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A13 Orientações descrição tipológica objeto arquitetônico

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Orientações para descrição tipológica de um objeto 
arquitetônico. 
 
A descrição de um bem arquitetônico resulta da 
observação objetiva e sucinta da estrutura e dos 
elementos característicos, seja nas suas vertentes 
funcionais, morfológicas, decorativas, históricas e 
simbólicas. A descrição enquanto cadastro permite 
registrar o tipo de estrutura e elementos que compõem o 
objeto arquitetônico em determinado momento, 
detectando alterações sofridas em períodos anteriores. 
 
Em linhas gerais, a descrição do objeto arquitetônico 
deve contemplar a indicação dos dados a partir do geral 
para o particular. Sugere-se como apoio para a descrição 
a seguinte estrutura: 
 
1- Iniciar o texto com descrições do contexto histórico 
onde o objeto arquitetônico está inserido; indicar a 
relevância do objeto arquitetônico quanto às impressões 
do fruidor do bem. 
2- Indicar o tipo de planta e especificar sua forma. 
3- Descrever a planta, mencionando o tipo de articulação 
existe entre os vários corpos da edificação. 
4- Indicar o tipo de coberturas, relativamente à sua 
forma, materiais e elementos que as integram. 
5- Indicar o número de pisos. 
6- Indicar os componentes estruturais e decorativos das 
fachadas. 
7- Indicar a estrutura, os materiais e técnicas 
construtivas. 
8- Indicar o histórico de alterações do bem. 
9- Indicar existência de elementos arquitetônicos ou de 
relação do bem com o entorno de destaque. 
 
EXEMPLOS: 
 
Fonte: 
Exemplos 1 a 4- Inventário do Patrimônio Cultural-
IPAC/BA. Monumentos e Sítios da Serra Geral e 
Chapada Diamantina/Edificações do Conjunto Urbano de 
Rio de Contas. 
Exemplo 5 - Projeto de Restauração do Palácio Cristo 
Rei elaborado pela Empresa Grillo à Universidade 
Federal do Maranhão, São Luís. 2012 - Descrição 
tipológica de autoria Stella Regina Soares de Brito 
Exemplo 6 - Projeto de Restauração do Palácio das 
Lágrimas elaborado pela Empresa Hermes Fonseca à 
Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 2012 - 
Descrição tipológica de autoria Stella Regina Soares de 
Brito 
 
 
Exemplo 1- Casa de Abílio César Borges 
 
Casa térrea de relevante interesse arquitetônico. 
Apresenta um corpo principal com planta 
aproximadamente quadrada, recoberta por telhado em 
duas águas com terminação beira-seveira, na fachada 
principal. No fundo há uma puxada de serviços que, 
pelas dimensões e altura de suas paredes, parece ser de 
data recente, mas que pode ter substituído o primitivo 
anexo, já arruinado. Sua fachada principal é composta 
por três portas e duas janelas de vergas abauladas e 
cercadura em madeira. As janelas possuem caixilharia 
em guilhotina. Os demais vãos têm vergas retas. A casa 
não é forrada e com exceção do apêndice de serviços, 
todo o piso é em lajota de barro cozido. Do mobiliário 
original já não resta nada. Na fachada existe uma placa, 
datada de 15/XI/1924, em homenagem a Abílio César 
Borges, Barão de Macaúbas. 
 
Exemplo 2- Igreja Matriz do SS. Sacramento 
 
Edifício de elevado valor monumental. Tribunas 
entaipadas, alicerces e pedras de amarração indicam que 
o edifício foi concluído. Em fotografias do início do 
século, a torre aparece com telhado de quatro águas e o 
adro provido de mureta. Apresenta portada central de 
cantaria, em arco pleno e duas portas menores, que são 
superpostas por igual número de janelas rasgadas, ao 
nível do coro. Com exceção da portada, os demais vãos 
do edifício possuem vergas abatidas e cercadura em 
pedra. A capela-mor tem forro em abóbada de madeira 
com pintura. O altar-mor e dois laterais são de excelente 
talha dourada. A igreja ostenta notável carpintaria, 
podendo citar-se: as safenas das tribunas; vãos de acesso 
à nave e capela-mor, guarda-corpos do coro, tribunas e 
escadas do púlpito, grade do batistério, púlpitos e o 
cancelo existente no presbitério. Existe um arcaz de boa 
talha na sacristia. Dentre a imaginária, destacam-se: N. 
Sra. do Carmo, N. Sra. das Dores e Coração de Jesus. 
 
