Buscar

8 BenefYcios da equoterapia no parkinson revisYo bibliogrYfica

Prévia do material em texto

1 
 
Benefícios da equoterapia no parkinson: revisão bibliográfica 
Suellem Annye Bantim de Santana
1
 
suellem.bantim@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia
2
 
Pós-graduação em Fisioterapia Gerontologia – Faculdade Ávila 
Resumo 
Este artigo visa abordar os benefícios que a equoterapia pode proporcionar no paciente 
idoso portador de parkinson. Com o crescimento mundial da população idosa, a preocupação 
em relação à capacidade funcional surge como novo destaque para a estimativa da saúde 
desse segmento etário. Esse aumento gera maior probabilidade de ocorrência de doenças 
crônicas e o desenvolvimento de incapacidades associadas ao envelhecimento. Parkinson é 
uma doença degenerativa caracterizada por morte de neurônios dopaminérgicos da 
substância negra. As manifestações clínicas incluem tremor, bradicinesia, rigidez e 
anormalidades posturais. Como é uma doença progressiva, usualmente acarreta 
incapacidade severa após 10-15anos, o impacto social e financeiro é elevado, 
particularmente na população mais idosa. O exercício equestre tem finalidade de reeducação 
psicomotora, transmitindo ao cavaleiro movimentos sequenciados e simultâneos, gerando um 
movimento tridimensional. A equoterapia utiliza o cavalo como meio facilitador para 
melhora do desenvolvimento neuropsicomotor. Proporcionando ao praticante novas formas 
de comunicação, socialização, concentração, equilíbrio, coordenação motora, 
conscientização postural, modulação tônica e auto-estima. Com isso juntou-se material para 
descrever os benefícios da equoterapia no paciente idoso portador de parkinson. E através de 
uma revisão bibliográfica teve-se como objetivos específicos abordar sobre a equoterapia, 
entender as disfunções do paciente parkinsoniano, e verificar a aplicabilidade da equoterapia 
no parkinson. 
Palavras-chave: Capacidade funcional; Idosos; Equoterapia; Parkinson; Fisioterapia. 
1. Introdução 
Com o contínuo crescimento da população idosa em nosso país cresce também a preocupação 
social para que idosos e pessoas em processo de envelhecimento percorram tal etapa da vida 
de maneira saudável, de modo que cada indivíduo, dentro de suas particularidades e/ou 
necessidades, possam encontrar recursos que contribuam para o seu bem-estar físico, 
psicológico e social. 
O censo de 2006 ratifica as projeções divulgadas quanto ao envelhecimento populacional no 
Brasil ao traçar paralelo referente ao censo de 1991; a população idosa brasileira está mais 
numerosa e representa maior contingente no número total de habitantes. As pessoas vêm 
envelhecimento de forma rápida e intensa, o índice de envelhecimento passou de 21,0 em 
1991 para 33,9 em 2005 (BRASIL, 2006). 
No ser humano, o envelhecimento trás consigo uma série de mudanças que podem implicar 
em fatores limitadores das capacidades funcionais. De forma que, a capacidade funcional 
pode ser entendida como fatores globais (intrínsecos e extrínsecos) e integrativos que estão 
diretamente relacionados à saúde (RICCI et al., 2005). 
Tem-se constatado que é mais fácil evitar mortes do que evitar a ocorrência de doenças 
 
1
 Fisioterapeuta, Pós-graduando em Fisioterapia em Gerontologia 
2 Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia de Ensino Superior, Menstrando em Bioética e Direito em Saúde 
2 
 
crônicas e o desenvolvimento de incapacidades associadas ao envelhecimento. Quando ocorre 
comprometimento da capacidade funcional a ponto de impedir o cuidado entre si, a carga 
sobre a família e o sistema de saúde pode ser muito grande (ROSA et al. 2003). 
A doença de Parkinson é um distúrbio degenerativo, crônico e lentamente progressivo do 
sistema nervoso central, descrito inicialmente por James Parkinson em 1817 como paralysis 
agitans. Sendo um distúrbio do sistema extrapiramidal, decorre da destruição generalizada 
daquela parte da substância negra que envia fibras nervosas secretoras de dopamina para o 
núcleo caudado e putâmen. A doença pode ser caracterizada por rigidez de grande parte da 
musculatura do corpo, tremor involuntário das áreas envolvidas mesmo quando a pessoa está 
em repouso, numa frequência fixada de três a seis ciclos por segundo, dificuldade intensa de 
iniciar movimentos chamada acinesia e instabilidade postural. Contudo, muitos outros sinais e 
sintomas podem estar presentes (GUYTON et al., 2006). 
Geralmente ela afeta a população acima de 50 anos, com uma incidência estimada de 40 mil 
novos casos por ano. Homens e mulheres parecem ser igualmente afetados. O parkinsonismo 
se coloca atrás das doenças cerebrovasculares e da artrite sendo a terceira doença crônica mais 
comum da faixa etária adulta avançada. A incidência e a prevalência aumentam com a idade, 
sendo mais comum entre a sexta e a oitava década da vida. A expectativa de vida hoje é 
próxima da normal, mas há um risco duas vezes maior de mortes estreitamente relacionado 
com as quedas devidas a distúrbios da marcha (DELISA et al., 2002). 
A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o movimento e 
encantamentos do cavalo para se conseguir habilitar ou reabilitar indivíduos com 
comprometimentos físicos e/ou mentais ou com necessidades especiais, buscando o 
desenvolvimento global do ser humano. Constitui um tratamento complementar de 
reabilitação física e mental que utiliza o cavalo como instrumento de trabalho em uma 
abordagem multi e interdisciplinar nas áreas de saúde e educação buscando o 
desenvolvimento biopsicosocial do indivíduo (CALIXTO et al., s/a). 
O cavalo é utilizado com fins terapêuticos, devido sua força, porte, docilidade por se deixar 
montar, estabelecendo assim um vínculo com o praticante, desenvolvendo novas formas de 
socialização, autoestima, e autoconfiança. Além disso, durante a montaria, o cavalo transmite 
ao cavaleiro um movimento rítmico, preciso e tridimensional, que ao caminhar se desloca 
para frente/trás, para os lados e para cima/baixo, pode ser comparado com a ação da pelve 
humana no andar, permitindo a todo instante, entradas sensoriais em forma de propriocepção 
profunda, estimulações vestibular, olfativa, visual e auditiva (CALIXTO et al., s/a). 
A técnica tem como objetivo proporcionar aos praticantes o desenvolvimento de suas 
potencialidades, respeitando seus limites e visando sua integração na sociedade. Os principais 
são: melhora do equilíbrio e postura rompendo o esquema patológico, coordenação de 
movimentos e dissociação pélvico-escapular, estimulação da sensibilidade, organização e 
consciência corporal, modulação tônica e estimulação de força muscular, transferência de 
peso, sensações rítmicas, coordenação motora fina, integração social, concentração e 
sequencias de ações, e aumento da capacidade de independência. Baseada na prática de 
atividades equestres e técnicas de equitação, sendo um tratamento complementar na 
recuperação e reeducação motora e mental (SANTOS, 2005). 
Este trabalho trata-se de um estudo qualitativo e descritivo com objetivo de identificar nas 
bibliografias disponíveis e atualizadas o material de pesquisa, bem como em sua revisão 
integrativa (GONÇALVES, 2004). E no que diz respeito à pesquisa descritiva, Mattos et. al 
(2004) relata que “[...] tem como características observar, registrar, analisar , descrever e 
correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los”. Contribuindo para o processo de síntese 
e análise dos resultados de vários estudos e por tanto, criando um corpo de literatura 
compreensível. 
O levantamento bibliográfico propriamente dito foi realizado através dos sites SCIELO, 
3 
 
