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Orientações para descrição tipológica de um objeto arquitetônico. A descrição de um bem arquitetônico resulta da observação objetiva e sucinta da estrutura e dos elementos característicos, seja nas suas vertentes funcionais, morfológicas, decorativas, históricas e simbólicas. A descrição enquanto cadastro permite registrar o tipo de estrutura e elementos que compõem o objeto arquitetônico em determinado momento, detectando alterações sofridas em períodos anteriores. Em linhas gerais, a descrição do objeto arquitetônico deve contemplar a indicação dos dados a partir do geral para o particular. Sugere-se como apoio para a descrição a seguinte estrutura: 1- Iniciar o texto com descrições do contexto histórico onde o objeto arquitetônico está inserido; indicar a relevância do objeto arquitetônico quanto às impressões do fruidor do bem. 2- Indicar o tipo de planta e especificar sua forma. 3- Descrever a planta, mencionando o tipo de articulação existe entre os vários corpos da edificação. 4- Indicar o tipo de coberturas, relativamente à sua forma, materiais e elementos que as integram. 5- Indicar o número de pisos. 6- Indicar os componentes estruturais e decorativos das fachadas. 7- Indicar a estrutura, os materiais e técnicas construtivas. 8- Indicar o histórico de alterações do bem. 9- Indicar existência de elementos arquitetônicos ou de relação do bem com o entorno de destaque. EXEMPLOS: Fonte: Exemplos 1 a 4- Inventário do Patrimônio Cultural- IPAC/BA. Monumentos e Sítios da Serra Geral e Chapada Diamantina/Edificações do Conjunto Urbano de Rio de Contas. Exemplo 5 - Projeto de Restauração do Palácio Cristo Rei elaborado pela Empresa Grillo à Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 2012 - Descrição tipológica de autoria Stella Regina Soares de Brito Exemplo 6 - Projeto de Restauração do Palácio das Lágrimas elaborado pela Empresa Hermes Fonseca à Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 2012 - Descrição tipológica de autoria Stella Regina Soares de Brito Exemplo 1- Casa de Abílio César Borges Casa térrea de relevante interesse arquitetônico. Apresenta um corpo principal com planta aproximadamente quadrada, recoberta por telhado em duas águas com terminação beira-seveira, na fachada principal. No fundo há uma puxada de serviços que, pelas dimensões e altura de suas paredes, parece ser de data recente, mas que pode ter substituído o primitivo anexo, já arruinado. Sua fachada principal é composta por três portas e duas janelas de vergas abauladas e cercadura em madeira. As janelas possuem caixilharia em guilhotina. Os demais vãos têm vergas retas. A casa não é forrada e com exceção do apêndice de serviços, todo o piso é em lajota de barro cozido. Do mobiliário original já não resta nada. Na fachada existe uma placa, datada de 15/XI/1924, em homenagem a Abílio César Borges, Barão de Macaúbas. Exemplo 2- Igreja Matriz do SS. Sacramento Edifício de elevado valor monumental. Tribunas entaipadas, alicerces e pedras de amarração indicam que o edifício foi concluído. Em fotografias do início do século, a torre aparece com telhado de quatro águas e o adro provido de mureta. Apresenta portada central de cantaria, em arco pleno e duas portas menores, que são superpostas por igual número de janelas rasgadas, ao nível do coro. Com exceção da portada, os demais vãos do edifício possuem vergas abatidas e cercadura em pedra. A capela-mor tem forro em abóbada de madeira com pintura. O altar-mor e dois laterais são de excelente talha dourada. A igreja ostenta notável carpintaria, podendo citar-se: as safenas das tribunas; vãos de acesso à nave e capela-mor, guarda-corpos do coro, tribunas e escadas do púlpito, grade do batistério, púlpitos e o cancelo existente no presbitério. Existe um arcaz de boa talha na sacristia. Dentre a imaginária, destacam-se: N. Sra. do Carmo, N. Sra. das