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Cadernos de Extensão: Direitos Humanos e Cidadania P R O G R A M A D E D I R E I T O S H U M A N O S D A FA C U L D A D E D O S G U A R A R A P E S 1 Responsáveis Institucionais – Faculdade dos Guararapes Direção Acadêmica Regional Pierre Lucena Rabonni Direção da Acadêmica de Qualidade Vanessa Pereira Piasson Maziero Direção de Extensão Raniere Rodrigues dos Santos Direção de Pesquisa e Iniciação Científica José Vergolino Direção de Pós Graduação Maria Isabel Viana Ficha Editorial – Coordenação de Extensão Elaboração Regina Célia A. S. Barbosa Raniere Rodrigues dos Santos Revisão Gabriela Ramos do Nascimento Bispo Editoração Arthur Felipe Dias da Silva 2 Apresentação É com muita satisfação que a Coordenação de Extensão da Faculdade dos Guararapes preparou a coletânea intitulada “Cadernos de Extensão” da qual faz parte um conjunto de informações acerca das atividades de extensão que são desenvolvidas e implementadas nos ambientes acadêmico e administrativo da instituição. Buscou-se incentivar e disseminar informações e conhecimentos relevantes para a sociedade em sua mais ampla integração, por meio de valores e práticas inerentes ao que se defende como necessário aos tempos atuais, assim, em 2015, a coletânea dos Cadernos de Extensão possui as seguintes temáticas: 1.Extensão e Sociedade – Uma Contribuição da Faculdade dos Guararapes 2.Comportamento Ético e Responsabilidade Social 3.Sustentabilidade e Educação Ambiental 4.Diversidade e Relações Étnico-Raciais 5.Direitos Humanos e Cidadania 6.Cultura e Patrimônio – Uma Apreciação ao Jaboatão dos Guararapes 3 Nossa maior preocupação é poder expandir os saberes para os mais diversos espaços existentes, que o estudante, o professor e o profissional que trabalha na instituição possam compartilhar cada vez mais um ambiente de instrução e aprendizado, onde a constância e propósitos valorativos sejam contínuos e atinjam a todos em seus mais diversos espaços. Neste caderno, incentivamos a preocupação com a compreensão voltado aos Direitos Humanos e a Cidadania no contexto brasileiro e mundial. Se destacam as principais necessidades da sociedade contemporânea ao que concerne o exercício da cidadania, ou seja, o respeito e direito de ir e vir das pessoas. Os Direitos humanos estabelecem princípios e valores morais quanto as provocações relativas a uma melhor educação que permitam-nos mudanças e avanços sociais impactantes, ou seja igualdade de direitos, deveres e oportunidades, garantindo a dignidade as pessoas e melhor convivência em relação as suas grandes diferenças, bem como maior participação democrática entre os povos. 4 5 1. Diretrizes Nacionais para Educação em Direitos Humanos 2. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação em Direitos Humanos 3. Direitos Humanos: Preocupação com a dignidade da pessoa Humana 4. Raízes do Conceito 5. Evolução Histórica 6. Gerações dos Direitos Humanos 7. Discussão sobre o Papel do Estado Democrático 8. A Concepção contemporânea de direitos humanos 9. A Existência de uma Normatividade Internacional sobre os Direitos Humanos 10. A Declaração dos Direitos Humanos 11. Os limites da Declaração 12. O Direito Internacional dos Direitos Humanos 13. A Declaração de Viena 14. Os Tratados Internacionais mais importantes do Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos 15. Linha do tempo dos Direitos Humanos – Temas Contemporâneos Sumário DIREITOS HUMANOS Profª Regina Célia A. S. Barbosa Filósofa, Mestra em Ciência Política (UFPE) Doutoranda em Direito, Justiça e Cidadania (U.C. Portugal) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=ElWPbF1iAGPBOM&tbnid=0Ay-0xrww9628M:&ved=0CAUQjRw&url=http://educaofsicaadaptadaeeducaoespecial.blogspot.com/2010/11/declaracao-universal-dos-direitos-das.html&ei=99JJUYnOEJTi8gSD_oGwBw&psig=AFQjCNHyHo1BYqYPfZwoDB2u2rRAmtyssQ&ust=1363878602511004 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=ElWPbF1iAGPBOM&tbnid=0Ay-0xrww9628M:&ved=0CAUQjRw&url=http://educaofsicaadaptadaeeducaoespecial.blogspot.com/2010/11/declaracao-universal-dos-direitos-das.html&ei=99JJUYnOEJTi8gSD_oGwBw&psig=AFQjCNHyHo1BYqYPfZwoDB2u2rRAmtyssQ&ust=1363878602511004 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=QZeHu9UY-33pSM&tbnid=9XLBnKCnQ93WlM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.historiazine.com/tag/direitos-humanos&ei=ydZJUeW-JIq-9gT0tYGYAQ&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNE2anLr8OD4VuOu1F-F7eHi30cggA&ust=1363879997898167 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=QZeHu9UY-33pSM&tbnid=9XLBnKCnQ93WlM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.historiazine.com/tag/direitos-humanos&ei=ydZJUeW-JIq-9gT0tYGYAQ&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNE2anLr8OD4VuOu1F-F7eHi30cggA&ust=1363879997898167 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=bJe1KN9W2dXePM&tbnid=_vzn0btm58ZEjM:&ved=0CAUQjRw&url=http://sociologiabrandao.blogspot.com/&ei=EddJUeL_DIrO9AT77oGADQ&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNHDNxcQk1fGnwbm_3SCZDZ9xxTvwA&ust=1363880069808438 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=bJe1KN9W2dXePM&tbnid=_vzn0btm58ZEjM:&ved=0CAUQjRw&url=http://sociologiabrandao.blogspot.com/&ei=EddJUeL_DIrO9AT77oGADQ&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNHDNxcQk1fGnwbm_3SCZDZ9xxTvwA&ust=1363880069808438 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Ed2qHKAyxF_erM&tbnid=4usG_Yzy88iaLM:&ved=0CAUQjRw&url=http://cdhpf.org.br/noticia/iii-encontro-de-formacao-sobre-direito-humano-a-cidade/&ei=itdJUb6nMI229gSk9IHYCg&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNFPAnk4KVyg8Mx8fiL8o-csTW1XmQ&ust=1363880177738773 