MEDLINE, LILACS, BIREME utilizando as palavras-chave como equoterapia, Parkinson, 
idoso, gerontologia, e fisioterapia. Foi também efetuado,um levantamento manual de 
capítulos texto de livros e periódicos. Os livros, periódicos e artigos científicos foram 
adotados a partir do ano de 1997 progredindo até o ano 2010. 
Esse estudo visa abordar os benefícios que a equoterapia pode proporcionar ao paciente idoso 
portador da doença de Parkinson. Com objetivo de descrever os benefícios da equoterapia no 
paciente idoso portador de parkinson. Tendo em vista os objetivos específicos de abordar a 
equoterapia, entender as disfunções do paciente parkinsoniano, e verificar a aplicabilidade da 
técnica de equoterapia na patologia de parkinson. Para que assim possa ser difundido o uso da 
técnica de equoterapia em idosos que portadores do Parkinson e com isso mostrar os seus 
benefícios. 
2. Fundamentação Teórica 
2.1. Capacidade Funcional 
Com o avanço da idade, as pessoas podem tornar-se limitadas em suas habilidades de realizar 
atividades de vida diária, devido, entre outros fatores, à falta de condicionamento físico, à 
fraqueza muscular generalizada e às alterações do equilíbrio. Entretanto, não se sabe ao certo 
a origem destas alterações, já que muitas daquelas relacionadas ao processo do 
envelhecimento assemelham-se àquelas induzidas pela inatividade e, possivelmente, poderiam 
ser atenuadas ou revertidas através da prática de exercícios regulares. Hamdorf et al. 
relacionaram a prática de atividade física regular ao aumento da habilidade funcional e à 
maior independência. Sendo assim, programas de atividades físicas regulares para adultos e 
idosos têm sido frequentemente propostos para que se possa minimizar as consequências da 
inatividade, favorecendo uma melhor percepção do indivíduo em relação à sua qualidade de 
vida (GOULART et al., 2004). 
O processo de envelhecimento manifesta-se por um declínio das funções de diversos órgãos 
de forma linear em função do tempo, não se conseguindo definir o ponto exato de transição, 
como nas demais fases. Observa-se que ao final da terceira década evidenciam- se as 
alterações anatomo-funcionais atribuídas ao envelhecimento. O número de idosos vem 
crescendo consideravelmente no Brasil devido às melhorias de condições da saúde pública e 
os avanços da medicina. Atualmente, 15 milhões de pessoas têm mais de 60 anos; o Brasil é 
considerado o 6º país no mundo com o maior número de idosos, em torno de 32 milhões, de 
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a OMS, em 2025 serão dois 
bilhões de pessoas com mais de 60 anos em todo o mundo. 
O limite de idade entre o indivíduo adulto e o idoso é de 65 anos para as nações desenvolvidas 
e de 60 anos para os países em desenvolvimento, sendo esse critério cronológico adotado na 
maioria das instituições que atendem ao idoso. As doenças crônicodegenerativas como as 
doenças de Parkinson e de Alzheimer passaram a serem mais incidentes, sendo a DP 
reconhecida como um dos distúrbios (MANTINS-BASETTO et al., 2007). 
As doenças crônicas são as principais causas de incapacidade, a maior razão para a demanda a 
serviços de saúde e respondem por parte considerável dos gastos efetuados no setor. Segundo 
Almeida et al. (2002) a prevalência de problemas crônicos de saúde vem aumentando entre 
todos os grupos etários. 
Apesar de constituir processo natural, o envelhecimento não ocorre de forma homogênea. 
Para Diogo (2000), cada idoso é um ser único que ao longo de sua vida foi influenciado por 
eventos de natureza fisiológica, psicológica, sociológica, cultural e econômica, que podem 
atuar sobre a qualidade de vida na velhice. O processo de envelhecimento e sua consequência, 
4 
 