Dores e Coração de Jesus. Exemplo 3- Mercado Público Municipal Arquitetura menor de valor principalmente ambiental. Sua planta é quadrada e a recobre três telhados, paralelos, em duas águas. Cunhais e cornija emolduram as fachadas principais. Uma platibanda, onde se ler "Mercado Público Municipal", esconde o perfil serrilhado da cobertura. As duas fachadas são vazadas por arcos plenos. Três deles servem de acesso ao mercado; os demais foram fechados por "combogós" na década de 1960. No interior quatro pilares toscanos de seção circular sustentam os telhados. Todo o edifício é pavimentado com lajões de pedra. Exemplo 4- Casa da Fazenda Laranjeiras Casa de fazenda de relevante interesse arquitetônico, desenvolvida em um só pavimento. Apresenta planta retangular, com circulação central, recoberta por telhado em três águas, em cujo desvão existe um sótão, iluminado pela empena. Na parede posterior, à mão esquerda abrindo-se para um quintal murado, existe um grande apêndice, destinado aos serviços. Ainda à esquerda, porém no alinhamento do frontispício, há um pequeno anexo de época posterior, utilizado atualmente como cozinha. A fachada principal do edifício possui dez vãos com vergas em arco abatido. A porta de acesso aparece ligeiramente deslocada do centro da composição. Na fachada posterior encontramos vãos com vergas retas e, janelas, protegidas por barras em madeira de seção quadrada. O seu interior é simples, não tendo havido alterações, exceto no armazém, situado à esquina esquerda, que foi incorporado à construção. Abre-se sobre a capela um balcão do sótão, onde pequenos silos serviam para armazenamento de cereais. A casa não possui forros. Exceto o sótão que é tabuado, todo o corpo principal da casa e possui piso em lajotas de barro cozido. A cozinha conserva forno de tijolos em meia laranja. Exemplo 5- Palácio Cristo Rei Implantada em lote de esquina, sobre a testada e com afastamento laterais (norte e sul) medindo de frente, ao poente, 40 metros e de fundo, nascente, 45.85 metros (anteriormente essa profundidade era de 67,85 metros, quando este lote se estendia até a antiga praça da Justiça, hoje inexistente – ver Figura 12).Essa edificação nobre apresenta planta com partido retangular em “C” porém, vestígios de uma escada na atual edificação, nos induz que a edificação original possuía partido em forma de “L”, perfeitamente adaptado a forma do lote plano. A arquitetura civil desta edificação distingue-se por sua nobreza em estilo conhecido localmente como tradicional Luso-Maranhense, mas, introduz porão alto habitável e ornamentações neoclássicas nas portadas, frontarias e sobrevergas em lioz e em massa; mísulas nas bacias em lioz com curvas e contracurvas e, simetria do eixo principal. Este exemplar arquitetônico, expressa a difusão do neoclássico da missão artística francesa trazida por D. João VI, em 1816, quando as edificações demonstram manifestações neoplasticista, adquirindo no final do século XIX e princípios do século XX, novas feições com recuo e afastamento laterais, jardins, relevos decorativos, porões altos habitáveis. O inicio do século XIX em São Luís é marcado por um período de transição entre esses novos valores e a arquitetura anterior. Torna- se bastante nítido em alguns sobrados e solares construídos ou reformados neste período soluções resultantes das tendências arquitetônicas, mas ainda arraigadas aos padrões tradicionais portugueses, que possui implantação no alinhamento frontal do lote, distribuição espacial dos cômodos, dos panos detelhado, a cimalha e o beira e bica, a repetição de janelas e o próprio sistema construtivos com paredes externas em alvenaria de pedra e cal de concha.O caso deste típico solar - construído para ser residência sem atividade comercial – o então conhecido Palácio Cristo Rei - possui volume definido em forma de prisma regular, apresentando simetria e regularidade no