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7a. Aula de TGD ESTADO NA ORDEM INTERNACIONAL E SUAS ORGANIZAÇÕES E DEVERES DO ESTADO EM RELAÇÃO AO INDIVÍDUO

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FACULDADE DE DIREITO
Profª Bernadete Bacellar do Carmo Mercier
Ciência Política
 7ª Aula de TGE 
ESTADO NA ORDEM INTERNACIONAL E SUAS ORGANIZAÇÕES E DEVERES DO ESTADO EM RELAÇÃO AO INDIVÍDUO. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: ONU e OEA.  
Dalmo de Abreu e texto de Elisa Marconi e Francisco Bicudo (sobre 60 anos da ONU e sobre algumas opinições de Denilde Oliveira Holzhacker, pesquisadora do Núcleo de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo-USP).
Após a II Guerra Mundial (09/45) veio à tona novamente a discussão sobre os direitos fundamentais da pessoa humana.
Devido ao horror causado pelas duas grandes guerras, a humanidade, traumatizada pelas atrocidades cometidas, especialmente pelo nazi-fascismo e pelos cerca de 70 milhões de mortos durante a II Guerra Mundial, procurava idealizar e colocar em prática mecanismos e instituições que fossem capazes de garantir a prevalência das idéias e da negociação sobre qualquer tipo de força bruta. Os Direitos Fundamentais da Pessoa Humana passaram a transcender para o plano supra-estatal.
De certa forma, o surgimento oficial da Organização das Nações Unidas (ONU), em 24 de outubro de 1945 (promulgação da Carta), durante a Conferência de São Francisco, foi uma resposta da civilização contra a barbárie. 
Seu principal objetivo é “garantir a paz e a segurança internacionais, o progresso social coletivo e os direitos humanos, devendo respeitar o princípio da auto-determinação dos povos” (consta de sua Carta de Criação). Contava a princípio com 51 Estados membros. Em 2007 já contava com 192 Estados soberanos e com diversos organismos autônomos(só Estados podem ser membros plenos e participar da Assembleia Geral). Tem seis órgãos principais a Assembléia Geral; Conselho de Segurança; Conselho Econômico e Social (ECOSOC); Conselho de Tutela; Corte Internacional de Justiça; e o Secretariado. �( hoje 193 – 2011 Sudão do Sul)
A Corte Internacional de Justiça (Tribunal de Haia) – órgão jurídico máximo da ONU - que através de convenções ou costumes internacionais, princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas, jurisprudência e pareceres ou mesmo através de acordos: tem o poder de decisão sobre qualquer litígio internacional, seja ele (Estado) parte integrante de seu estatuto ou solicitado por qualquer país membro ou não membro (apenas países, não indivíduos), desde que, no último caso, obedeça alguns critérios.
Acabou acumulando diversas funções, e atualmente não se dedica apenas a atuar para garantir a paz, a cooperação e a segurança. Desenvolve também projetos importantes em áreas como educação, saúde, cultura, atenção à infância, combate à pobreza, ações humanitárias. 
Em 1948, foi criada também a Organização dos Estados Americanos (OEA) que está sediada em Washington, e tem como propósitos primordiais promover a paz, a segurança do continente e a democracia representativa, respeitado o princípio da não-intervenção; prevenir as possíveis causas de dificuldades e assegurar a solução pacífica das controvérsias que porventura surjam entre os Estados membros; organizar a ação solidária destes em caso de agressão; buscar a solução aos problemas políticos, jurídicos e econômicos que surjam entre seus membros; promover, por meio da ação cooperativa, o desenvolvimento econômico, social e cultural; combater a pobreza crítica, que constitui um obstáculo ao pleno desenvolvimento democrático dos países do continente, entre outras iniciativas que visem ao bem-estar e ao desenvolvimento socio-econômico dos países da região.
É constituída por: Assembléia Geral; a Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores; os Conselhos; a Comissão Jurídica Interamericana; a Comissão Interamericana de Direitos Humanos; a Secretaria Geral; as Conferências Especializadas; e os Organismos Especializados.