Exemplo 3- Mercado Público Municipal 
Arquitetura menor de valor principalmente ambiental. 
Sua planta é quadrada e a recobre três telhados, 
paralelos, em duas águas. Cunhais e cornija emolduram 
as fachadas principais. Uma platibanda, onde se ler 
"Mercado Público Municipal", esconde o perfil 
serrilhado da cobertura. As duas fachadas são vazadas 
por arcos plenos. Três deles servem de acesso ao 
mercado; os demais foram fechados por "combogós" na 
década de 1960. No interior quatro pilares toscanos de 
seção circular sustentam os telhados. Todo o edifício é 
pavimentado com lajões de pedra. 
 
Exemplo 4- Casa da Fazenda Laranjeiras 
Casa de fazenda de relevante interesse arquitetônico, 
desenvolvida em um só pavimento. Apresenta planta 
retangular, com circulação central, recoberta por telhado 
em três águas, em cujo desvão existe um sótão, 
iluminado pela empena. Na parede posterior, à mão 
esquerda abrindo-se para um quintal murado, existe um 
grande apêndice, destinado aos serviços. Ainda à 
esquerda, porém no alinhamento do frontispício, há um 
pequeno anexo de época posterior, utilizado atualmente 
como cozinha. A fachada principal do edifício possui dez 
vãos com vergas em arco abatido. A porta de acesso 
aparece ligeiramente deslocada do centro da composição. 
Na fachada posterior encontramos vãos com vergas retas 
e, janelas, protegidas por barras em madeira de seção 
quadrada. O seu interior é simples, não tendo havido 
alterações, exceto no armazém, situado à esquina 
esquerda, que foi incorporado à construção. Abre-se 
sobre a capela um balcão do sótão, onde pequenos silos 
serviam para armazenamento de cereais. A casa não 
possui forros. Exceto o sótão que é tabuado, todo o corpo 
principal da casa e possui piso em lajotas de barro 
cozido. A cozinha conserva forno de tijolos em meia 
laranja. 
 
