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Necrose de liquefação

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Necrose de liquefação 
 (DIAS, P.A.,2017)
CONCEITO:
Necrose é o conjunto de alterações morfológicas que se seguem à morte celular em um organismo vivo. É sempre patológica. Necrose consiste na morte de um tecido, órgão ou grupo de células que compõem um organismo vivo. A necrose ocorre quando há a falta de irrigação do suplemento sanguíneo para as células, provocando a sua deteriorização. Vários podem ser os motivos para o surgimento de necroses, seja através de agentes físicos (ferimentos, hipotermia, radiação, etc.); agentes químicos (exposição a substâncias tóxicas, drogas, venenos, etc.); agentes biológicos (infecções bacterianas, virais, de parasitas, etc.); e insuficiência circulatória (a partir de vasoconstrições e infartos, por exemplo). Independente da causa, a necrose surge quando as células que formam o tecido do local sofrem uma lesão irreversível, cessando todas as funções orgânicas e metabólicas destas.
ETIOPATOGENIA:
Como consequência da necrose ocorre inflamação nos tecidos adjacentes para a eliminação dos tecidos mortos e posterior reparo. Durante este processo inflamatório acumulam-se leucócitos na periferia do tecido lesado, que liberam enzimas úteis na digestão das células necróticas. O aspecto morfológico da necrose resulta da digestão das células necróticas por suas próprias enzimas (autólise) ou de enzimas derivadas dos leucócitos (heterólise). A necrose ocorre após a morte da célula, razão pela qual a capacidade de diagnostica-la morfologicamente varia de acordo com o método de observação. Nos casos de infarto do miocárdio a necrose pode ser observada ao microscópio eletrônico, em ½ a 4 horas após a morte celular, ao microscópio óptico pode ser percebida em 4 a 12 horas. A olho nu só começamos a ver a necrose 12 a 24 horas após a morte celular. Ao microscópio óptico percebemos alterações citoplasmáticas e alterações nucleares. As alterações citoplasmáticas consistem em aumento da acidofilia, retração e vacuolização. As alterações nucleares consistem em cariopicnose (retração e aumento da basofilia nucleares), cariorréxis (fragmentação do núcleo) e cariólise (dissolução nuclear). Geralmente como consequência da necrose há um processo inflamatório que se encarrega de digerir as células mortas para que possam ser reabsorvidas e substituídas por células semelhantes àquelas destruídas (regeneração) ou por tecido fibroso (cicatrização). Em algumas ocasiões o tecido necrótico pode sofrer calcificação (calcificação distrófica), como por exemplo na tuberculose primária e na pancreatite, ou ainda encistamento (pseudocisto do pâncreas) ou eliminação (caverna tuberculosa).
MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
Em tecidos infectados, forma-se um processo infamatório devido ao recrutamento de leucócitos para neutralizar os micro-organismos. Neste caso pode haver lesão e morte celular mediada por toxinas bacterianas ou fúngicas ou então devido ao processo inflamatório, e como o tecido inflamado é rico em leucócitos as células mortas são rapidamente fagocitadas e digeridas. Em todo caso a digestão do tecido necrótico resultará na formação de uma massa residual amorfa, composta por pus caso a necrose seja resultado de uma infecção aguda e haja presença de leucócitos mortos. Na necrose de liquefação ou necrose liquefativa produz-se uma autólise ou citólise rápida que faz com que a área necrosada fique liquefeita, de etiologia bacteriana ou fúngica. É típico do sistema nervoso central, mas, neste caso também pode ser causada por processos hipóxicos (baixo teor de oxigênio).
DIAGNOSTICO CLINICO:
Feridas necróticas/escara: varia de coloração, desde a cor preta, cinza, esbranquiçada, marrom até a esverdeada e preta. Corresponde ao tecido morto, desidratado, podendo estar presente também o pus e o material fibroso, que favorecem a multiplicação de micro-organismos. A crosta é um tipo de tecido desvitalizado, devido a sua exposição ao ar, ocasionado pelo ressecamento e desidratação celular Há dois tipos de necrose: necrose por liquefação (esfacelo) e necrose coagulativa (Escuro);
ALTERAÇÕES CELULARES:
A célula tem uma extraordinária capacidade de adaptação. Quando um agente externo ou interno altera em grande parte a sua fisionomia, excedendo os limites de adaptação, surge a lesão celular que pode ser reversível ou irreversível. Necrose associada à infecção por agentes biológicos (principalmente bactérias) a um tecido, ou no caso específico da lesão por isquemia ou hipóxia no tecido cerebral. Quando todos os mecanismos de adaptação e de resistência foram esgotados ocorre a morte celular. A necrose compreende um estado irreversível da célula, com a incapacidade de manter a integridade da membrana plasmática e escapar dos elementos citoplasmáticos, desnaturação das proteínas pela ação dos lisossomos ou lisossomas (autólise ou citólise) ou proveniente de enzimas líticas de leucócitos vizinhos (heterólise ou ruptura heterolítica). Todas essas alterações condenam a célula a perder a sua função específica e apenas formar parte dos restos celulares que serão fagocitados pelos macrófagos (células do sistema imunitário que estão localizadas nos tecidos. As alterações típicas de uma célula necrótica incluem: aumento de eosinófilos e aparência homogénea, por perda de ARN e por desnaturação das proteínas; surgimento de figuras de mielina; cariólise ou cromatólise do núcleo (dissolução completa da cromatina do núcleo com perda da coloração), picnose ou núcleo picnótico (contracção do núcleo celular e condensação da cromatina) e cariorrexe (fragmentação do núcleo picnótico). 
Imagem 01 – Necrose de Liquefação - HE
É característico nesse tipo de necrose a presença de neutrófilos. A necrose liquefativa é observada principalmente em tecidos agredidos por bactérias __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Imagem 02 – Necrose de Liquefação - Alterada
Nota a presença de gliose (ou astrogliose) – principal indicador de lesão do SNC, caracterizada por hipertrofia e hiperplasia dos astrócitos. Nesta reação, estas células, que tipicamente apresentam núcleo ovalados ou arredondados  com cromatina pálida uniformemente dispersa, aumenta se tornando vesicular com nucléolo proeminente. O citoplasma, anteriormente escasso ,se expande se tornando brilhante, algo irregular ao redor de um núcleo excêntrico. Estes astrócitos transformados são chamados de astrócitos gemistocíticos (setas azuis);a estrela azul mostra uma área de edema e as cabeças de seta azul indicam células espumosas.
(FONTE: ESTÁCIO MACAPÁ, 2017)
Imagem 03 – Necrose de Liquefação -
Cabeças de seta células grânulo-adiposas ,que são macrófagos com citoplasma espumoso, que fagocitam restos necróticos. Sua origem é cerca de um terço na   micróglia (pré-existente), e o restante em monócitos do sangue. Estão presentes tanto no córtex como na substância branca. A seta azul indica um astrócito gemistocítico(reparar na diferença entre ele e as células grânulo-adiposas).
(FONTE: ESTÁCIO MACAPÁ, 2017)

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