Atualmente, os membros da OEA são: Antigua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba�, Dominica, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
Os países-membros da Organização dos Estados Americanos firmaram um tratado denominado Convenção Americana de Direitos Humanos (também chamada de Pacto de San José da Costa Rica e sigla CADH) e que foi subscrita durante a Conferência Especializada Interamericana de Direitos Humanos, de 22 de novembro de 1969, na cidade de San José da Costa Rica, e entrou em vigência a 18 de julho de 1978. É uma das bases do sistema interamericano de proteção dos Direitos Humanos. 
Como meios de proteção dos direitos e liberdades, a Convenção criou dois órgãos para tratar de assuntos relativos ao seu cumprimento: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos, que oferecem aos cidadãos do Hemisfério recursos para a investigação de casos de violação de tais direitos. A Comissão realiza visitas aos países e publica relatórios, além de ser a instância do sistema interamericano de direitos humanos à qual indíviduos e ONGs têm acesso direto para apresentar denúncias de violações. A Corte Interamericana de Direitos Humanos processa e julga casos de violações que lhes sejam trazidos pela Comissão ou por Estado-Parte da Convenção Americana de Direitos Humanos em relação aos Estados-Parte que lhes hajam reconhecido a jurisdição obrigatória. O Brasil reconheceu, em dezembro de 1992, a jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos em todos os casos relacionados com a interpretação e aplicação da Convenção Interamericana de Direitos Humanos, e o Decreto 4.463/02 promulga a Declaração de Reconhecimento da Competência Obrigatória da Corte Interamericana em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, fatos que reforças a firme disposição do Governo brasileiro de fortalecer o sistema interamericano de proteção e promoção dos direitos humanos. 
Muitas Organizações Não-Governamentais- ONGs também atuam na defesa dos Direitos Humanos, denunciando sua violação. Algumas delas reconhecidas pela ONU, o que significa que os povos de alguma forma tentam suprir as deficiências da ação estatal, eliminando injustiças e violências. 
Mais como manter a paz, diminuir as desigualdades e garantir os direitos humanos? Quais os instrumentos jurídicos que obrigam essa obediência? 
Em 26 de junho de 1945 foi aprovada a Carta das Nações� Unidas para fornecer base jurídica para a permanente ação conjunta dos Estados em defesa da paz mundial (doc. de sua constituição). Mas a experiência já demonstrava que não há paz sem justiça social e assim surgiu a idéia de uma Declaração de Direitos que fixasse as diretrizes para a reorganização dos Estados. 
 Iniciada em 1946 somente foi aprovada em dezembro de 1948, recebendo o nome de Declaração Universal dos Direitos Humanos, contém 30 artigos e em seu preâmbulo proclama os direitos fundamentais. Não concede ou reconhece, proclama, significando que não depende de nada para sua existência. 
Em seu art. 22 afirma que todo ser humano tem direito à segurança social e à realização dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.
Exige assim: a certeza de direitos, ou seja, uma fixação prévia e clara dos direitos e deveres (para que o indivíduo não só possa gozar mas também sofrer imposições com relação aos outros indivíduos); a segurança dos direitos, e com isso: a necessidade de normas que garantam tais direitos e o cumprimento das imposições; e a possibilidade dos direitos, exigindo que a todos os indivíduos sejam assegurados os meios para fruição dos direitos, não apenas uma igualdade formal mas também, e especialmente material. ( Ex. dos DF no Brasil)
 O grande problema é consecução de eficácia(conseguir a produção de efeitos) das normas de Declaração de Direitos, uma vez que não há órgão que imponha sua efetiva aplicação ou sanções pela desobediência (em razão do Poder Soberano de cada Estado). Somente se tornam exigíveis se incluídas nas Constituições de cada Estado, posto que passam a ser incorporadas ao Direito Positivo dos Estados, e assim adquirem eficácia plena. E assim tem ocorrido, posto que geralmente as Constituições dedicam um capítulo especial aos direitos e garantias individuais e também aos demais direitos fundamentais. 
