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PROCESSO CIVIL II

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DO PEDIDO E SUAS ESPÉCIES 
A petição inicial é a materialização da ação, possui elementos constitutivos que lhe dão a forma adequada e necessária para provocar a jurisdição em busca de um objetivo, este materializado nos pedidos, pedidos porque o singular se subdivide em pedido mediato e imediato.
O pedido juntamente com as partes, o seres sociais que integram a lide e a causa de pedir constituem os elementos da ação e devem ser verificados na inicial cumulativamente sob pena de indeferimento da mesma por inépcia, a respeito da importância de tal distinção discorre o eminente processualista Carlos Eduardo Ferraz de Matos Barroso:
É pressuposto lógico de uma sociedade estabilizada que um conflito de interesses , uma vez solucionado de forma definitiva pela sentença de mérito, não possa ser objeto de nova demanda, sob pena de proferimento de decisões contraditórias e do surgimento da incerteza jurídica. Para tanto importante se faz o estudo pormenorizado dos chamados elementos da ação, identificadores de eventual igualdade entre as causas simultaneamente em juízo(litispendência)ou já julgadas pelo mérito (coisa julgada) e fundamentais para o estudo dos fenômenos da conexão, continência e prevenção. (BARROSO, 2008, p.37)
Ainda como fator de distinção entre ações vejamos a opinião da brilhante Ada Pellegrini Grinover:
Cada ação posta em juízo, considerada em particular, apresenta intrinsecamente certos elementos, de que se vale a doutrina em geral para sua identificação. (GRINOVER,2008,p.279)
Depois de tão brilhante elucidação vimos o quanto é salutar a observância que deve ser destinada a análise dos elementos da ação e dentre estes o pedido.
É no pedido que o autor da ação requer ao judiciário o bem da vida cuja pretensão ele defende, é o seu veículo em posse de outro, dívida não adimplida, aluguel não pago dentre vários.
O pedido nada mais é do que a manifestação da intenção daquele que ingressa com uma demanda no judiciário,é a materialização de sua pretensão, é o que ele pretende que seja lhe outorgado, reconhecido ou ainda constituído, este animus por determinado bem da vida, por determinada conduta a ser materializada, deve ser claramente explicitada literalmente e de forma clara na petição inicial, é neste momento que o juiz, representante legítimo do estado-juiz, conhece o teor da vontade do autor, é salutar que no pedido, entendido aqui de forma ampla, contenha todas as pretensões do autor.
Dependendo da natureza deste pedido poderemos ter um pedido cautelar, cognitivo ou pedido de natureza executiva, vai depender da natureza do provimento desejado pelo autor da ação.
		Toda inicial traz consigo dois pedidos distintos.
O primeiro é o chamado pedido imediato, ligado a natureza da pretensão do autor, pode ser executiva, de conhecimento ou cautelar, é a tutela jurisdicional pretendida pelo autor e manifestada através de sua visualização no pedido imediato, exemplificando temos que se alguém tem algum direito da personalidade lesado, digamos sua imagem publicada em veículo de comunicação de grande circulação e para fins comerciais sem prévia autorização, tal situação de fato ensejaria a propositura de ação visando indenizar o detentor do direito a sua imagem, este tem a prerrogativa jurídica de ter seu direito tutelado e vai requerê-lo via jurisdição contenciosa por meio de uma ação de conhecimento visando a condenação daquele que usou ilicitamente da sua imagem sem a devida autorização, é o pedido imediato se manifestando na inicial que trará a lume o que deseja o autor que se faça a seu favor. 
Discorre o desembargador mineiro Elpídio Donizetti a respeito do pedido imediato como elemento essencial da ação:
Desdobra-se o pedido em imediato que é a providência ou o tipo de tutela jurisdicional solicitada pelo autor, e pedido mediato, que constitui o bem jurídico pretendido. (DONIZETTI, 2009, p.40)
Em síntese exemplificativa temos que em uma ação de cobrança, a condenação ao pagamento constitui o pedido imediato (relacionado ao direito processual), ao passo que o recebimento do crédito constitui o pedido mediato (relaciona-se com o direito material).
DAS ESPÉCIES DE PEDIDO
Estando clara a primeira divisão do pedido em mediato e imediato partiremos agora para uma singela explicação a respeito das demais características que podem vir a integrar o pedido a ponto de diferenciá-lo internamente, o pedido formulado através do conteúdo normativo retirado do artigo 286 do CPC, este deverá ser certo e determinado, o mesmo deverá ser individualizado a ponto de não ensejar dúvidas, ou seja, tem que estar especificado quanto a qualidade e quantidade, mas estes elementos podem ser exercitados e deslocados formando assim novos tipos de pedidos.
