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1 FARMACOCINÉTICA III: Biotransformação de Medicamentos Objetivos: Inativação e aumentar hidrossolubilidade. Hepática: Fase I – Oxidação, redução, hidrólise, n-alquilação via oxidases (citocromo P450) do SMH Fase II – Conjugação ao glucoronil, sulfato, metil, acetil via transferases Não Hepática: Plasma, Rins, Mucosa TGI, Pulmões FARMACOCINÉTICA III: Biotransformação de Medicamentos Exemplos de metabolismo de fármacos Consequência do Metabolismo Sulfonamidas →→→→ Derivados acetilados Fármaco ativo →→→→ Metabólito inativo Enalapril (Pró-Droga) →→→→ Enalaprilato Fármaco inativo →→→→ Metabólito ativo Morfina →→→→ Morfina 6-glucoronídeo Fármaco ativo →→→→ Metabólito ativo Diazepan →→→→ Desmetildiazepan →→→→ Oxazepan Fármaco ativo →→→→ Metabólito ativo Paracetamol →→→→ N-acetil-benzoquinoeimina Fármaco ativo →→→→ Metabólito tóxico Biotransformação Fases da biotransformação hepática do AAS Biotransformação Hepática Fase I – Sistema da Monooxigenase P 450 Superfamília do grupo Heme. 74 famílias do gene CYP – CYP1, CYP2 e CYP3 mais importantes. CYP1A1 – Teofilina. CYP1A2 – Cafeína, Paracetamol, Teofilina, Tacrina. CYP2A6 – Metoxifluorano CYP2C8 – Taxol. CYP2C9 – Ibuprofeno, Fenitoína, Tolbutamida, Warfarina. CYP2C19 – Omeprazol. CYP2D6 – Clozapina, Codeína, Metoprolol, Debrisoquina. CYP2E1 – Etanol, Enflurano, Halotano. CYP3A4/5 – Ciclosporina, Losartan, Nifedipina, Terfenadina. 2 Biotransformação Hepática O ciclo P450 da monooxigenase 1. O Fármaco liga-se ao P450 que contém ferro na forma férrica (Fe+++). 2. O produto recebe um e- da NADPH-P450 redutase, reduz o Ferro em Fe++, combina-se com o O2, um H+ e um segundo e- (da NADPH-P450 redutase ou do citocromo b5) para formar Fe++OOHxDH 3. Esse complexo combina-se com outro H+ e um complexo oxeno férrico (FeO)3+ xDH. 4. O (FeO)3+ extrai um átomo de hidrogênio da DH, formando EAOs, liberando a DOH (oxidada) e regenerando a enzima P450. Biotransformação – Reações de Fase II Reações de Fase II Conjugação depende de um “cabo”: hidroxila, tiol ou amino. Conjugado excretado na urina ou na bile. Grupos envolvidos: glicuronil, sulfato, metil, acetil, glicil e glutationa. FORMAÇÃO DE GLICURONÍDIO: UDP – αααα – glicuronídio Conjugado – ββββ – glicuronídio – substância Transferência de glicuronil UDP – glicuronil transferase Fatores que alteram a Biotransformação Espécie animal / raça / cepa. Redução na função hepática: Idade Patologia: cirrose hepática e insuficiência hepática Interações Farmacológicas: Inibição Enzimática Indução Enzimática INIBIÇÃO DO P450 – Diferem na seletividade para as diferentes isoformas. CYP2D6 – Quinidina (competitivo, não é substrato) CYP3A4 – Cetoconazol (não competitivo); Gestodeno. CYP2E1 – Dietilcarbamato CYP1A2 – Furafilina 3 Fatores que alteram a Biotransformação INDUÇÃO ENZIMÁTICA Uso repetido aumenta a atividade das oxidases e transferases. Exemplos: Etanol, Rifampicina, Carbamazepina, Barbitúricos, Benzopireno, Hicrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) HPA ligam-se a rec Ah- e complexo é transportado ao núcleo onde ligam-se a elementos responsivos do receptor Ah no DNA. Etanol induz CYP2E1 e estabiliza o mRNA e a proteína P450. Outros fármacos que induzem o P450: estrógenos, rinfanpicina, fenilbutazona e benzopireno. Efeitos do tratamento agudo com benzopireno na taxa de biotransfor- mação do próprio fármaco. Outras Reações de Fase I REAÇÕES DE OXIDAÇÃO QUE NÃO ENVOLVEM O P450 ETANOL – Álcool Desidrogenase solúvel. 