Contudo, se algum Estado descumpri-los, valendo-se da força e ignorar as previsões Constitucionais, não há como obrigá-lo a cumpri-los. 
A ONU aprovou e publicou inúmeros documentos que estabelecem de forma mais clara os contornos e amplitude de tais direitos. Sobretudo a segmentos especiais como as mulheres, as crianças, os deficientes físicos e mentais, fixando regras para sua proteção e promoção de tais direitos. Foram os chamados Pactos de Direitos Humanos. Em 1966 o Pacto de Direitos Civis e Políticos e o Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
 Mas inegavelmente, afirma a Dra. Denilde Oliveira Holzhacker, pesquisadora do Núcleo de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo-USP, que a ONU trouxe para o mundo a discussão de temas sociais, não só com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, mas também na década de 1960, trouxe a consolidação da convicção – contra a vontade dos EUA – de que os direitos não são apenas políticos e civis, mas econômicos, sociais e culturais. E em 1994, a Conferência de Viena institui o conceito de “direitos indivisíveis”, uma vez que o Estado deve garanti-los de forma global e articulada, e não isolada ou fragmentada. Reforça a idéia não apenas do direito à vida, mas à vida com dignidade.
Isso foi para toda a humanidade de extrema importância, posto que tais idéias e conceitos passaram a ser concretamente incorporados às legislações de diversos países. 
No Brasil especialmente as previsões Constitucionais mas também na legislação sobre infância e adolescência e os direitos do consumidor são reflexos diretos dessa concepção. 
Assim a consolidação da concepção dos direitos humanos como um valor universal aconteceu em grande parte graças à atuação da ONU. 
Contudo, explica a Dra. Denilde Oliveira Holzhacker, que erros cometidos devem ser corrigidos. A ONU durante sua trajetória foi a incapacidade de lidar com as diferentes culturas e com os contextos étnicos muito diversos. Na África, por exemplo, apesar de inúmeras ações, não foi possível modificar um cenário que é extremamente grave.
A explosão de conflitos, no pós-Guerra Fria, também preocupa. A ONU não consegue evitar guerras, e, quando o conflito acaba, muitas de suas missões humanitárias encontram dificuldades em gerenciar a paz. A ausência da ONU é também sentida na mediação do conflito árabe-israelense, onde as tentativas de paz são lideradas fundamentalmente pelos Estados Unidos. “A forte presença e coalizão dos países árabes na Assembléia Geral, rechaçada por Israel e seus aliados, impede a adoção de uma posição mais isenta na disputa”, explica.
 	Outro problema é o Conselho de Segurança, que segundo debate contemporâneo mais acalorado, para alguns deve ser mudado. Um dos principais órgãos da entidade e instância responsável pelas decisões finais, quando o assunto é a paz mundial, o Conselho é formado por dez membros rotativos (eleitos para mandatos de dois anos eleitos pela Assembleia Geral – 2016/17: Egito, Senegal, Japão, Uruguai, Ucrânia; 2015/16: Angola, Malásia, Venezuela, Nova Zelândia e Espanha) e por cinco membros permanentes (EUA, Rússia, França, Inglaterra e China). Uma resolução do Conselho de Segurança é aprovada se tiver maioria de 9 dos quinze membros. Um voto negativo de um membro permanente configura um veto à resolução. A abstenção de um membro permanente não configura veto.Argumenta que essa estrutura de poder corresponde a uma fotografia antiga, do pós-II Guerra. O mundo mudou, dizem, há uma série de outras potências com funções regionais muito importantes, e a ONU deve acompanhar essa evolução e democratizar suas estruturas de funcionamento.
 Apesar do progresso trazido pela proclamação dos Direitos Humanos sua efetiva aplicação ainda não foi conseguida, apesar de se reconhecer que só com sua aplicação e obediência o mundo atingirá a paz tão desejada, que é fruto da justiça social.