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Ed2qHKAyxF_erM&tbnid=4usG_Yzy88iaLM:&ved=0CAUQjRw&url=http://cdhpf.org.br/noticia/iii-encontro-de-formacao-sobre-direito-humano-a-cidade/&ei=itdJUb6nMI229gSk9IHYCg&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNFPAnk4KVyg8Mx8fiL8o-csTW1XmQ&ust=1363880177738773 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=7SRyYpyI8wvxxM&tbnid=ST7I--1BKdFEVM:&ved=0CAUQjRw&url=http://abraabocacidadao.blogspot.com/2011/12/o-que-sao-os-direitos-humanos.html&ei=09dJUZmXL4bY9ATJroHoCw&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNGBFiCmUN6kjocJQiBStofnMha8sw&ust=1363880266722508 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=7SRyYpyI8wvxxM&tbnid=ST7I--1BKdFEVM:&ved=0CAUQjRw&url=http://abraabocacidadao.blogspot.com/2011/12/o-que-sao-os-direitos-humanos.html&ei=09dJUZmXL4bY9ATJroHoCw&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNGBFiCmUN6kjocJQiBStofnMha8sw&ust=1363880266722508 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=yrwGOLSIR5Q-mM&tbnid=uPzhsMWxCiWX2M:&ved=0CAUQjRw&url=http://aqueimaroupa.com.br/2009/12/10/direitos-humanos-direitos-de-todos/&ei=MNhJUZysL4G29QT1_IGoDA&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNH6jpxPyX3-tlS8ug0Fy5tZHYyntA&ust=1363880353631360 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=yrwGOLSIR5Q-mM&tbnid=uPzhsMWxCiWX2M:&ved=0CAUQjRw&url=http://aqueimaroupa.com.br/2009/12/10/direitos-humanos-direitos-de-todos/&ei=MNhJUZysL4G29QT1_IGoDA&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNH6jpxPyX3-tlS8ug0Fy5tZHYyntA&ust=1363880353631360 Diretrizes Nacionais para Educação em Direitos Humanos As Diretrizes Curriculares Nacionais para... EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS Ainda neste contexto, idêntica conclusão emerge da análise dos itens relativos às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, cujos princípios devem, inclusive, nortear a gestão e a definição das políticas institucionais. A Educação em Direitos Humanos, um dos eixos fundamentais do direito à educação, refere-se ao uso de concepções e práticas educativas fundadas nos Direitos Humanos e em seus processos de promoção, proteção,defesa e aplicação na vida cotidiana e cidadã de sujeitos de direitos e de responsabilidades individuais e coletivas. A Educação em Direitos Humanos, com a finalidade de promover a educação para a mudança e a transformação social, fundamenta-se nos seguintes princípios: dignidade humana; igualdade de direitos; reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades; laicidade do Estado; democracia na educação; transversalidade, vivência e globalidade; sustentabilidade socioambiental. A Educação em Direitos Humanos, de modo transversal, deverá ser considerada na construção dos Projetos Político-Pedagógicos (PPP); dos Regimentos Escolares; dos Planos de Desenvolvimento Institucionais (PDI); dos Programas Pedagógicos de Curso (PPC) das Instituições de Educação Superior; dos materiais didáticos e pedagógicos; do modelo de ensino, pesquisa e extensão; de gestão, bem como dos diferentes processos de avaliação. 4ª Geração O direito ao acesso e aos resultados do uso das novas tecnologias. 3ª Geração Os direitos dos povos ou da solidariedade 2ª Geração Os direitos de igualdade 1ª Geração Os direitos a Liberdade Raízes do Conceito Princípios de Convivência e ideia de humanidade DIREITOS HUMANOS Preocupação com a dignidade da pessoa Humana O conceito de abrangência mundial concepção contemporânea de direitos humanos = Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 e reiterada pela Declaração de Direitos Humanos de Viena de 1993. PONTOS DE PARTIDA 1) DIREITOS DO HOMEM – JUSNATURALISMO – QUESTÕES DE GÊNERO 2)DIREITOS FUNDAMENTAIS – PLANO CONSTITUCIONAL/ UNIVERSALIDADE 3) DIREITOS HUMANOS – PLANO INTERNACIONAL Os direitos fundamentais e os direitos humanos não se diferem apenas pelas suas abrangências geográficas, mas também pelo grau de concretização positiva que possuem, ou seja, pelo grau de concretização normativa. (PÉREZ-LUÑO) Direitos Fundamentais estão duplamente positivados, pois atuam no âmbito interno e no âmbito externo, possuindo maior grau de concretização positiva, Direitos Humanos estão positivados apenas no âmbito externo, caracterizando um menor grau de concretização positiva. - vinculado ao âmbito externo, e, portanto com abrangência internacional. RAÍZES DO CONCEITO Princípios de Convivência de Justiça e a própria Ideia Humana Imagens da Internet Código de Hamurabi /Os Profetas Judeus/Buda, Confúcio Os Gregos e os Romanos/O Cristianismo 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA: PERÍODO AXIAL substituição do saber mitológico da tradição pelo saber lógico da razão e as religiões tornaram-se mais éticas e menos rituais ou fantásticas. O ser humano passa a ser considerado como ser dotado de liberdade e razão em sua igualdade essencial, não obstante as múltiplas diferenças de sexo, raça, religião ou costumes sociais. São Tomas de Aquino - dignitas humana, afirmando que “(...) a dignidade é inerente ao homem, como espécie; e ela existe in actu só no homem enquanto indivíduo (...)” (Melina Girardi FACHIN) Contratos feudais escritos nos quais o rei comprometia-se a respeitar os direitos de seus vassalos. Portanto, não afirmavam direitos humanos, mas direitos de estamentos. Reforma Religiosa ocorreu uma importante ruptura nessa ligação, da qual foi reivindicado o primeiro direito fundamental - o da liberdade religiosa. No sentido moderno, o nascimento da lei escrita cria uma regra geral e uniforme que diz que todos os indivíduos que vivem numa sociedade organizada ficam sujeitos a ela. Com o advento da modernidade surgem outras concepções de pessoa, e consequentemente de direitos humanos e de direitos fundamentais. 