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Dimensão Humana e Contemporânea - UVB
Faculdade On-line UVB67
Aula 13
Globalização e Solidariedade: 
O papel das empresas socialmente responsáveis
Objetivos da Aula
Os objetivos desta aula visam permitir a você compreender como a 
educação dos funcionários de uma empresa é elemento essencial de alta 
competitividade no processo de globalização da economia mundial. 
Mas, as empresas socialmente responsáveis não devem apenas se 
preocupar com a qualidade educacional de seus colaboradores, e sim 
com a educação vista em sentido mais amplo, com repercussões em 
prol de toda a comunidade local de seu entorno, ou até mesmo em 
benefício da sociedade de um modo geral. E para isso, ela deve propor 
parcerias, promover intercâmbios e auxiliar no desenvolvimento de 
projetos sociais e educacionais a serviço da melhoria da qualidade 
educacional da população como um todo.
Ao final desta aula você deverá esta apto a interpretar a sociedade 
contemporânea bem como suas transformações. Além disso, 
você deverá saber como analisar adequadamente o processo de 
globalização e suas implicações para o homem contemporâneo. Para 
tal, será necessário ler muito e, principalmente, desenvolver o gosto 
pela leitura de textos interpretativos sobre o homem e sua história.
Educação e Empresas Socialmente Responsáveis
A educação é imprescindível. Entretanto, durante muito tempo, o Brasil 
simplesmente deixou de lado a questão da educação. Por décadas não 
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houve investimentos, e, o resultado desta falta de atenção é um número 
alto de analfabetismo no país e a baixa escolaridade da população 
brasileira em relação a outros países, mesmo porque a educação 
nunca fez parte da estratégia brasileira de desenvolvimento.
Na verdade, os países que mais se desenvolveram foram os que 
conciliaram o uso do capital físico (máquinas, equipamentos, 
computadores,etc.) com o capital humano (pessoas com excelente 
nível de educação e treinamento). É nisto que temos de pensar, no 
papel fundamental da educação como o motor do desenvolvimento 
econômico e social.
No entanto, ao longo dos anos, o Brasil vem mudando, de modo 
significativo, principalmente a partir da década de 90. Hoje sabemos, 
sem dúvida alguma, que investimentos em educação geram um 
dos melhores retornos. Segundo a ex-vice-presidente do Banco 
Interamericano de Desenvolvimento (BID), Nancy Burson , se um 
país manter de forma constante os fatores produtivos capital, terra 
e trabalho, comparativamente, o aumento de um ano na média 
educacional da população economicamente ativa determina um 
incremento de 5,5% na taxa de crescimento do Produto Interno 
Bruto (PIB). Em outras palavras, a educação incrementa a riqueza 
de um país muito mais do que qualquer outro fator produtivo. 
Em detrimento disso, podemos então supor que, deve haver pelo 
menos grande investimento no ensino fundamental e médio para 
elevarmos a qualidade educacional do país e sua capacidade de 
gerar riquezas, e isto sem falarmos no valor de um curso de nível 
superior, que tornaria o incremento de riqueza exponencialmente 
muito maior.
Para se falar do papel da educação, devemos verificar sua importância 
para a sociedade civil, e não apenas para o governo, pois só assim o 
nosso país pode competir dentro do cenário da economia globalizada. 
Porém, quando falamos em educação, ou mesmo em cidadania, as 
desigualdades sociais vêm à tona e são gritantes.
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“Educação Brasileira: um pacto nacional em construção”. WERTHEIN, 
Jorge, in: Educação Para Todos: avaliação da década. Brasília, MEC/INEP, 
2000.
É dentro deste contexto de participação da sociedade civil que 
encontramos a questão da responsabilidade social das empresas. Assim, a 
responsabilidade social tem por objetivo apoiar diversos projetos sociais. 
Na verdade, a responsabilidade social é um avanço sobre a filantropia , 
principalmente no quesito de gestão estratégica de negócios.