Direitos Humanos/ Direitos Fundamentais
Pedro Lenza�- coloca a evolução dos Direitos Fundamentais em razão das Gerações (atualmente se fala em Dimensões), com base em Norberto Bobbio, Ingo Sarlet e Paulo Bonavides:
Alexandre de Moraes �, apresenta a classificação de direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira gerações, baseando-se na ordem histórica cronológica em que passaram a ser constitucionalmente reconhecidos, e destaca a classificação de Celso de MELLO (1995) “Enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais – realçam o princípio da liberdade e os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagram o princípio da solidariedade e constituem um momento importante no processo de desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma essencial inexauribilidade”.
1ª. Geração ou Dimensão – Direitos Civis e Políticos (liberdades públicas e aos direitos políticos) - traduzem o valor de Liberdade – eles cuidam da proteção das liberdades públicas, ou seja, os direitos individuais, compreendidos como aqueles inerentes ao homem e que devem ser respeitados por todos os Estados, como o direito à liberdade, à vida, à propriedade, à manifestação, à expressão, ao voto, entre outros. (prestações negativas do Estado). Como afirma Alexandre de Moraes�, “essas idéias encontravam um ponto fundamental em comum, a necessidade de limitação e controle dos abusos de poder do próprio Estado e de suas autoridades constituídas e a consagração dos princípios básicos da igualdade e da legalidade como regentes do Estado moderno e contemporâneo”. 
 Sua origem nos séculos XVII, XVIII e XIX - mas tb considera a Magna Carta de 1215, Tratados de Paz de Westfália (1648- Guerra dos 30 anos), a previsão do Habeas Corpus ATC (1679- Lei do Parlamento Ingles), Bill of Rights (1688) e as Declarações de Direitos (1776 - Americana e 1789 – Francesa). 
2ª. Geração ou Dimensão – Direitos Sociais, Culturais e Econômicos, como também os Direitos Coletivos ou da coletividade – traduzem o valor da Igualdade (formal e material) – Direitos que exigem prestações positivas (materiais) do Estado - passou-se a exigir do Estado sua intervenção, atrelado à concepção do Estado Social da primeira metade do século passado. 
A natureza do comportamento perante o Estado serviu de critério distintivo entre as gerações, eis que os de primeira geração exigiam do Estado abstenções (prestações negativas), enquanto os de segunda exigem prestações positivas. 
A partir Revolução Industrial Europeia movimentos populares começaram suas reivindicação trabalhistas e de assistência social – e já no Século XX iniciado com a Primeira Guerra e pela fixação dos Direitos Sociais: (Constituições: México (1917), Alemanha (1919 – Weimar) , Brasil (1934) – e Tratado de Versalles (1919). 
3ª. Geração ou Dimensão – Direitos ao Meio Ambiente Preservado e Direitos de Proteção ao Consumidor – Direitos traduzem o valor de Solidariedade e Fraternidade – voltados para a proteção da coletividade, em razão do crescente desenvolvimentotecnológico e científico - inclui Direito ao Desenvolvimento, ao Meio Ambiente, de Propriedade sobre o patrimônio Comum da Humanidade (patrimônio histórico e cultural), de Comunicação e à Paz (para o Paulo Bonavides classifica como de 5ª. Geração). 
A partir destas, vários outros autores passam a identificar outras gerações, ainda que não reconhecidas pela unanimidade de todos os doutrinadores.
4ª. Geração ou Dimensão - Norberto Bobbio entende que são os Direitos decorrentes do campo da Engenharia Genética e o Prof. Paulo Bonavides destaca como os direitos advindos da globalização dos direitos fundamentais, de forma a universalizá-los institucionalmente, entende que levam a institucionalização do Estado Social, sendo os de Democracia, os de Informação e de Pluralismo. 
5ª. Geração ou Dimensão – de o Prof. Paulo Bonavides classifica como o Direito à Paz que o Karel Vasak classifica como de terceira geração. 