o idoso, certamente repercutem em inúmeras alterações, dentre elas, as modificações que 
ocorrem na saúde, em especial, as denominadas doenças crônicas não transmissíveis. 
Reiteram Almeida et al., (2002) argumentando que “com o envelhecimento da população 
brasileira torna-se cada vez mais importante conhecer e analisar a prevalência das doenças 
crônicas. Essas doenças constituem em forte demanda aos serviços de saúde”. 
2.2. Parkinson 
Reconhecida como doença idiopática, ou seja, sem uma causa ainda definida e evolução 
irreversível e incapacitante, a doença de Parkinson é desencadeada pela degeneração 
progressiva de neurônios dopaminérgicos da substântia nigra pars compacta do cérebro, que 
produzem a dopamina, um neurotransmissor regulador da atividade motora, entre outras 
funções. Desta forma, ocorre diminuição acentuada na projeção dopaminérgica da substantia 
nigra para o corpo estriado (núcleo caudado e putamen) e, por conseqüência, diminuição da 
dopamina estriatal (CAETANO, 2007). 
A substância nigra, o núcleo caudado e o putâmen, juntamente com o globo pálido e o núcleo 
subtalâmico, são os cinco núcleos subcorticais que constituem os núcleos da base. Todos 
estão interconectados e participam no controle do movimento (SHUMWAY-COOK et al., 
2003) através de duas vias que iniciam no corpo estriado, convergem para o segmento interno 
do globo pálido, passam pelo tálamo e projetam-se para o córtex. Estas duas vias são 
chamadas de “via direta” e “via indireta”. A projeção dos neurônios estriatais direciona-se 
diretamente ao segmento interno do globo pálido na “via direta”, enquanto na “via indireta” a 
projeção direciona-se ao segmento interno do globo pálido através do segmento externo do 
globo pálido e do núcleo subtalâmico. A dopamina tem efeitos diferenciados nas duas vias: 
facilita a transmissão ao longo da “via direta” através dos receptores de dopamina D1, 
desinibindo o tálamo e liberando os movimentos; e inibe a transmissão ao longo da “via 
indireta” através dos receptores de dopamina D2, inibindo o tálamo e, assim, inibindo os 
movimentos (RIVLIN-ETZION et al., 2006). 
Os núcleos da base auxiliam no controle da atividade motora, participando em muitos 
aspectos da integração sensório-motora, tais como a adaptação dos padrões motores ao 
contexto (PIERUCCINI-FARIA et al., 2006), a regulação da atividade tônico-muscular, e 
geração de força adequada para as respostas de orientação postural e equilíbrio. Suas duas 
principais funções são: 1) auxiliar o córtex no planejamento de movimentos bem aprendidos, 
permitindo o início e a manutenção do fluxo suave de seqüências destes movimentos e 
regulando movimentos auto-iniciados, como o andar; 2) manter o repertório motor em 
prontidão para a ação (FERNÁNDEZ-DEL et al., 2004). 
 As mudanças patológicas nos núcleos da base são as principais causas dos sinais e 
sintoma, caracterizados por distúrbios do movimento como tremor em repouso; bradicinesia 
(lentidão na execução de movimentos), rigidez (hipertonia plástica, acometendo a 
musculatura flexora, determinando alterações típicas de postura) e distúrbio de equilíbrio 
(decorrente da perda de reflexos de readaptação postural). Embora haja exceções, quando pelo 
menos dois desses quatro tipos de sinais clínicos estão presentes, grandes são as chances do 
paciente ser portador da doença de parkinson (TEIVE, 2000). 
Além das manifestações motoras, os pacientes com doença de parkinson podem apresentar 
complicações não motoras, sendo essas evidentes nas fases mais avançadas da doença. Dentre 
as principais complicações não motoras Andrade et al, (1998), destaca: a hipotensão 
ortostática, distúrbios gastrointestinais (obstipação intestinal, disfagia, distúrbios de: 
esvaziamento gástrico, e salivação), distúrbios respiratórios, distúrbios sexuais, distúrbios 
sensitivos e dor (são predominantemente desestesicos, com parestesias, desestesias tipo 
"queimação", dormência e dores profundas), distúrbios do sono (presença de distúrbio do 
5 
 
sono REM, da síndrome da apneia do sono, síndrome das pernas inquietas e do aumento de 
despertadores noturnos). 
Com o desenvolvimentode novos tratamentos foi necessário a formulação de escalas para 
avaliar a doença composta de cinco estágios. Essas escalas avaliam desde a condição clínica 
geral, incapacidades, função motora e mental até a qualidade de vida dos pacientes (LANA et 
al., 2007). A doença de parkinson é classificada segundo a escala de Hoehn e Yahr 
(Modificada) criada em 1967 (Tabela 1). 
 
 
Tabela 1 – Classificação de Hoehn e Yahr (modificada) 
 
A doença de Parkinson ocorre com grande prevalência em indivíduos idosos. Em média 
estima-se de 100 a 150 casos para cada 100 mil pessoas. Inicia-se geralmente por volta dos 60 
anos de idade e acometem ambos os sexos. Quando a doença se manifesta antes dos 40 anos é 
denominada parkinsonismo precoce. Em indivíduos jovens, com idade inferior a 21 anos é 
denominada parkinsionismo juvenil. Quanto mais jovem for o paciente com os sintomas da 
doença, maior será a possibilidade de haver um componente genético envolvido. (TEIVE, 
2000). 
Além dos sinais motores mais visíveis identificados no parkinsoniano, o aspecto psicológico 
destes indivíduos também é afetado. Silberman et al., (2004) descrevem que a demência e a 
depressão podem agravar e trazer consequências negativas durante o desenvolvimento da 
doença. Muitos desses apresentam-se estressados e angustiados. A taxa de prevalência de 
depressão entre indivíduos com doença de parkinson varia de 20% a 70%. Segundo Oxtoby et 
al., (2000) a depressão surge anteriormente aos sintomas físicos em decorrência às alterações 
bioquímicas ocasionadas por ela. 
A função cognitiva dos indivíduos com doença de parkinson segundo Mader apud Teive 
(2000), é prejudicada. Esses indivíduos frequentemente se queixam de dificuldades para 
concentrar a atenção a fatos recentes. A capacidade de memorização, também é afetada, 
principalmente quando há aspectos depressivos associados. 
O diagnóstico é feito com bases clínicas em como tremor, rigidez, bradicinesia e alteração 
postural. O diagnóstico da Doença de Parkinson deve ser realizado pelo médico neurologista 
por exclusão. Após a descrição dos sintomas pelo paciente - medicamentos utilizados, tremor 
em repouso, bradicinesia e rigidez, o médico pede alguns exames como: eletro encefalograma, 
tomografia computadorizada, ressonância magnética e análise do líquido espinhal, para ter 
certeza de que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnóstico só 
6 
 