Exemplo 5- Palácio Cristo Rei 
Implantada em lote de esquina, sobre a testada e com 
afastamento laterais (norte e sul) medindo de frente, ao 
poente, 40 metros e de fundo, nascente, 45.85 metros 
(anteriormente essa profundidade era de 67,85 metros, 
quando este lote se estendia até a antiga praça da Justiça, 
hoje inexistente – ver Figura 12).Essa edificação nobre 
apresenta planta com partido retangular em “C” porém, 
vestígios de uma escada na atual edificação, nos induz 
que a edificação original possuía partido em forma de 
“L”, perfeitamente adaptado a forma do lote plano. A 
arquitetura civil desta edificação distingue-se por sua 
nobreza em estilo conhecido localmente como 
tradicional Luso-Maranhense, mas, introduz porão alto 
habitável e ornamentações neoclássicas nas portadas, 
frontarias e sobrevergas em lioz e em massa; mísulas nas 
bacias em lioz com curvas e contracurvas e, simetria do 
eixo principal. Este exemplar arquitetônico, expressa a 
difusão do neoclássico da missão artística francesa 
trazida por D. João VI, em 1816, quando as edificações 
demonstram manifestações neoplasticista, adquirindo no 
final do século XIX e princípios do século XX, novas 
feições com recuo e afastamento laterais, jardins, relevos 
decorativos, porões altos habitáveis. O inicio do século 
XIX em São Luís é marcado por um período de transição 
entre esses novos valores e a arquitetura anterior. Torna-
se bastante nítido em alguns sobrados e solares 
construídos ou reformados neste período soluções 
resultantes das tendências arquitetônicas, mas ainda 
arraigadas aos padrões tradicionais portugueses, que 
possui implantação no alinhamento frontal do lote, 
distribuição espacial dos cômodos, dos panos detelhado, 
a cimalha e o beira e bica, a repetição de janelas e o 
próprio sistema construtivos com paredes externas em 
alvenaria de pedra e cal de concha.O caso deste típico 
solar - construído para ser residência sem atividade 
comercial – o então conhecido Palácio Cristo Rei - 
possui volume definido em forma de prisma regular, 
apresentando simetria e regularidade no seu interior. A 
cobertura tem estrutura em madeira e recobrimento em 
telha de barro tipo capa canal – secção curva (telha 
colonial), composta por diversas águas, sendo que as da 
fachada são dispostas paralelamente ao logradouro 
público. Os espaços internos se voltam para pátio interno 
interligado por meios de corredores de circulação, cujo 
objetivo tem função de iluminar e ventilar ambientes 
internos. As fachadas são sólidas construídas em 
alvenarias de pedra e cal rebocada e pintada, com vãos 
distribuídos de maneira uniforme e simétrica no plano 
das fachadas nobres. Na abertura de tais vãos, prevalece 
o uso de umbrais de pedra lioz ou molduras em 
argamassa pintadas na cor branco. As aberturas do solar 
com mirantes possuem grades de ferro forjado com 
desenhos geométricos e curvilíneos, posicionados sobre 
bacias em pedra de cantaria engastada nas alvenarias, 
formando balcões sacados e corridos. A fachada Oeste 
voltada para a Rua Rio Branco possui risco simétrico, 
com ligeira supremacia de cheios e vazios, sem 
reentrâncias ou saliências, exceto as resultantes dos 
beirais das sacadas, das portadas e das guarnições dos 
vãos, que se apresentam em cantaria no nível do 
pavimento térreo e em massa no nível do pavimento 
superior e mirante. A correspondência de prumada dos 
vãos da fachada é constante no nível do pavimento 
superior e mirante, bem como o nivelamento das vergas 
em arco abatido. No pano da fachada principal (oeste) no 
nível do pavimento térreo observam-se sete óculos 
guarnecidos de gradis de ferro forjado,dispostos 
horizontalmente, em seqüência com formato oval, que 
servem para ventilação e iluminação dos cômodos. E nos 
corpos laterais, porta central destaca-se pela sua 
ornamentação de influência neoclássica e de altura mais 
alta, que as janelas em arco abatido que os 
ladeiam.Observa-se também na fachada principal, o 
barrado liso de rodapé marcando embasamento da 
edificação e as esquinas com base e capitel, lembrando 
as ordens clássicas, de origem renascentista, 
normalmente adotada na arquitetura portuguesa. Nos 
pedestais e nas bases o uso de cantaria. Ladeando esse 
pano de fachada do corpo principal, portas encimadas 
por coroamentos neoclássicos, que de um lado dá acesso 
ao jardim lateral e à escada nobre, que viabiliza o acesso 
à varanda do pavimento superior. A outra porta, do lado 
esquerdo - norte– dá acesso – a ala lateral – corpo 
secundário da edificação. No pavimento superior, a 
fachada principal – oeste – constituída por quatro janelas 
duas de cada lado e três janelas rasgadas, na prumada do 
pavimento do mirante da edificação), que dão acesso ao 
balcão sacado em cantaria apoiados em mísulas 
decoradas com folhas, motivos renascentistas. Todos os 
vãos desta fachada são em arco abatido. No nível do 
mirante, a fachada é composta por três janelas rasgadas 
com bandeiras vedadas por gradis em ferro trabalhado 
iguais as do pavimento superior. Os oitões referentes às 
paredes laterais no nível do mirante apresentam-se 
guarnecidas com telhas de barro, recurso utilizado para 
proteção das paredes em alvenaria de taipa, embora 
atualmente essas paredes já tenham sido reconstruídas 
em alvenaria de tijolo rebocada, que pode também ser 
entendida como uma adaptação da arquitetura lusa aos 
trópicos maranhenses. Essa fachada nobre apresenta 
cunhais, cimalhas, beirais e vãos emoldurados. As 
esquadrias, elementos de vedação das portas e janelas 
são confeccionadas em madeira de lei. As portas internas 
são cegas e almofadadas; as janelas externas e internas 
em madeira e vidro - tipo guilhotina e as janelas rasgadas 
em madeira contendo bandeira, veneziana e vidro. Vale 
destacar que as janelas voltadas para o pátio interno, 
atual jardim com chafariz possui bandeira em madeira e 
vidro martelados coloridos. A fachada sul (nobre) é 
simétrica, exibe delicada portada em cantaria com o 
respectivo arco abatido acentuado, alterando inclusive o 
telhado. Volutas, folhas de acanto estilizadas, flor-de-liz, 
etc. completam a decoração. Em destaque, na porta 
almofadada com aldraba. Os demais vãos desta fachada 
são simples e sem bandeiras. 
O interior apresenta-se com materiais construtivos e de 
revestimentos, a nosso ver com grande parte alterados, 
após as diversas intervenções/reformas sofridas (1948, 
1968, 1970) para se adequar as novas funções de uso e 
da ultima e talvez a maior delas,decorrente da 
necessidade de reconstrução de grande parte de seus 
espaços do corpo principal, após o incêndio ocorrido em 
outubro de 1991. Em vistorias realizadas “in loco”, 
constata-se a presença de beiral em mão francesa no 
pavimento térreo ao longo da varanda voltada para o 
pátio interno - atual jardim, que contem um chafariz 
remontado. Sobre este chafariz encontramos informações 
que foi colocado em 1973 para ornamentar jardim, tendo 
sido oferecido pela Sra. D. Eney de Santana, esposa do 
ex-governador, Pedro Neiva de Santana, a pedido do 
professor Clidenor Pedrosa, que segundo informações o 
chafariz pertencia a Praça Deodoro, retirado de lá por 
vândalos tendo sido armazenado no galpão CIMEC. 
Nessa ocasião o chafariz foi restaurado. Inclusive cabe 
aqui a observação que levantamos a hipótese das bacias 
não pertencerem a único chafariz, mas, sim a dois 
chafarizes.Observe que as bacias correspondem ao 
mesmo tamanho, quando a bacia de cima deveria ser de 
dimensão– diâmetro menor.No piso deste jardim tem-se 
grama, seixos rolados e pedra “lioz”. Sobre ele não foi 
possível identificar o local do poço, e nas paredes de 
fundo do lote existe carranca jorrando água, 
representando Netuno, deus mitológico, senhor dos 
mares e das águas. Foi confeccionada por um aluno do 
curso de Desenho Industrial da UFMA, segundo 
informações obtidas no guia de visitação do Palácio 
Cristo Rei. O piso do pavimento térreo está atualmente 
revestido por lajotas cerâmica industrializada colocada 
na reforma pós-incêndio de 1991. E os demais pisos são 
em tábuas de madeira de lei. O teto no cômodo 
correspondente ao terraço do pavimento superior possui 
três abóbadas de berço servindo de forro dos três 
cômodos, onde estão entrada principal ao Memorial, a 
sala de consultas e a sala de e exposições temporárias e 
permanentes. 
 
