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A linguagem humana sempre foi um dos pré-requisitos para estabelecer as características da cultura de um povo. Podemos perceber o quão a língua dentro da sociedade estabeleceu como instrumento de força, de poder, de status social e de prestígio, sobretudo na linguagem oral. 
O Latim, pai do nosso idioma, era por aqueles que se encontravam na base do triângulo social. Essa “herança” influencia, até hoje, nosso modo de ser, de agir, pensar e principalmente na maneira de falar porque no social sempre houve aqueles que gozavam de mais prestígios, que tinham acesso aos livros, à cultura e à educação, e, outros que ficavam à margem social, sem acesso a educação e sem recursos. É através da língua materna que, em quaisquer circunstâncias da vida, os seres humanos interagem, transformam-se e se emancipam. A Língua Portuguesa é um bem cultural comum; tanto para pobres como para ricos. 
A língua, além de ser um organismo vivo, tem a necessidade de se atualizar, de ser dinâmica conforme as necessidades e o contexto do falante. Por isso, é plausível, extremamente necessária e moderna a ideia de termos em nossos materiais didáticos as diversas possibilidades de compreendermos os níveis de linguagem; “É tornar-se poliglota do próprio idioma”, como disse Evanildo Bechara. Já aqueles que desprezam essas possibilidades de entender o todo da ciência linguística, podemos afirmar que são partidários de que é um absurdo aprender o inglês, francês, carioquês, internetês, paraibanês, etc, já que trata-se de uma língua diferente. Reafirmo: não há português errado quando trata-se de oralidade. Agora, como todo idioma que necessita de estrutura, de um padrão para reger a escrita, se faz necessário utilizar a norma padrão, em um dado momento, quando o gênero textual exige toda formalidade possível.
Como se não bastassem esses pequenos exemplos supracitados, ainda é possível observarmos inúmeras pessoas divergindo acerca da cartilha do MEC que ensina o “Português errado”, gente que vive corrigindo os outros quando pronunciam uma concordância verbal “errada”, pessoas que adoram zombar de outras que fogem ao padrão culto da língua. Abaixo o preconceito linguístico! Pois essa prática baseada numa ditadura fragilizada é que está ultrapassada, equivocada e extremamente desatualizada. Atentemos para o fato de que a diversidade linguística existe e devemos estar aptos às novas possibilidades de comunicação, em vez de estarmos criticando sem nenhuma fundamentação linguística o diferente.
Embora a língua seja um instrumento de poder no meio social, ao observarmos os linguajares “bonitos”, “ convincentes” que supostamente conferem credibilidade e estão adequados às sintaxes da vida, é fundamental olharmos um fato: o prestígio linguístico deve ser para todos e não para uns. Aplaudamos o falante da gramática quando ele for bem vindo dentro da sua circunstância; fiquemos de pé e aplaudamos também aqueles que estão abertos a compreender os novos horizontes dos estudos linguísticos o qual engloba todas as falas humanas.

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