Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
METAIS Ligas Metálicas Ferrosas Não Ferrosas Aços Ferros Fundidos Baixo Teor de Carbono Médio Teor de Carbono Alto Teor de Carbono Aço Inoxidável Ferro Cinzento Ferro Dúctil (nodular) Ferro Branco Ferro Maleável Alumínio Cobre Níquel Chumbo Perfis estruturais I e H, pontes, tubulações, cantoneiras e chapas em edificações Rodas e trilhos de trem, engrenagen s Ferramentas de corte, molas, arames de alta resistência Utensílios domésticos, equipamento s industriais e em edificações Fonte: Adaptado de Pannomi (2007) METAIS FERROSOS Ferro Não é encontrado puro na natureza. Encontra-se geralmente combinado com outros elementos formando rochas as quais dá- se o nome de MINÉRIO. Minério de ferro Retirado do subsolo, porém muitas vezes é encontrado exposto formando verdadeiras montanhas. Principais minérios: Hematita e Magnetita. Para retirar as impurezas, o minério é lavado, partido em pedaços menores e em seguida levados para a usina siderúrgica. Ferro Normalmente encontrado na forma de minérios, como hematita (Fe2O3) e pirita (FeS2). A obtenção do ferro a partir de seus minérios ocorre nos alto-fornos, em presença de carbono (carvão). Ferro Ferro Ferro Processo consiste de 4 etapas principais: Preparo das matérias primas (Coqueria e sinterização); Produção de gusa (Alto-forno); Produção de aço (Aciaria); Conformação mecânica (Laminação). METAIS FERROSOS Obtenção do ferro gusa Na usina, o minério é derretido num forno denominado ALTO FORNO. No alto forno, já bastante aquecido, o minério é depositado em camadas sucessivas, intercaladas com carvão coque (combustível) e calcário (fundente) Estando o alto forno carregado, por meio de dispositivo especial injeta-se ar em seu interior. O ar ajuda a queima do carvão coque, que ao atingir 1200ºC derrete o minério. METAIS FERROSOS Obtenção do ferro gusa O ferro ao derreter-se deposita-se no fundo do alto forno. A este ferro dá-se o nome de ferro-gusa ou simplesmente gusa. As impurezas ou escórias por serem mais leves, flutuam sobre o ferro gusa derretido. Através de duas aberturas especiais, em alturas diferentes são retiradas, primeiro a escória e em seguida o ferro-gusa que é despejado em panelas chamadas CADINHOS. METAIS FERROSOS Obtenção do ferro gusa O ferro-gusa derretido é levado no cadinho e despejado em formas denominadas lingoteiras. Uma vez resfriado, o ferro-gusa é retirado da lingoteira recebendo o nome de LINGOTE DE FERRO GUSA. A seguir são armazenados para receberem novos tratamentos, pois este tipo de ferro, nesta forma, é usado apenas na confecção de peças que não passarão por processos de usinagem. METAIS FERROSOS Ferro fundido Liga de ferro - carbono que contém de 2 a 4,5% de carbono. O ferro fundido é obtido diminuindo-se a porcentagem de carbono do ferro gusa. É portanto um ferro de segunda fusão. O ferro fundido tem na sua composição maior porcentagem de ferro, pequena porcentagem de carbono, silício, manganês, enxofre e fósforo. METAIS FERROSOS Aço Um dos mais importantes materiais metálicos usados na indústria mecânica e construção civil. É usado na fabricação de peças em geral, na obtenção de concreto armado etc. Obtém-se o aço diminuindo a porcentagem de carbono do ferro gusa. A porcentagem de carbono no aço varia entre 0,005% a 2,0%. O aço para concreto armado possui carbono variando de 0,15% a 0,35%. METAIS FERROSOS Principais características do aço: Pode ser trabalhado com ferramenta de corte; Pode ser curvado; Pode ser dobrado; Pode ser forjado; Pode ser soldado; Pode ser laminado; Pode ser estirado (trefilado); Possui grande resistência à tração; METAIS FERROSOS Aço carbono São os que contém além do ferro, pequenas porcentagens de carbono, manganês, silício, enxofre e fósforo. Os elementos mais importantes do aço ao carbono são o ferro e o carbono. O manganês e silício melhoram a qualidade do aço, enquanto que o enxofre e o fósforo são elementos prejudiciais. A quantidade de carbono define a resistência do aço. Matéria prima coqueria sinterização Alto-forno Aciaria lingotamento Na construção civil: › Teor de carbono entre 0,15 e 0,35%; › Presença de elementos residuais (enxofre, silício, fósforo, etc.); › Elementos de liga (cromo, manganês, níquel, etc.) adicionados para se atingir certas propriedades Propriedades do aço dependem de: › Composição química; › Tratamento térmico, deformação mecânica e velocidade de solidificação (características microestruturais). Definições: › Aço: liga metálica constituída basicamente de ferro e carbono obtida pelo refino de ferro-gusa (refino do ferro-gusa: diminuição dos teores de carbono, silício e enxofre); › Ferro-gusa: produto da primeira fusão do minério de ferro contendo de 3,5 a 4,0% de carbono; › Ferro fundido: produto da segunda fusão do gusa, em que são feitas adições de outros materiais até atingir um teor de carbono entre 2,0 e 4,5%, conferindo propriedades diferentes da do aço. Produção do aço: Matérias-primas: Minério de ferro + carvão mineral › Coqueria e sinterização: a) Coqueria: Carvão mineral deve fornecer energia térmica e química para o desenvolvimento do processo de redução (produção de gusa); Coqueificação: Eliminação de impurezas; Destilação do carvão em ausência de ar; T=1300º por 18 horas; Resulta o coque metalúrgico, composto basicamente de carbono, com elevada resistência mecânica e alto ponto de fusão, o qual é encaminhado ao alto-forno. b) Sinterização: Preparação do minério de ferro para a produção do gusa; Correta granulometria para proporcionar permeabilidade do ar para a combustão no alto- forno; Finos de minério: adiciona-se fundentes (calcário, sílica) e o novo composto é britado na granulometria desejada. c) Alto-forno: Cuba com 50 a 100 m de altura; Minério de ferro em gusa: coque metalúrgico e fundentes; Princípio básico: retirada do oxigênio do minério que se reduz a ferro; Redução: combinação do carbono presente no coque com o oxigênio do minério; Combustão do carvão com o oxigênio do ar fornece calor para fundir o metal . c) Alto-forno: Minério de ferro (sínter) + coque + fundentes; Ar quente entra pela parte inferior (ventaneiras); Coque + ar quente = combustão; Resultado: ferro gusa e escória (fabricação de cimento). c) Alto-forno: Carro torpedo: Revestido internamente com material refratário; Dessulfuração: redução do teor de enxofre a níveis aceitáveis; Análise química: composição da liga (carbono, silício, enxofre e manganês); Próxima etapa: aciaria. d) Aciaria: Refino (ferro gusa em aço): ajuste do teor dos elementos; Conversor: injeção de oxigênio puro (processo Linz-Donawitz ‘LD’); Pode-se adicionar sucata de aço para auxiliar no controle da composição da liga metálica; Eliminação dos produtos indesejáveis pela escória; Uma vez obtida a composição desejada o material é transferido para o lingotamento contínuo. * Metalurgia de panela e) Lingotamento contínuo: Aço transferido do conversor ou panela para o distribuídor e depois para o molde; Solidificação do aço; Corte em maçarico e transformado em esboço de placa. f) Laminação a quente: Redução da área da seção transversal até conformá-lo na apresentação desejada (chapas grossasou finas, perfis, etc.); Pré-aquecimento e posterior deformação sob pressão em cilindros (laminadores); Chapa: placa que sofreu redução de espessura por laminação; Em função da espessura podem ser acondicionadas em bobinas. f) Laminação a quente: Laminador de chapas grossas: Espessuras: 6 a 200 mm; Largura: 1000 a 3800 mm; Comprimento: 5000 a 18000 mm. f) Laminação a quente: Laminador de tiras a quente: Espessuras: 1,2 a 12,5 mm; Largura: 800 a 1800 mm; g) Laminação a frio: Laminador de tiras a frio: Espessuras: 0,3 a 3,0 mm; Largura: 800 a 1600 mm; Característica principal: melhor acabamento. Quanto à Composição Quimica Aços comuns (ao carbono) Aços especiais (liga) - Quanto ao Teor de Carbono Até 0,15% C – extra doce Baixo carbono De 0,15% C a 0,30%C – doce De 0,30%C a 0,50%C – meio doce Médio carbono De 0,50%C a 0,70%C – meio duro De 0,70%C a 0,80%C – duro Alto carbono Mais de 0,80% C – extra duro Aços Baixo Carbono Usos: - perfis estruturais e placas utilizadas na fabricação de tubos - construção civil, pontes - tubulações aços baixo carbono = baixas resistência e dureza altas tenacidade e ductilidade. (teor de carbono menor que 0,25%) AÇO BAIXO CARBONO – Microestrutura de ferrita e perlita – Macios e pouco resistentes, muito dúcteis e tenazes – Insensíveis a tratamentos térmicos – Custo mais baixo de produção – Usos em painéis de carros, tubos, pregos, arame... Aços Médio Carbono maior resistência e dureza que os baixo teor de C menor tenacidade e ductilidade que os baixo teor de C (teor de carbono 0,25% a 0,60%) Usos: - rodas e equipamentos ferroviários - engrenagens - virabrequins e outras peças de máquinas que necessitam de elevadas resistências