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BIOTRANSFORMAÇÃO E EXCREÇÃO DE FÁRMACOS Administração do Fármaco Estágios do Fármaco no Organismo Liberação do Princípio Ativo Interação no sítio de Administração Absorção Distribuição Metabolismo Excreção Interação Fármaco-Receptor no Tecido Alvo (Adaptado de Ariens, EJ. Clin. Pharmacol. Ther. 16:155, 1974) I Fase Biofarmacêutica Fármaco Disponível para Absorção II Fase Farmacocinética Fármaco Disponível para Ação III Fase Farmacodinâmica Efeito Farmacológico Biotransformação de Fármacos Xenobióticos: Derivado do grego xeno que significa estranho, é usado para indicar uma substância estranha ao organismo. Os xenobióticos podem produzir efeitos benéficos, como por exemplo os medicamentos, ou adversos (toxicante ou agente tóxico, carcinógeno). Biotransformação: As substâncias xenobióticas são, em sua maioria, lipofílicas → facilita sua distribuição e absorção, entretanto compromete sua excreção posterior. Biotransformação de Fármacos A biotransformação contribui muito para eliminação final de fármacos do organismo Reações químicas de biotransformação: Fase I e Fase II -São várias as conseqüências da biotransformação de fármacos; ela é um mecanismo através do qual o organismo se desfaz de xenobióticos (compostos estranhos e fármacos); consiste em carregar eletricamente o fármaco para que, ao passar pelos túbulos renais, não seja reabsorvido, ou ainda torná-lo polar, hidrossolúvel, capaz de ser excretado Metabolismo Excreção Biotransformação Biotransformação de Fármacos Biotransformação enzimática: metabolização de substâncias químicas exógenas a compostos hidrossolúveis apropriados a excreção renal ou biliar. Sistemas enzimáticos: -Fígado -Rins -Pulmões -Epitélio gastro-intestinal Importância da Biotransformação de Fármacos Biotransformação Geração de Metabólitos Polares Não Reabsorvidos nas Membranas Tubulares dos Néfrons Excreção na Urina Fármaco Apolar Importância da Biotransformação de Fármacos Remoção da Droga Urina Metabólito Polar Não reabsorvido nas membranas tubulares Excretado Biotransformação Importância da Biotransformação de Fármacos Fígado Metabolismo de 1a Passagem Biotransformação Hepática Inativa Fração Significativa de Alguns Fármacos (Morfina: biodisponibilidade de 25% por via oral) Mecanismos da Biotransformação de Fármacos Reações de Fase I (Reação de Funcionalização) Reações de Fase II (Reação Biossintética ou de Conjugação) Ocorrem reações de oxidação, hidroxilação, desalquilação, desaminação, hidrólise Geralmente resultam em perda da atividade farmacológica (Exceção para as pró-drogas) Formação de compostos quimicamente reativos (as vezes mais tóxicas que o fármaco original) Ligação covalente entre um grupo funcional e o ácido glicurônico, o sulfato, o glutation, aminoácidos ou o acetato. - Os conjugados formados costumam ser inativos e são excretados na urina. Mecanismos da Biotransformação de Fármacos Geralmente, o fígado é o maior e algumas vezes o único sítio de biotransformação de fármacos. Várias destas reações ocorrem no retículo endoplasmático hepático. O fármaco pode ser, também, biotransformado em outros tecidos como os rins, pele, pulmões, sangue e trato gastrintestinal. Mecanismos da Biotransformação de Fármacos As enzimas biotransformadoras do retículo endoplasmático são chamadas enzimas microssomais desta forma a biotransformação de fármacos pode ser classificada como microssomal e não microssomal Exemplo de enzimas não microssomais que participam da biotransformação de fármacos: monoaminoxidase (MAO) As principais enzimas microssomais responsáveis por oxidação e redução de fármacos pertencem à superfamília de enzimas do citocromo P450 Reações de Fase I Aspecto Comum dos Fármacos Oxidados pelas Enzimas do Citocromo P450 Alta Lipossolubilidade (Fármacos Apolares) Precisam entrar nas células para sofrer reações de Biotransformação Necessidade de serem transformados em compostos mais polares para não serem reabsorvidos nas membranas tubulares Mecanismos da Biotransformação de Fármacos Reações de Fase I 1. Sistema de Monooxigenases P450 Mecanismos da Biotransformação de Fármacos Agentes Terapêuticos comuns que são substratos das enzimas P450 P450 Fármaco CYP1A1 CYP1A2 CYP2C19 CYP2D6 CYP3A4 Teofilina