1776: as teorias contratualistas e a laicidade do direito natural. o jusnaturalismo racionalista: todos os seres humanos desde sua própria natureza possuem direitos naturais que emanam de sua racionalidade, como um traço comum a todos os homens, e que esses direitos devem ser reconhecidos pelo poder político através do direito positivo. o contratualismo (séc. XVIII): as normas jurídicas e as instituições políticas não podem conceber-se como o produto do arbítrio dos governantes, senão como resultado do consenso da vontade popular. (PÉREZ-LUÑO) A passagem do Estado absoluto ao Estado liberal da modernidade - limites ao exercício do poder político. John Locke, ao final do século XVIII – precursor no reconhecimento de direitos naturais e inalienáveis do homem. O indivíduo possui direito e está primeiro lugar em relação ao Estado. Os direitos humanos deixam de ser exclusivos das elites sob a denominação de direitos do homem - “são uma conquista de uma classe emergente como dona do poder econômico e que se torna dona também do poder político” (ALMEIDA, na leitura de Melina Girardi FACHIN) a visão ética kantiana - a dignidade da pessoa humana resulta do fato de que, pela sua vontade racional, só a pessoa vive em condições de autonomia, isto é, como ser capaz de guiar-se pelas leis que ele próprio edita. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 Declaração dos Direitos Humanos de 1948 Primeira Dama dos Estados Unidos, Eleanor Roosevelt segura exemplar em francês da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). O chefe da delegação soviética Andrei Gromyko assina a Carta da ONU na Conferência Internacional de São Francisco, em 26 de junho de 1945 (Foto: AFP) Declaração da Virgínia (1776) Declaração dos Direitos do Homem do Cidadão (França - 1789) - Direitos da Liberdade - Igualdade – Segurança – Propriedade - Direitos de votar (homens) - Direitos individuais O princípio do satyagraha, frequentemente traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da verdade", também inspirou gerações de ativistasdemocráticos e anti-racismo, incluindo Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela. Freqüentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa). (1869-1948) http://1.bp.blogspot.com/-uIwiqL_jZcY/UNKtyRlTV_I/AAAAAAAAGYw/I27GbwwvbGI/s1600/Gera%C3%A7%C3%B5es+Dos+Direitos+Humanos.jpg http://1.bp.blogspot.com/-uIwiqL_jZcY/UNKtyRlTV_I/AAAAAAAAGYw/I27GbwwvbGI/s1600/Gera%C3%A7%C3%B5es+Dos+Direitos+Humanos.jpg 2 CONCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA DOS DIREITOS HUMANOS A PARTIR DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS CONSTRUÇÃO AXIOLÓGICA - fruto da nossa história (passado e presente) - espaço simbólico de luta e ação social. A CONCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA DE DIREITOS HUMANOS Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e reiterada pela Declaração de Direitos Humanos de Viena de 1993 ORIGEM: fruto do movimento de internacionalização dos direitos humanos - a partir do pós-guerra, como resposta às atrocidades e aos horrores cometidos durante o nazismo. http://1.bp.blogspot.com/-uIwiqL_jZcY/UNKtyRlTV_I/AAAAAAAAGYw/I27GbwwvbGI/s1600/Gera%C3%A7%C3%B5es+Dos+Direitos+Humanos.jpg http://1.bp.blogspot.com/-uIwiqL_jZcY/UNKtyRlTV_I/AAAAAAAAGYw/I27GbwwvbGI/s1600/Gera%C3%A7%C3%B5es+Dos+Direitos+Humanos.jpg No dia 28 de agosto de 1963, Martin Luther King foi o último a discursar no evento conhecido como Marcha de Washington pelo Trabalho e pela Liberdade. Ele defendeu a igualdade de direitos para todos diante de cerca de 250 mil pessoas. 1929-1968 DISCUSSÃO SOBRE O PAPEL DO ESTADO DEMOCRÁTICO Norberto Bobbio, “sem direitos do homem reconhecidos e protegidos não há democracia; sem democracia não existem as condições mínimas para a solução pacífica de conflitos”. Flávia Piovesan, a concepção contemporânea de direitos humanos “unidade indivisível, interdependente e inter- relacionada, na qual os valores da igualdade e liberdade se conjugam e se completam”. DISCUSSÃO SOBRE O PAPEL DO ESTADO DEMOCRÁTICO Por sua vez, esta concepção inovadora aponta duas importantes consequências: revisão da noção tradicional de soberania absoluta do Estado, que passa a sofrer um processo de relativização, na medida em que são admitidas intervenções no plano nacional em prol da proteçãodos direitos humanos; isto é, transita-se de uma concepção “hobbesiana” de soberania centrada no Estado para uma concepção “kantiana” de soberania centrada na cidadania universal Celso LAFER, na leitura de Flávia PIOVESAN e na cristalização da ideia de que o indivíduo deve ter direitos protegidos na esfera internacional, na condição de sujeito de Direito. DIREITOS HUMANOS “são um conjunto mínimo de direitos necessário para assegurar uma vida do ser humano baseada na liberdade e na dignidade” (...) “hoje são considerados direitos humanos todos os direitos fundamentais, assim denominados por convenções internacionais ou por normas não convencionais, quer o conteúdo dos mesmos seja de primeira, segunda ou terceira geração”. (ANDRÉ DE CARVALHO RAMOS) DISCUSSÃO SOBRE O PAPEL DO ESTADO DEMOCRÁTICO O Estado democrático de direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica. Em um estado de direito, as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito das regras de direito. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Ed2qHKAyxF_erM&tbnid=4usG_Yzy88iaLM:&ved=0CAUQjRw&url=http://cdhpf.org.br/noticia/iii-encontro-de-formacao-sobre-direito-humano-a-cidade/&ei=itdJUb6nMI229gSk9IHYCg&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNFPAnk4KVyg8Mx8fiL8o-csTW1XmQ&ust=1363880177738773 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Ed2qHKAyxF_erM&tbnid=4usG_Yzy88iaLM:&ved=0CAUQjRw&url=http://cdhpf.org.br/noticia/iii-encontro-de-formacao-sobre-direito-humano-a-cidade/&ei=itdJUb6nMI229gSk9IHYCg&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNFPAnk4KVyg8Mx8fiL8o-csTW1XmQ&ust=1363880177738773 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=7SRyYpyI8wvxxM&tbnid=ST7I--1BKdFEVM:&ved=0CAUQjRw&url=http://abraabocacidadao.blogspot.com/2011/12/o-que-sao-os-direitos-humanos.html&ei=09dJUZmXL4bY9ATJroHoCw&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNGBFiCmUN6kjocJQiBStofnMha8sw&ust=1363880266722508 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=7SRyYpyI8wvxxM&tbnid=ST7I--1BKdFEVM:&ved=0CAUQjRw&url=http://abraabocacidadao.blogspot.com/2011/12/o-que-sao-os-direitos-humanos.html&ei=09dJUZmXL4bY9ATJroHoCw&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNGBFiCmUN6kjocJQiBStofnMha8sw&ust=1363880266722508 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=yrwGOLSIR5Q-mM&tbnid=uPzhsMWxCiWX2M:&ved=0CAUQjRw&url=http://aqueimaroupa.com.br/2009/12/10/direitos-humanos-direitos-de-todos/&ei=MNhJUZysL4G29QT1_IGoDA&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNH6jpxPyX3-tlS8ug0Fy5tZHYyntA&ust=1363880353631360 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=yrwGOLSIR5Q-mM&tbnid=uPzhsMWxCiWX2M:&ved=0CAUQjRw&url=http://aqueimaroupa.com.br/2009/12/10/direitos-humanos-direitos-de-todos/&ei=MNhJUZysL4G29QT1_IGoDA&bvm=bv.44011176,d.eWU&psig=AFQjCNH6jpxPyX3-tlS8ug0Fy5tZHYyntA&ust=1363880353631360 A Concepção contemporânea de direitos humanos, a qual é marcada pela universalidade - possui extensão universal, pois basta possuir condição de pessoa para ser titular de direitos. Portanto, o ser humano é visto como um ser essencialmente moral com unicidade existencial e dignidade. ◦ A proteção internacional dos direitos humanos tem como objetivo: a proteção ao indivíduo sem se preocupar com a sua nacionalidade ou com o país de sua origem. ◦ O processo de universalização dos direitos humanos permitiu a formação de um sistema internacional de proteção destes direitos, o qual é composto por tratados internacionais de proteção que refletem a consciência ética contemporânea compartilhada pelos Estados, levando em consideração que instituem um consenso internacional acerca de temas centrais de direitos humanos com o objetivo de salvaguardar parâmetros protetivos mínimos, o chamado “mínimo ético irredutível” concepção contemporânea de direitos humanos, a qual é marcada pela 2) Indivisibilidade: tendo em vista que a garantia dos direitos civis e políticos é condição para a observância dos direitos sociais, econômicos e culturais e vice-versa. Dessa maneira, quando um deles é violado, os demais também o são. Dessa forma, os direitos humanos são vistos como uma unidade indivisível, interdependente e inter-relacionada, capaz de conjugar o catálogo de direitos civis e políticos ao catálogo de direitos sociais, econômicos e culturais. Pode-se afirmar, portanto, que num contexto global, a proteção dos direitos humanos torna-se essencial para a convivência dos povos na comunidade internacional, a qual é alcançada pela afirmação dos direitos humanos como agenda comum mundial, levando os Estados a estabelecerem projetos comuns, e, assim, poder superar as animosidades geradas pelas crises políticas e econômicas. http://1.bp.blogspot.com/-uIwiqL_jZcY/UNKtyRlTV_I/AAAAAAAAGYw/I27GbwwvbGI/s1600/Gera%C3%A7%C3%B5es+Dos+Direitos+Humanos.jpg http://1.bp.blogspot.com/-uIwiqL_jZcY/UNKtyRlTV_I/AAAAAAAAGYw/I27GbwwvbGI/s1600/Gera%C3%A7%C3%B5es+Dos+Direitos+Humanos.jpg CARACTERÍSTICAS DA CONCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA DE DIREITOS HUMANOS (Flávia Piovesan) Processos de universalização e internacionalização destes direitos, compreendidos sob o prisma de sua indivisibilidade” Dessa maneira, os Estados têm a obrigação legal de promover e respeitar os direitos e liberdades fundamentais, não se limitando à sua jurisdição reservada. A intervenção da comunidade internacional deve ser aceita de forma subsidiária em face da emergência de uma cultura global que objetiva fixar padrões mínimos de proteção dos direitos humanos. O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (16 de fevereiro de 1946), estabeleceu que ao ser criada a Comissão de Direitos Humanos os seus trabalhos se desenvolveriam em três etapas: 1ª) era necessário elaborar uma declaração de direitos humanos, de acordo com o disposto no artigo 55 da Carta das Nações Unidas 2ª) Em seguida, deveria ser produzido “um documento juridicamente mais vinculante do que uma mera declaração”, ou seja, um tratado ou convenção internacional e; 3ª) E, finalmente, era preciso criar “uma maquinaria adequada para assegurar o respeito aos direitos humanos e tratar os casos de sua violação”. A primeira etapa foi concluída pela Comissão de Direitos Humanos em 18 de junho de 1948, com um projeto de Declaração Universal de Direitos Humanos, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro do mesmo ano. Já a segunda etapa