seu interior. A cobertura tem estrutura em madeira e recobrimento em telha de barro tipo capa canal – secção curva (telha colonial), composta por diversas águas, sendo que as da fachada são dispostas paralelamente ao logradouro público. Os espaços internos se voltam para pátio interno interligado por meios de corredores de circulação, cujo objetivo tem função de iluminar e ventilar ambientes internos. As fachadas são sólidas construídas em alvenarias de pedra e cal rebocada e pintada, com vãos distribuídos de maneira uniforme e simétrica no plano das fachadas nobres. Na abertura de tais vãos, prevalece o uso de umbrais de pedra lioz ou molduras em argamassa pintadas na cor branco. As aberturas do solar com mirantes possuem grades de ferro forjado com desenhos geométricos e curvilíneos, posicionados sobre bacias em pedra de cantaria engastada nas alvenarias, formando balcões sacados e corridos. A fachada Oeste voltada para a Rua Rio Branco possui risco simétrico, com ligeira supremacia de cheios e vazios, sem reentrâncias ou saliências, exceto as resultantes dos beirais das sacadas, das portadas e das guarnições dos vãos, que se apresentam em cantaria no nível do pavimento térreo e em massa no nível do pavimento superior e mirante. A correspondência de prumada dos vãos da fachada é constante no nível do pavimento superior e mirante, bem como o nivelamento das vergas em arco abatido. No pano da fachada principal (oeste) no nível do pavimento térreo observam-se sete óculos guarnecidos de gradis de ferro forjado,dispostos horizontalmente, em seqüência com formato oval, que servem para ventilação e iluminação dos cômodos. E nos corpos laterais, porta central destaca-se pela sua ornamentação de influência neoclássica e de altura mais alta, que as janelas em arco abatido que os ladeiam.Observa-se também na fachada principal, o barrado liso de rodapé marcando embasamento da edificação e as esquinas com base e capitel, lembrando as ordens clássicas, de origem renascentista, normalmente adotada na arquitetura portuguesa. Nos pedestais e nas bases o uso de cantaria. Ladeando esse pano de fachada do corpo principal, portas encimadas por coroamentos neoclássicos, que de um lado dá acesso ao jardim lateral e à escada nobre, que viabiliza o acesso à varanda do pavimento superior. A outra porta, do lado esquerdo - norte– dá acesso – a ala lateral – corpo secundário da edificação. No pavimento superior, a fachada principal – oeste – constituída por quatro janelas duas de cada lado e três janelas rasgadas, na prumada do pavimento do mirante da edificação), que dão acesso ao balcão sacado em cantaria apoiados em mísulas decoradas com folhas, motivos renascentistas. Todos os vãos desta fachada são em arco abatido. No nível do mirante, a fachada é composta por três janelas rasgadas com bandeiras vedadas por gradis em ferro trabalhado iguais as do pavimento superior. Os oitões referentes às paredes laterais no nível do mirante apresentam-se guarnecidas com telhas de barro, recurso utilizado para proteção das paredes em alvenaria de taipa, embora atualmente essas paredes já tenham sido reconstruídas em alvenaria de tijolo rebocada, que pode também ser entendida como uma adaptação da arquitetura lusa aos trópicos maranhenses. Essa fachada nobre apresenta cunhais, cimalhas, beirais e vãos emoldurados. As esquadrias, elementos de vedação das portas e janelas são confeccionadas em madeira de lei. As portas internas são cegas e almofadadas; as janelas externas e internas em madeira e vidro - tipo guilhotina e as janelas rasgadas em madeira contendo bandeira, veneziana e vidro. Vale destacar que as janelas voltadas para o pátio interno, atual jardim com chafariz possui bandeira em madeira e vidro martelados coloridos. A fachada sul (nobre) é simétrica, exibe delicada portada em cantaria com o respectivo arco abatido acentuado, alterando inclusive o