“O que leva uma empresa a investir na área social? Essa é uma discussão 
bastante longa. Sempre cito uma frase de Guilherme Leal, vice-presidente 
da Natura: ‘A empresa que não quiser ser socialmente responsável por 
convicção, terá que ser por exigência do mercado’.” (AZEVEDO, 2000: 181)
A organização ou empresa-cidadã que exerce responsabilidade 
social acaba conduzindo seus negócios de uma forma que se torna 
parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. Sendo que, 
um dos grandes desafios das empresas está na conquista de níveis 
cada vez maiores de competitividade e de produtividade, associada à 
preocupação constante com a legitimidade social de sua atuação. 
Esta questão do envolvimento das empresas tendo como conseqüência 
a responsabilidade social no âmbito educacional é bem definida pelo 
Instituto Ethos. Segundo o instituto, estas devem ser as principais 
preocupações de uma empresa cidadã, ou com responsabilidades 
sociais:
• Ofereça apoio às escolas locais
Filantropia no dicionário Aurélio está classificada como caridade. Aqui 
vemos um problema importante, pois as empresas que trabalham com 
responsabilidade social não querem ser consideradas como caridosas, uma 
vez que os empresários enxergam os problemas sociais e educacionais, 
de outra forma, com uma preocupação ampla na formação dos futuros 
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cidadãos. Eles também apostam num retorno para suas empresas, ou 
seja, estão investindo numa parceira entre empresa e população.
Instituto Ethos, Perguntas e Respostas. Ver em www.ethos.org.br.
Tente encontrar meios pelos quais sua empresa poderá dar suporte e melhorar 
a educação oferecida pelas escolas públicas locais. Encoraje os funcionários a 
se tornarem mentores ou voluntários, e a participarem de eventos organizados 
pelas escolas, ou até mesmo a darem palestras a alunos e professores sobre 
habilidades profissionais necessárias para atuarem em suas áreas de trabalho.
• Faça doações de equipamentos usados ou excedente
Escolas podem se utilizar de uma variedade imensa de produtos 
e materiais. Até mesmo restos de matéria-prima ou produtos 
ultrapassados podem ser utilizados para projetos escolares.
• Faça parceria com uma escola
Faça parceria com uma única escola pública ou comunitária e supra-a 
com uma variedade de serviços. Faça a doação de tempo de trabalho 
de seus funcionários para ajudar em consertos ou faxinas. Visite a 
escola para dar pequenas palestras sobre diferentes assuntos, como 
por exemplo, aconselhamento sobre carreiras, ou aconselhamento 
sobre as matérias que estão sendo estudadas. Ajude na gestão da 
escola. Promova programas de melhoria da qualidade de ensino, como 
preparação de material didático ou treinamento de professores.
• Convide alunos da escola para visitarem sua empresa
Autorize a visita de um grupo de alunos da escola à sua empresa. O 
simples funcionamento de um escritório poderá abrir os olhos de 
um grupo de jovens alunos para futuras oportunidades. Deixe que 
funcionários descrevam suas tarefas e esclareçam dúvidas. Se possível, 
permita que os alunos operem equipamentos. Organize um intervalo 
para lanche do qual funcionários e alunos possam participar.
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• Proporcione mentores
Encoraje funcionários a servirem-se de monitores para alunos da 
escola na área pessoal ou acadêmica.
• Crie um intercâmbio com a escola
Muitas escolas procuram empresas locais que possam oferecer estágio, 
remunerado ou não, para os seus alunos. Entretanto, não encare este 
tipo de programa como uma fonte demão-de-obra barata. Tente criar 
uma verdadeira oportunidade de aprendizado para o estagiário, bem 
como para sua própria empresa .”
