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AULA 07 (1)

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AULA 07
Planejamento de Ensino e os Conteúdos Escolares
Você já se questionou sobre os conteúdos escolares e a forma como ele é aplicado em sala de aula? Vamos iniciar nossa aula sobre esses conteúdos fazendo alguns questionamentos que poderão ser respondidos, ainda que parcial ou provisoriamente ao longo do processo de aprendizagem. Vamos descobrir quais são eles?
A quem compete a seleção e organização dos conteúdos escolares? Eis um questionamento que precisamos fazer, pois se é o professor que trabalha de forma direta o conhecimento com seus alunos, será que se trata de outras pessoas pensarem o que deve ser feito em sala de aula, e na escola o professor ser apenas um mero executor de tarefas?
Como devem ser tratados os conteúdos no espaço de sala de aula, virtual ou presencial? Cabe ao professor tratar o conhecimento de forma isolada e fragmentada ou se trata de estabelecermos relações entre os assuntos da disciplina?
Que tipo de formação estamos oferecendo aos nossos alunos quando fragmentamos o saber e que tipo de formação oferecemos quando integramos os conteúdos e contextualizamos o ensino?
Há diferenças no tipo de contribuição que o professor oferece aos seus alunos quando ele trata o conteúdo de forma articulada à sociedade e quando ele trata o conhecimento de forma abstrata, generalizada?
Os alunos compreendem o sentido do aprendizado? Compreendem o porquê de estarem aprendendo determinado conteúdo? Eles conseguem fazer a “ponte” entre o que aprendem na escola e o que vivem em suas realidades?
Afinal, qual o propósito do conteúdo? Há que se ter um fim em si mesmo ou há que ser um meio para se alcançar um fim?
Esperamos, se não respondermos a todos esses questionamentos, que, no mínimo, despertemos em você a curiosidade do curso de formação de professores, para que continue buscando suas respostas, permitindo-se viver a aventura que se chama aprender.
Depois de gerar inquietações, vamos a algumas respostas, visando organizar melhor nosso pensamento a respeito dos conteúdos de ensino.
O que são Conteúdos Escolares ou Conteúdos de Ensino?
Trata-se do conhecimento científico que se ensina aos alunos para que desenvolvam as capacidades que lhe permitam produzir e usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos.
Vejamos a charge a seguir:
Os conteúdos não devem ter características de terminalidade e devem servir como ponto de partida para novos conhecimentos.
Entretanto, como apresentado na charge que acabamos de ver, quando o professor respalda a prática no modelo tradicional e tecnicista de ensino, o conteúdo estudado tem caráter de terminalização, isto é, como se o assunto subsequente não tivesse nenhuma relação com o assunto anterior.
Além disso, é trabalhado de forma fragmentada e isolada de um contexto.
Professor pesquisador
Para trabalharmos um conteúdo com mais desenvoltura e autonomia, precisamos no mínimo estudar mais referências, o que nos ajudará a ir construindo e consolidando o conhecimento, buscando nossas próprias respostas, apresentando novas sínteses e possibilidades.
Sobretudo quando o professor inclui o aluno no processo de aprendizagem, abrindo espaço para o diálogo, partindo da realidade dos educandos e devolvendo-o de forma científica. Neste caso, o professor legitima os saberes dos alunos, não considerando legítimo apenas o seu conhecimento.
Na verdade, no caso do professor, “único” detentor do saber, já estaríamos na dúvida quanto ao fato de o conhecimento ser mesmo dele ou dos autores que produziram e publicaram em livros, revistas ou sites e que ele reproduz como se fosse de sua autoria.
O fato é que o professor precisa ser um pesquisador. Não há como desenvolver uma visão crítica sobre o objeto de estudos em questão sem o aprofundamento do conhecimento. E quando o professor dialoga com seus alunos sobre os conteúdos de ensino, eis uma forma de estabelecer relações entre a escola e a sociedade.
A fim de compreendermos melhor o conteúdo tratado nesta seção, vejamos uma cena do filme Sociedade dos Poetas Mortos:
O vídeo mostra que o professor não deve fragmentar o saber, e sim se contextualizá-lo, porque o saber deve partir da realidade, do saber do aluno, do óbvio, do senso comum, e se devolver de forma sistematizada, organizada e científica, sob o risco de submetermos os educandos à condição de opressão ao sonegarmos a ciência a eles.
Essa não é a proposta quando se compreende a educação como instrumento de libertação da condição de opressão, como instrumento de transformação de realidades sociais. O aluno precisa do conhecimento para se equipar cognitivamente e colocar a ciência a seu favor e da sociedade. Somente assim contribuiremos para a construção de um mundo melhor.