Peças Ornamentais de influência neoclássica 
 
No final do século XIX e nas primeiras décadas do 
século XX, a arquitetura tradicional luso-maranhense 
passou por transformações seguindo tendências dos 
estilos art noveau e eclético. Entre as peças ornamentais 
está a pinha em faiança portuguesa, foi confeccionado 
com acabamento em vidrado nas cores: branco, amarelo 
e azul, que adorna muro lateral do palácio Cristo Rei. 
Essa peça ornamenta muro em alvenaria rebocada 
composta por gradis de ferro, intercalado por colunas 
encimadas pelas citadas pinhas.Adornando também o 
muro, agora o frontal, vê-se estátua, fabricada em faiança 
na cor branco leitoso, representando Diana. Segundo a 
mitologia romana, Diana, era a deusa-virgem da lua, 
irmã gêmea de Apolo, poderosa caçadora e protetora das 
cidades, dos animais e das mulheres. Filha de Júpiter e 
de Latona. Diana era cultuada em templos rústicos nas 
florestas, onde os caçadores lhe ofereciamsacrifícios. Na 
arte romana, era em geral representada como caçadora, 
com arco e aljava, acompanhada de um cão ou cervo. 
A azulejaria constitui no universo patrimonial luso-
brasileiro, uma das manifestações de expressão artísticas 
de maior autenticidade, se fazendo presente no 
quotidiano ludovicense de forma contundente e quase 
permanente, tal a profusão de testemunhos existentes no 
centro histórico de São Luís. Entre as diversas tipologias 
da arte azulejar, na capital maranhense, têm particular 
expressão, os registros de santos, painéis devocionais que 
conferem uma nota de pitoresco as fachadas da 
arquitetura civil e pública de influência portuguesa e 
constituem testemunhos de “religiosidade popular”. 
Figuram, geralmente, nas fachadas e átrios das 
edificações como é caso do Palácio Cristo Rei, podendo 
encontrar-se, por vezes, em frontões, muros e nichos, de 
quintas e palácios, ou ainda, aplicados em equipamentos 
rurais. Provavelmente, essa peça azulejar - registro 
devocional “Coração de Jesus” - foi inserida na fachada 
lateral do Solar, quando da instalação da Sede do 
Arcebispado neste imóvel na década de 1950. 
Exemplo 6- Palácio das Lagrimas 
A Faculdade de Farmácia e Odontologia do Maranhão 
nasce na edificação situada a Rua São João sob o n. 546, 
que foi construída em 1921-1922, no governo Urbano 
Santos da Costa Araujo, para abrigar a antiga Escola 
Modelo Benedito Leite (uso institucional educacional – 
curso completo de pedagogia pratica para alunos do 
curso do Lyceu Maranhense e dos professores do 
Estado). Nesse lote de terra havia um sobrado urbano de 
três pavimentos, de uso residencial e comercial, em 
estado de ruínas, conhecido como “Palácio das 
Lagrimas”, pertencente ao rico comerciante e mercador 
de escravos, Jerônimo de Pádua. 
 