Alexandre Moraes� - Ele refere-se aos de 1ª,2ª 3 ª Geração ou Dimensão – sendo que os de 3ª englobam os direitos ao Meio Ambiente Equilibrado, à Saudável qualidade de vida, ao progresso, à paz e à autodeterminação dos povos, e outros difusos. Cita que Celso Lafer considera que os de 3ª e de 4ª transcendem a esfera do indivíduo, mas não dá maiores detalhes sobre os de 4ª. 
As declarações dos direitos – que a princípio tinham forma de proclamações solenes e depois constituíam o preâmbulo das Constituições – adquirem forma de normas jurídicas positivas constitucionais. (não apenas meras declarações de intenções ou objetivos). 
A Constituição os denomina de Direitos Fundamentais no Título II e no “caput” do artigo 17 - Direitos Fundamentais da Pessoa Humana. Essa é a denominação mais adequada – por indicar os princípios que informam a ideologia política do ordenamento e designa as prerrogativas e instituições que o direito positivo concretiza em garantias.
Ser fundamental indica que sem elas (previsões no direito positivo) a pessoa humana não se realiza como tal. 
 (mínimo necessário para a vida – c/ dignidade – mínimo ético irredutível)
 E se fundamentam no Princípio da Soberania Popular e Impõem dever ao Estado de concretizá-los e respeitá-los, para a sociedade e para os cidadãos o dever de respeitar os direitos alheios. 
Abrangência 
Caput faz referência apenas aos brasileiros e estrangeiros residentes no país – mas logicamente compreende os estrangeiros não residentes, os apátridas e as pessoas jurídicas. 
 Além disso, o rol de direitos é exemplificativo – pois não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios, bem como dos tratados internacionais. (tratados internacionais sobre direitos humanas – se aprovados em 2 turnos por 3/5 equivalem a emendas constitucionais). 
Aplicabilidade
O §1º do art. 5º dispõem que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata. Por regra, realmente, são normas de Eficácia Plena ou Contida, com aplicabilidade imediata, porém há algumas que são de Eficácia Limitada, pois necessitam de regramento infraconstitucional, como, por exemplo, direito de greve dos servidores públicos, ou o de aposentadoria especial. 
José Afonso explica que elas “são aplicáveis até onde possam, até onde as instituições ofereçam condições para seu atendimento”. 
Sendo ainda que em caso de omissão o Poder Judiciário pode ser invocado para tornar efetiva a norma constitucional: ou do caso concreto (mandado de injunção ou por ação de obrigação de fazer - prestação positiva do Estado), ou em abstrato através da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, visando solucionar a omissão. 
Caracteres dos Direitos Fundamentais:
Historicidade – São históricos como qualquer direito. Apareceram como tal com a revolução burguesa e evoluem.
Inalienabilidade - São intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis – não tem conteúdo econômico-patrimonial.
Imprescritibilidade – Nunca deixam de ser exigíveis, são sempre exercíveis e exercidos - o instituto da prescrição não alcança os direitos fundamentais.
Irrenunciabilidade – Não podem ser renunciados.
Pedro Lenza� – Ainda acrescenta:
Universalidade - (destinam-se a todos indiscriminadamente).
Limitabilidade - (não absolutos- relativos- pode haver confronto, conflito de interesse – usando como regra a máxima observância dos direitos fundamentais envolvidos com a mínima restrição). 
 Concorrência – podem ser exercido cumulativamente.
Classificação dos Direitos Fundamentais.
Direitos Individuais (art. 5º) – reconhecem a autonomia dos indivíduos (independência e iniciativa – perante os demais membros da sociedade e do Estado).
Direitos coletivos (art.5º, 8º,9º,10 e 11) – direitos do homem-membro de uma coletividade.
Direitos Sociais (art. 6º, 7º, 193 e sgs) - diretos assegurados ao homem em suas relações sociais e culturais.
Direitos à Nacionalidade (art. 12 e 13) – direitos que tem por conteúdo a nacionalidade e suas faculdades.
Direitos políticos (arts. 14 a 17) – direitos do homem-cidadão.
 
Questões:
Porque surgiu a ONU?