-pedido genérico - este é a modalidade de pedido certo quanto a existência, quanto ao gênero, mais ainda não individuado no que respeita a quantidade, ocorre quando:
∙nas ações universais, se não puder o autor os bens demandados, este tipo de pedido esta ligado as universalidades de fato e de direito, criações jurídicas que dão a certas pluralidades de objetos uma destinação única por parte de seu detentor, sendo todo o conjunto objeto de direitos, verbia gratia temos uma biblioteca, uma manada de bois como universalidades de fato e a herança como exemplo de universalidade de direito.
-pedido cominatório - de acordo com o ilustre processualista mineiro Elpídio Donizetti:
		Nos termos do artigo 287, se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, o autor poderá requerer a cominação de pena pecuniária para eventual descumprimento da sentença ou decisão antecipatória de tutela(arts.461,§ 4 ° e 461-A).(DONIZETTI, 2009, p.323)
		-pedido alternativo - é a modalidade de pedido em que o autor tem a faculdade de optar por ou outro pedido, está vinculado a natureza da obrigação contraída, vejamos como exemplo clareador a modalidade obrigacional elencado no artigo 252 do CC, trata-se de obrigação alternativa onde a escolha(concretização) cabe ao devedor, se o contrário não foi avençado anteriormente, neste caso se for explicitado na inicial pedido de natureza alternativo, notadamente a sentença também será de idêntica forma, no caso da escolha caber ao contraente da obrigação, e não ao devedor, se aquele for o autor da demanda deverá realizar a concretização na inicial de pronto.
-pedido subsidiário - é uma modalidade de pedido alternativo que difere deste quanto ao tipo de pedido requerido pelo autor(imediato ou mediato), no pedido alternativo este se atém a característica mediata, vejamos o exemplo anterior da obrigação alternativa, o objeto prestacional, ou seja, aquele que se resume no quê dar, fazer ou não fazer será o objeto do pedido mediato em uma eventual ação, no pedido subsidiário ocorre a incidência sobre o tipo de pretensão que requer o autor da demanda, pede uma condenação mais deixa margem também para uma possível constituição ou desconstituição, como exemplo de fácil percepção do conteúdo aqui demonstrado temos o caso daquele que aliena imóvel mediante contrato de parcelamento, em eventual inadimplemento o autor da ação pode requerer ao magistrado a devolução do bem ou ainda pleitear o pagamento das mensalidades faltantes ao total adimplemento da dívida contraída.
A respeito do tema adverte Humberto Theodoro Junior:
A cumulação de pedidos na hipótese do artigo 289 é apenas eventual.há, na verdade, um pedido principal e um ou vários outros subsidiários e que só serão analisados em caso de eventual não acolhimento do primeiro.(THEODORO JUNIOR, 1996, p.156)
-pedido de prestações periódicas - o artigo 290 do código de processo civil pátrio permite ao magistrado brasileiro que inclua no dispositivo da sentença definitiva de mérito a condenação a pagamento de prestações periódicas ou também denominadas pela doutrina como de trato sucessivo, é importante lembrar que neste caso o juiz não se encontra vinculado ao conteúdo do pedido do autor, não esta adstrito
a julgar de acordo com o pedido.
-pedido de prestação indivisível - esta regulado pelo artigo 291 do CPC, é aplicado quando o pedido mediato no caso não pode ser dividido e também em situações de solidariedade ativa.
-pedidos cumulados - é o caso de o réu solicitar ao poder judiciário mais de um pedido na mesma ação, deduzidos todos eles em uma mesma petição inicial, pede o autor que seja dado provimento a todos conjuntamente, exemplificando temos o caso de alguém ter o nome inserido indevidamente em entidade de proteção ao crédito (SPC ou SERASA), este recorre a jurisdição para requerer seu direito de não ter seu nome lançado no rol de inadimplentes, então pede cumulativamente que seja retirado seu nome dos arquivos da entidade e que lhe seja pago indenização por danos morais sofridos devido ao constrangimento que foi submetido pelo fato ocorrido.
Quanto a hermenêutica dos pedidos assevera com maestria Elpídio Donizetti:
Os pedidos são interpretados restritivamente (artigo 293). Compreendem-se neles, implicitamente, os juros legais, a correção monetária, as custas processuais, os honorários de advogado e as prestações vincendas, este último em caso de obrigação de trato sucessivo.(DONIZETTI, 2009, p.325)
O assunto ora aqui abordado neste humilde trabalho não se encerra e requer um bom tempo de dedicação para ser compreendido de maneira mais aprofundada, este trabalho teve como escopo tentar mostrar apenas o arcabouço que estrutura este elemento da ação, tão importante no desempenho do trabalho do magistrado no momento de verificar o que leva o ser social a procurar a jurisdição.