somente se completou em 1966, com a aprovação de dois pactos, um sobre direitos civis e políticos, e outro sobre direitos econômicos, sociais e culturais. E com relação à terceira etapa, ainda não foi completada. A EXISTÊNCIA DE UMA NORMATIVIDADE INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS HUMANOS a lógica da supremacia do indivíduo, como ideal do direito internacional e a lógica realista, da busca da convivência e cooperação pacífica entre os povos, capaz de ser encontrada através do diálogo na proteção de direitos humanos. O Direito Internacional dos Direitos Humanos Alguns anos depois, foram adotados dois Pactos Internacionais pela Assembleia Geral da ONU e postos à disposição dos Estados para ratificação, são eles: O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (aprovado em 1966 e entrou em vigor em 23 de março de 1976) Completado por dois protocolos facultativos, um deles instituiu o direito de petição individual que entrou em vigor dia 23 de março de 1976 e o outro vedou a pena de morte que entrou em vigor 11 de julho de 1991. Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, o qual foi aprovado em 1966 e entrou em vigor em 3 de janeiro de 1976. Esse conjunto de documentos expedidos pela ONU recebe o nome de Carta Internacional dos Direitos Humanos devido à origem comum, o caráterdito universal e a abrangência das espécies de direitos mencionados nos textos. • Sistema de normas, procedimentos e instituições internacional desenvolvidos para executar esta concepção e promover o respeito dos direitos humanos em todos os países, portanto, no âmbito mundial. Manifestantes dos direitos humanos com máscaras em Cebu, Filipinas, no Dia dos Direitos Humanos, 10 de dezembro de 2006 (© Eugene Hoshiko/AP Images) A Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhecida pela comunidade internacional e baseada na dignidade e na igualdade de todos os membros da família humana tem o grande mérito de ser o primeiro instrumento legal a reunir um conjunto de princípios que incorporam os direitos e a liberdade do ser humano. Desde sua adoção, a Declaração serve como modelo para instituições nacionais, leis, políticas e prática de governos que protegem os direitos humanos. Tem instrumentos para prover inúmeros pontos de referência a tribunais internacionais, parlamentos, governos, advogados e instituições não governamentais. Muitos desses instrumentos tornaram-se parte do direito internacional comum, unindo assim todos os Estados, quer sejam signatários de convenções multilaterais de direitos humanos. Assim, o que começou como uma proclamação, não exatamente de união, de direitos humanos e liberdade tem, pelo menos em certos aspectos, adquirido, por meio de práticas do Estado, o status de lei universal. Kofi ANNAN A Declaração dos Direitos Humanos Representa a culminância de um processo ético iniciado com: Declaração de Independência dos Estados Unidos, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Revolução Francesa Não apresenta força de lei natureza jurídica vinculante Influente instrumento jurídico e político do século XX Princípio geral do direito internacional Código de atuação e de conduta para os Estados integrantes da comunidade internacional A Declaração dos Direitos Humanos Exerce impacto nas ordens jurídicas nacionais, na medida em que os direitos nela previstos têm sido incorporados por Constituições nacionais Fonte para decisões judiciais nacionais (quando necessário) Amplitude, pois compreende um conjunto de direitos e faculdades sem as quais um ser humano não pode desenvolver sua personalidade física, moral e intelectual Universalidade, tendo em vista que é aplicável a todas as pessoas de todos os países, raças, religiões e sexos, seja qual for o regime político dos territórios no quais incide. Ordem pública mundial fundada no respeito à dignidade humana, ao consagrar valores básicos universais. (FLÁVIA PIOVESAN) Com a declaração de 1948, tem início uma terceira e última fase, na qual a afirmação de direitos é, ao mesmo tempo, universal e positiva: universal no sentido de que os destinatários dos princípios nela contidos não são apenas os cidadãos deste ou daquele Estado, mas todos os homens; positiva no sentido de que põe em movimento um processo cujo final os direitos do homem deverão ser não mais apenas proclamados ou apenas idealmente reconhecidos, porém efetivamente protegidos até mesmo contra o próprio Estado que os tenha violado.(NORBERTO BOBBIO) OS LIMITES DA DECLARAÇÃO “A Declaração de 1948 vem, desta forma, consolidar uma „ética universal‟, na medida em que consagra „um consenso sobre valores de cunho universal a serem seguidos pelos Estados‟” (Flávia PIOVESAN complementa, na leitura de Marco Antônio GUIMARÃES). Todavia, é possível destacar o fato de que apesar dos princípios e objetivos dos direitos fundamentais estarem positivados em documentos próprios, não há uma forma efetiva de controle e de punição no caso de descumprimento, o que permite aos países infringirem tais normas, tendo em vista que não serão punidos, caracterizando assim um dos motivos que não estimulam a preocupação e cumprimento dos dizeres relacionados a tais documentos. 