passa a ser confirmado se houver a presença de três dos sintomas da doença de parknson e se 
for concluído que não há outra doença afetando o indivíduo (STEIDL et al., 2007). 
Na atualidade, consideram-se como fatores etiológicos mais importantes a combinação de 
predisposição genética com fatores tóxicos ambientais, ou seja, a chamada “causa 
multifatorial” (CARDOSO et al., 2001). 
As causas desses distúrbios motores não estão totalmente esclarecidas. Acredita-se que a 
depleção progressiva de dopamina no corpo estriado possa levar ao desequilíbrio entre os 
impulsos excitatórios e inibitórios. Como os padrões de movimento exigem alterações 
seqüenciais entre excitação e inibição, um dano nos núcleos da base gera os distúrbios 
motores, afetando principalmente a realização de movimentos repetitivos, simultâneos e 
seqüenciais e induzindo alterações no controle do equilíbrio e do andar (CAETANO, 2007). 
A doença de parkinson, atualmente não possui cura, porém, ela pode e deve ser tratada de 
forma a combater os sintomas e também retardar o seu progresso. Dentre os métodos de 
tratamento existentes atualmente estão: cirurgias, fármacos, fisioterapia, terapia ocupacional, 
estimulação cerebral profunda e fonoaudiologia. Além disso, muitos trabalhos demonstram 
que a atividade física pode contribuir para amenizar os sintomas da doença de parkinosn 
(AZEVEDO et al., 2006). 
A fisioterapia voltada para pacientes parkinsonianos tem como objetivo minimizar os 
problemas motores causados tanto pelos sintomas primários da doença quanto pelos 
secundários, ajudando o paciente a manter a independência para realizar as atividades do dia-
a-dia e melhorando sua qualidade de vida, que pode ser por uso de aparelhos auxiliares. Tais 
aparelhos podem incluir corrimões adicionais colocados de forma estratégica pela casa para 
suporte adicional, talheres com cabos largos e toalhas de mesa antiderrapantes 
(GREENBERG et al., 2005). 
Segundo a Associação Brasil Parkinson (2007), a fisioterapia visa a uma reeducação e 
manutenção da atividade física, permitindo que o tratamento tenha uma melhor eficácia e, 
ainda, uma melhora psicológica do paciente portador de doença de parkinson. 
Para Cram (2002), um programa de fisioterapia personalizada para o paciente pode ajudar nos 
problemas posturais, nas deformidades e distúrbios da marcha. Incluem-se no programa 
exercícios passivos e ativos, treinamento da caminhada, desenvolvimento de atividades 
diárias, calor, gelo, estimulação elétrica e hidroterapia. 
Segundo Pereira et al., (2000), a diminuição da amplitude torácica é fator determinante das 
alterações respiratórias restritivas dos parkinsonianos, limitando a elevação das estruturas do 
tórax e a expansão pulmonar. Dessa forma, um programa de fisioterapia respiratória 
direcionado para o aumento da amplitude torácica promove a melhora da função respiratória e 
da capacidade funcional desses pacientes (FERREIRA et al., 2008). 
A coordenação motora, com a evolução da doença, fica comprometida, o que faz com que o 
indivíduo diminua suas atividades diárias, desencadeando uma atrofia muscular. Com o 
exercício, o aumento da mobilidade pode de fato modificar a progressão da doença e impedir 
contraturas, além de ajudar a retardar a doença (SANT et al., 2008). 
A reeducação postural e a manutenção da atividade física são os principais focos da atuação 
fisioterapêutica no tratamento da doença de parkinson. Os exercícios realizados visam à 
manutenção da atividade muscular e flexibilidade. Na ausência de exercícios físicos, os 
músculos se atrofiam, o que a aumenta a rigidez típica do parkinsoniano (BOTTINO, 2005). 
Os recursos mais utilizados pelo fisioterapeuta são: 1. cinesioterapia - deve-se enfatizar 
movimentos extensores, adutores e rotatórios, 2. bolas Suíça - desenvolvida na década de 
1970, passando a ser uma forma de reabilitação para posturas anormais e problemas 
neurológicos (HAASE et al., 2008), 3. RPG - reeducação postural global, do professor 
Phillipe Souchard, 4. Educação Condutiva - desenvolvida por Petho, Hungria, 5. Reeducação 
Neuroproprioceptiva, que consiste num recurso terapêutico cinético que utiliza o estímulo da 
7 
 
sensibilidade para aumentar a força, sensibilidade e coordenação - método Kabat (LIMONGI, 
2001), 6. Fisioterapia Respiratória - perda de flexibilidade da musculatura do sistema 
respiratório (PARREIRA et al., 2003). 
A hidroterapia e a equoterapia deve ser um recurso utilizado para o entrosamento do portador 
com outras pessoas no intuito de melhorar a autoestima, a confiança, a coordenação motora, 
melhora do tônus muscular e equilíbrio (CARDOSO et al., 2003). 
2.3. Equoterapia 
O termo equoterapia justifica-se etimologicamente, pelos vocábulos “Equus” e “therapia”, 
que significam respectivamente: utilização do cavalo com técnicas de equitação e atividade 
eqüestre e aplicação de conhecimento técnico-científico no campo da terapia e educação. 
Utilizados como atividades educativas especiais nos distúrbios: evolutivos, comportamentais, 
de aprendizagem e emocionais (DIAS et al., 2008). 
A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem 
interdisciplinar nas áreas de saúde e educação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial 
de pessoas com necessidades especiais (CONSELHOFEDERAL DE FISIOTERAPIA E 
TERAPIA OCUPACIONAL, 2008). 
A equoterapia vem sendo utilizada mesmo antes de Cristo, e desde lá os efeitos obtidos por 
ela despertaram a atenção da classe médica, que passou a se interessar pelo programa de 
atividade eqüestre como um meio terapêutico, tanto que, em 1954, na Noruega, aparecia à 
primeira equipe interdisciplinar formada por uma fisioterapeuta e o seu noivo, que era 
psicólogo e instrutor de equitação (ANDE/BRASIL, 2009). 
Em 1974, na França (Paris), foi realizado o Primeiro Congresso Internacional, que se repete a 
cada três anos e, em 1985, na Itália (Milão), em um congresso, foi criada a Federação 
Internacional de Equoterapia, hoje com sede na Bélgica (SANTOS, 2005). 
A aplicação da equoterapia é adotada na recuperação e reabilitação de pessoas com 
necessidades especiais, em mais de 140 países. No Brasil, essa forma de terapia passou a 
ganhar impulso a partir dos anos 80 com a criação da ANDE-Brasil (Associação Nacional de 
Equoterapia). Através dela foram se desenvolvendo vários centros de equoterapia em estados 
brasileiros. O método foi reconhecido como terapêutico em 1997 (CREFITO 06, 2004). 
A admissão do praticante é realizada através de uma avaliação médica e depois é 
encaminhado em seguida à prática equoterápica. Onde é reavaliado por uma equipe 
multidisciplinar composta por profissionais da área de saúde (fisioterapeuta, psicólogo, 
médico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, educador físico) e profissionais da área de 
educação (pedagogo e profissional de equitação) que determinará a principal necessidade do 
praticante e indicará o tipo de terapia e o programa a ser executado de forma individualizada. 
O atendimento só deverá ser iniciado mediante um parecer favorável em avaliação médica, 
psicóloga e fisioterápica (ARAÚJO, 2005). 
De acordo com Dias et al., (2008) é indispensável e relevante que se conheça a patologia em 
causa, o cavalo, as técnicas específicas a serem adotadas nas áreas da saúde, educação e 
equitação e, igualmente, a necessidade do praticante. Para tanto, faz-se necessário estabelecer, 
antes de iniciar a primeira sessão, as indicações, contra-indicações e as precauções a serem 
tomadas por cada praticante. 
O cavalo, ao deslocar-se, exige do cavaleiro, ajustes tônicos para adaptar seu equilíbrio a cada 
movimento. O ritmo do passo tem uma freqüência de 1 a 1,25 movimentos por segundo, que 
leva o cavaleiro a realizar de 1800 a 2250 ajustes tônicos em trinta minutos de sessão. A 
quantidade de repetições torna o exercício bastante intenso, por esse motivo, não é 
recomendado que uma sessão de equoterapia dure mais que trinta minutos, pois resulta em um 
8 
 