mecânica, resistência ao desgaste e boa tenacidade. Aços Médio Carbono Utilizados na forma de martensita (fase extremamente dura mas frágil) temperada (tratamento térmico para aumentar tenacidade da martensita). Usos em facas, martelos, talhadeiras, serras de metal... Tratáveis termicamente A presença de impurezas aumenta a resposta a tratamentos térmicos. Se tornam mais resistentes mas menos dúcteis e tenazes. Usos em molas, pistões, engrenagens... Aços Alto Carbono Usos: - talhadeiras - folhas de serrote - martelos - facas maior resistência e dureza menor tenacidade e ductilidade (teor de carbono menor que 0,25%) Aplicações típicas Molas em geral / Membrana de buzina / Correntes industriais, agrícolas, bicicletas / Varetas para guarda- chuvas / Serras para mármore e granito / Trenas / Cabo de panelas de pressão / Arruelas / Reforços de calçados / Biqueiras de calçados para segurança / Serra manual para corte / Armas / Cinto de segurança / Lâminas para raspar pneus / Disco arraste freio / Arco de serra / Disco de embreagem / Limas Corrente de motoserra / Dobradiças Aços de Alto Carbono Temperado Aço Alto carbono Extremamente duros e fortes, pouco dúcteis. Resistentes ao desgaste e mantém o fio. Se combinam com Cr e V para formar carbetos (Cr23C6 e V4C3) que são extremamente duros e resistentes. Usos em moldes, facas, lâminas de barbear, molas... Formas comerciais do aço Para os diferentes usos industriais, o aço é encontrado no comércio na forma de vergalhões, perfilados, chapas, tubos e fios. Vergalhões - são barras laminadas em diversos perfis, sem tratamento posterior à laminação. Formas comerciais do aço Perfilados - São vergalhões laminados em perfis especiais tais como: L (cantoneira), U, T, I (duplo T), Z. Aços para concreto armado Aços de dureza natural laminados a quente que não sofrem tratamento –laminação; Caracteristicas fisico-mecanica são alcançadas somente por composicao quimica com ligas de C, Mn, Si, Ni, Cr; Caracterizados por: Acentuado patamar de escoamento; Grandes deformações (alongamento 10-15%); Boa soldabilidade; Aços para concreto armado Aços com saliência: Aumento da aderência (engrenamento com o concreto); Padronização e normalização: CA 50 “CA”= Concreto Armado; “50” = tensao de escoamento kgf/mm2 Aços para concreto armado Barras de 5, 6.3, 8, 10, 12.5, 16, 20, 25, 32, 40 (diametro em mm) Fios de 3.2, 4.5, 6.3, 8, 10 (diamentro em mm); Barras: comprimento entre 10 e 12m Fios: em rolos de grande comprimento PROPRIEDADES MECÂNICAS Definem o comportamento do material quando sujeitos à esforços mecânicos, pois estas estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou transmitir estes esforços aplicados sem romper e sem se deformar de forma incontrolável. Principais propriedades mecânicas Resistência à tração Elasticidade Ductilidade Fluência Fadiga Dureza Tenacidade,.... Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade do material de resistir às forças mecânicas e/ou de transmiti-las Propriedades Diagrama tensão-deformação RESISTÊNCIA À TRAÇÃO É medida submetendo-se o material à uma carga ou força de tração, paulatinamente crescente, que promove uma deformação progressiva de aumento de comprimento NBR-6152 para metais Resistência À Tração Tensão () X Deformação () Deformação()= lf-lo/lo=l/lo lo= comprimento inicial lf= comprimento final = F/Ao Kgf/cm 2 ou Kgf/mm2 ou N/ mm2 Força ou carga Área inicial da seção reta transversal Comportamento dos metais quando submetidos à tração Resistência à tração Dentro de certos limites, a deformação é proporcional à tensão (a lei de Hooke é obedecida) Lei de Hooke: = E Deformação Elástica e Plástica DEFORMAÇÃO ELÁSTICA Precede à deformação plástica É reversível Desaparece quando a tensão é removida É proporcional à tensão aplicada (obedece a lei de Hooke) DEFORMAÇÃO PLÁSTICA É provocada por tensões que ultrapassam o limite de elasticidade É irreversível; é resultado do deslocamento permanente dos átomos e portanto não desaparece quando a tensão é removida Elástica Plástica Módulo de elasticidade ou Módulo de Young E= / =Kgf/mm2 • É o quociente entre a tensão aplicada e a deformação elástica resultante. •Está relacionado com a rigidez do material ou à resist. à deformação elástica Lei de Hooke: = E P A lei de Hooke só é válida até este ponto Tg = E O Fenômeno de Escoamento Esse fenômeno é nitidamente observado em alguns metais de natureza dúctil, como aços baixo teor de