telhado. Volutas, folhas de acanto estilizadas, flor-de-liz, etc. completam a decoração. Em destaque, na porta almofadada com aldraba. Os demais vãos desta fachada são simples e sem bandeiras. O interior apresenta-se com materiais construtivos e de revestimentos, a nosso ver com grande parte alterados, após as diversas intervenções/reformas sofridas (1948, 1968, 1970) para se adequar as novas funções de uso e da ultima e talvez a maior delas,decorrente da necessidade de reconstrução de grande parte de seus espaços do corpo principal, após o incêndio ocorrido em outubro de 1991. Em vistorias realizadas “in loco”, constata-se a presença de beiral em mão francesa no pavimento térreo ao longo da varanda voltada para o pátio interno - atual jardim, que contem um chafariz remontado. Sobre este chafariz encontramos informações que foi colocado em 1973 para ornamentar jardim, tendo sido oferecido pela Sra. D. Eney de Santana, esposa do ex-governador, Pedro Neiva de Santana, a pedido do professor Clidenor Pedrosa, que segundo informações o chafariz pertencia a Praça Deodoro, retirado de lá por vândalos tendo sido armazenado no galpão CIMEC. Nessa ocasião o chafariz foi restaurado. Inclusive cabe aqui a observação que levantamos a hipótese das bacias não pertencerem a único chafariz, mas, sim a dois chafarizes.Observe que as bacias correspondem ao mesmo tamanho, quando a bacia de cima deveria ser de dimensão– diâmetro menor.No piso deste jardim tem-se grama, seixos rolados e pedra “lioz”. Sobre ele não foi possível identificar o local do poço, e nas paredes de fundo do lote existe carranca jorrando água, representando Netuno, deus mitológico, senhor dos mares e das águas. Foi confeccionada por um aluno do curso de Desenho Industrial da UFMA, segundo informações obtidas no guia de visitação do Palácio Cristo Rei. O piso do pavimento térreo está atualmente revestido por lajotas cerâmica industrializada colocada na reforma pós-incêndio de 1991. E os demais pisos são em tábuas de madeira de lei. O teto no cômodo correspondente ao terraço do pavimento superior possui três abóbadas de berço servindo de forro dos três cômodos, onde estão entrada principal ao Memorial, a sala de consultas e a sala de e exposições temporárias e permanentes. Peças Ornamentais de influência neoclássica No final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, a arquitetura tradicional luso-maranhense passou por transformações seguindo tendências dos estilos art noveau e eclético. Entre as peças ornamentais está a pinha em faiança portuguesa, foi confeccionado com acabamento em vidrado nas cores: branco, amarelo e azul, que adorna muro lateral do palácio Cristo Rei. Essa peça ornamenta muro em alvenaria rebocada composta por gradis de ferro, intercalado por colunas encimadas pelas citadas pinhas.Adornando também o muro, agora o frontal, vê-se estátua, fabricada em faiança na cor branco leitoso, representando Diana. Segundo a mitologia romana, Diana, era a deusa-virgem da lua, irmã gêmea de Apolo, poderosa caçadora e protetora das cidades, dos animais e das mulheres. Filha de Júpiter e de Latona. Diana era cultuada em templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciamsacrifícios. Na arte romana, era em geral representada como caçadora, com arco e aljava, acompanhada de um cão ou cervo. A azulejaria constitui no universo patrimonial luso- brasileiro, uma das manifestações de expressão artísticas de maior autenticidade, se fazendo presente no quotidiano ludovicense de forma contundente e quase permanente, tal a profusão de testemunhos existentes no centro histórico de São Luís. Entre as diversas tipologias da arte azulejar, na capital maranhense, têm particular expressão, os registros de santos, painéis devocionais que conferem uma nota de pitoresco as fachadas da arquitetura civil e pública de influência portuguesa e constituem testemunhos de “religiosidade