6-Mercaptopurina – Xantina Oxidase solúvel. Monoaminas – Monoamino Oxidase (MAO) mitocondrial (MP externa): oxidação de catecolaminas (epinefrina, norepinefrina, dopamina), tiramina, indolaminas (5-hidroxitriptamina) REAÇÕES DE REDUÇÃO: WARFARIN – CYP2A6 converte uma cetona em hidroxila. REAÇÕES DE HIDRÓLISE – Não envolvem o SMH, ocorrem no plasma e em outros tecidos: ligações ÉSTER e AMIDAS EX. Acetilcolinesterase e Butirilcolinesterase Fármaco ativo Metabólitos P450 Fármaco ativo Metabólitos P450 Indução enzimática Síntese de enzimas microsomais Administração repetida 4 Fármaco ativo Metabólitos P450 Fármaco ativoMetabólitos P450 Inibição enzimática Inibe competitivamente e não competitivamente Álcool Barbituratos Anestésicos Hipoglicemiantes Anticonvulsivantes Griseofulvina Omeprazol Fenilbutazona Rifampicina Tabagismo Indutores Cimetidina Eritromicina Suco de pomelo Cetoconazol Quinidina Inibidores Biotransformação do fármacos •Diferenças individuais •Fatores genéticos •Fatores ambientais •Idade, sexo •Fatores mórbidos •Interações medicamentosas durante o metabolismo FARMACOCINÉTICA III: Eliminação de Medicamentos Vias de eliminação: RENAL Pulmonar Hepato-biliar Leite materno Fezes Glândulas: Suor, saliva e lágrima 5 Eliminação Renal Estrutura do Néfron Processos Renais Fatores que modificam os processo renais Urina contém subst. excretada Somente a droga livre Pode ser filtrada STA RTP PM FSR Sub. ácida Sub. básica Lipossolubilidade pH da urina Saturação Competição pelo mesmo mecanismo HA ↔↔↔↔ H+ + A- Depuração renal = TFG + T. Secreção – T. Reabsorção Exemplos de fármacos que são ativamente secretados nos túbulos renais Importância do pH da urina Fármacos Ácidos Fármacos Básicos Ácido úrico Ácido salicílico Diuréticos tiazídicos Probenicida Penicilina Sulfimpirazona Conjugados de glicina Conjugados de sulfato Conjugados de ác. Glucurônico Amilorida Dopamina Histamina Serotonina Morfina Petidina Talazolina Quinidina Compostos de amônio quaternário G ra u io n iza çã o Meio básico Meio básico G ra u io n iza çã o 6 Fatores que interferem na eliminação renal de um fármaco � Insuficiência Renal � Idade � � Fluxo sanguíneo renal: hemorragias, Falência cardíaca � Competição de duas drogas pelo mesmo mecanismo de secreção – ex. Penicilina + Probenicida � pH da urina ex. alcalinização urina facilita a eliminação de substâncias ácidas Excreção Biliar e circulação entero-hepática (CEH) (1) Ingestão do fármaco (2) Absorção – veia porta Conjugação ác glucurônico Capilar biliar Hepatócito Metabólito Conjugado Eliminação biliar Desconjugação por glucoronidase bacteriana Veia porta Absorção enteral Droga lipofílica Droga conjugada Eliminação Renal Mudanças no trânsito do TGI podem aumentar ou reduzir a T1/2 dos fármacos que sofrem o CEH. Cinéticas de Eliminação Grau 0 (zero) – Eliminação por mecanismo saturável. Neste caso, a taxa de eliminação é constante: uma certa quantidade de fármaco será eliminada por unidade de tempo. Grau 1 (um) – Eliminação por mecanismo não saturável. A taxa de eliminação obedece a uma equação exponensial a cada pacote de tempo o organismo elimina 50% do fármaco presente no plasma (T1/2) MEIA-VIDA DE ELIMINAÇÃO (T1/2 ββββ) Conceito: é o tempo necessário para que a concentração plasmática caia para metade de seu valor inicial. C o n c e n t r a ç ã o P l a s m á t i c a Tempo (múltiplos de meia vida) 1 2 3 4 5 50 % de decréscimo (Conc. = 12.5) 50 % de decréscimo (Conc. = 25) 50 % de decréscimo (Conc. = 50) 7 Importância da T1/2 para a prescrição do regime posológico de dosagens múltiplas C o n c e n t r a ç ã o P l a s m á t i c a 1 2 3 4 5 6 Tempo (múltiplos de T1/2) Cee: •••• Obtida após 4-5 T1/2 (92 a 95 % da Cee) •••• Tempo para atingir Cee não depende da dose Flutuação: •••• ~ ao intervalo de dosagemValor Cee: • ~ à Dose/intervalo • ~ à Biodisponibilidade e depuração T1/2 INTERVALO DE DOSAGEM ���� DOSE DE ATAQUE – “ bolus” = Vd . Cee Dose Ataque NP minimo efetivo Cinéticas de Eliminação Grau 0 (zero) – Eliminação por mecanismo saturável. Neste caso, a taxa de eliminação é constante: uma certa quantidade de fármaco será eliminada por unidade de tempo. Grau 1 (um) – Eliminação por mecanismo não saturável. A taxa de eliminação obedece a uma equação exponensial a cada pacote de tempo o organismo elimina 50% do fármaco presente no plasma (T1/2) MEIA-VIDA DE ELIMINAÇÃO (T1/2 ββββ) Conceito: é o tempo necessário para que a concentração plasmática caia para metade de seu valor inicial. C o n c e n t r a ç ã o P l a s m á t i c a Tempo (múltiplos de meia vida) 1 2 3 4 5 50 % de decréscimo (Conc. = 12.5) 50 % de decréscimo (Conc. = 25) 50 % de decréscimo (Conc. = 50) MEIA-VIDA DE ELIMINAÇÃO (T1/2 ββββ) Conceito: é o tempo necessário para que a concentração plasmática caia para metade de seu valor inicial. 8 16 24 32 40 48 56 T1/2 1 2 3 4 5 6 7 T (h) Cp mcg/ml 20 10 5 15 8 Concentração no Steady State 8 16 24 32 40 48 56 T1/2 1 2 3 4 5 6 7 T (h) Cp mcg/ml 20 10 5 15 Css med Css min Css max Importância da T1/2 para a prescrição do regime posológico de dosagens múltiplas C o n c e n t r a ç ã o P l a s m á t i c a 1 2 3 4 5 6 Tempo (múltiplos de T1/2) Cee: •••• Obtida após 4-5 T1/2 (92 a 95 % da Cee) •••• Tempo para atingir Cee não depende da dose Flutuação: •••• ~ ao intervalo de dosagem Valor Cee: • ~ à Dose/intervalo • ~ à Biodisponibilidade e depuração T1/2 INTERVALO DE DOSAGEM ���� DOSE DE ATAQUE – “ bolus” = Vd . Cee Dose Ataque NP minimo efetivo CLEARANCE (Cl) – l/min • Clearance (Cl) é o volume de sangue totalmente depurado de um certo fármaco por unidade de tempo (litros/minutos ou ml/min ou l/h). Cl total = Cl renal +Cl hepático + Cl pulmonar + ... Exemplos de Cl em ml/min/kg Cl creatinina: 1,4 – 1,7 ml/min (100% renal) Cl penicilina G: 5 – 9 ml/min (99% renal) Cl AAS: 9,3 ml/min (90% renal e 10% hepática) Cl Morfina: 24 ml/min (hepático) Relação e Importância do Clearance, T1/2 e Vd T1/2ββββ INTERVALO DE DOSAGEM Vd DOSE = Vd.Cp Dep Depuração = k . Vd Cl = 0.693 x Vd T 1/2 9 Influência do regime de dosagem no nível plasmático da droga Dosagem única Infusão endovenosa Doses Intermitente Elaboração e otimização dos esquemas posológicos �Nível plasmático desejado da droga ���� Dose de manutenção (Vd) ���� Intervalo posológico (T1/2) �Individualização da dose: peso, idade, superfície corporal, interação de drogas e estados patológicos. ���� Monitoração terapêutica da droga Dose de Ataque x Dose de Manutenção Dose de Ataque (DA) – Dose inicial elevada que alcança a Cp desejada (Css) imediatamente. DA = Cee x Vd/F Dose de Manutenção (DM) – Dose administrada regularmente para produzir e/ou manter a Cp em equilíbrio dinâmico (Css). DM = Cee x CL/F CL = K/C CL = K x Vd K = 0,693/T1/2 CL = 0,693 x Vd/T1/2 Flutuação da (Css max x Css min) Css Méd – Cp média do fármaco no SS Css Max – Cp máxima no SS Css Min – Cp minima no SS T – Intervalo de dose. Css med = F x D / CL x T Css Max = (F x D / Vd) / Fração perdida. Css Min = Css Max x Fração remanescente. K = 0,693/T1/2 Css med = F x D / CL x T (T = intervalo entre as doses) Freq Doses = CL x Css / F Cssmax = (F x Dose/Vd ) / 1 - e (-K x T) Cssmin = Cssmax x e (- K x T) 10 MARGEM DE SEGURANÇATERAPÊUTICA Definição: é o intervalo de concentração de um fármaco dentro do qual existe uma alta probabilidade de conseguir a eficácia terapêutica com toxicidade mínima na maioria dos pacientes. N ú m e r o d e p a c i e n t e s ( % ) Concentração plasmática Efeitos Tóxicos Efeitos Terapêuticos MARGEM TERAPÊUTICA IT = DT50 DE50 Cinética normal de eliminação e de saturação
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