Prévia do material em texto
1 Profª Alice Soares – http://dodireitoaeducacao.blogspot.com.br Direitos autorais reservados. Vedada a reprodução ou cópia, sem prévia e expressa autorização AULA 3 – Formação dos contratos. Interpretação dos contratos. Estipulação em favor de terceiro. Promessa de fato de terceiro. • Formação dos contratos. Interpretação dos cont Jurisprudência 20140111015426APC - APC -Apelação Cível. 2ª Turma Cível. Data do julgamento: 12/08/2015 PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTRATO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS. RATIFICAÇÃO DAS RAZÕES DO RECURSO. DESNECESSIDADE. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. AFASTADA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. APRECIAÇÃO EQUITATIVA. 1. A decisão que resolve os embargos declaratórios tem natureza eminentemente integrativa e a falta de ratificação das razões recursais após a rejeição dos embargos de declaração não leva à inadmissibilidade do recurso de apelação. 2. As cláusulas contratuais que impõem obrigações exigem interpretação restritiva. 3. A condenação da parte nas penas da litigância de má-fé depende de inequívoca demonstração. 4. A legislação em vigor não impede nem determina a fixação da verba advocatícia em percentual menor, maior, ou até mesmo dentro dos limites fixados no § 3º do artigo 20 do Codex, com base no valor da causa, em quantia determinada, ou qualquer outra variável. Estabelece, apenas, que seja arbitrada segundo apreciação equitativa do juiz e que se atente aos critérios insertos nas alíneas do parágrafo citado. 5. Apelo do embargado provido. Apelo do embargante desprovido. 20130111155496APC - APC -Apelação Cível. 4ª Turma Cível. 01/07/2015 DIREITO DO CONSUMIDOR. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ATRASO NA ENTREGA DO BEM. CLÁUSULAS CONTRATUAIS. DUBIEDADE. INTERPRETAÇÃOFAVORÁVEL AO CONSUMIDOR. LUCROS CESSANTES. PARÂMETRO LOCATIVO. MULTA MORATÓRIA PREVISTA PARA ATRASO NO PAGAMENTO DAS PRSTAÇÕES. APLICAÇÃO AO PROMISSÁRIO VENDEDOR PELO ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL. DESCABIMENTO. I. Submete-se à regência normativa do Código de Defesa do Consumidor a relação jurídica oriunda de promessa de compra e venda celebrada no âmbito de incorporação imobiliária. II. A promissária vendedora responde pelo atraso na conclusão das obras que obstou a formalização do financiamento e a entrega do imóvel dentro dos marcos temporais previstos na promessa de compra e venda. III. Se o financiamento é obtido depois do planejado devido ao atraso na conclusão do empreendimento, a promissária vendedora responde pelas perdas e danos causadas ao promitente comprador. IV. Lacunas ou imprecisões do texto contratual a respeito da data de entrega do imóvel negociado não podem respaldar interpretação prejudicial ao consumidor, na linha do que estabelece o artigo 47 da Lei Protecionista. V. Seria muito cômodo para a promissária vendedora frustrar a legítima expectativa do promitente comprador, de receber o imóvel logo após a conclusão das obras, simplesmente afirmando que não pode ser compelida a entregar as chaves antes do recebimento do preço, se ela mesma, com o atraso que lhe é imputável, postergou a obtenção do financiamento imobiliário. VI. O atraso na entrega do imóvel priva o promitente comprador dos frutos civis decorrentes do seu uso ou gozo. E, como toda e qualquer utilização ou fruição dos bens pode ser expressada monetariamente mediante o parâmetro locativo, esse é o referencial para a condenação da promissária vendedora pelos prejuízos causados. 2 Profª Alice Soares – http://dodireitoaeducacao.blogspot.com.br Direitos autorais reservados. Vedada a reprodução ou cópia, sem prévia e expressa autorização VII. Não se pode utilizar uma cláusula penal ajustada para o descumprimento do contrato por uma dos pactuantes para penalizar eventual desídia do outro contraente. VIII. Nem mesmo o Código de Defesa do Consumidor autoriza o juiz deslocar o campo de incidência de cláusulas penais. IX. Uma vez identificada a nulidade de qualquer disposição do contrato, inclusive de cláusulas penais, cumpre ao julgador ceifar a sua intensidade, jamais expandir o seu campo de aplicação. X. Apelação conhecida e parcialmente provida. 20140111259607APC - APC -Apelação Cível. 3ª Turma Cível. 29/07/2015. APELAÇÃO CÍVEL. