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DIREITO CIVIL AUSÊNCIA

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DIREITO CIVIL: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROCESSO DE AUSÊNCIA
O desaparecimento de pessoas não é um fato fictício, que só ocorre em filmes, séries, desenhos. É algo muito comum! Buscando solucionar tal situação, o ordenamento jurídico autoriza a declaração de ausência do desaparecido. 
Segundo Donizetti e Quintella (2017, p. 64, grifo do autor), “as consequências jurídicas da declaração de ausência são a curadoria dos bens do ausente, a abertura da sucessão provisória, e, por fim, a declaração da morte presumida e a abertura da sucessão definitiva”. 
De acordo com os autores supracitados, é preciso perquirir se a pessoa deixou notícias, ou se deixou representante. Pois caso tenha deixado alguma informação, esta não poderá ser considerada ausente, tendo em vista que essa é uma condição básica de caracterização prevista no Código Civil. Exemplo: “Fui dar à volta ao mundo, não sei quando voltarei” (não é caso de ausência).[1: Exemplo de Donizetti e Quintella (2017).]
HIPÓTESES DE AUSÊNCIA 
Constatando o desaparecimento:
I – Sem notícias;
II – Sem nomeação de representante 
Têm-se caracterizada a situação jurídica da ausência. O que é necessário para que se produza os efeitos legais? Sentença declaratória da ausência. 
E se o desaparecido houver deixado representante? Este será o responsável por administrar os seus bens, seus interesses (nessa hipótese não se configura a ausência). Mas como tudo no Direito explica-se mediante a um “depende”, necessário destacar que o representante não é obrigado a exercer o mandato, pode acontecer que ele não possa, que os poderes que lhe tenham sido outorgados sejam insuficientes, daí se falará em ausência (art. 23).[2: Considerar que todos os dispositivos citados se referem ao Código Civil]
Se a pessoa desaparecida não retornar em três anos (mesmo tendo nomeado representante), também se caracteriza ausência. Decorrido tal prazo, os interessados poderão requisitar que seja declarada a ausência e aberta a sucessão provisória (art. 26, segunda parte) 
Segundo o art. 22, a declaração de ausência pode ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério Público. Pergunta-se: para o Código Civil quem é considerado interessado? 
Art 27:
I – O cônjuge não separado judicialmente. “Apesar da ausência de previsão quanto ao convivente ou companheiro, ele merece o mesmo tratamento do cônjuge” (Flávio Tartuce)
II – Herdeiros (presumidos, testamentários ou legais)
III – Os que tiverem direito sobre os bens do ausente dependente de sua morte
IV – Credores de obrigações vencidas e não pagas 
E o que ocorre quando é constatada as hipóteses de ausência até aqui discorridas? O juiz mandará arrecadar os bens do ausente e também nomeará curador. 
Essa sentença deve ser levada à algum lugar?
Sim. A registro no livro de emancipações, interdições e ausências do cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais. Observação importante: o local referido será do último domicilio do ausente (art. 94 da Lei de Registros Públicos – Lei 6.015/73)
CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE 
Se o ausente tiver bens, estes deverão ser cuidados e administrados em seu nome. Anteriormente comentou-se que o juiz nomeará um curador, mas qual o seu papel? Para consecução dos fins apontados, o juiz, na sua sentença que declarou ausência, designa esse agente para tomar conta dos bens do ausente. Ou seja, a curadoria tem por finalidade a administração do patrimônio do ausente, tendo natureza provisória. A nomeação do curador segue alguma ordem? Sim.
Em primeiro lugar: cônjuge (salvo disposições expressas no art. 25, caput) 
Em segundo lugar: os pais 
Em terceiro lugar: os descendentes (o de grau mais próximo preferem os remotos) 
E se não haver nenhum destes? O juiz nomeará um curador dativo (pessoa escolhida pelo magistrado)
Observações:
O companheiro encontra-se ao lado do cônjuge
“O de grau mais próximo preferem aos remotos” significa dizer que os filhos preferem aos netos, etc. 
O que acontece depois da arrecadação dos bens? o juiz mandará publicar editais. Por quanto tempo? Durante o período de um ano, sendo reproduzidos de dois em dois meses. Para quê? Para o ausente tomar ciência que seus bens foram arrecadados e que este venha se imitir na posse de seus bens.
A curadoria dos bens podem cessar mediante tais fatos:
I – Comparecimento do: ausente, seu procurador, de quem o represente
II – Certeza da morte do ausente
III – abertura da sucessão provisória
ABERTURA DA SUCESSÃO PROVISÓRIA 
Após o desaparecimento do ausente são tomadas medidas a curto prazo (declaração da ausência, arrecadação dos bens do ausente e sua curadoria). Se a pessoa não retornar, bem como não tiver sido encontrada, o ordenamento jurídico autoriza, após certo lapso temporal, a abertura da sucessão provisória. 
Na sucessão provisória:
I – os sucessores do desaparecido tomarão a titularidade dos bens (assim como créditos e dívidas)
II – Como o termo já sugere, por hora, se opera em caráter provisório (tendo em vista que o ausente poderá retornar/ser encontrado) 
III – Tem autorização para ser aberta em duas hipóteses:
“Decurso de um ano da sentença que declarou a ausência e determinou a arrecadação dos bens do ausente;[3: Donizetti e Quintella (2017).]
“Decurso de três anos do desaparecimento da pessoa que deixou representante, cuja ausência, portanto, não foi declarada” [4: Donizetti e Quintella (2017).]
IV – Legitimados para requererem:
Ministério Público 
E as pessoas que o art. 27 considera interessadas 
V – A sentença que concedeu sua abertura terá seus efeitos suspensos por um prazo de 180 dias. Findo esse prazo, haverá a partilha dos bens, como se morto estivesse o ausente
VI – Não é autorizado a alienação/hipoteca dos bens (salvo por ordem judicial)
A situação dos sucessores provisórios se mantem inalterável se o a ausente não regressar ou seja localizado, comprovado sua morte, ou decorra o prazo estipulado por lei para abertura da sucessão definitiva 
ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA: DECLARAÇÃO DA MORTE PRESUMIDA 
Antes o Código Civil previa um prazo de vinte anos para ser realizada a convenção da sucessão provisória em definitiva. Agora esse prazo reduziu-se pela metade para ser requerido a abertura da sucessão provisória. O parâmetro a ser utilizado será o trânsito em julgado da sentença da ação de sucessão provisória. Há possibilidade de não observar as fases anteriores e ingressar nesta de forma direta? Sim! Obedecidos tais condições:
Provar que o ausente conta com oitenta anos
Cinco anos sem notícias suas 
Se passados dez anos da abertura da sucessão provisória nenhum interessado requerer a abertura da sucessão definitiva (ou o ausente não regressar), os bens dos ausente serão incorporados ao patrimônio público. Se o ausente regressar após a abertura dessa fase, terá direitos assegurados nas seguintes hipótese:
Em até 10 anos após a abertura: recebe os bens no estado em que se encontrarem (diante disso, concluímos que os sucessores deixaram de ser provisórios, mas não de forma absoluta) 
Após 10 anos contados da abertura da sucessão definitiva: nada recebe

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