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MpMagEst Tributário Ricardo Alexandre Data: 15/03/2013 Aula 03 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Espécies tributárias 1. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 1.1. Taxas (continuação) Súmula vinculante nº 19: a taxa é cobrada exclusivamente, em razão de serviços públicos de coleta, remoção, e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da Constituição Federal. A Constituição proíbe que as taxas tenham base de cálculo próprias de impostos, bem como, o CTN dispõe que a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos dos impostos. Portanto, considera-se dois dispositivos: Art. 145,§ 2º da CF e Art 77, p. único CTN “Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.” “Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.” Obs.: Inicialmente o legislador considerou que o valor que se cobra de taxa não pode observar o potencial contributivo do contribuinte. O ideal sobre o valor da taxa é que seja exatamente o custeio do Estado para prestação dos serviços por ele prestados (poder de polícia). Custas judiciais: existe realmente relação direita entre o valor da causa com o valor que o judiciário gasta com aquele processo? Não necessariamente, mas aceitou que o cálculo seja calculado dessa maneira, mas com algumas ressalvas. 2 de 4 Súmula 667 – Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária sem limite sobre o valor da causa. Se o judiciário presta um serviço que lhe custou muito menos do valor cobrado, configura confisco. ATENÇÃO: discussão acerca da cobrança de taxa de coleta de lixo domiciliar do município de São Carlos: O município verificou quanto é o seu custo para realização de coleta de lixo e dividiu pelas áreas –em metro quadrado –, construídas do município. O resultado da operação permitiu ao município saber qual o custo da coleta pelo tamanho das residências. A tese contrária a essa operação, fundamentou na proibição da base de cálculo da taxa ser a mesma de imposto, uma vez que para cálculo de IPTU é considera esses parâmetro, bem como, o valor da taxa vinculava o potencial contributivo da população, uma vez que, quem tem imóvel maior, tem mais capacidade econômica para contribuir. STF se manifestou nos seguintes termos: (i) Presume-se que quanto maior o imóvel, maior será a produção de lixo; (ii) O que a constituição proíbe é que a base de cálculo da taxa seja a mesma de imposto, mas nada proíbe que a taxa leve em consideração alguns elementos que sirvam para calcular imposto, desde que não haja total correspondência com a base de calculo do imposto (sumula vinculante nº 19); (iii) Nada impede que o princípio da capacidade contributiva também seja utilizado para a taxa. Diz o art. 145, §1º da CF: “§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.” Obs.: capacidade econômica tem relação com riqueza e quem tributa riqueza são os impostos. Tributo por si só não é graduado segundo a capacidade. Empresa com patrimônio liquido maior da mais trabalho para o Estado fiscalizá-la. A taxa da CVM – comissão de valores mobiliários –, o STF diz que a taxa não é calculada sobre o patrimônio liquido, mas o patrimônio liquido foi apenas um parâmetro para a cobrança da taxa. Raciocínio idêntico à cobrança da taxa de coleta de resíduos sólidos de São Carlos. 1.1.1. Competência para criação de taxa: quem presta o serviço ou quem exerce o poder de polícia, é quem será competente para a cobrança da taxa. Logo, a competência para criação de taxas é comum (União, Estados e Municípios). 1.2. Contribuições de melhoria (Art. 145,III CF) “Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.” 3 de 4 Surgiu na Inglaterra, em decorrência das obras no rio Tamisa para evitar os constantes alagamentos. A realização das obras aumentou consideravelmente o patrimônio dos proprietários de imóveis beneficiados pela obra, que antes dela, possuíam imóveis extremamente desvalorizados. A discussão foi levada ao parlamento, sob o argumento que não seria justo o emprego de verba pública para beneficiar apenas parcela da população. Portanto, em contrapartida, os beneficiados deveriam arcar com o custeio relativo ao seu benefício aferido. Logo, quando da obra, houver grande valorização imobiliária, habilita a contribuição de melhoria. Limites da cobrança: necessariamente deve haver valorização imobiliária, contudo o valor da contribuição de melhoria deve limitar-se ao preço da valorização. Observar o princípio da irretroatividade (Art. 150,III “a”): “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;” É necessário, portanto, a criação de lei anterior, a realização da obra, e após será autorizado o lançamento da contribuição de melhoria. Assim, é vedado a elaboração da lei após a obra, coibindo a cobrança da contribuição. 1.3. Empréstimos compulsórios. (Art. 148 CF) “Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.” Atenção ao Art. 15, III do CTN, não foi recepcionado pela Constituição. Collor não confiscou a poupança, mas absorção temporária de poder aquisitivo, logo empréstimo compulsório. Atenção: apenas nos casos do inciso I não estão vinculados ao princípio da anterioridade (incidência no exercício seguinte) ou noventena (só passados noventa dias após a edição da lei) a) Despesas extraordinárias decorrente de calamidade pública – b) Guerra externa ou sua iminência – c) Investimento público urgente e relevante interesse nacional – Art. 150,III CF: 4 de 4 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; Empréstimo compulsório deve ser devolvidoem dinheiro.
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