DEFESA DO RÉU 
No Novo Código de Processo Civil, foram introduzidas mudanças significativas, na forma procedimental da apresentação da defesa, simplificando sua apresentação numa só peça processual, ao contrário do que é previsto no código processual vigente. No entanto, estão asseguradas ao réu, o direito à ampla defesa e contraditório, com suporte na Constituição Federal e nas Normas Fundamentais do Processo Civil, contidas nos artigos 1º a 12 no novo texto processual.
A defesa do réu e o prazo para sua apresentação
No procedimento comum, do processo de conhecimento, o réu pode fazer a sua defesa, através da contestação, conforme o artigo 335, que prevê:
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
Na hipótese de existir dois ou mais réu , em litisconsórcio passivo, o Novo CPC prevê:
§ 1º –  No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
Por sua vez, segundo o artigo 334, § 6º, “Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.”
§ 2º – Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
A audiência não será realizada, no entanto, quando não se admitir a autocomposição, conforme estabelece o art. 334, § 4º.
A contestação e seu procedimento
A principal alteração trazida no Novo CPC, é quanto a forma procedimental na sua apresentação, pois toda matéria de defesa, deverá ser produzida numa única peça processual, com a especificação das provas que se pretende produzir, conforme a regra contida no art. 336.
Várias questões que no CPC vigente são feitas em petições apartadas, tais como, a incompetência relativa, a impugnação ao valor da causa e impugnação à justiça gratuita, no Novo CPC, serão matérias suscitáveis em alegações preliminares, conforme a previsão do art. 337.
Dessa forma, a Incompetência absoluta (inc. II), a incorreção do valor da causa (inc. III) e a Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça (inc. XIII), serão arguíveis no próprio texto da contestação, em alegação preliminar.
Possibilidade de correção do polo passivo pelo autor
Segundo o art. 338, se o réu alegar ser parte ilegítima, ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, facultará o juiz ao autor, no prazo de 15 dias, alterar o pedido inicial substituindo o réu.
Nesse caso, o réu denunciante será ressarcido das despesas e honorários pelo autor, de 3% a 5% do valor da causa, segundo o juiz fixar, conforme previsto no § único do art. 338
Segundo o art. 339, sendo alegada sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu.
A incompetência relativa ou absoluta
Se o réu alegar na contestação a incompetência relativa ou absoluta, esta poderá ser protocolada no domicílio do réu, comunicando-se ao juiz da causa, preferencialmente pelo meio eletrônico, conforme prevê o art. 340.
Reconvenção no procedimento comum 
Pelo novo CPC, conforme o art. 343, o ré poderá ofertar reconvenção, na própria peça da contestação, e não mais em petição autônoma como atualmente, desde que seja conexa com a ação principal, ou com o fundamento da defesa.
Sendo ofertada a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa do advogado, para resposta em 15 dias, conforme a previsão do § 1º. Havendo a desistência da ação pelo autor, e havendo reconvenção, esta prosseguirá tramitando, conforme prevê o § 2º.
Do impedimento e da suspeição
Na hipótese das partes alegarem o impedimento ou suspeição do juiz, o procedimento seguirá a previsão do artigo 146, que estabelece:
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
§ 1º – Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2º – Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido:
I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
§ 3º – Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4º – Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeita-la-á.
§ 5º – Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
§ 6º – Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
As hipóteses de impedimento do juiz estão previstos no art. 144, e de suspeição, no art. 145, do Novo CPC.
Conclusão
A nova forma procedimental prevista no Código de Processo Civil que entrará em vigor em 18
de março de 2016, modifica substancialmente a forma de defesa prevista no CPC vigente.
A partir do novo instrumento processual, não se falará mais em formas de defesa, mas simplesmente em contestação do réu, uma vez que todas as modalidades de defesa possíveis, conforme já se disse, virão numa única peça, o que no nosso entendimento, simplificará sobremaneira o processamento de uma ação, pois quando as partes forem intimadas a se manifestarem, o farão sobre todas as questões discutidas, de uma só vez, e numa única peça processual.
REVELIA
A revelia é um fato processual gerado pela ausência de contestação. Nesse sentido, o art. 344 do Novo CPC afirma que sendo o réu considerado revel, as alegações de fato alegadas pelo autor serão presumidas verdadeiras. 
É importante ressaltar que esse fato processual pode gerar vários efeitos. Tem-se um efeito material e dois efeitos processuais da revelia. O efeito material é a presunção das alegações de fato formuladas pelo autor. Porém, esta presunção é relativa, pois ela admite prova em contrário. 