aumento de 12,5% dos batimentos cardíacos, o que pode ser comparado com uma caminhada 
lenta (LERMONTOV, 2004). 
Na hipoterapia o praticante não tem condições físicas e/ou mentais para se manter sozinho 
sobre o cavalo. É necessário um auxiliar-guia para conduzir o cavalo e um terapeuta montado 
juntamente com o praticante, dando-lhe apoio. O cavalo é tido como instrumento dotado de 
ritmo, oscilação do corpo e beneficia o físico e o psicológico (FREIRE, 1999). 
Na educação e reeducação o praticante já apresenta condições de se manter sozinho sobre o 
cavalo, e já consegue interagir com o animal. Por esse motivo, depende menos do auxiliar-
guia e o terapeuta não monta junto ao praticante, somente o acompanha lateralmente. O 
cavalo continua proporcionando benefícios pelo seu movimento tridimensional e 
multidirecional, e o praticante passa a interagir com mais intensidade. É nesse programa que o 
cavalo atua mais como instrumento pedagógico (ANDE/BRASIL, 2009). 
No pré-esportivo o praticante tem boas condições para atuar e conduzir o cavalo sozinho, 
podendo participar de exercício específico. Ele passa a exercer maior influência sobre o 
cavalo, que é utilizado como instrumento de inserção social. Porém a orientação e 
acompanhamento dos profissionais continuam necessários (FREIRE, 1999). 
No esportivo traduz-se como o momento de alta, sendo o praticante inserido na escola de 
equitação. Porém deve ficar claro que o praticante só poderá ter alta da equoterapia após ter 
alcançado todos os objetivos terapêuticos (MEDEIROS et al., 2003). 
O fisioterapeuta deverá interpretar o diagnóstico do praticante, compreendendo seus limites e 
ofertando-lhes condições para superá-los a partir do seu potencial, lembrando que, na 
equoterapia, o cavalo é o estimulador sensorial e motor do praticante e que a função do 
fisioterapeuta durante a sessão é conduzi-la de modo a facilitar a realização dos movimentos 
normais e inibir a realização de movimentos anormais. Como o fisioterapeuta é o profissional 
da equipe com grande responsabilidade quanto à capacitação física dos integrantes, é 
importante também a avaliação frente o instrutor de equitação das condições de trabalho do 
cavalo, observando se ele tem participação de treinamento quanto às respostas aos comandos 
utilizados durante as sessões e se o animal vem ao trabalho no picadeiro descontraído, 
evitando, com isso, que ocorram situações desagradáveis pelo cavalo querer se exercitar ou 
brincar em hora imprópria (ROCHA, 2008). 
É função do fisioterapeuta na equipe: avaliação global do praticante; elaboração do plano de 
tratamento; colaboração na escolha do cavalo e equipamento; execução e orientação, junto aos 
demais profissionais, dos objetivos priorizados pela equipe; demonstração de técnicas de 
manuseio e de condução da sessão de acordo com as capacitações funcionais do praticante; 
reavaliação; dar alta fisioterápica ao praticante, com justificativas ao praticante quando 
possível, aos responsáveis e a equipe; orientar ergonomicamente os profissionais e terapias 
atuantes no centro de equoterapia; prestar primeiros socorros aos praticantes e equipe de 
trabalho na ocorrência de acidentes (ANDE/BRASIL, 2009). 
A equoterapia é indicada no tratamento dos mais diversos tipos de comprometimento como: 
patologias ortopédicas (problemas posturais, doenças do crescimento, má formação da coluna, 
acidentes com sequela de fraturas e pós-cirúrgicos, amputações, artrite reumatóide, artroses, 
espondilite anquilosante, dismorfismos esqueléticos, subluxações de ombro ou quadril), 
patologias neuromusculares (epilepsia controlada, poliomielite, encefalopatia crônica da 
infância, sequelas de traumatismo crânio-encefálico, plegias, doença de parkinson, acidente 
vascular cerebral, mielomeningocele, multiesclerose, espinha bifida, lesões medulares, 
hidrocefalia, macrocefalia, microcefalia), patologias cardiovasculares e respiratórias 
(cardiopatias, doentes respiratórios - que desejam principalmente se reabilitar voltando a 
realizar esforço e prática de exercícios físicos) e outras patologias (distúrbios mentais, 
distúrbios comportamentais / sociais, distúrbios sensoriais, alterações de escrita, linguagem 
9 
 