3. CONCEPÇÃO PÓS-CONTEMPORÂNEA DOS DIREITOS HUMANOS INAUGURADA PELA DECLARAÇÃO DE VIENA CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1948) indivisibilidade que trata dos direitos relacionados ao homem como um todo e a universalidade, tendo em vista que tais direitos são inerentes a qualquer ser humano. Aprovada como resolução pela Assembleia Geral, tal Declaração, possui, portanto, natureza jurídica de resolução sem forma cogente no âmbito internacional. Comissão de Direitos Humanos - criação de um documento que conferisse maior efetividade aos princípios definidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 no âmbito internacional. A promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 – Viena (1993) - Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, sob o sistema da Organização das Nações Unidas, na qual mais de 180 dos Estados-membros presentes reafirmaram os termos universais da Declaração dos Direitos do Homem. A Declaração de Viena, em seu § 5°, afirma que: “todos os direitos humanos são universais, interdependentes e inter- relacionados”. No seu preâmbulo, a Declaração de Viena consagra as posições de princípio, como o compromisso, sob os artigos 55 e 56 da Carta das Nações Unidas: a Declaração Universal e os dois Pactos de Direitos Humanos, de tomar medidas para assegurar maior progresso na observância universal dos direitos humanos, derivados estes da dignidade e do valor inerentes da pessoa humana. Ainda, invoca “o espírito de nossa época e as realidades de nosso tempo” a requererem que todos os povos do mundo e os Estados-membros das Nações Unidas “se redediquem à tarefa global” de promover e proteger todos os direitos humanos de modo a assegurar-lhes gozo pleno e universal. destaca o processo dinâmico e evolutivo da codificação dos instrumentos de direitos humanos, que requer a pronta “ratificação universal” dos tratados de direitos humanos, sem reservas e reclama um maior fortalecimento da inter-relação entre democracia, desenvolvimento e direitos humanos em todo o mundo, advogando a proteção universal destes últimos sem imposição de condições. A DECLARAÇÃO DE VIENA A Declaração de Viena de 1993 exigiu da comunidade internacional, “ter em mente” particularidades históricas, religiosas, nacionais e regionais na implementação dos direitos humanos universais. Todo indivíduo humano, todo grupo humano, toda nação, todo Estado é particular, e possui uma história particular e um caráter particular. (MICHAEL FREEMAN) O imperativo do respeito pela pessoa humana, que é a base da doutrina dos direitos universais, exige de nós “ter em mente” que todo indivíduo humano vive em grupos sociais e nações, e dentro da jurisdição dos Estados, quando as soluções para os problemas práticos de implementação dos princípios dos direitos humanos em circunstâncias sociais reais são trabalhadas. Flávia PIOVESAN demonstra um aspecto importante ao considerar que A Declaração Universal, de 1948, foi adotada por voto, com abstenções, num foro então composto por apenas 56 países, e se levarmos em conta que a Declaração de Viena é consensual, envolvendo 171 Estados, a maioria dos quais eram colônias no final dos anos 40, entenderemos que foi em Viena, em 1993, que se logrou conferir caráter efetivamente universal àquele primeiro grande documento internacional definidor dos direitos humanos. A DECLARAÇÃO DE VIENA http://1.bp.blogspot.com/-uIwiqL_jZcY/UNKtyRlTV_I/AAAAAAAAGYw/I27GbwwvbGI/s1600/Gera%C3%A7%C3%B5es+Dos+Direitos+Humanos.jpg http://1.bp.blogspot.com/-uIwiqL_jZcY/UNKtyRlTV_I/AAAAAAAAGYw/I27GbwwvbGI/s1600/Gera%C3%A7%C3%B5es+Dos+Direitos+Humanos.jpg DIREITOS DE 4ª GERAÇÃO OU (4ª DIMENSÃO) RESULTADO DA GLOBALIZAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, NO SENTIDO DE UMA UNIVERSALIZAÇÃO NO PLANO INSTITUCIONAL, QUE CORRESPONDE, À FASE DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO ESTADO SOCIAL DIREITOS À VIDA DIMENSÃO PLANETÁRIA • DIREITOS A UMA VIDA SAUDÁVEL E EM HARMONIA COM A NATUREZA • DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL • BIOÉTICA • DIREITOS A UMA VIDA SAUDÁVEL, EM HARMONIA COM A NATUREZA • PRINCÍPIOS AMBIENTAIS E DEDESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL • CARTA DA TERRA OU DECLARAÇÃO DO RIO (1992) •MANIPULAÇÃO GENÉTICA •BIOTECNOLOGIA E BIOENGENHARIA •DIREITOS ADVINDOS DA REALIDADE VIRTUAL DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS Direito Internacional Humanitário e o Direito Internacional dos Refugiados. Na última década, constatou-se uma crescente preocupação da comunidade internacional com as condições de vida em todos os países, e, por conseguinte, com a interação entre: direitos humanos, democracia e desenvolvimento, conforme se depreende das seguintes Conferências Mundiais das Nações Unidas realizadas: a) Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, 1992; b) Direitos Humanos, Viena, 1993; c) População e Desenvolvimento, Cairo, 1994; d) Desenvolvimento Social, Copenhague, 1995; e) Mulher, Beijing, 1995; e f) Assentamentos Humanos, Istambul, 1996. O Direito Internacional dos Direitos Humanos sustenta que o homem é sujeito tanto do direito interno quanto do direito internacional, possuindo, em ambos casos, personalidade e capacidade jurídica próprias. Juntamente com a Declaração Universal de 1948, os Pactos Internacionais de 1966 compõem a Carta Internacional dos Direitos Humanos, ou International Bill of Rights, que, por sua vez, inaugura o sistema global de proteção desses direitos, ao lado do qual já se vislumbravam os contornos dos sistemas regionais de proteção: europeu, interamericano e africano. OS TRATADOS INTERNACIONAIS MAIS IMPORTANTES DO SISTEMA GLOBAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1976) O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1976) OUTRAS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS 1 Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial – 1965 2 Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher – 1979 3 Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes – 1984 4 Convenção sobre os Direitos da Criança - 1989 5 Tribunal Internacional Criminal Permanente e a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio – 1948 Em 1998, na Conferência de Roma, foi aprovado o Estatuto do Tribunal Internacional Criminal Permanente, de caráter independente e vinculado ao sistema das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda. Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica – 1969/1978) Comissão Interamericana de Direitos Humanos - 1948. Corte Interamericana - 1998 62 Ex-secretários-gerais das Nações Unidas Kofi Annan (Gana) – 1997/2006 Kofi Annan nasceu em Gana em 1937 e foi o sétimo secretário-geral das Nações Unidas. Annan ocupou o cargo por dez anos, em dois mandatos consecutivos. Quando foi nomeado, ocupava o cargo de subsecretário-geral do Departamento de Operações de Paz das Nações Unidas. Ele também foi representante especial do secretário-geral na antiga Iugoslávia e enviado especial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Antes de desempenhar estas funções, Annan serviu às Nações Unidas em outros postos e dedicou mais de 30 anos de sua vida à Organização, trabalhando em lugares tão diferentes como Addis Abeba (Etiópia), Cairo e Ismailia (Egito), Genebra (Suíça) e Nova York (Estados Unidos). Ban Ki-moon (Coreia) – 2007 da República da Coreia, oitavo Secretário-Geral das Nações Unidas, traz para o cargo 37 anos de experiência adquirida ao longo de uma carreira notável no Governo e na cena mundial. As relações do Sr. Ban com a Organização das Nações Unidas remontam a 1975, quando foi funcionário da Divisão das Nações Unidas do Ministério dos Negócios Estrangeiros do seu país. Em 2001-2002, como Chefe de Gabinete do Presidente da Assembleia Geral, facilitou a rápida adopção da primeira resolução da sessão, que condenou os atentados terroristas de 11 de Setembro, e tomou algumas iniciativas que visavam melhorar o funcionamento da Assembleia. Em Setembro de 2005, na qualidade de Ministro dos Negócios Estrangeiros, desempenhou um papel preponderante na consecução de um outro acordo histórico destinado a promover a paz e a estabilidade na Península da Coreia – a adopção, quando das Conversações das Seis Partes, de uma declaração conjunta sobre a resolução da questão nuclear norte-coreana. 63 Ex-secretários-gerais das Nações Unidas Boutros Boutros-Ghali (Egito) – 1992/1996 O egípcio Boutros Boutros-Ghali foi o sexto secretário-geral das Nações Unidas. Antes de ocupar o posto, foi vice-primeiro- ministro de Relações Exteriores e anteriormente, ministro das Relações Exteriores de seu país. Ele também foi membro do Parlamento egípcio e participou da secretaria do Partido Nacional Democrático em 1980. Até sua posse como secretário-geral da ONU, foi também vice-presidente da Internacional Socialista. Durante quatro décadas, Boutros-Ghali participou de várias reuniões sobre direito internacional, direitos humanos, desenvolvimento econômico e social, descolonização, a questão do Oriente Médio, direito internacional humanitário, direitos das minorias étnicas e de outras minorias, sobre os não alinhados, desenvolvimento na região do Mediterrâneo e sobre a cooperação afro-árabe. Em 1978, Boutros-Ghali participou da negociação dos acordos de Camp David entre Egito e Israel, assinados em 1979. Javier Pérez de Cuéllar (Peru) – 1982/1991 O secretário-geral Javier Pérez de Cuéllar serviu na função por dois mandatos consecutivos. Ele começou a trabalhar no Ministério das Relações Exteriores do Peru em 1940 e iniciou sua carreira diplomática em 1944, servindo nas embaixadas do Peru na França, Reino Unido, Bolívia, União Soviética, Suíça, Polônia, Venezuela e Brasil. Na ONU, foi membro da delegação peruana na primeira sessão da Assembléia Geral, em 1946 e, durante quase uma década, representante permanente do Peru nas Nações Unidas, respondendo pelo país também no Conselho de Segurança. Foi, ainda, representante especial do secretário-geral no Chipre, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos Especiais e representante pessoal do secretário- geral para o Afeganistão. 64 Kurt Waldheim (Áustria) – 1972/1981 Kurt Waldheim foi o quarto secretário-geral da ONU e também ocupou o cargo durante dez anos. Waldheim iniciou sua carreira diplomática na Áustria em 1945 quando foi chefe do Departamento Pessoal do Ministério de Relações Exteriores e Observador Permanente das Nações Unidas para a Áustria. Mais tarde tornou-se chefe da missão austríaca, quando a Áustria foi admitida na ONU. Waldheim foi representante permanente da Áustria na ONU e presidente do Comitê sobre Usos Pacíficos do Espaço Sideral e ocupou o posto de ministro das Relações Exteriores da Áustria. Depois de deixar o Governo, foi eleito, por unanimidade, presidente do Comitê de Salvaguarda da Agência Internacional de Energia Atômica, e tornou-se representante permanente da Áustria na ONU, cargo que manteve até ser eleito secretário-geral da ONU. U Thant (Mianmar) – 1961/1971 U Thant foi escolhido para liderar o organismo internacional quando o secretário-geral Dag Hammarskjöld morreu durante um acidente aéreo em setembro de 1961. Antes de ser eleito para o cargo, ocupou diversos postos na área de educação e foi diretor de imprensa do Governo da Birmânia (hoje Mianmar) e secretário para o Governo da Birmânia no Ministério da Informação. Na época de sua nomeação como secretário-geral interino das Nações Unidas, U