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PEÇA DE PRATICA PENAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FORTALEZA/CE
PROCESSO N°___
GABRIELA, brasileira, estado civil, profissão, RG___, inscrita no CPF________, residente e domiciliada na_________, Cep____,email, nos autos do processo em epígrafe, que move o Ministério Público, vem por meio de seu advogado abaixo assinado, com documento probatório em anexo, com escritório funcional na __________, oferecer:
RESPOSTA PRELIMINAR OBRIGATÓRIA
Com fulcro no artigo 396-A do código de processo penal pelos fatos a seguir expostos:
PRELIMINARES
Analisando o presente processo, verifica-se claramente a prescrição da pretensão punitiva, pois no caso em tela a ré à época dos fatos era menor de 21 anos, e do momento da denúncia até a sua citação, decorrera um lapso temporal superior a 4 anos, conforme verifica-se no artigo 109 e 115 do CP.
Assim sendo, o não atendimento do dispositivo legal é causa de extinção de punibilidade do agente, conforme a inteligência do artigo 397, IV do código de processo penal, razão pela qual pede a absolvição sumária da denunciada.
DOS FATOS
A denunciada após terminar um relacionamento amoroso, no qual era vítima de constantes de agressões pelo seu companheiro, passou a viver de favores na rua juntamente com seu filho de 2 anos.
Em 24 de dezembro de 2010, não mais aguentando ver o sofrimento de seu filho, acometido de enfermidade em razão da falta de alimentação, a denunciada adentrou a uma grande rede de supermercado e tomou para si dois pacotes de macarrão, cujo o valor totalizava R$ 18,00.
Ocorre que ao deixar o estabelecimento de posse e sem pagar pelos produtos, foi abordada pelo fiscal e em seguida conduzida a sede policial, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante por cometimento do crime previsto no artigo 155, caput, c/c artigo 14, II, ambos do código penal.
DO DIREITO
Compulsando os autos do processo, se faz mister salientar que no momento do cometimento do delito, estava a denunciada em total situação de desespero, em face o estado de saúde de seu filho que juntamente com ela vivia na rua e gozava de saúde precária devido à falta de alimentação. 
Considerando a gravidade da saúde da criança e a falta de meios para suprir as suas necessidades básicas, é perfeitamente aceitável o ato praticado pela denunciada, que no momento de desespero não lhe restando alternativa, resolveu subtrair os itens alimentícios para salvar a vida do filho.
Desta forma não é razoável punir a conduta da denunciada, pois é de clareza solar que, não comete crime quem encontra-se em estado de necessidade, conforme exposto no artigo 23, I, do código penal.
DO PRINCíPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
 No que tange ao cometimento do crime de furto, cabe salientar que a denunciada além de praticar o ato por encontra-se em estado de necessidade, também o fez de forma a não causar dano grave ao patrimônio do supermercado, tão pouco sua conduta pode ser considerada reprovável, face aos problemas sofridos por ela e seu filho. Além do que, a sua atitude ainda que incorreta, não gerou nenhum risco a terceiros, como também o valor dos produtos arrecadados não é capaz de trazer uma expressiva lesão ao patrimônio do estabelecimento.
Cabendo, portanto, afirmar que tal ato encontra amparo no princípio da Bagatela de acordo com entendimento do STJ, quando entende que ao reunir os quesitos supramencionados, a ação do agente deixa de ser crime. Razão pela qual pede a absolvição sumária da denunciada.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer:
1- Anulação do recebimento da peça acusatória, em decorrência da prescrição da pretensão punitiva, com fundamento no artigo 109, IV c/c 115 do CPP.
Absolvição sumaria com fundamento no artigo 397, I, III do CPP.
Arrolamento e intimação da testemunha Maria.
Nos termos em que,
Aguarda deferimento.
Fortaleza, 16/03/2015
ADVOGADO/OAB

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