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Resposta a Acusação PRATICA SIMULADA III PLANO DE AULA 3

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EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA ____DO ESTADO_____
PROCESSO Nº ____
 MATEUS, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, na presença de V. EXA., através de seu advogado abaixo assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), na forma do artigo 396 caput e 396 –A do código de Processo Penal, oferecer a presente
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
com base nos fatos jurídicos abaixo narrados
I - DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 213 e 217 – A ambos do Código Penal, pois ele teria constrangido sexualmente, jovem de nome Maisa, se aproveitando de sua vulnerabilidade, por ser a suposta vítima portadora de suas necessidades especiais.
II – DO MÉRITO
	II – A) DO FATO ATÍPICO
		
Segundo Rogério Greco em sua doutrina, na parte geral, 
“Para os que adotam um conceito analítico do crime, o mesmo é composto pelo fato típico, pela ilicitude e pela culpabilidade. E para que haja tipicidade é preciso que haja quatro requisitos: conduta resultado nexo de causalidade tipicidade Assim, se alguém age (conduta) de forma a causar a alguém (nexo de causalidade) algum dano (resultado), só nos resta saber se existe tipicidade para que o ato possa ser considerado típico.
Não há provas nos autos que demonstrem a vulnerabilidade, porque segundo o réu “a vítima não era deficiente mental” não haveria qualquer prova de debilidade da vítima.
Não houve violência, pois segundo o réu, as relações eram consentidas, e havia um relacionamento, ao ponto da família apoiarem; descartando assim qualquer tipo de vulnerabilidade, e não o que se falar em violência , na forma dos artigos 217 – A 
“A configuração do tipo estupro de vulnerável prescinde da elementar violência de fato ou presumida, bastando que o agente mantenha conjunção carnal ou pratique outro ato libidinoso com menor de catorze anos, como se vê da redação do art. 217-A, nos termos da Lei n.º 12.015/2009.” (EDcl no AgRg no Ag 706012 / GO, 5ª Turma, relatora Ministra Laurita Vaz, DJe de 22/03/2010).
	De acordo com o relato do réu, não tendo sido cometido os delitos dos quais está sendo acusado, cabe a absolvição sumária na forma do Art. 397, III, CPP.
	II – B) DA AUSÊNCIA DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO
“Considerando que a ação penal condenatória representa sério gravame, para a situação jurídica do acusado, e que não se podem admitir acusações temerárias, a doutrina estabeleceu que todo e qualquer pedido de condenação deve encontrar suporte em justa causa, merecendo acolhida cada vez maior na jurisprudência, a justa causa vem se consolidando como quarta condição da ação penal, aplicável somente nas ações penais condenatórias.” Rogério Greco, Curso de Direito Penal, Pag 837 e 839.
Não há nos autos nada que comprove a debilidade da vítima, sendo assim uma condição, imprescindível para que réu seja inocentado.
Além disso não há o que se falar sobre a possibilidade jurídica do pedido.
Segundo o Supremo Tribunal Federal:
STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 1295387 MS 2011/0289371-9 (STJ)
Data de publicação: 18/11/2014
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 621 , I , DO CPP . REVISÃO CRIMINAL. ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE ESTUPRO. FRAGILIDADE PROBATÓRIA. DÚVIDA QUE NÃO PERMITE O JUÍZO RESCISÓRIO. NECESSIDADE DE QUE A CONTRARIEDADE ENTRE A CONDENAÇÃO E AS PROVAS DOS AUTOS SEJA PATENTE. DESPROVIMENTO. 1. Na esteira da jurisprudência do STJ, a revisão criminal não deve ser adotada como um segundo recurso de apelação, pois nada mais é que a desconstituição da coisa julgada em face da prevalência, na seara penal, do princípio da verdade real sobre a verdade formal. 2. O acolhimento da pretensão revisional deve ser excepcional, cingindo-se às hipóteses em que a contradição à evidência dos autos seja manifesta, estreme de dúvidas, dispensando, pois, a interpretação ou análise subjetiva das provas produzidas. 3. O Tribunal a quo, reexaminando o conjunto fático-probatório, acolheu o pedido revisional com fulcro na suposta insuficiência da prova da autoria, o que fere o sistema processual penal. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
	
III) DOS PEDIDOS 
Isto posto requer a V. EXA., absolvição sumária, com base no artigo 397, III do CPP;
Caso V. EXA., indefira o pedido anterior, deverá rejeitar a ação penal com fulcro do Art. 395, II e III do CPP;
Requer a intimação das testemunhas citadas, abaixo arroladas para prestarem depoimento judicial.
Nestes Termos
Pede deferimento.
					Local, 28 de novembro de 2016.
ADVOGADO ______
OAB ______
ROL DE TESTEMUNHAS:
OLINDA, qualificação;
ALDA , qualificação.

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