A edificação atual retrata o gosto das construções da 
época - o estilo eclético – constituído de dois 
pavimentos: o pavimento térreo ou porão habitável e o 
pavimento superior, que possui entrada principal por 
escada nobre, localizada frontalmente à esquina da Rua 
São João com a Rua da Paz. Os vãos das esquadrias 
possuem vergas retas e são decoradas com adornos em 
argamassa pintados na cor branca. As esquadrias são em 
madeira e vidro liso translúcido. A implantação desta 
edificação está recuada em relação ao alinhamento dos 
logradouros públicos citados e os limites do lote. 
Ocupava, originalmente, formato em “C” com pátio 
interno nos fundos do lote. 
Atualmente, encontra-se em forma de “O” com anexos 
localizados na lateral – limítrofe leste e ao fundo 
limítrofe norte avançando para lotes vizinhos. 
A separação entre o lote e os passeios públicos, se 
processa por um muro de alvenaria intercalado por 
colunas e grades em ferro batido de secção quadrada com 
pontas pontiagudas em forma de lança. Em frente à 
entrada principal, há um portão em ferro que viabiliza a 
ligação entre o exterior e o jardim frontal e lateral, que 
ocupa o espaço de dimensões estreitas e longas entre 
muro e a edificação - uma característica herdada das 
grandes construções neoclássicas, datadas do final do 
século XIX e inicio do século XX. As fachadas: sul (Rua 
da Paz) e leste (Rua São João) são encimadas por 
platibandas recortadas contendo ornamentação retilínea 
em massa, típicas do período que se aproxima – o Art 
Decó. Sobre o portal de entrada encontramos frontão 
curvilíneo vazado contendo curvas, contra curvas e o 
brasão da cidade sobre a flor de liz em relevo - Figura 5. 
Ao centro da fachada leste, emerge balcão sacado sobre 
mísulas em argamassa, formando um conjunto terminado 
em um pequeno frontão coroado com pináculo que é 
interrompido por platibanda, no qual encontramos a 
inscrição em relevo “1921”, o ano da inauguração desta 
edificação. 
 
Cabe aqui mencionar que essa Escola de Farmácia e 
Odontologia se expande para lateral Norte e Oeste 
provavelmente na década de 1970, ocupando outro lote, 
onde anteriormente encontrava-se edificada uma casa 
térrea – tipo morada inteira com mirante, de estilo 
tradicional luso-brasileiro. Esta analise pode ser 
fundamentada nos registros documentais constantes: 
- nos álbuns de 1923 e 1950, nos quais, verifica-se que a 
edificação da Escola Modelo Bendito Leite se manteve 
com a mesma feição arquitetônica eclética de sua 
concepção original. E ainda, 
- no mapa cadastral de 1958 (elaborado sobre 
aerofotografia de 1956) arquivado no centro de 
documentação do IPHAN-MA, onde os anexos ainda não 
estavam presentes neste contexto urbano. 
A ampliação do anexo na direção Oeste (fundos do lote) 
fecha o pátio interno, tornando-o enclausurado. Estende-
se ainda na lateral frontal leste para além deste lote 
original. Ergue-se volume contemporâneo em estrutura 
independente em concreto armado. 
 