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. PLANO DE SAÚDE. BRADESCO SAÚDE. INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA. COBRANÇA DE 50% DO VALOR DAS DESPESAS HOSPITALARES APÓS O PERÍODO DE 30 DIAS. ABUSIVIDADE. RN Nº 338/2013 DA ANS. NORMA QUE PREVÊ A COPARTICIPAÇÃO DE ATÉ METADE DO VALOR CONTRATADO – QUAL SEJA A MENSALIDADE PAGA PELO CONSUMIDOR. CONTRATO DE ADESÃO. INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL. DISPOSIÇÃO CONTRATUAL EM DESACORDO COM O REGULAMENTO DA ANS, APESAR DA APARENTE CONFORMIDADE. IMPOSIÇÃO QUE, NO CASO CONCRETO, IMPLICA EM LIMITAÇÃO DA INTERNAÇÃO, AINDA QUE POR VIA OBLÍQUA. ENUNCIADO Nº 302 DA SÚMULA DO STJ. ENTENDIMENTO EXTENSÍVEL AOS CASOS DE INTERNAÇÃO PARA TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO. PRECEDENTES. COBRANÇA DA COPARTICIPAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO CONTRATUAL. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1. Configura-se abusiva a cláusula inserta em contrato de seguro saúde consistente na imposição de 50% (cinquenta por cento) do valor das despesas da internação psiquiátrica e honorários médicos, após ultrapassado o período de 30 (trinta) dias. 2. AResolução Normativa nº 338/2013 da ANS prevê, em seu art. 21, que na internação psiquiátrica, haverá incidência de fator moderador passados os primeiros 30 (trinta) dias. 3. Contudo, a mesma norma infralegal fixa que a coparticipação será de no máximo 50% (cinquenta por cento), incidente sobre o valor contratado – o qual deve ser entendido como o da própria mensalidade paga pelo consumidor. 3. Sendo nítido caso de contrato de adesão, incidem, aos contratos de plano de saúde a regra de interpretaçãofavorável ao consumidor aderente(art. 47 do CDC e art. 423 do CC/2002), aplicáveis simultaneamente pela teoria do diálogo das fontes. 4. Neste panorama, não se pode entender por equivalentes as expressões "despesas hospitalares", da cláusula contratual combatida, com "valor contratado", constante da parte final da alínea "b", do inciso II, do art. 21 da RN nº 338/2013 da ANS. 5. Por conseguinte, e em que pese a aparente e alegada conformidade, a disposição contratual está em flagrante descompasso com a RN nº 338/2013. 6. Ainda assim não fosse, entender pela validade da cláusula contratual implica, na espécie, em impor ao autor, pessoa humilde, ônus desmensurado, em momento de extrema penúria, redundando na absoluta impossibilidade de pagamento da parcela prevista no contrato. 7. Em casos tais como o destes autos, deve ser privilegiado o direito à vida digna e à saúde, ambos com sedimento na Carta Magna, pois que a dignidade humana é vetor maior do ordenamento jurídico. 8. O Superior Tribunal de Justiça entende ser extensível, aos casos de internação para tratamento psiquiátrico, o entendimento cristalizado no enunciado nº 302 da sua Súmula: "é abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado" – AgRg no AREsp 473.625/RJ; AREsp nº 13.346/RS; AREsp nº 550.331. 9. Muito embora não haja limitação expressa no contrato, no caso sub examine a exigência do custeio de 3 Profª Alice Soares – http://dodireitoaeducacao.blogspot.com.br Direitos autorais reservados. Vedada a reprodução ou cópia, sem prévia e expressa autorização metade das despesas hospitalares implica, por via reflexa, em limitação da internação que, por si só, deve serrechaçada. 10. Considerando que a parte final do inciso II do art. 21 da RN nº 338/2013 fixa que para a cobrança de coparticipação deve existir disposição contratual expressa, sendo esta declarada nula, inviável qualquer cobrança adicional do consumidor. 11. Descabe falar em incidência/violação aos artigos 757 e 760 do CC/2002, seja por que isto é despiciendo ao deslinde da questão – que se encontra bem regulada pela Lei nº 9.656/98, pelo CDC e pela RN nº 383/2013 da ANS –, seja em razão de a matéria não ter sido suscitada em contestação. 12. Recurso conhecido e desprovido. Sentença mantida. Caso Concreto 1 Jovenal, prestador de serviços em Curitiba, após troca de e-mails com informações sobre o serviço (via Internet) com Maria (residente em Colombo, região metropolitana de Curitiba) apresenta-lhe on-line (também via Internet/Messenger) proposta para realizar pintura de sua residência, indicando o preço que cobraria pela empreitada e o material necessário. Responda as questões abaixo: i. Pode-se afirmar que houve negociação preliminar? Se afirmativa a resposta, de que forma? ii. A proposta feita on-line por Jovenal vincula? Justifique sua resposta e destaque, em caso afirmativo, o que significaria a obrigatoriedade da oferta. iii. Qual o prazo de validade da oferta feita por Jovenal? iv. Em que momento poderia ser considerada aceita a proposta e formado finalmente o contrato? v. Identifique o lugar da celebração do contrato. A) Exercícios conceituais (sempre fundamentar sua resposta com argumentos sólidos e coerentes) 1. A proposta tem força obrigatória para o proponente? Sempre? 