popular”. Figuram, geralmente, nas fachadas e átrios das edificações como é caso do Palácio Cristo Rei, podendo encontrar-se, por vezes, em frontões, muros e nichos, de quintas e palácios, ou ainda, aplicados em equipamentos rurais. Provavelmente, essa peça azulejar - registro devocional “Coração de Jesus” - foi inserida na fachada lateral do Solar, quando da instalação da Sede do Arcebispado neste imóvel na década de 1950. Exemplo 6- Palácio das Lagrimas A Faculdade de Farmácia e Odontologia do Maranhão nasce na edificação situada a Rua São João sob o n. 546, que foi construída em 1921-1922, no governo Urbano Santos da Costa Araujo, para abrigar a antiga Escola Modelo Benedito Leite (uso institucional educacional – curso completo de pedagogia pratica para alunos do curso do Lyceu Maranhense e dos professores do Estado). Nesse lote de terra havia um sobrado urbano de três pavimentos, de uso residencial e comercial, em estado de ruínas, conhecido como “Palácio das Lagrimas”, pertencente ao rico comerciante e mercador de escravos, Jerônimo de Pádua. A edificação atual retrata o gosto das construções da época - o estilo eclético – constituído de dois pavimentos: o pavimento térreo ou porão habitável e o pavimento superior, que possui entrada principal por escada nobre, localizada frontalmente à esquina da Rua São João com a Rua da Paz. Os vãos das esquadrias possuem vergas retas e são decoradas com adornos em argamassa pintados na cor branca. As esquadrias são em madeira e vidro liso translúcido. A implantação desta edificação está recuada em relação ao alinhamento dos logradouros públicos citados e os limites do lote. Ocupava, originalmente, formato em “C” com pátio interno nos fundos do lote. Atualmente, encontra-se em forma de “O” com anexos localizados na lateral – limítrofe leste e ao fundo limítrofe norte avançando para lotes vizinhos. A separação entre o lote e os passeios públicos, se processa por um muro de alvenaria intercalado por colunas e grades em ferro batido de secção quadrada com pontas pontiagudas em forma de lança. Em frente à entrada principal, há um portão em ferro que viabiliza a ligação entre o exterior e o jardim frontal e lateral, que ocupa o espaço de dimensões estreitas e longas entre muro e a edificação - uma característica herdada das grandes construções neoclássicas, datadas do final do século XIX e inicio do século XX. As fachadas: sul (Rua da Paz) e leste (Rua São João) são encimadas por platibandas recortadas contendo ornamentação retilínea em massa, típicas do período que se aproxima – o Art Decó. Sobre o portal de entrada encontramos frontão curvilíneo vazado contendo curvas, contra curvas e o brasão da cidade sobre a flor de liz em relevo - Figura 5. Ao centro da fachada leste, emerge balcão sacado sobre mísulas em argamassa, formando um conjunto terminado em um pequeno frontão coroado com pináculo que é interrompido por platibanda, no qual encontramos a inscrição em relevo “1921”, o ano da inauguração desta edificação. Cabe aqui mencionar que essa Escola de Farmácia e Odontologia se expande para lateral Norte e Oeste provavelmente na década de 1970, ocupando outro lote, onde anteriormente encontrava-se edificada uma casa térrea – tipo morada inteira com mirante, de estilo tradicional luso-brasileiro. Esta analise pode ser fundamentada nos registros documentais constantes: - nos álbuns de 1923 e 1950, nos quais, verifica-se que a edificação da Escola Modelo Bendito Leite se manteve com a mesma feição arquitetônica eclética de sua concepção original. E ainda, - no mapa cadastral de 1958 (elaborado sobre aerofotografia de 1956) arquivado no centro de documentação do IPHAN-MA, onde os anexos ainda não estavam presentes neste contexto urbano. A ampliação do anexo na direção Oeste (fundos do lote) fecha o pátio interno, tornando-o enclausurado. Estende- se ainda na lateral frontal leste para além deste lote