Na esteira desse raciocínio, ao réu revel é autorizada a produção de provas que busquem afastar a presunção de veracidade das alegações de fatos formuladas pelo autor. Porém, é imperioso salientar que o réu revel tem de ingressar no processo a tempo de produzi-las (art. 349). Ainda, essa prerrogativa dá-se em razão de o revel poder intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontre.
De outro lado, a revelia não produz seu efeito material, conforme os casos elencados no art. 345 do NCPC. Vejamos: se, havendo litisconsórcio passivo, um dos réus tiver oferecido contestação; se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; se a petição não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; ou se as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. Em todos estes casos, não obstante a revelia, terá o autor o ônus da prova da veracidade de suas alegações.
Quanto aos dois efeitos processuais produzidos pela revelia, destaca-se o julgamento antecipado do mérito (art. 355, II). É importante frisar que este efeito só é produzido nos casos em que se tenha também a produção do efeito material da revelia. Vale asseverar que, nos casos em que da revelia não resulta a presunção de veracidade das alegações de fatos formuladas pelo autor, não é possível julgar-se desde logo o mérito da causa, uma vez que sobre o autor recairá o ônus da prova.
O segundo efeito processual da revelia, previsto no art. 346, alcança somente aqueles casos em que o revel não tenha advogado constituído nos autos. Neste caso, os prazos contra revel, fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. 
Data vênia, feitas as considerações acerca da Revelia, indaga-se: se apresentada a Reconvenção, sem contestação, há configuração da Revelia?
Primeiramente, o que seria a Reconvenção? Pois bem, a reconvenção é uma ação incidental, portanto, ação proposta no curso de um processo no qual já se desenvolve outra ação. Ela pode ser ajuizada somente pelo réu ou ele em litisconsórcio com um terceiro. Além disso, ela pode ser proposta somente contra o autor ou em litisconsórcio com alguém que estava fora da relação processual. A reconvenção contém pedido em favor do(s) reconvinte(s) e deve ter conexão com a ação principal ou com a defesa. 
A reconvenção é uma forma de contra-ataque do reconvinte contra o reconvindo, que em geral, é o autor da ação principal. Além de apresentar a sua defesa, o réu faz um pedido que poderia ser feito em ação autônoma, mas por uma questão de economia processual, o legislador permitiu que esse pedido fosse feito incidentalmente e, agora, de forma mais simplificada, ainda, dentro da mesma contestação.
Porém, há uma exceção à regra. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (art. 343, § 6º, NCPC), tendo peça autônoma. Alguns autores como Leonardo Greco cogitam a hipótese de a reconvenção ser tratada com exclusividade em uma petição chamada pelo réu de contestação. Correta é a justificativa do autor para a possibilidade de ser dada sequência apenas a ação reconvencional, sem a ação principal. Para o referido autor, o CPC de 2015 adotou a técnica da sentença parcial com a introdução do julgamento antecipado parcial do mérito, no art. 356 e, sendo assim, poderia o réu ser revel na ação principal, mas o juiz admitir o processamento da reconvenção. 
Nesse sentido, já respondido o questionamento acima, verifica-se, há sim a configuração da revelia, uma vez que o réu, já revel, ingressa com a Reconvenção.
A jurisprudência pátria já se posicionou da seguinte forma. Vejamos:
			RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA. RECONVENÇÃO. AUSÊNCIA DE CONTESTAÇÃO. REVELIA. PRESUNÇÃO RELATIVA. PRODUÇÃO DE PROVAS. POSSIBILIDADE. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA.
			1. A revelia, que decorre do não oferecimento de contestação, enseja presunção relativa de veracidade dos fatos narrados na petição inicial, podendo ser infirmada pelos demais elementos dos autos, motivo pelo qual não acarreta a procedência automática dos pedidos iniciais.
			2. A decretação da revelia com a imposição da presunção relativa de veracidade dos fatos narrados na petição inicial não impede que o réu exerça o direito de produção de provas, desde que intervenha no processo antes de encerrada a fase instrutória.
			3. No caso, a apresentação de reconvenção, ainda que sem o oferecimento de contestação em peça autônoma, aliada ao pedido de produção de provas formulado em tempo e modo oportunos impedia o julgamento antecipado da lide.
			4. Recurso especial não provido (STJ, REsp 1.335.994-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 12/8/2014, DJe 18/8/2014).
Cumpre asseverar, por fim, que a presunção de veracidade dos fatos alegados, como efeito da revelia, é uma presunção relativa. Desse modo, pode ser infirmada, afastada pelos demais elementos dos autos, razão pela qual não acarreta a procedência automática dos pedidos formulados pelo autor. Há que se considerar ainda que a reconvenção, no Novo CPC, será abordada no bojo da contestação, esvaziando assim um pouco eventuais questionamentos.

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