2. Como se configura a negociação entre ausentes? 3. Se uma pessoa apresenta proposta a outra pessoa presente, sem estabelecer prazo máximo para resposta, significa que terá que aguardar o tempo desejado pelo possível aceitante? 4. Se uma pessoa responder a uma proposta informando que a aceita, mas com uma pequena modificação, o proponente será obrigado a concordar com a resposta? 5. Qual a diferença entre a teoria da cognição e a teoria da recepção? 6. O que determina a teoria da expedição? 7. Quais os dois principais princípios na interpretação dos contratos? B) Exercícios Contextualizados 1. Marque a alternativa correta: a) Não se reputa nula de pleno direito a cláusula que contém renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. b) Em presença de dúvidas ou contradições, as cláusulas contratuais serão interpretadas da forma mais favorável ao aderente, nos contratos de adesão. c) As normas gerais fixadas no Código Civil não se aplicam a contratos atípicos. d) Obriga o proponente a proposta de contrato feita sem prazo por telefone ou por meio de comunicação semelhante e não aceita imediatamente. e) Reputa-se celebrado o contrato necessariamente no lugar em que aceito. 4 Profª Alice Soares – http://dodireitoaeducacao.blogspot.com.br Direitos autorais reservados. Vedada a reprodução ou cópia, sem prévia e expressa autorização 2. Considere as seguintes assertivas a respeito dos contratos: I. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. II. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, não cabendo retratação da aceitação em hipótese alguma. III. O contrato aleatório é proibido no Código Civil de 2002. De acordo com o Código Civil brasileiro, é correto o que se afirma SOMENTE em Escolher uma resposta. a. II e III b. I e II c. I d. I e III e. II 3. Fred encaminha carta a Robson oferecendo a venda de seu apartamento por R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), em 60 (sessenta) prestações mensais. Robson responde, dentro do prazo dado, que “aceita a proposta, mas quer dividir o pagamento em 90 (noventa) prestações mensais”. Diante do exposto, assinale a opção correta: a) Fred está obrigado a concluir o negócio. b) Robson aceitou a proposta feita por Fred. c) O fato de Fred ter enviado a proposta por carta a torna, automaticamente, não obrigatória. d) Fred está liberado da proposta feita a Robson, porque não foi aceita. 4. O Código Civil estabelece que a proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. O art. 428 do CC apresenta algumas hipóteses em que esta obrigatoriedade deixa de existir também. Assinale a opção que NÃO apresenta uma destas hipóteses: a) se a proposta for feita sem prazo a pessoa presente e não for imediatamente aceita. b) Se a proposta for feita sem prazo a pessoa ausente e tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do aceitante. c) Se feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado d) Se, antes da proposta, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. 5. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações: a) Importará nova proposta. b) É nula. c) Vincula o proponente a concluir o contrato. d) É anulável. Estipulação em favor de terceiro e promessa de fato de terceiro. Jurisprudência 20140020302259AGI - AGI -Agravo de Instrumento. 5ª Turma Cível. 18/03/2015 AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SAÚDE. APLICAÇÃO DO CDC. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. VEDAÇÃO.ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO. 1. O Superior Tribunal de Justiça sedimentou, por meio da edição da Súmula 469, o entendimento da aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde. 5 Profª Alice Soares – http://dodireitoaeducacao.blogspot.com.br Direitos autorais reservados. Vedada a reprodução ou cópia, sem prévia e expressa autorização 2. O microssistema constituído no CDC apresenta, dentre suas especificidades processuais, a vedação expressa à denunciação da lide no seu artigo 88, sob pena de atrasar a solução do litígio em razão da necessidade de oportunizar novo contraditório e nova dilação probatória, prejudicando, assim, o consumidor. 