Cafeína, Paracetamol, Teofilina Omeprazol Codeína, Antidepressivos Tricíclicos Eritromicina, Losartan, Nifedipina Mesmo substrato para enzimas diferentes Reações de Fase II (Conjugação) A Glicuronidação é a reação mais importante 2. Uridina difosfato glicuronosil tranferases (UDP-glicuronosil transferases) 3. Catalisam transferência de uma molécula do ácido glicurônico ativada 1.Uridina difosfato de ácido Glicurônico (UDPGA) (Composto de fosfato de alta energia) 4. Ácido Glicurônico é transferido para átomo rico em elétrons (N, O ou S) no substrato 5. Ácido Glicurônico forma ligação amida, éster ou tiol Mecanismos da Biotransformação de Fármacos Reações de Fase II (Conjugação) Principal Mecanismos da Biotransformação de Fármacos UDP-glicuronosil transferases Resumo dos Eventos de Reações de Fase I e Fase II Mecanismos da Biotransformação de Fármacos Fatores que Afetam a Biotransformação de Fármacos Indução enzimática Polimorfismo Genético Doença Idade Interações Metabólicas entre Fármacos 1. Indução Fármacos ou Poluentes Ambientais Aumento da síntese da proteína do Citocromo P450 Aumento da velocidade de Biotransformação Redução da Biodisponibilidade do Fármaco Aumento da Toxicidade em Alguns Casos (fármacos que são metabolizados a formas ativas ou tóxicas ) Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos 1. Indução As drogas que produzem aumentos significativos das enzimas envolvidas na biotransformação de drogas no ser humano incluem os barbitúricos ( por exemplo, fenobarbital), hidrocarbonetos da fumaça de cigarro, carbamazepina, ingestão crônico e excessiva de etanol e rifampicina. 1. Indução Correção de Dose para Manter Efeitos Terapêuticos Aumento da Metabolização Corticoesteróides Diazepam Digoxina Rifampicina Indução Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos antibacteriano CYP3A4 CYP3A4 CYP3A4 CYP3A4 CYP3A4 CYP3A4 CYP3A4 1. Indução Rifampicina administrada por 3 dias reduz a eficácia da Varfarina (anticoagulante) Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos 2. Polimorfismo Genético Diferenças genéticas na capacidade das pessoas em metabolizar um Fármaco Classificação Metabolizadores Rápidos Metabolizadores Lentos Grande incidência de efeitos adversos em uma população Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos 3. Doença Alteração da função Hepática: Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos - Hepatite Infiltração Gordurosa Cirrose Hepatocarcinomas Gravidade da lesão determina grau de modificação da atividade da monooxigenase do citocromo P450 Diazepam e Morfina: respostas exageradas 3. Doença Alteração do fluxo sangüíneo Hepático: Reduz fluxo sangüíneo = Reduz velocidade de Biotransformação Queda da Taxa de Biotransformação Prolongamento do Efeito Ex. Propanolol e Verapamil Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos - Insuficiência Cardíaca Bloqueio β-adrenérgico 4. Idade Recém-nascidos catalisam de maneira eficiente muitas reações de Biotransformação da Fase I. Taxa mais lenta do que em adultos. Sistemas enzimáticos da Fase I e II começam a amadurecer após 2 semanas de vida. Ex. Cloranfenicol causa “Síndrome do bebê Cinzento” Acúmulo Tecidual de Cloranfenicol Devido Conjugação Hepática Lenta Antibiótico Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos 4. Idade Idosos têm capacidade de Biotransformação reduzida. Motivos: 1) Redução de fluxo sangüíneo hepático 2) Redução da atividade enzimática Redução principalmente no sistema da monooxigenase do citocromo P450.Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos 5. Interações Metabólicas entre Fármacos Associam-se geralmente as Reações de Fase I (Sistema enzimático do citocromo P450). Fármacos metabolizados pela mesma enzima competem entre si por um local de ligação (Fármaco com menor afinidade tem taxa de metabolismo reduzida). Antibióticos Macrolídios Carbamazepina Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos CYP3A4 Competição CYP3A4 Fatores que afetam a Biotransformação de Fármacos Tolerância Cruzada Administração de 2 fármacos: o 1º fármaco indução de enzimas e 2º não fará efeito. Paciente que ingere álcool 3 x por semana (frequentemente) – Tolerância ao álcool - enzimas hepáticas. Outro fármaco administrado – metabolização mais rápida, efeito