carbono. Caracteriza-se por um grande alongamento sem acréscimo de carga. Tensão de escoamento Não ocorre escoamento propriamente dito Escoamento Corresponde à tensão máxima aplicada ao material antes da ruptura É calculada dividindo-se a carga máxima suportada pelo material pela área de seção reta inicial Resistência à Tração (Kgf/mm2) Tensão de Ruptura (Kgf/mm²) O limite de ruptura é geralmente inferior ao limite de resistência em virtude de que a área da seção reta para um material dúctil reduz-se antes da ruptura Elasticidade: Capacidade de voltar à forma original; Deformação elástica é reversível; Relação entre deformação e tensão: Módulo de Elasticidade (E); Eaço=210.000 MPa; Eferro=190.000 MPa. Plasticidade: Deformação permanente provocada por tensão igual ou superior ao limite de escoamento; Alteração interna da estrutura. Ductilidade: Deformar plasticamente sem se romper; Quanto maisdúctil maior redução da área (estricção) ou o alongamento antes da ruptura. Ductilidade em termos de alongamento ductilidade • Corresponde ao alongamento total do material devido à deformação plástica %alongamento= (lf-lo/lo)x100 Ductilidade expressa como estricção Corresponde à redução na área da seção reta do corpo, imediatamente antes da ruptura Os materiais dúcteis sofrem grande redução na área da seção reta antes da ruptura Estricção= área inicial-área final área inicial Tenacidade: Absorver energia quando submetido a carga de impacto; Material dúctil é mais tenaz que um material frágil, requerendo com isso, mais energia para ser rompido. Corresponde à capacidade do material de absorver energia até sua ruptura tenacidade Tenacidade Resiliência Corresponde à capacidade do material de absorver energia quando este é deformado elasticamente A propriedade associada é dada pelo módulo de resiliência (Ur) Resiliência Materiais resilientes são aqueles que têm alto limite de elasticidade e baixo módulo de elasticidade (como os materiais utilizados para molas) FRATURA Consiste na separação do material em 2 ou mais partes devido à aplicação de uma carga estática à temperaturas relativamente baixas em relação ao ponto de fusão do material FRATURA Dúctil a deformação plástica continua até uma redução na área Frágil não ocorre deformação plástica, requerendo menos energia que a fratura dúctil que consome energia para o movimento de discordâncias e imperfeições no material FRATURA Fraturas dúcteis Fratura frágil Mecanismo da fratura dúctil a- formação do pescoço b- formação de cavidades c- coalescimento das cavidades para promover uma trinca ou fissura d- formação e propagação da trinca em um ângulo de 45 graus em relação à tensão aplicada e- rompimento do material por propagação da trinca FLUÊNCIA (CREEP) Quando um metal é solicitado por uma carga, imediatamente sofre uma deformação elástica. Com a aplicação de uma carga constante, a deformação plástica progride lentamente com o tempo (fluência) até haver um estrangulamento e ruptura do material FLUÊNCIA (CREEP) Definida como a deformação permanente, dependente do tempo e da temperatura, quando o material é submetido à uma carga constante Este fator muitas vezes limita o tempo de vida de um determinado componente ou estrutura FADIGA É a forma de falha ou ruptura que ocorre nas estruturas sujeitas à forças dinâmicas e cíclicas Nessas situações o material rompe com tensões muito inferiores à correspondente à resistência à tração (determinada para cargas estáticas) FADIGA Os esforços alternados que podem levar à fadiga podem ser: Tração Tração e compressão Flexão Torção,... Ensaios para determinação das propriedades mecânicas Resistência à tração Resistência à compressão Resistência à torção Resistência ao choque Resistência ao desgaste Resistência à fadiga Dureza NORMAS TÉCNICAS Normas técnicas mais comuns: ASTM (American Society for Testing and Materials) ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) Influência dos elementos de liga Carbono (C): Melhora a resistência mecânica; Prejudica a ductilidade (dobramento) e tenacidade; A cada 0,01% de aumento do teor de carbono o limite de escoamento aumenta em ~ 0,35MPa. Manganês (Mn): Melhora a resistência mecânica; Prejudica a soldabilidade (menos que o ‘C’); Silício (Si): Aumenta a resistência mecânica e à corrosão; Diminui a soldabilidade; Enxofre (S): Muito prejudicial; Desfavorece a ductilidade e diminui a soldabilidade; Teor limitado a 0,05%.
Compartilhar