oral, motricidade oral, voz, emocional, atraso maturativo, sequelas de queimaduras, doenças 
sanguíneas e doenças metabólicas) (LERMONTOV, 2004). 
2.4. Benefícios da Equoterapia no Parkinson 
A fisioterapia na equoterapia tem como finalidade proporcionar ao praticante portador de 
deficiência a prevenção e o tratamento de patologias, bem como a reabilitação e o 
desenvolvimento de seu estado atual por meio do uso do cavalo, principalmente através do 
uso dos movimentos tridimensionais e multidirecionais. Cabe ao fisioterapeuta, o 
posicionamento do praticante no cavalo, de acordo com os objetivos de estimulação, bem 
como a escolha de acessórios para auxiliar na montaria e nos cuidados com transporte do 
praticante para o cavalo e para o solo (UZUN, 2005). 
Considerando somente os aspectos físicos da equoterapia, ressaltamos commovimentos 
direcionais como gestor dos benefícios neuromotores. Para que as aferências sensórias 
desencadeadas pelo movimento tridimensional influenciem o praticante. A resposta adaptativa 
do praticante desencadeada durante o deslocamento do centro gravitacional nos três planos de 
movimentos (sagital, frontal e transversal), é conseqüente à interconexão de vários sistemas, 
como: visual, vestibular, proprioceptivo, somato-sensorial e musculoesquelético, que atuam 
em intima e inseparável correlação para o ajuste do controle postural (MEDEIROS, 2008). 
As andaduras que o cavalo realiza instintivamente são o passo, o trote e o galope. O passo é 
uma andadura simétrica e marchada, onde o equino toca distintamente os quatro membros no 
solo, considerada a mais indicada para praticantes iniciantes. É a andadura mais favorável 
para a relação entre cavalo e cavaleiro, o que permite uma íntima ligação em condições de 
grande precisão (LADISLAU et al., 2000). 
A freqüência da andadura do cavalo depende do comprimento do passo e da velocidade da 
andadura: Antepistar - É quando o cavalo apresenta um comprimento de passo curto, em que 
sua pegada antecede a marca da pegada anterior. Sobrepistar - É quando o cavalo possui 
uma freqüência média, as marcas das patas posteriores sobre o solo, ficam em cima das 
anteriores. Transpistar - É quando o cavalo apresenta um comprimento de passos longos, no 
qual a marca das patas posterior ultrapassa a pegada anterior. Essa é o ideal para ser 
utilizado (BARBOSA, 2004). 
O trote é uma andadura simétrica e saltada, fixada a dois tempos, pois cada bípede diagonal 
eleva-se e pousa simultaneamente com um tempo de suspensão entre o pousar de cada um. A 
simetria se deve aos movimentos da coluna vertebral em relação ao eixo longitudinal. A 
andadura é fixada porque quase não se percebe os movimentos do pescoço, e é a dois tempos 
porque entre o elevar de bípede diagonal até o seu retorno ao solo se verificam duas batidas. 
Nessa andadura o cavalo conserva uma altitude de conjunto quase constante (KAGUE, 2004). 
O galope é uma andadura assimétrica porque não existe simetria entre os movimentos da 
coluna vertebral em relação ao eixo longitudinal. É saltado por existir um tempo de suspensão 
e muito basculada em razão dos amplos movimentos do pescoço. O galope possui três tempos 
porque entre o elevar de um membro ou membros associados até o seu retorno ao solo se 
observam três batidas (LADISLAU et al., 2000). 
O cavalo inicia o movimento de distensão de sua pata posterior esquerda para debaixo do seu 
corpo, movimento de impulsão, gera uma perda de equilíbrio de seu centro gravitário, 
deslocando seu corpo para frente e a direita, havendo desse instante um movimento de flexão 
da coluna vertebral, gerado pelo movimento do membro posterior. Em seguida, ocorre o 
avanço da pata posterior direita de forma a escorar a massa que se desloca. Ao tocar o solo 
com a pata anterior, ele freia o movimento para frente, provocando a busca do equilíbrio, 
gerando uma extensão em sua coluna vertebral. Durante o movimento de flexão da coluna 
vertebral do cavalo, o praticante é impulsionado para cima e, quando ocorre a extensão, 
10 
 
retorna a posição inicial, direcionada para baixo, sendo estimuladas duas vezes infra-
superiormente num único passo (MEDEIROS et al., 2002). 
Ao iniciar o movimento, o cavalo avança uma de suas patas posteriores enquanto a anterior se 
distende para apoiar seu corpo. Para compensar este deslocamento e poder se movimentar 
para frente, o cavalo executa uma inflexão para lado contrario ao membro que irá apoiar. 
Nota-se que o ponto máximo deste deslocamento acontece quando o cavalo se encontra sobre 
uma base lateral. Na continuidade do movimento, essas inflexões vão invertendo. Existe um 
movimento em que a coluna se endireita que coincide com base diagonal. O passo completo 
do cavalo corresponde ao deslocamento de seus quatro membros. Em um único passo do 
cavalo, têm-se dois deslocamentos laterais, para a esquerda e para a direita, fazendo um 
movimento completo no plano frontal (MEDEIROS et al., 2002). 
Ao iniciar o movimento de distensão da pata posterior direita, ocorre perda de equilíbrio, 
deslocando o corpo do cavalo para frente e para a esquerda. Para retornar o equilíbrio, o 
cavalo alonga seu pescoço, abaixa a cabeça e avança a pata anterior esquerda para escorar a 
massa que se desloca. Ao tocar o solo com a pata anterior esquerda o cavalo freia o 
movimento para frente, levanta a cabeça retornando o equilíbrio, facilitando o avanço da pata 
posterior direita. Em um passo completo, o praticante é deslocado ântero–posteriormente duas 
vezes (MEDEIROS et al., 2002). 
A recuperação da independência funcional após um problema neurológico é um processo 
complexo, que existe a reconquista de muitas capacidades. Uma vez que o controle da posição 
do corpo no espaço é uma parte essencial das capacidades funcionais, a equoterapia, através 
do movimento tridimensional e conseqüente ativação dos sistemas neurais e músculo 
esquelético, e a favorecer a aquisição de padrões motores básicos, como: controle de cabeça e 
tronco, reações de retificação, equilíbrio e proteção e rotações, sendo estes indispensáveis à 
restauração do controle postural, que é parte essencial para a recuperação da função 
(MEDEIROS, 2008). 
A equoterapia é uma abordagem terapêutica que utiliza o cavalo como facilitador para um 
melhor desenvolvimento neuropsicomotor do indivíduo. A interação com o animal propicia 
ao praticante atingir novas formas de comunicação, socialização, concentração, equilíbrio, 
coordenação motora, conscientização postural e ganho da auto-estima. Apesar de ser indicada 
também aos adultos, as crianças e os idosos são a grande maioria, principalmente as que 
apresentam déficit motor nas doenças neurológicas. O trabalho motor realizado na 
equoterapia é muito importante (NEVES, 2008). 
3. Conclusão 
No presente trabalho, constatou-se que a expectativa de vida da população vem aumentando 
consideravelmente, o que teoricamente predispõe a enfermidades neurodegenerativas, dentre 
elas a doença de parkinson, o que gerará um planejamento na saúde pública, já que a doença 
tende a ocasionar um impacto socioeconômico negativo e na qualidade de vida desses 
indivíduos. 
Assim, considera-se necessário que haja um maior conhecimento acerca da patologia e de 
seus reflexos no dia a dia do parkinsoniano, sob um viés interdisciplinar, uma vez que as 
limitações posturais, respiratórias, fonatórias e nutricionais encontram-se interligadas pelas 
complexas conexões neuromusculares, o que demanda uma equipe interdisciplinar e integral. 
A equoterapia é uma técnica utilizada por uma equipe multidisciplinar onde o fisioterapeuta 
tem um importante papel durante as sessões, pois a admissão do praticante se dá 
principalmente pelos dados colhidos tanto na avaliação médica e principalmente na avaliação 
fisioterapêutica. 
11 
 