A distribuição interna dos cômodos tanto no pavimento 
térreo como nos demais pavimentos estão se 
apresentando bastante alterados, no que diz respeito à 
configuração espacial e a seus materiais de acabamento 
originais. Entretanto, ao adentrar cada cômodo, 
deparamos elementos e fragmentos dos materiais 
construtivos de acabamento e de revestimento da época 
de sua construção e da reforma ocorrida na década se 
1970, tais como: datam da década de 1920, os tabuado 
escuro e claro; forros em tabuas de saia e camisa; 
paredes de alvenaria de 3 furos; grades em ferro existente 
no muro e nas bandeiras das portas; ladrilho hidráulico; 
argamassa de barro e cal; granilite decorado nas cores 
cinza, amarelo e rosa; esquadrias em madeira, veneziana 
e vidro; ornamentação em relevo de argamassa e das 
molduras das portas e janelas do interior; condutores de 
águas pluviais metálicos; dentre outros. E datam da 
década de 1970 em diante: a utilização do concreto 
armado; forro PVC; forro em lambris de madeira; 
divisórias em madeira revestida com melamínico; gesso 
liso e decorado; ladrilho vermelho; lajotas cerâmicas; 
alvenarias de tijolos cerâmicos; telhas cerâmicas 
trapezoidais de fibrocimento; azulejos lisos brancos e 
róseos; louças sanitárias; grades de ferro com ferro de 
secção roliça; esquadrias de ferro e alumínio; elementos 
vazados em concreto; portas em compensado pintado; 
etc. Vale ressaltar que, embora não se tenha identificado 
o período em que houve a transformação dos óculos em 
janelas no nível do porão, intervenção que altera a 
composição da fachada original, acredita-se que tenha 
ocorrido em função da implantação dos laboratórios da 
Faculdade de Farmácia e Odontologia. Espaços estes, 
que necessitaram de maior ventilação e iluminação para 
seu pleno uso. 
 
A distribuição espacial se dá da seguinte forma: entrada 
ao centro através de escada nobre que dá acesso a sala de 
recepção, que se interliga a um corredor de distribuição, 
que se interliga a todas as salas de aulas, auditório e 
biblioteca de formato quadrangular e retangular. Estas 
salas estão dispostas em sequência ao longo duas 
fachadas e do pátio interno enclausurado. Nasce nesse 
corredor do pavimento superior a escada secundária 
disposta ao centro do corpo principal original, que se 
interliga ao pavimento térreo ou porão habitável, onde 
estão as salas de laboratórios dispostas da mesma 
forma do pavimento superior. 
 
Os principais sistemas construtivos estruturais e de 
acabamento utilizados na construção dessa edificação 
são: 
Alicerces: Embora não se tenha comprovação, os 
alicerces das edificações do Centro histórico de São Luís 
(século XVII a inicio do século XX), normalmente são 
construídos em alvenaria de pedra e barro com 
argamassa de cal (a ser confirmada na execuçãode 
prospecções arquitetônicas – arqueologia da arquitetura. 
Porém, isso se restringe aos espaços arquitetônicos 
datados da década de 1920. Os espaços ampliados 
construído na década de 1950, provavelmente já 
possuem alicerce em concreto. 
Paredes Estruturais:as paredes originais, datadas da 
década de 1920 provavelmente são em alvenaria de tijolo 
argamassadas e pintadas contendo espessura variando em 
torno de 60cm. 
Estruturas: os anexos e varandas, construídos 
provavelmente na década de 1970 foram erguidos em 
concreto compostos por pilares, vigas e lajes, rebocadas 
e pintadas. 
Vedações: As paredes divisórias têm, em media, 15 cm 
de espessura, são em alvenaria de tijolo rebocada e as 
divisórias são em madeira, revestidas por melaminico e 
são constituídas por vidro liso transparente. 
Acabamento das Vedações: As paredes em alvenaria de 
tijolo são revestidas por argamassa, que receberam 
pintura PVA. 
Acabamento dos pisos: No pavimento térreo foi 
utilizado o piso industrial, lajotas vermelhas tipo São 
Caetano de formato retangular (7,5 x 15 cm) e 
hexagonal. Há também, revestimentos em lajotas 
cerâmicas. No pavimento superior, encontram-se 
revestimentos do período de sua construção original tais 
como: o piso granilite ou marmorite com desenhos 
imitando mosaico; piso em ladrilho hidráulico em 
vermelho e brando; tabuado claro e escuro, dispostos 
intercalados e formando desenhos geométricos; lajotas 
cerâmicas e cimentado liso. Estes dois últimos, mais 
recentes. 
Acabamento de paredes: No pavimento térreo, os 
cômodos, em sua maioria são revestidos a meia altura 
por azulejos brancos ou rosa; e no pavimento superior, 
temos reboco liso pintado com tinta PVA. O mesmo 
ocorre nas paredes das fachadas tanto nas originais como 
nas extemporâneas. 
Forros: No pavimento térreo foram utilizados 
acabamentos em gesso liso e com decoração em relevo; 
argamassa de cimento pintada; forro em madeira- tipo 
lambri e em tábuas lisas; forro PVC. 
Fachadas: alvenaria rebocada e pintada na cor creme, 
possuindo enquadramento composta por pilastras e 
ornamentação em argamassa pintada na cor branco. 
Constitui o enquadramento de fachadas estabelecido 
pelos pilastras/cunhais, cordões, bacias das sacadas, que 
dividem os andares e o barrado na cor cinza, que 
arremata o nível do piso marcando o embasamento da 
edificação. 
Esquadrias: no pavimento superior as esquadrias foram 
confeccionadas em madeira e vidro, contendo folhas de 
abrir cegas. Entretanto cada folha de porta ou janela com 
almofada simples, contem bandeira e portas cegas, que 
se abrem, deixando parte em madeira e vidro a vista, 
proporcionando penetração de luz nos ambientes. Nos 
volumes não originais em sua maioria as esquadrias são 
metálicas com vidro canelado. 
Fachada Interna voltada para pátio interno; alvenaria 
rebocada e pintada na cor creme, compostas no nível 
térreo por colunas quadrangulares contendo chanfro no 
vértice e colunas do pavimento superior com capitéis 
jônicos simplificados e fuste contendo arestas 
chanfradas. O Guarda corpo do avarandado existente no 
pavimento superior em granilite formando desenhos 
geométricos. 
Cobertura: estrutura em madeira serrada (tesouras, 
caibros e ripas) e recobrimento em telha tipo brasilit nos 
anexos e corredor da edificação, e telha cerâmica plan no 
corpo original da edificação. 
 