original. Ergue-se volume contemporâneo em estrutura independente em concreto armado. A distribuição interna dos cômodos tanto no pavimento térreo como nos demais pavimentos estão se apresentando bastante alterados, no que diz respeito à configuração espacial e a seus materiais de acabamento originais. Entretanto, ao adentrar cada cômodo, deparamos elementos e fragmentos dos materiais construtivos de acabamento e de revestimento da época de sua construção e da reforma ocorrida na década se 1970, tais como: datam da década de 1920, os tabuado escuro e claro; forros em tabuas de saia e camisa; paredes de alvenaria de 3 furos; grades em ferro existente no muro e nas bandeiras das portas; ladrilho hidráulico; argamassa de barro e cal; granilite decorado nas cores cinza, amarelo e rosa; esquadrias em madeira, veneziana e vidro; ornamentação em relevo de argamassa e das molduras das portas e janelas do interior; condutores de águas pluviais metálicos; dentre outros. E datam da década de 1970 em diante: a utilização do concreto armado; forro PVC; forro em lambris de madeira; divisórias em madeira revestida com melamínico; gesso liso e decorado; ladrilho vermelho; lajotas cerâmicas; alvenarias de tijolos cerâmicos; telhas cerâmicas trapezoidais de fibrocimento; azulejos lisos brancos e róseos; louças sanitárias; grades de ferro com ferro de secção roliça; esquadrias de ferro e alumínio; elementos vazados em concreto; portas em compensado pintado; etc. Vale ressaltar que, embora não se tenha identificado o período em que houve a transformação dos óculos em janelas no nível do porão, intervenção que altera a composição da fachada original, acredita-se que tenha ocorrido em função da implantação dos laboratórios da Faculdade de Farmácia e Odontologia. Espaços estes, que necessitaram de maior ventilação e iluminação para seu pleno uso. A distribuição espacial se dá da seguinte forma: entrada ao centro através de escada nobre que dá acesso a sala de recepção, que se interliga a um corredor de distribuição, que se interliga a todas as salas de aulas, auditório e biblioteca de formato quadrangular e retangular. Estas salas estão dispostas em sequência ao longo duas fachadas e do pátio interno enclausurado. Nasce nesse corredor do pavimento superior a escada secundária disposta ao centro do corpo principal original, que se interliga ao pavimento térreo ou porão habitável, onde estão as salas de laboratórios dispostas da mesma forma do pavimento superior. Os principais sistemas construtivos estruturais e de acabamento utilizados na construção dessa edificação são: Alicerces: Embora não se tenha comprovação, os alicerces das edificações do Centro histórico de São Luís (século XVII a inicio do século XX), normalmente são construídos em alvenaria de pedra e barro com argamassa de cal (a ser confirmada na execuçãode prospecções arquitetônicas – arqueologia da arquitetura. Porém, isso se restringe aos espaços arquitetônicos datados da década de 1920. Os espaços ampliados construído na década de 1950, provavelmente já possuem alicerce em concreto. Paredes Estruturais:as paredes originais, datadas da década de 1920 provavelmente são em alvenaria de tijolo argamassadas e pintadas contendo espessura variando em torno de 60cm. Estruturas: os anexos e varandas, construídos provavelmente na década de 1970 foram erguidos em concreto compostos por pilares, vigas e lajes, rebocadas e pintadas. Vedações: As paredes divisórias têm, em media, 15 cm de espessura, são em alvenaria de tijolo rebocada e as divisórias são em madeira, revestidas por melaminico e são constituídas por vidro liso transparente. Acabamento das Vedações: As paredes em alvenaria de tijolo são revestidas por argamassa, que receberam pintura PVA. Acabamento dos pisos: No pavimento térreo foi utilizado o piso industrial, lajotas vermelhas tipo São Caetano de formato retangular (7,5 x 15 cm) e hexagonal. Há