Referências 
ABP - ASSOCIAÇÃO BRASIL PARKINSON. 2007. Disponível em: 
<http://www.parkinson.org.br/explorer/index.html>. Acesso em: 22de Março de 2012. 
ALMEIDA, M. F.; BARATA, R. B.; MONTERO, C. V.; SILVA, Z. P. Prevalência de Doenças Crônicas 
Auto-referidas e Utilização de Serviços de Saúde, PNAD/1998, Brasil. Revista de Ciências de Saúde 
Coletiva. Rio de Janeiro. V. 7. N. 4. 2002. 
ANDE/BRASIL (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA. I Curso Básico de Equoterapia de 
Roraima. (03 a 07 de Agosto). 2009. 
ANDRADE, L. A. F. et al. Doença de Parkinson: estratégias atuais de tratamento. São Paulo: Lemos, 1998. 
ARAÚJO, M. C. Avaliação dos Eqüinos e Praticantes de Equoterapia do Centro de Equoterapia do Estado 
de Roraima. Monografia (Pós-graduação em RecursosNaturais – Universidade Federal de Roraima). Boa Vista, 
2005. 
AZEVEDO, R.; CAETANO, A.; GOMES, M. C.; TAVARES, C. F. Atividade Física e Doença de Parkinson. 
Revista Digital – Buenos Aires. Año 11. N. 101. Octubre. 2006. 
BARBOSA, J. K. P. Protocolo de Tratamento Equoterápico na Correção da Escoliose em Pacientes 
Portadores de Paralisia Cerebral Quadriplégica Espástica. Monografia do curso de Fisioterapia da Faculdade 
São Francisco de Barreiras – FASB, 2004. 
BOTTINO, C. Doença de Parkinson. 2005. Disponível em: 
<http://www.neurociencias.org.br/Display.php?Area=Textos&Texto=Parkinson>. Acesso em: 08 de Abril de 
2012. 
BRASIL, Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
Censo Demográfico de 2006. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 03 de Março de 2012. 
CAETANO, M. J. D. Equilíbro Dinâmico em Idosos com Doença de Parkinson. Universidade Estadual 
Paulista. Instituto de Biociências. Dissertação de mestrado. 2007. 
CALIXTO, A. S.; OLIVEIRA, J. R. M.; LIMA, S. K. P.; RANGEL, M. G.; OLIVEIRA, V. O. F.; PEREIRA, 
W. A. Cartilha de Equoterapia da APAE. Passos – Minas Gerais. s/a. 
CARDOSO, S.; ACIOLY, S. Atuação Fisioterapêutica na Doença de Parkinson. 2003. Disponível em: 
<http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/neuro/doenca_parkinson.htm>. Acesso em: 08 
de Abril de 2012. 
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Resolução n.º 948. 27 de março 
de 2008. 
CRAM, D. L. Entendendo a Síndrome de Parkinson. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2002. 
CREFITO 06. Entrevista – Piauí lança projeto de equoterapia. Revista do Crefito – 6 (Revista do Conselho 
Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional). Fortaleza- Ceará. Ano 02. Número 02. Outubro de 2004. 
12 
 
DELISA, J. A.; GANS, B. M.; BOCKENEK, W. L.; CURRIE, D. M.; GEIRINGER, S. R.; GERBER, L. H.; 
LEONARD JÚNIOR, J. A.; MCPHEE, M. C.; PEASE, W. S.; WALSH, N. E. Tratado de Medicina de 
Reabilitação – Princípios e Práticas. 3º Edição. Volume 2. São Paulo: Editora Manole, 2002. 
DIAS, R. N.; NEM, R. R. S. Perfil dos Pacientes Atendidos no Serviço de Equoterapia do Estado de 
Roraima. Monografia (Bacharel em Fisioterapia). Faculdade Cathedral de Ensino Superior. Boa Vista, 2008. 
DIOGO, M. J. D. O Papel da Enfermeira na Reabilitação do Idoso. Revista Latino Amerina de Enfermagem. 
Ribeirão Preto. V. 8. N. 1. Janeiro. 2000. 
FERNÁNDEZ-DEL, O. M.; ARIAS, P.; CUDEIRO-MAZAIRA, F.J. Facilitación de la Actividad Motora por 
Estímulos Sensoriales en la Enfermedad de Parkinson. Revista de Neurologia. V. 39. N. 9. 2004. 
FERREIRA, F. V.; CIELO, C. A.; TREVISAN, M. E. Características Respiratórias, Posturais e Vocais na 
Doença de Parkinson: Estudo de Casos. Dissertação (Mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana). 
Universidade Federal de Santa Maria, 2008. 
FREIRE, H. B. G. Equoterapia: Teoria e Prática, uma Experiência com Crianças Autistas. São Paulo: 
Editora Vetor – Universidade Católica de Dom Bosco, 1999. 
GONÇALVES, H. A. Manual de Artigos Científicos. São Paulo: Editora Avercamp, 2004. 
GOULART, F.; SANTOS, C. C. TEIXEIRA-SALMELA, L. F.; CARDOSO, F. Análise do Desempenho 
Funcional em Pacientes Portadores da Doença de Parkinson. Acta Fisioátrica. 2004. 
GREENBERG, D. A.; AMINOFF, M. J.; SIMON, R. P. Neurologia clínica. 5º Edição. São Paulo: Editora 
Artmed, 2005. 
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 11º Edição. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 
2006. 
HAASE, D. C. B. V.; MACHADO, D. C.; OLIVEIRA, J. G. D. Atuação da Fisioterapia no Paciente com 
Doença de Parkinson. Revista Fisioterapia em Movimento. V. 21. N. 1. 2008. 
KAGUE, C. M. Equoterapia: sua Utilização no Tratamento do Equilíbrio em Pacientes com Síndrome de 
Down. Monografia do curso Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Cascavel, 
2004. 
LADISLAU, E. B.; REIS, J. G. R.; MATOS, U. O. A Importância da Implantação da Equoterapia no 
Tratamento de Pessoas Portadores de Deficiências pelo Sistema de Saúde do Estado do Pará. Monografia 
do curso de Especialização em Saúde Pública da Universidade Estadual do Pará – UEPA. Pará, 2000. 
LAKATOS, E. M. Metodologia Científica . São Paulo: Editora Atlas, 1997. 
LANA, R. C. et al. Percepção da Qualidade de Vida de Indivíduos com Doença de Parkinson Através do 
PDQ-39. Revista Brasileira de Fisioterapia. São Carlos. V. 11. N. 5. 2007. 
LERMONTOV, T. A Psicomotricidade na Equoterapia. Aparecida, SP: Editora Idéias &Letras, 2004. 
LIMONGI, J. C. P. Conhecendo Melhor a Doença de Parkinson – uma Abordagem Multidisciplinar com 
Orientações Práticas para o dia-a-dia. São Paulo: Plexius, 2001. 
13 
 