3. O contrato entre a agravante e a denunciada trata-se de autêntica estipulação em favor de terceiro, em proveito do agravado, nos termos do Parágrafo único do artigo 436 do Código Civil, o qual estabelece que “ao terceiro, emfavor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.”Portanto, os encargos que a estipulação acarretar à agravante, se resolvem nos termos do ajuste no qual o agravado é apenas o mero beneficiário. 4. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. 20120111490629APC - APC -Apelação Cível. 5ª Turma Cível. 18/03/2015. AÇÃO DE REVISÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO. PRESCRIÇÃO TRIENAL. ART. 206, § 3°, DO CÓDIGO CIVIL.APOSENTADORIA. MANUTENÇÃO NA CONDIÇÃO ORIGINAL. REAJUSTE DOS VALORES. FAIXAS ETÁRIAS. ATIVOS E INATIVOS. VARIAÇÃO DE PREÇO. TAXAS DE COPARTICIPAÇÃO. POSSIBILIDADE. INAPLICABILIDADE DAS NORMAS DA ANS. CONTRATAÇÃO VIA PATROCINIO DE EMPRESA. VALORES LIVREMENTE PACTUADOS. ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO. EQUILÍBRIO ATUARIAL DO SISTEMA. ABUSIVIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. O prazo prescricional de demanda em que se pleiteia a repetição do indébito é de três anos, nos termos do art. 206, § 3°, do Código Civil. 2. O contrato não foi realizado entre o autor e a ré, mas apenas entre o seu ex-empregador (SESI) e esta última, razão pela qual é beneficiário não do plano individual,mas de plano coletivo do Sistema CNI – Confederação Nacional da Indústria, do qual faz parte o SESI, na qualidade de patrocinador. 3. Nos contratos de plano coletivo empresarial patrocinado, não incidem as normas e limitação impostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. 4. Nos planos coletivos, o índice de reajuste por variação de custos é definido conforme as normas contratuais livremente pactuadas entre a operadora de planos de saúde e a empresa que contratou o plano. Ao beneficiário assiste o direito de opção, aderindo ou não ao que se estipulou (art. 436, parágrafo único, do Código Civil). 5. O direito de permanência na condição de beneficiário aos aposentados, assegurada pelos artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656/98 e no contrato coletivo, implica garantia de manutenção da mesma segmentação e cobertura, da rede assistencial, da área de abrangência, do padrão de internação, não alcançando questões referentes a prêmios ou mensalidades ou reajustes. 6. Não se vislumbra abusividade nos reajustes, quando apenas objetivam manter o equilíbrio atuarial do sistema, para que o patrocínio não se torne oneroso, permitindo a continuidade da cobertura. 7. Recurso da ré conhecido e provido. Recurso do autor prejudicado. Caso Concreto Lúcia promete à sua Comissão de Formatura que trará para cantar em uma festa, destinada a arrecadar fundos para a Comissão, sua tia, Ivete Sangalo. Os membros da Comissão, conhecedores do relacionamento próximo que Lúcia possui com sua tia, com razões concretas e objetivas para acreditar na promessa, não contratam nenhuma banda e iniciam os preparativos de divulgação do evento que, então, terá como uma das principais atrações a mencionada cantora. Ocorre que um dia antes do início da festa, Lúcia telefona para o presidente da Comissão e o comunica que embora tenha realizado inúmeros esforços não conseguirá trazer a tia para cantar na festa. Diante dessa situação, responda: 6 Profª Alice Soares – http://dodireitoaeducacao.blogspot.com.br Direitos autorais reservados. Vedada a reprodução ou cópia, sem prévia e expressa autorização a) Qual é o tipo de obrigação (utilize pelo menos duas classificações) assumida por Lúcia em face da Comissão de formatura e que espécie contratual pode ser identificada? b) Lúcia poderá ser de alguma forma responsabilizada, mesmo tendo empreendido todos os seus esforços para que a tia cumprisse promessa por ela feita? c) Suponha que por intermédio de Lúcia, a representante da cantora entrou em contato com o Presidente da Comissão e, anuindo com a indicação do promitente, combina que a cantora cantará na festa no dia e horários marcados. No entanto, no dia do evento a cantora é convidada a receber um prêmio e não comparece ao evento. Quem responderá pelos prejuízos causados por essa ausência? Fundamente sua resposta. A) Exercícios conceituais (sempre fundamentar sua resposta com argumentos sólidos e coerentes) 1. O que é estipulação em favor de terceiro? 