também, revestimentos em lajotas cerâmicas. No pavimento superior, encontram-se revestimentos do período de sua construção original tais como: o piso granilite ou marmorite com desenhos imitando mosaico; piso em ladrilho hidráulico em vermelho e brando; tabuado claro e escuro, dispostos intercalados e formando desenhos geométricos; lajotas cerâmicas e cimentado liso. Estes dois últimos, mais recentes. Acabamento de paredes: No pavimento térreo, os cômodos, em sua maioria são revestidos a meia altura por azulejos brancos ou rosa; e no pavimento superior, temos reboco liso pintado com tinta PVA. O mesmo ocorre nas paredes das fachadas tanto nas originais como nas extemporâneas. Forros: No pavimento térreo foram utilizados acabamentos em gesso liso e com decoração em relevo; argamassa de cimento pintada; forro em madeira- tipo lambri e em tábuas lisas; forro PVC. Fachadas: alvenaria rebocada e pintada na cor creme, possuindo enquadramento composta por pilastras e ornamentação em argamassa pintada na cor branco. Constitui o enquadramento de fachadas estabelecido pelos pilastras/cunhais, cordões, bacias das sacadas, que dividem os andares e o barrado na cor cinza, que arremata o nível do piso marcando o embasamento da edificação. Esquadrias: no pavimento superior as esquadrias foram confeccionadas em madeira e vidro, contendo folhas de abrir cegas. Entretanto cada folha de porta ou janela com almofada simples, contem bandeira e portas cegas, que se abrem, deixando parte em madeira e vidro a vista, proporcionando penetração de luz nos ambientes. Nos volumes não originais em sua maioria as esquadrias são metálicas com vidro canelado. Fachada Interna voltada para pátio interno; alvenaria rebocada e pintada na cor creme, compostas no nível térreo por colunas quadrangulares contendo chanfro no vértice e colunas do pavimento superior com capitéis jônicos simplificados e fuste contendo arestas chanfradas. O Guarda corpo do avarandado existente no pavimento superior em granilite formando desenhos geométricos. Cobertura: estrutura em madeira serrada (tesouras, caibros e ripas) e recobrimento em telha tipo brasilit nos anexos e corredor da edificação, e telha cerâmica plan no corpo original da edificação. Os aspectos regionais de linguagem e compreensão do objeto devem ser respeitados e considerados quando da descrição. Abaixo segue lista indicativa dos termos a serem utilizados quando da descrição do objeto arquitetônico: 1. Forma da planta Cruz Latina Cruz Grega Em L Em T Em U Planta retangular Irregular Centralizada Circular Octogonal Quadrangular Etc. 2. Sistemas de composição volumétrica Simples (Volume único) Composto (múltiplos volumes) Volumetria articulada Volumetria escalonada Etc. 3. Correspondência entre compartimentação interna e elementos de composição exterior Evidente Não evidente Não existente 4. Elementos e materiais estruturais e estruturantes Coluna Esqueleto Muro Parede Pilares Pilastra Tabique Viga Etc. 5. Materiais e técnicas construtivas 6. Coberturas 6.1-Tipo de material o Cerâmica o Madeira o Palha o Vidro o Cobre o Ferro o Zinco o Fibrocimento o Tabuinha de madeira o Concreto o Etc. 6.2- Volumetria/Forma o Cúpula o Inclinada o Uma Água o Várias Águas (Especificar) o Amansardada o Plana o Etc. 7. Elementos decorativos 7.1- Fachadas 7.1.1-Composição o Simétrica o Assimétrica 7.1.2-Materiais principais da estrutura 7.1.3-Materiais de revestimento 7.1.4-Elementos de composição das fachadas 7.1.5- Formas de remate o Inferior o Embasamento o Superior (Cimalha, beira seveira, cunhal, cimalha real, etc) o Empena o Frontão (interrompido ou completo), por exemplo. 7.1.6- Elementos de remate volumétrico o Alpendres o Varandas o Nichos o Bay windows o Etc. 7.1.7-Elementos decorativos o Cornijas o Frontões o Pingadeiras o Gárgulas o Lambrequins o Esculturas o Balaústres o Etc.
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