MARTINS-BASETTO, J.; ZEIGELBOIM, B. S.; JURKEWICZ, A. L.; RIBAS, A.; ROSA, M. D. R. 
Reabilitação Vestibular em Idosos com Parkinson. Revista CEFAC. Sao Paulo. V. 9. N. 2. Abril-Junho. 2007. 
MATTOS, M. G.; et al. Teoria e Prática da Metodologia de Pesquisa: Construindo seu Trabalho 
Acadêmico: Monografia, Artigo Científico e Projeto de Ação. São Paulo: Editora Phorte, 2004. 
MEDEIROS, M. A Criança com Disfunção Neuromotora – A Equoterapia e o Bobath na Prática Clínica. 
Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2008. 
MEDEIROS, M.; DIAS, E. Distúrbios da Aprendizagem – A Equoterapia na Otimização do Ambiente 
Terapêutico. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2003. 
MEDEIROS, M.; DIAS, E. Equoterapia – Bases & Fundamentos. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2002. 
NEVES, N. A. Equoterapia – Um Método Terapêutico. Disponível em: 
<http://www.canalsaude.com.br/fisioterapia/equoterapia.html>. 2008. Acesso: 15 de Março de 2012. 
OXTOBY, M.; WILLIAMS, A. Tudo sobre doença de Parkinson: respostas às suas dúvidas. São Paulo: 
Andrei, 2000. 
PARREIRA, V. F. et al. Padrão Respiratório em Pacientes Portadores da Doença de Parkinson e em Idosos 
Assintomáticos. Acta Fisiátrica, V. 10. N. 2. 2003. 
PEREIRA, J. S.; CARDOSO, S. R. Distúrbio Respiratório na Doença de Parkinson. Revista Fisioterapia 
Brasil. V. 1, N. 1. 2000. 
PIERUCCINI-FARIA, F.; MENUCHI, M.R.T.P.; VITÓRIO, R.; GOBBI, L.T.B.; STELLA, F.; GOBBI, S. 
Parâmetros Cinemáticos da Marcha com Obstáculos em Idosos com Doença de Parkinson, com e sem 
Efeito da Levodopa: um Estudo Piloto. Revista Brasileira de Fisioterapia. São Carlos, V. 10. N. 2. 2006. 
RICCI, N. A.; KUBOTA, M. T.; CORDEIRO, R. C. Concordâncias em Observações sobre Capacidade 
Funcional de Idosos em Assistência Domiciliar. Revista de Saúde Pública. Vol. 39. N. 4. São Paulo. Fevereiro. 
2005. 
RIVLIN-ETZION, M.; MARMOR, O.; HEIMER, G.; RAZ, A.; NINI, A; BERGMAN, H. Basal Ganglia 
Oscillations and Pathophysiology of Movement Disorders. Current Opinion in Neurobiology, v.16, 2006. 
ROCHA, C. R. F. Fisioterapia Aplicada à Equoterapia. Brasília, 2008. 
ROSA, T. E. C.; BENÍCIO, M. H. D.; LATORRE, M. R. D. O.; RAMOS, L. R. Fatores Determinantes da 
Capacidade Funcional entre Idosos. Revista de Saúde Pública. Vol. 37. N. 1. Outubro. 2003. 
SANT, C. R.; OLIVEIRA, S. G. ROSA, E. L.; SANDRI, J.; DURANTE, M.; POSSER, S. R. Abordagem 
Fisioterapêutica na Doença de Parkinson. Revista Brasileira de Ciência do Envelhecimento Humano. V. 5. N. 
1. 2008. 
SANTOS, S. L. M. Fisioterapia na Equoterapia: Análise de seus Efeitos sobre o Portador de Necessidades 
Especiais. Aparecida, SP: Editora Idéias & Letras, 2005. 
SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle Motor: teoria e aplicações práticas. Barueri, SP: 
Manole, 2003. 
14 
 
SILBERMAN, C. D.; LAKS, J.; RODRIGUES, C. S. Uma revisão sobre depressão como fator de risco na 
Doença de Parkinson e seu impacto na cognição. Revista de Psiquiatria. Rio Grande do Sul. Jan./Abr. Vol. 26. 
Nº. 1. 2004. 
STEIDL, E. M. S.; ZIEGLER, J. R.; FERREIRA, F. V. Doença de Parkinson:Revisão Bibliográfica. Disc. 
Scientia. Série: Ciências da Saúde. Santa Maria. V. 8. N. 1. 2007. 
TEIVE, H. A. G. Doença de Parkinson: Um Guia Prático para Pacientes e Familiares. São Paulo: Lemos, 
2000. 
UZUN, A. L. L. Equoterapia: Aplicação em Distúrbios do Equilíbrio. São Paulo: Editora Vetor, 2005.

Continue navegando

Outros materiais