Qual outra organização surgiu nas Américas também objetivando a preservação dos direitos humanos? Que importante Convenção foi promulgada por essa Organização?
Quais os instrumentos jurídicos expedidos pela a ONU para dar embasamento jurídico para manter a paz, diminuir as desigualdades e garantir os direitos humanos? 
Após a Declaração Universal dos Direitos Humanos o que se exige para a fixação desses direitos? A Conferência de Viena institui qual conceito para os Direitos Humanos?
Para o respeito desses Direitos, ou para garantir-lhes eficácia, o que os Estados tiveram que passar a fazer?
A ONU trouxe para o mundo a discussão de temas sociais. Além da Declaração Universal dos Direitos Humanos que outras contribuições importantes foram trazidas por ela? 
1- Como se classificam os direitos fundamentais para nossa Constituição? Explique.
2- Como se dá a classificação temporal?
3- Quais seus caracteres? Sua Abrangência? E Aplicabilidade?
� A organização está dividida em instâncias administrativas, principalmente: a � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Geral_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas" \o "Assembleia Geral das Nações Unidas" �Assembleia Geral� (� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia" \o "Assembleia" �assembleia deliberativa� principal); o � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Seguran%C3%A7a_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas" \o "Conselho de Segurança das Nações Unidas" �Conselho de Segurança� (para decidir determinadas resoluções de paz e segurança); o � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_Econ%C3%B3mico_e_Social_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas" \o "Conselho Económico e Social das Nações Unidas" �Conselho Econômico e Social� (para auxiliar na promoção da cooperação econômica e social internacional e desenvolvimento); o � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Secretariado_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas" \o "Secretariado das Nações Unidas" �Secretariado� (para fornecimento de estudos, informações e facilidades necessárias para a ONU), o � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Tribunal_Internacional_de_Justi%C3%A7a" \o "Tribunal Internacional de Justiça" �Tribunal Internacional de Justiça� (o órgão judicial principal). Além de órgãos complementares de todas as outras agências do � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrutura_da_Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas" \o "Estrutura da Organização das Nações Unidas" �Sistema das Nações Unidas�, como a � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_de_Sa%C3%BAde" \o "Organização Mundial de Saúde" �Organização Mundial de Saúde� (OMS), o � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_Alimentar_Mundial" \o "Programa AlimentarMundial" �Programa Alimentar Mundial� (PAM) e o � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas_para_a_Inf%C3%A2ncia" \o "Fundo das Nações Unidas para a Infância" �Fundo das Nações Unidas para a Infância� (UNICEF). A figura mais publicamente visível da ONU é o Secretário-Geral, cargo ocupado desde � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/2007" \o "2007" �2007� (1º madato até 2011 e 2º mandato ate 2016) por � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ban_Ki-moon" \o "Ban Ki-moon" �Ban Ki-moon�, da � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Coreia_do_Sul" \o "Coreia do Sul" �Coreia do Sul�. A organização é financiada por contribuições voluntárias dos seus Estados membros, e tem seis � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_oficial" \o "Língua oficial" �idiomas oficiais�: � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_%C3%A1rabe" \o "Língua árabe" �Árabe�, � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_chinesa" \o "Língua chinesa" �Chinês�, � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesa" \o "Língua inglesa" �Inglês�, � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francesa" \o "Língua francesa" �Francês�, � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_russa" \o "Língua russa" �Russo� e � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_espanhola" \o "Língua espanhola" �Espanhol�.� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas" \l "cite_note-langs-1#cite_note-langs-1" �[2]�
� O Governo estava suspenso desde 1962 – revogada suspensão em 2009 – criado grupo de trabalho para seu retorno às atividades .
� A expressão nações unidas é tecnicamente errada posto que trata-se de união de Estados, porém poderia se confundir com EUA.
� Direito Constitucional Esquematizado - 2012
� Direito Constitucional - 2014
� Idem
� Direito Constitucional 2014 
� Direito Constitucional Esquematizado - 2012
 
 		ANO LETIVO 2017

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