Devemos ressaltar que a responsabilidade social empresarial tem-
se pautado, grosso modo, por princípios éticos e pela busca na 
qualidade das relações entre empresa e sociedade. A adoção de 
padrões de conduta ética que valorizem o ser humano, a sociedade 
e o meio ambiente são uma exigência cada vez maior no mundo 
contemporâneo. 
Sendo assim, vemos paulatinamente o crescimento e o desenvolvimento 
da responsabilidade social. Certamente, algumas empresas escolheram 
trabalhar com a questão da educação, pois vem na educação e na 
autonomia escolar o segredo de um desenvolvimento sustentável.
Um dos fatores que tem determinado a atuação do empresariado nas 
questões de responsabilidade social diz respeito à sua postura política. 
Na verdade, para haver competitividade sistemática, as empresas 
e a sociedade têm de se posicionar politicamente, debatendo e 
participando efetivamente das discussões de políticas sociais relativas 
à educação.
Primeiros Passos em Responsabilidade Social. Ver em www.ethos.org.br 
Instituto Ethos, Perguntas e Respostas. Ver em www.ethos.org.br.
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“A educação é vista como um dos principais instrumentos de formação da 
cidadania, no sentido do pleno reconhecimento dos direitos e deveres do 
cidadão, enquanto sujeito responsável pelo projeto de sociedade na qual 
está inserido. Enquanto instrumento social básico, a educação possibilita 
ao indivíduo a transposição da marginalidade para a materialidade da 
cidadania. Ela é um dos atributos da cidadania, faz parte da sua essência. 
Não é possível pensarmos na conquista da cidadania sem educação.” 
(SILVA, 1998: 218)
Se todos nós devemos pensar na educação como o principal fator de 
conquista da cidadania, certamente as empresas devem investir nesta 
área tão sofrível e tão merecedora de atenção. Para tal, as empresas 
devem se engajar na sustentação política de estratégias de longo 
prazo, as quais levem ao alcance de metas compartilhadas, e as quais 
busquem garantir a continuidade de programas de verdadeiro cunho 
social, independentemente de governos. 
É necessário que a sociedade civil compreenda sua função perante o 
Estado, e que, as empresas se tornem, a cada dia, mais socialmente 
responsáveis, se dirigindo mais efetivamente à sociedade, com vistas 
a favorecer os mais carentes e desprovidos de educação. Porque, a 
cidadania cresceu no mundo inteiro como decorrência da necessidade 
de educação. Devemos frisar que, os países desenvolvidos investem 
pesado na educação, pois a educação é o pilar da sociedade moderna.
Desta forma, podemos verificar que, vivemos um momento em que a 
criação de valor não vem mais da indústria, e sim do conhecimento, o 
que certamente exigirá pessoas mais preparadas, e as quais passarão a 
cobrar cada vez mais por qualidade. Para que este círculo virtuoso não 
rompa, e sim avance, é necessário que a sociedade civil torne-se mais 
exigente, e ao mesmo tempo, perceba que há inúmeras possibilidades 
de desenvolver trabalhos em cooperação com as empresas.
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Nesta aula, podemos verificar a necessidade da educação como 
fator primordial para o desenvolvimento humano, social e sobretudo 
econômico. Principalmente na atualidade, devido à globalização.
Na próxima aula, veremos a problemática da Globalização e seus 
Paradoxos: a sociedade emergente do século XXI.
Referências Bibliográficas
AZEVEDO, Francisco de Assis. A Empresa parceira da educação. In: 
“Educação para Todos: avaliação da década”.Brasília, MEC/INEP, 2000.
SILVA, Aida Maria Monteiro. Solução ou Sonho Impossível?. In: 
“Cidadania: verso e reverso”.São Paulo, Imprensa Oficial, 1997/1998.
WERTHEIN, Jorge. Educação brasileira: um pacto nacional em construção. 
In: “Educação para todos: avaliação da década.” MEC/INEP, Brasília, 
2000. 
Instituto Ethos de responsabilidade Social: www.ethos.org.br