2. Na estipulação em favor de terceiros, pode o estipulante substituir o terceiro beneficiários sem autorização deste? 3. O terceiro, em favor de quem se estipula, não pode exigir o cumprimento do contrato, pois não foi parte na sua elaboração, certo? 4. O que é promessa de fato de terceiro? 5. Na promessa de fato de terceiro, o terceiro está obrigação a realizar o prometido sob pena de indenizar a parte beneficiário do negócio, certo? 6. Na promessa de fato de terceiro, o promitente assume obrigação de meio ou resultado? B) Exercícios Contextualizados 1. Sobre a estipulação em favor de terceiro, assinale a opção correta: a) Aquele que estipula em favor de terceiro não pode exigir o cumprimento da obrigação. b) Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir. c) Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, poderá o estipulante exonerar o devedor mesmo assim. d) O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, dependendo da sua anuência para tanto. 2. Determina o Código Civil que “Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.” Contudo, se o terceiro for o cônjuge do promitente: a) esta responsabilidade nunca existirá. b) esta responsabilidade não existirá se o ato depender da sua anuência, independentemente do regime de bens. c) esta responsabilidade não existirá se depender da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. d) esta responsabilidade se manterá. 3. (OAB 2010.3) Danilo celebrou contrato por instrumento particular com Sandro, por meio do qual aquele prometera que seu irmão, Reinaldo, famoso cantor popular, concederia uma entrevista exclusiva ao programa de rádio apresentado por Sandro, no domingo seguinte. Em contrapartida, caberia a Sandro efetuar o pagamento a Danilo de certa soma em dinheiro. Todavia, chegada a hora do programa, Reinaldo não compareceu à rádio. Dias depois, Danilo procurou Sandro, a fim de cobrar a quantia contratualmente 7 Profª Alice Soares – http://dodireitoaeducacao.blogspot.com.br Direitos autorais reservados. Vedada a reprodução ou cópia, sem prévia e expressa autorização prevista, ao argumento de que, embora não tenha obtido êxito, envidara todos os esforços no sentido de convencer o seu irmão a comparecer. A respeito da situação narrada, é correto afirmar que Sandro: a) não está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, pois a obrigação por este assumida é de resultado, sendo, ainda, autorizado a Sandro obter ressarcimento por perdas e danos de Danilo. b) não está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, por ser o contrato nulo, tendo em vista que Reinaldo não é parte contratante. c) está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, pois a obrigação por este assumida é de meio, restando a Sandro o direito de cobrar perdas e danos diretamente de Reinaldo. d) está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, pois a obrigação por este assumida é de meio, sendo incabível a cobrança de perdas e danos de Reinaldo. 4. (FUMARC 2013 – PMMG) Com relação à formação dos contratos, é CORRETO afirmar: a) Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. b) Considera-se celebrado o contrato no momento em que o proponente tomar conhecimento da aceitação do aceitante. c) A aceitação vincula o aceitante ainda que, juntamente com ela, chegue ao conhecimento do proponente a retratação. d) No tocante ao momento de celebração do contrato, foi adotada pelo Código Civil Brasileiro, como regra geral, a teoria da recepção. 5. No âmbito da formação dos contratos, deixa de ser obrigatória a proposta: a) se, feita com prazo a pessoa presente, foi imediatamente aceita. b) se, feita com prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente. c) se, feita a pessoa ausente, tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado. d) se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. 6. (FGV 2012 PC MA) A respeito da formação dos contratos, assinale a afirmativa incorreta. a) Considera-se celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. b) A proposta deixa de ser obrigatória se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. c) Será considerada nova proposta a aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações.d) A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. e) Continua sendo obrigatória a proposta mesmo se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. 