 
Os aspectos regionais de linguagem e compreensão do 
objeto devem ser respeitados e considerados quando da 
descrição. Abaixo segue lista indicativa dos termos a 
serem utilizados quando da descrição do objeto 
arquitetônico: 
 
1. Forma da planta 
Cruz Latina 
Cruz Grega 
Em L 
Em T 
Em U 
Planta retangular 
Irregular 
Centralizada 
Circular 
Octogonal 
Quadrangular 
Etc. 
 
2. Sistemas de composição volumétrica 
Simples (Volume único) 
Composto (múltiplos volumes) 
Volumetria articulada 
Volumetria escalonada 
Etc. 
 
3. Correspondência entre compartimentação interna 
e elementos de composição exterior 
Evidente 
Não evidente 
Não existente 
 
4. Elementos e materiais estruturais e estruturantes 
Coluna 
Esqueleto 
Muro 
Parede 
Pilares 
Pilastra 
Tabique 
Viga 
Etc. 
 
5. Materiais e técnicas construtivas 
 
6. Coberturas 
6.1-Tipo de material 
o Cerâmica 
o Madeira 
o Palha 
o Vidro 
o Cobre 
o Ferro 
o Zinco 
o Fibrocimento 
o Tabuinha de madeira 
o Concreto 
o Etc. 
 
6.2- Volumetria/Forma 
o Cúpula 
o Inclinada 
o Uma Água 
o Várias Águas (Especificar) 
o Amansardada 
o Plana 
o Etc. 
 
7. Elementos decorativos 
7.1- Fachadas 
7.1.1-Composição 
o Simétrica 
o Assimétrica 
7.1.2-Materiais principais da estrutura 
7.1.3-Materiais de revestimento 
7.1.4-Elementos de composição das fachadas 
7.1.5- Formas de remate 
o Inferior 
o Embasamento 
o Superior (Cimalha, beira seveira, cunhal, cimalha real, 
etc) 
o Empena 
o Frontão (interrompido ou completo), por exemplo. 
7.1.6- Elementos de remate volumétrico 
o Alpendres 
o Varandas 
o Nichos 
o Bay windows 
o Etc. 
7.1.7-Elementos decorativos 
o Cornijas 
o Frontões 
o Pingadeiras 
o Gárgulas 
o Lambrequins 
o Esculturas 
o Balaústres 
o Etc.

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