menor. Paciente alcoolizado - Enzimas estão metabolizando o álcool Outro fármaco administrado – Efeito maior ou tóxico Biotransformação e a Geração de Metabólitos Farmacologicamente Ativos Em alguns casos o fármaco só se torna Farmacologicamente ativo após a Biotransformação Antihipertensivo Pró-Droga Composto original não tem atividade Farmacológica (Hidrólise) Biotransformação e a Geração de Metabólitos Farmacologicamente Ativos Exemplos de Pró-drogas que produzem metabólitos ativos Cortisona Prednisona Enalapril Zidovudina Hidrocortisona Prednisolona Enalaprilato Trifosfato de Zidovudina Pró-droga (Inativo) Ativos Biotransformação e a Geração de Metabólitos Tóxicos Em alguns casos o fármaco gera compostos tóxicos após a Biotransformação N-acetil-p-benzoquinona imina Oxidases P450 % pequena é formada em dose terapêutica Glutation Excreção HEPATOTOXICIDADE Ligação covalente a macromoléculas, Peroxidação lipídica, Estresse oxidativo....... Altas Doses Biotransformação e a Geração de Metabólitos Tóxicos Etanol = aumenta atividade das Oxidases P450 = Aumento da toxicidade do Paracetamol. 4a causa de morte por envenenamento em 1989 HEPATOTOXICIDADE = Pode ocorrer após dose única (150-200 mg /Kg) EXCREÇÃO A excreção pode ser vista como um processo inverso ao da absorção, uma vez que os fatores que influem facilitando a entrada do fármaco no organismo, podem dificultar a sua saída. Passagem do fármaco do sangue – meio externo Administração do Fármaco Estágios do Fármaco no Organismo Liberação do Princípio Ativo Interação no sítio de Administração Absorção Distribuição Metabolismo Excreção Interação Fármaco-Receptor no Tecido Alvo (Adaptado de Ariens, EJ. Clin. Pharmacol. Ther. 16:155, 1974) EXCREÇÃO I Fase Biofarmacêutica Fármaco Disponível para Absorção II Fase Farmacocinética Fármaco Disponível para Ação III Fase Farmacodinâmica Efeito Farmacológico EXCREÇÃO Basicamente existem três classes de eliminação: • Através das secreções – biliar (PM, polares), salivar, láctea • Através das excreções, tais como urina, fezes (não absorvidas no TGI e bile) e catarro. • Pelo ar expirado. A excreção pode ocorrer com ou sem prévia biotransformação. EXCREÇÃO RENAL É a principal via de excreção de fármacos. É modulada por três processos: 1. Filtração Glomerular - Dependente da F ligada-prot (livre excretada)/ taxa de filtração e fluxo plasmático renal 2. Secreção Tubular Ativa - Mediada por carreadores e não depende da F ligada 3. Reabsorção Tubular Passiva Cápsula de Bowman - difusão passiva de substâncias lipossolúveis – Proximal e Distal Cápsula de Bowman Filtração de todas as substâncias de baixo PM Túbulo Proximal Secreção ativa de alguns fármacos eletrólitos fracos, principalmente ácidos. Reabsorção de água. Túbulo Distal Excreção passiva e Reabsorção de fármacos lipossolúveis. Reabsorção de água. • Ligação às proteínas plasmáticas • Lipossolubilidade • Insuficiência Renal Clearance ou Depuração Definição: É a medida quantitativa que caracteriza a velocidade em que substâncias são removidas do organismo. Quantidade de uma substância excretada pelo rim (ou vários orgãos) por minuto em relação a quantidade plasmática. Cl = Taxa de eliminação (concentração da substância X volume/min) Concentração plasmática CL total = Cl renal + Cl hepático + Cl outros Fatores que afetam a Excreção RESUMINDO O SISTEMA PORTA-HEPÁTICO: A circulação porta hepática desvia o sangue venoso dos órgãos gastrointestinais e do baço para o fígado antes de retornar ao coração. O sangue que entra no fígado vindo da veia porta, depois de ser “limpo” pelo fígado, vai até a veia cava inferior através das veias hepáticas A veia porta hepática é formada pela união das veias mesentérica superior e esplênica. A veia mesentérica superior drena sangue do intestino delgado e partes do intestino grosso, estômago e pâncreas. A veia esplênica drena sangue do estômago, pâncreas e partes do intestino grosso. A veia mesentérica inferior, que deságua na veia esplênica, drena partes do intestino grosso. O fígado recebe sangue arterial (artéria hepática própria) e venoso (veia porta hepática) ao mesmo tempo. Por fim, todo o sangue sai do fígado pelas veias hepáticas que deságuam na veia cava inferior.
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