesta concepção, que a assistência social configura-se como um tipo particular de política social que assume duas formas: restritiva, voltada para os segmentos populacionais em situação de pobreza extrema; e ampla, que conflui para as demais políticas sociais, contribuindo para a extensão destas políticas aos mais necessitados e, portanto, para a modernização da assistência social
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
A colocação da Assistência Social entre os direitos sociais de cidadania – "há uma assistência que é devida e o dever do estado em prestá-la", implica na reversão da abordagem antes vigente na área, em que serviços e auxílios assistenciais eram oferecidos de forma paternalista, como dádivas ou benesses de forma descontínua e sem maiores preocupações com a qualidade, na medida da disponibilidade de recursos e dos interesses políticos dos governantes, ou de exercer o controle social sobre os grupos pobres e marginalizados, ou de obter legitimação e, principalmente apoio político-eleitoral.
A LOAS propõe a introdução de mudanças estruturais e conceituais na assistência social pública, transformando e criando, através dela, um novo cenário com novos atores e, seguramente, novas estratégias e práticas, além de novas relações interinstitucionais e com a sociedade
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
A Lei Orgânica da Assistência Social é composta de seis capítulos.
Capítulo I: trata das Definições e dos Objetivos da assistência social, que são os mesmos previstos na Constituição Federal e referem-se basicamente à proteção, à família, à infância, à adolescência e à velhice, à habilitação e reabilitação da pessoa portadora de deficiência.
Capítulo II: trata dos Princípios e Diretrizes. Estabelece como princípios fundamentais a universalização, a dignidade e a autonomia. Como diretrizes essenciais, a LOAS prevê a descentralização, o comando único em cada esfera de governo e a participação da população na formulação das políticas e no controle das ações na área da assistência social. Fica clara, neste ponto, a primazia e a responsabilidade do Estado na condução da política de Assistência Social em cada esfera de governo
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Capítulo III: trata da Organização e da Gestão da Assistência Social. Define que as ações de assistência social deverão ser organizadas em sistema descentralizado e participativo, cabendo ao então Ministério do Bem-Estar Social a coordenação da Política Nacional de Assistência Social. Trata das normas gerais para o funcionamento das entidades e organizações de assistência social
Capítulo IV: trata dos Benefícios, Serviços, Programas e Projetos de Assistência Social. Entre os benefícios, temos o de prestação continuada, que compreende um salário 
mínimo de benefício mensal ao portador de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Capítulo V: trata da Questão do Financiamento da Assistência Social, que deverá contar com recursos da União, dos Estados e dos Municípios. Cabe ao órgão da administração federal, responsável pela política nacional de assistência social, gerir o fundo nacional da
assistência social – FNAS, sob orientação e controle do CNAS
Capítulo VI: trata das Disposições Gerais e Transitórias, relacionadas diretamente com o reordenamento dos órgãos de assistência social em âmbito federal para a implantação da lei
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
A LOAS deixa claro que a Assistência Social é direito do cidadão e dever do Estado e que se trata de uma política de seguridade social não contributiva, que deve prover os mínimos sociais através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
Em dezembro de 1998 foi aprovado, por unanimidade pelo CNAS, a Política Nacional de Assistência Social – PNAS e a primeira Norma Operacional Básica de Descentralização, construída em parceria com Estados, Municípios e referendada em reunião ampliada do CNAS, em Belém do Pará
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
A PNAS é um documento normatizador das ações de assistência social. Promove principalmente a defesa e a atenção aos interesses e necessidades das pessoas em situação de risco e/ou vulnerabilidade social, cabendo à mesma ações que promovam a prevenção, a proteção, a promoção e a inserção social, como também um conjunto de garantias e seguranças. A PNAS é construída a fim de integrar as demais políticas sociais, considerando as peculiaridades sociais e territoriais, efetivando assim, a garantia dos mínimos direitos sociais. O órgão gestor, em âmbito nacional, é o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS).
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Têm sua base definida na própria Lei Orgânica de 1993, mas principalmente na Norma Operacional Básica da Assistência NOB/SUAS de 2005.
O SUAS é um modelo de gestão utilizado no Brasil para operacionalizar as ações de assistência social e foi criado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais.
O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)
O SUAS tem como eixos estruturantes: a matricialidade sócio-familiar*; descentralização político-administrativa e territorialização estabelecendo novas bases para a relação entre Estado e sociedade civil; financiamento; controle social com participação popular e normas definidas para informação o monitoramento e a avaliação além de política de recursos humanos própria. Estabelecendo ainda a organização da assistência em dois níveis de proteção, divididos em proteção social básica e proteção social especial de média e alta complexidade
*A Matricialidade Sociofamiliar se refere à centralidade da família como núcleo social fundamental para a efetividade de todas as ações e serviços da política de assistência social. A família, segundo a PNAS, é o conjunto de pessoas unidas por laços consanguíneos, afetivos e ou de solidariedade, cuja sobrevivência e reprodução social pressupõem obrigações recíprocas e o compartilhamento de renda e ou dependência econômica. (BRASIL, MDS, 2009, p. 12).
O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)
A proteção social básica tem por objetivo prevenir a violação dos direito. Sua porta de entrada e ações executivas são Centro de Referência de Assistência Social – CRAS.
Os CRAS localizam-se nas áreas de maior vulnerabilidade (previamente identificadas por estudos específicos) constituindo-se como uma unidade permanente de prestação de serviços definidos para a população residente na sua área de abrangência. A equipe inclui profissionais de serviço social e psicologia em número variável, segundo articulados por um coordenador, cujo perfil é: técnico de nível superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios sócio-assistenciais
O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)
Proteção especial:
Atua quando os direitos já foram violados. Tem como unidade assistencial os Centros de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) configura-se como uma unidade pública e estatal, que oferta serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de violação de direitos (violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas sócio-educativas em meio aberto, etc.)
O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)
As atividades do psicólogo no CRAS são definidas pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) / Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP).
Devem estar voltadas para a atenção e prevenção a situações de risco, objetivando atuar nas situações de vulnerabilidade por meio do fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições pessoais e coletivas promovendo e/ou favorecendo o desenvolvimento da autonomia dos indivíduos, oportunizando o empoderamento da pessoa, dos grupos e das comunidades.
O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)

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