7. (MPE MG – 2012) Quanto à formação dos contratos, é INCORRETO afirmar que: a) a proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. b) deixa de ser obrigatória proposta se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante. c) reputar-se-á celebrado o contrato no lugar de sua execução. d) considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. 8. (FUNRIO 2009 – Eletrobrás) As regras atinentes à Estipulação em favor de terceiro, no Código Civil de 2002, ratificam o texto oriundo do Código anterior. Neste sentido, as normas referentes a essa modalidade de contratação dispõem que 8 Profª Alice Soares – http://dodireitoaeducacao.blogspot.com.br Direitos autorais reservados. Vedada a reprodução ou cópia, sem prévia e expressa autorização a) o estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, mas esta dependerá da sua anuência e da do outro contratante. b) o que estipula em favor de terceiro não pode exigir o cumprimento da obrigação. c) caso haja substituição, esta poderá apenas ser feita por ato entre vivos. d) poderá o estipulante exonerar o devedor, se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar de reclamar-lhe a execução. e) ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438, CC. 9. Carlos propôs a Construções Indústria e Comércio LTDA contrato de prestação de serviços, tendo entregue pessoalmente documento por escrito em que continham todos os termos da proposta. Após uma semana, a Construtora entregou a Carlos uma minuta contratual que modificava alguns dos itens da proposta inicialmente feita. Carlos, não concordando com os termos minutados, negou-se a celebrar o contrato. Inconformada com a recusa de Carlos, a Construtora ajuizou ação de obrigação de fazer alegando que a proposta tem caráter vinculante e que, além disso, a tutela da confiança proíbe o comportamento contraditório dos negociantes, razões pelas quais requeria que o contrato fosse concluído. Analisando os fatos acima descritos e tomando por parâmetro o direito contratual brasileiro, responda, JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE: O princípio da força vinculante da proposta obrigará Carlos a responder pela não conclusão do contrato junto à Construtora? 10. Pedro perdeu sua mãe, Luiza, em um acidente de ônibus. A empresa de ônibus em que viajava Luiza havia firmado contrato de seguro contra danos pessoais ocorridos durante a viagem (incluindo, obviamente, eventuais acidentes) com a Seguradora S/A. No contrato de seguro, os beneficiários eram indeterminados, não havendo especificação nominal dos passageiros, mesmo porque o contrato foi celebrado antes das passagens serem vendidas. Após a morte da mãe, Pedro ajuizou ação diretamente contra a Seguradora a fim de cobrar o valor do prêmio, mas a sentença julgou improcedente a ação por entender que a Seguradora era parte ilegítima, alegando que Pedro deveria ter demandado contra a empresa de ônibus, já que não havia contrato entre Luiza e a Seguradora. A sentença foi confirmada pelo Tribunal de Justiça Estadual, pelas mesmas razões, conforme se extrai do excerto do acórdão ora colacionado: "Ocorre que a relação jurídica obrigacional constitui-se pelo vínculo jurídico entre as partes, que no caso diz respeito apenas a seguradora e o segurado, não cabendo ao terceiro exigir o cumprimento do contrato, que só poderá ser discutido pelos contratantes, muito embora exista cláusula que possa beneficiar terceira pessoa. Tanto isso é verdade, que no caso em tela, pretende a seguradora excluir sua obrigação, inclusive perante o segurado, aduzindo que este violou cláusulas do contrato, como por exemplo, o fato de estar dirigindo embriagado. Ora, tal argumento é claro, não diz respeito ao direito do apelante, caso seja comprovada a culpa pelo acidente do segurado, mas simplesmente às partes contratantes. [...] Vê-se, pois, que tal obrigação vincula as partes contratantes, não podendo se admitir que os lesados por atos do segurado a acionem diretamente, face ausência de relação jurídica material entre as partes, apelante e apelada" Ainda inconformado, Pedro entrou com Recurso Especial contra o acórdão do Tribunal alegando que a Seguradora teria legitimidade passiva na demanda. Neste contexto e tomando como parâmetro a teoria geral do direito contratual, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE: A) Identifique e explique a que princípio do direito contratual se refere o excerto do acórdão colacionado. B) À luz do direito material, analise se Pedro poderia ter demandado diretamente contra a Seguradora e explique se há possibilidade de o acórdão ser reformado pelo STJ.