Thant era representante permanente da Birmânia nas Nações Unidas, com o status de embaixador. Durante sua carreira diplomática, U Thant serviu várias vezes como conselheiro de primeiros-ministros da Birmânia. Ex-secretários-gerais das Nações Unidas 65 Dag Hammarskjöld (Suécia) – 1953/1961 Dag Hjalmar Agne Carl Hammarskjöld foi o segundo secretário-geral da ONU e ficou no cargo entre abril de 1953 e setembro de 1961, quando morreu num acidente aéreo perto da fronteira da República Democrática do Congo com a Rodésia do Norte (atual Zâmbia), durante um esforçode paz na região. Antes de iniciar sua carreira na ONU, foi conselheiro do Gabinete de Problemas Econômicos e Financeiros e trabalhou no Ministério das Relações Exteriores da Suécia, onde era subsecretário responsável por todas as questões econômicas, tornando-se vice-ministro das Relações Exteriores. Foi também delegado da Conferência de Paris, em 1947, quando o Plano Marshall foi estabelecido. Foi vice-presidente da delegação sueca na Sexta Sessão da Assembleia Geral da ONU em Paris, e presidente interino da delegação de seu país na Sétima Assembleia Geral em Nova York. Trygve Halvdan Lie (Noruega) – 1946/1952 Trygve Halvdan Lie foi o primeiro secretário-geral das Nações Unidas, cargo que ocupou de 1946 até 1952, quando deixou o cargo. Na sua juventude, foi secretário nacional do Partido Trabalhista, ministro da Justiça, ministro de Comércio e Indústrias e ministro de Abastecimento e Navegação de seu país. Durante a II Guerra Mundial, foi ministro das Relações Exteriores da Noruega, cargo que ocupou diversas vezes. Lie liderou a delegação da Noruega na Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional em São Francisco, em abril de 1945, e foi eleito presidente da Comissão que elaborou as provisões do Conselho de Segurança na Carta. Ele também foi presidente da delegação da Noruega na Assembleia Geral da ONU em Londres, em janeiro de 1946. Ex-secretários-gerais das Nações Unidas 66 Mensagem do Secretário-Geral para o Dia dos Direitos Humanos, 10 de dezembro de 2015 No meio de atrocidades em grande escala e abusos generalizados em todo o mundo, o Dia dos Direitos Humanos deve reunir uma ação global mais concertada para promover os princípios intemporais que nos comprometemos a salvaguardar. No ano que assinala o 70º aniversário das Nações Unidas, podemos inspirarmo-nos na história do movimento moderno dos direitos humanos, que emergiu da Segunda Guerra Mundial. Nessa altura, o Presidente dos Estados Unidos da América, Franklin D. Roosevelt, identificou quatro liberdades básicas que são direitos inatos de todas as pessoas: liberdade de expressão, liberdade de culto, liberdade de viver sem carências e a liberdade de viver sem medo. A sua esposa, Eleanor Roosevelt, uniu forças nas Nações Unidas com os campões dos direitos humanos de todo o mundo para consagrar a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os desafios extraordinários da atualidade podem ser analisados - e resolvidos- através da perspetiva destas quatro liberdades. PRIMEIRO: A liberdade de expressão, que é negada a milhões de pessoas e que está cada vez mais sob ameaça. Temos de defender, preservar e expandir as práticas democráticas e o espaço para a sociedade civil. Isto é essencial para uma estabilidade duradoura. SEGUNDO: A liberdade religiosa. Em todo o mundo, terroristas usam a religião, traindo o espírito desta, para matar em seu nome. Outros perseguem minorias religiosas e exploram o medo para ganhos políticos. Em resposta, temos de promover o respeito pela diversidade com base na igualdade fundamental de todas as pessoas e o direito à liberdade religiosa. TERCEIRO: A liberdade de viver sem carências ainda assola uma grande parte da Humanidade. Os líderes mundiais adotaram, em setembro, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável com o objetivo de erradicar a pobreza e permitir que todas as pessoas vivam em dignidade num planeta pacífico e saudável. Agora temos de fazer o máximo possível para concretizar esta visão. QUARTO: A liberdade de viver sem medo. Milhões de refugiados e pessoas internamente deslocadas são o produto trágico da falha em cumprir esta liberdade. Desde a Segunda Guerra Mundial que o número de pessoas forçadas a deixarem as suas casas não era tão grande. Estas pessoas fogem da guerra, violência e injustiça, percorrendo continentes e atravessando oceanos, muitas vezes arriscando as suas vidas. Em resposta, não podemos fechar as portas, mas sim abri-las e garantir o direito de todos à requesição de asilo, sem discriminação. Os migrantes que tentam escapar da pobreza e da falta de esperança também devem usufruir dos seus direitos humanos fundamentais. Hoje reafirmamos o nosso compromisso em proteger os direitos humanos enquanto base do nosso trabalho. Este é o espirito da Inicitiava da ONU “Human Rights up Front” que visa prevenir e responder a violações destes direitos em grande escala. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Referências BRASIL. Constituição 1988. Brasília: Senado, 1988. _________. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos: 2006/ Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2006. 56 p. _________. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH -3)/Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Brasília: SEDH/PR, 2010. BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 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Disponível em: . Acesso em: out. 2013.
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