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MpMagEst Empresarial Marcelo Cometti Data: 12/03/2013 Aula 02 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. EIRELI – Empresa individual de responsabilidade limitada. 2. Sociedade Empresária 3. Estabelecimento Empresarial 1. EIRELI – EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA Pessoa jurídica de direito privado unipessoal – todas as cotas são de uma só pessoa – com capital mínimo de 100 salários mínimos. Nome empresarial da EIRELI: tanto a razão social quanto a denominação. Razão social – é a espécie de nome empresarial formada exclusivamente pelo nome civil do titular da EIRELI Obs.: a expressão razão social e firma são sinônimos, contudo, de forma mais técnica, razão social é utilizada mais adequadamente para sociedades enquanto firma de forma mais técnica para a EIRELI; Denominação – é a espécie de nome empresarial formada por qualquer expressão linguística, acrescida da atividade exercida. Ao final da denominação sempre será acrescida a sigla EIRELI. Obs.: nome empresarial jamais poderá ser objeto de alienação, por se tratar de um atributo da personalidade. Diferente da marca que pode ser alienada. Nome empresarial é o elemento identificador do empresário. Obs.: Quem pode ser titular de EIRELI? Somente pessoas naturais – pessoas físicas. Conforme instrução normativa do DNRC – Departamento Nacional de Registro de Comercio – bem como enunciado da 5ª jornada de Direito Civil, promovida pelo centro de estudos do conselho de justiça federal do STJ, somente pessoas físicas poderão ser titulares de Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada. “Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.” Obs.: há entendimento diverso. 2. SOCIEDADE EMPRESÁRIA 2 de 5 Sociedades personificadas: 2.1. Sociedade empresária: é a pessoa jurídica de direito privado, constituída em regra por duas ou mais pessoas que tem por objeto exercer uma atividade econômica própria de empresário, ou seja, produzir ou circular bens ou serviços. 2.2. Sociedade simples: caberá as sociedades simples exercer atividades não consideradas próprias de empresário a saber: a) Atividade intelectual, salvo se constituído elemento de empresa Art. 966 parágrafo único; “Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” b) Atividade rural, salvo se os atos constitutivos da sociedade forem arquivados na junta comercial. Art. 984 CC. “Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária.” É forma societária que determinará a estrutura da sociedade, quais são: a) Nome coletivo (Art. 1039 a 1044 cc.) b) Comandita simples (Art. 1045 a c) Limitada ( d) Anônima ( e) Comandita por ações ( f) Cooperativa ( Formas societárias: nos termos do artigo 983 cc. a sociedade empresária pare ser constituída deverá obrigatoriamente adotar uma das formas societárias reguladas pelo código civil, com exceção da cooperativa (Art. 982 p. único). A forma societária determinará quais regras serão aplicadas para a disciplina jurídica da estrutura da sociedade, bem como, a extensão da responsabilidade de seus sócios pelas obrigações sociais. “Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.” “Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 3 de 5 Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. Sócio incapaz (Art. 974 §3º): o incapaz desde que representado ou assistido poderá ser sócio de sociedade cujo capital esteja totalmente integralizado. “Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. § 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II – o capital social deve ser totalmente integralizado; III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais.” Obs.: conforme enunciado da primeira jornada de direito comercial, a obrigatoriedade de integralização da totalidade do capital não se aplica a sociedades em que não exista solidariedade entre os sócios, tal como ocorre na sociedade anônima. Ressalta-se ainda, que o incapaz jamais poderá ser designado administrador da sociedade. 2.3. Sociedade entre cônjuges: faculta-se aos cônjuges contratar sociedade entre si, exceto se casados no regime de comunhão universal ou no regime de separação obrigatória. “Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.” Obs.: de acordo com o enunciado 204 da terceira jornada de direito civil, a limitação imposta pelo artigo 977 não se aplica as sociedades constituídas antes da sua entrada em vigor do código civil. 3. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 3.1. Conceito: estabelecimento empresarial é o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos organizado pelo empresário para exploração de sua empresa (atividade). Prof. Oscar Barreto Filho: o estabelecimento é uma universalidade de fato. 3.2. Alienação do estabelecimento empresarial: 3.2.1. Trespasse: contrato de alienação do estabelecimento empresarial, que deverá ser registrado na junta comercial (averbado à margem da inscrição do empresário alienante) e publicado na imprensa oficial, produzindo assim efeitos perante terceiros. Em regra o empresário é livre para alienar o seu estabelecimento empresarial, todavia, se não lhe restarem outros bens que assegurem a satisfação de todos os seus credores, na hipótese sua eventual inadimplência, a eficácia da alienação dependerá do prévio pagamento destes ou da 4 de 5 anuência expressa ou tácita de todos os seus credores no prazo de até 30 dias a contar de suas respectivas notificações. “Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.”A alienação irregular será ineficaz. Ademais o empresário que aliena irregularmente seu estabelecimento, está praticando um ato de falência (Art. 94, III, “c” da Lei 11.101/05). 3.3. Sucessão regular do estabelecimento. 3.3.1. Dívidas – o adquirente do estabelecimento empresarial, responde pelo pagamento de todas as dívidas relativas ao negócio explorado, ainda que constituídas antes da celebração do trespasse, desde que devidamente contabilizadas (ressalvadas as dívidas de natureza tributárias e trabalhistas), permanecendo o alienante solidariamente responsável pelo prazo de até 01 ano, a contar em relação às dívidas já vencidas da publicação do trespasse; e em relação às demais (dividas vincendas) da data de seus respectivos vencimentos. 3.3.2. Créditos – a cessão dos créditos relacionados ao negócio explorado por meio do estabelecimento transferido produzirá efeitos em relação aos respectivos devedores desde a publicação do trespasse, mas ficará exonerado o devedor de boa-fé que pagar o alienante, cedente dos créditos. 3.3.3. Contratos – nos termos do art. 1.148 do cc, salvo disposição em contrário, a transferência do estabelecimento acarretará na sub-rogação do adquirente nos contratos celebrados para a exploração da atividade por meio do estabelecimento transferido, salvo os contratos com caráter pessoal, podendo terceiros contratantes rescindir os contratos que tenham celebrados se ocorrer justa causa nos 90 dias subsequentes da publicação do trespasse. “Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.” Ressalta-se que nos termos do art. 13 da Lei 8245/91 a cessão da posição contratual da locação em virtude da transferência do estabelecimento dependerá de prévia anuência do locador. “Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador. § 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em manifestar formalmente a sua oposição. 5 de 5 § 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua oposição.” 3.4. Concorrência – salvo autorização expressa, o alienante não poderá fazer concorrência ao adquirente nos 05 anos subsequentes a transferência.
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