Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 2 Concepção tradicional: Sistema normativo composto de regras; Princípios não eram regras jurídicas e auxiliavam na interpretação; Concepção atual: Sistema normativo é composto por regras e princípios (ambos vinculando o desenvolvimento das condutas); Regras tem um conteúdo mais denso, sua aplicação decorre de uma formulação objetiva, e a pretensão de aplicação à base de “tudo ou nada” (mandatos definitivos); Princípios tem um conteúdo mais amplo (mandatos de otimização), sua aplicação pode requerer outros elementos de integração e admite ponderação Exemplos: Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. § 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 37 § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. • A matéria regulada; • O tipo de diploma legal em que o preceito está contido; • O ente federado competente para a edição do preceito examinado Para pensar nesse tema... Consensos estabelecidos na sociedade tendem a determinar a enunciação de regras... • Art. 5º, XLVII CF - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; Não há uma delimitação clara no grupos social acerca do que se pretenda ou deseje proteger... • Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. § 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. • Melhor interesse da criança (art. 227 CF); • Aposentadoria compulsória de servidor público aos 75 anos (art. 40, II CF); • Colégio Pedro II conferido à esfera federal (art. 242, § 2º CF); • Proteção contra a discriminação racial por intermédio de criminalização de condutas (art. 5º, XLII CF); • Gratuidade no exercício do direito de certidão (art. 5º, XXXIV, “b” CF); • Garantia de proteção ao direito fundamental à moradia (art. 6º, caput CF); • Acesso à justiça (art. 5º, XXXV CF); Princípios constitucionais (expressos) da Administração Pública Art. 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Da legalidade à juridicidade: Superação da lógica da legalidade estrita; Integração da ordem constitucional ao conceito de legalidade; Integração da normatividade infraconstitucional ao conceito de legalidade; O fenômeno da regulação e a cláusula de reserva da lei; A Constituição como sede para determinar a incidência da legalidade estrita; TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO PÚBLICO. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. 2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. (ADI 800, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06- 2014 PUBLIC 01-07-2014) Impessoalidade Isonomia Finalidade em relação ao administrado na relação administrado-ADM Incorpora valores éticos à conduta administrativa Aplicações da moralidade enquanto princípio: Vedação ao nepotismo (Súmula Vinculante nº 13); Caracterização da improbidade administrativa (Lei 8429/92, art. 11); Caracterização da nulidade ou anulabilidade do ato controlável por ação popular (v. art. 5º, LXXIII CF c/c Lei 4717/65); CONSTITUCIONAL. NEPOTISMO. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. NECESSIDADE DE LEI EM SENTIDO FORMAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Questão que transcende os interesses subjetivos das partes. (RE 579951 RG, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 17/04/2008, DJe-088 DIVULG 15-05-2008 PUBLIC 16-05-2008 EMENT VOL- 02319-11 PP-02275 ) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. VEDAÇÃO NEPOTISMO. NECESSIDADE DE LEI FORMAL. INEXIGIBILIDADE. PROIBIÇÃO QUE DECORRE DO ART. 37, CAPUT, DA CF. RE PROVIDO EM PARTE. I - Embora restrita ao âmbito do Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. II - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante, de cargo em comissão. (RE 579951, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/08/2008, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-202 DIVULG 23-10-2008 PUBLIC 24-10-2008 EMENT VOL-02338-10 PP-01876) RE 579951 (RG), Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julg. em 17/04/2008 CONSTITUCIONAL. NEPOTISMO. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. NECESSIDADE DE LEI EM SENTIDO FORMAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Questão que transcende os interesses subjetivos das partes. (RE 579951 RG, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 17/04/2008, DJe-088 DIVULG 15-05-2008 PUBLIC 16-05-2008 EMENT VOL-02319-11 PP-02275 ) RE 579951 (RG), Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julg. em 20/08/2008 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. VEDAÇÃO NEPOTISMO. NECESSIDADE DE LEI FORMAL. INEXIGIBILIDADE. PROIBIÇÃO QUE DECORRE DO ART. 37, CAPUT, DA CF. RE PROVIDO EM PARTE. I - Embora restrita ao âmbito do Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. II - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante, de cargo em comissão. (RE 579951, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/08/2008, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-202 DIVULG 23-10-2008 PUBLIC 24-10-2008 EMENT VOL-02338-10 PP-01876) “Democracia é o governo em púbico” (Norberto Bobbio) Viabiliza o exercício do controle da Administração Pública Mecanismos constitucionais: Direito de certidão; Direito de petição; Habeas data; Acesso a informações em favor do usuário de serviço público (art. 37, § 3º, II CF); Lei de Acesso a Informações – Lei 12.527/11 Transparência passiva Transparência ativa Eficiência econômica (economicidade – v. art. 70, caput CF) vs. eficiência em sentido amplo (social, ambiental, etc.); Eficiência: Nos serviços públicos (art. 37, § 3º, I CF); Na função judiciária (art. 5º, LXXVIII CF); RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 784 DO PLENÁRIO VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. IN CASU, A ABERTURA DE NOVO CONCURSO PÚBLICO FOI ACOMPANHADA DA DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA NECESSIDADE PREMENTE E INADIÁVEL DE PROVIMENTO DOS CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO ART. 37, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO. PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO EXCEPCIONAL DA MERA EXPECTATIVA EM DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA, BOA-FÉ, MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA. FORÇA NORMATIVA DO CONCURSO PÚBLICO. INTERESSE DA SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA DELIMITADA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. Supremacia do interesse público: Indisponibilidade da coisa pública (princípio republicano); Colisão entre o interesse público e o interesse privado; Princípio da autotutela: Decorrência do princípio da juridicidade Verbete 473 Súmula STF: a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá- los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Princípio da continuidade dos serviços públicos (art. 6º da Lei 8987/95) Princípio da publicidade; Princípio da impessoalidade; Princípio da legalidade (estrita) Classificação de documentos como sigilosos; Práticas de ação afirmativa (cotas); Convalidação de ilícitos administrativos; Toda ponderação empreendida entre os princípios reclama uma justificativa mais forte (ônus argumentativo) Critério de aferição da constitucionalidade de opções normativas: Necessidade Adequação Proporcionalidade em sentido estrito Receosa de que haja falha nas condições de segurança dos veículos operados por permissionários de transporte coletivo (taxi), a Administração, em nome da proteção ao princípio da segurança nos serviços públicos contemplado no art. 6º da Lei 8987/95, determina que os permissionários devam apresentar semestralmente, três laudos de segurança dos veículos expedidos por empresas credenciadas. O Sindicato dos referidos condutores de veículos sustenta que a medida pode comprometer a universalidade na prestação destes mesmos serviços, eis que os custos inerentes levarão muitos permissionários a abandonarem o serviço. Analise a proporcionalidade da medida adotada pela Administração, aplicando o teste correspondente. Habeas corpus. 2. Posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei n. 10.826/2003). Prisão em flagrante convertida em preventiva. 3. Delito punido com detenção. Previsão legal de cumprimento em regime semiaberto ou aberto (CP, art. 33). 4. Violação ao princípio da proporcionalidade: a custódia cautelar se apresenta como medida mais gravosa do que a própria sanção a ser aplicada no caso de eventual condenação. Precedentes. 5. Constrição cautelar excessivamente gravosa. Decreto prisional com fundamentação precária. 6. Decisão monocrática do STJ. Ausência de interposição de agravo regimental. 7. Habeas Corpus não conhecido, entretanto, ordem concedida, de ofício, para revogar a prisão preventiva decretada em desfavor do paciente, determinando ao Juízo de origem a análise da necessidade de aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. HC 126704, Rel. Min. GILMAR MENDES, 2ª Turma, julg. 03/05/2016 Caso do Plano de Aula O prefeito do município ?P", conhecido como João do ?P?, determinou que, em todas as placas de inauguração das novas vias municipais pavim entadas em seu mandato na localidade denominada ?E?, fosse colocada a seguinte homenagem: ?À minha querida e amada comunidade ?E?, um presente especial e exclusivo do João do ?P?, o único que sempre agiu em favor de nosso povo!? O Ministério Público estadual intimou o Prefeito a fim de esclarecer a questão. Na qualidade de procurador do município, você é consultado pelo Prefeito, que insiste em manter a situação. Indique o princípio da Administração Pública que foi violado e por que motivo. Outro caso, para nosso exercício... João, objetivando adquirir determinado imóvel no bairro “X”, fica sabendo por meio de amigos que, nessa região, será construída uma nova linha de metrô, e consequentemente, diversos imóveis serão desapropriados. Tendo em vista referido fato, pede informações à Companhia do Metrô que se recusa a fornece-las. Com tal atitude, restou preterido o princípio da Administração Pública denominado: a) publicidade; b) Imperatividade; c) Supremacia do interesse público; d) Impessoalidade; e) Eficiência; • Superação do princípio da legalidade estrita como premissa para a Administração; • Quebra da lógica da reserva da lei para o trato dos temas administrativos; • Se os limites/parâmetros não vem da lei, a escolha é transferida para o Administrador. Como empreender ao controle destas escolhas formuladas pelo Administrador? Dualidade entre margem de liberdade de escolha para o administrador e previsibilidade para essas mesmas escolhas. A Administração Pública deve ter liberdade para: Deferir (ou não) licenças para construir? Negar certidão de processo de interesse do Requerente? Nomear (ou não) candidato aprovado em concurso público? Escolher o modelo negocial segundo o qual se dará a gestão do Estádio do Maracanã? Complexidade da vida e das funções administrativas torna difícil ou inconveniente limitar de forma absoluta a liberdade de escolha da Administração Pública RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. 1. DECADÊNCIA. 2. CANDIDATO APROVADO ALÉM DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTOS EM EDITAL. AUSÊNCIA DE DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. 3. DISCUSSÃO SOBRE O PRAZO DE VALIDADE E SOBRE A PRORROGAÇÃO DO CONCURSO. DISCRICIONARIEDADE ADMINISTRATIVA. 4. NÃO OCORÊNCIA DE ILEGALIDADE OU DE ABUSIVIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE DE EXAME PELO PODER JUDICIÁRIO. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RMS 28911, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 13/11/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 237 DIVULG 03-12-2012 PUBLIC 04-12-2012) Legalidade estrita Conceitos jurídicos indeterminados Discricionariedade técnica Legitimação pelo resultado Próxima aula
Compartilhar