Por outro lado, sabemos que os professores muitas vezes se veem pressionados a cumprir todos os conteúdos de ensino previstos no livro didático ou impostos pelos órgãos governamentais e/ou pelas escolas.
Fragmentação e Isolamento do Conteúdo X Conhecimento Significativo
Vale acrescentar que todo conteúdo deve ter utilidade à vida do aluno, em consonância com as questões sociais.
Entretanto, mais uma vez, ressaltamos que, se o professor respaldar a prática no modelo tradicional de ensino, bem como no modelo tecnicista, ele tratará o conteúdo como verdade absoluta.
Assim, determina o que o aluno deverá aprender, tornando o assunto abstrato, generalizado, do tipo que se aplica a todos e a ninguém ao mesmo tempo.
Nesse caso, o professor não dialoga com o aluno sobre o objeto de estudos; não desmistifica a ciência; não estabelece relações entre a escola e a sociedade.
Em outras palavras, o aluno não é representado no currículo escolar, na medida em que seu saber não é valorizado e legitimado na escola e por ela.
Paulo Freire denominou o conteúdo transmitido como verdade absoluta de “Educação Bancária” ou “Enciclopedista”, considerando-o vazio de sentidos, “verbalização oca”, sem contexto e sem endereço.
Um saber ou conhecimento não é considerado legítimo quando é arbitrário, porque é propriedade de grupos distintos, que os selecionou ou produziu a partir das necessidades desses grupos. Logo, a validade universal desse saber é negada (Santos; Grumbach, 2005, p. 25).
Compreensão do sentido do conhecimento
O papel do professor, ao respaldar sua prática na perspectiva pedagógica crítica e progressista, é apresentar os conteúdos e as atividades de aprendizagem de forma que os alunos compreendam o porquê do que aprender.
Os alunos devem compreender o sentido do conhecimento e, assim, desenvolver expectativas positivas em relação à aprendizagem, e assim, sintam-se motivados para o trabalho escolar.
Conteúdos de Ensino na Visão de Nilda Alves
O mundo é cheio de conhecimentos de toda ordem, que nos aparecem de múltiplas formas. Nem todos eles estão na escola; quer dizer, alguém que têm o poder faz a escolha dos conhecimentos que vão estar na escola e que nela devem ser ensinados. Ou seja, há a seleção daqueles conhecimentos que na escola serão chamados conteúdos pedagógicos e que todos deverão aprender. Isto nos leva a reconhecer que outros conhecimentos tiveram a sua entrada proibida na escola. Ao menos oficialmente.
Em geral, a escolha para o que podia/ devia entrar na escola como conhecimento a ser aprendido era feita buscando o que era conveniente ou não aos que iam aprender, decidido a partir de critérios exteriores a eles próprios e a partir da autoridade de alguém que se considerava e era reconhecido em posição de fazer a escolha.
Escolha essa que privilegiava aspectos morais que levassem à manutenção da autoridade nas mãos de quem sempre a teve, servindo para formar pessoas subordinadas a ordens sociais prescritas. Dessa maneira, eram deixados de fora aqueles conhecimentos que pudessem “enfraquecer” a alma dos educandos, bem como, os saberes “inúteis”, como eram entendidos os saberes cotidianos.
ATIVIDADE PROPOSTA
Faça uma pesquisa em livros didáticos sobre os conteúdos de ensino relacionadosa uma determinada série/ escolaridade.
Se você for do curso de História, deverá pesquisar em livros didáticos de História, mas, se for do curso de Geografia, deverá pesquisar em livros didáticos de Geografia; se for de Letras, poderá pesquisar os conteúdos de ensino em livros didáticos de Língua Portuguesa ou em livros didáticos de inglês, espanhol ou outro idioma de seu interesse.
Se você for do curso de Pedagogia, deverá, primeiramente, escolher uma das disciplinas: matemática, português, história, geografia, ciências e, em seguida, fazer a pesquisa dos conteúdos de ensino, relacionados a uma determinada série/escolaridade.
Ressaltamos que os profissionais da Pedagogia trabalharão com alunos da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental I e que os demais alunos das licenciaturas trabalharão com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II ao Ensino Médio.
RESPOSTA: 
Não existe uma resposta padrão, tendo em vista as diferentes licenciaturas e níveis de escolaridade que poderão ser escolhidos. O objetivo é que você se familiarize com os conteúdos de ensino. Sugere-se que os livros didáticos pesquisados sejam os mais atualizados possíveis.
	 1a Questão 
	
	
	Existem várias formas de organização curricular. Uma delas se define da seguinte forma: "se constituem por um conjunto de disciplinas, definidas por seu status e aparente funcionalidade. Assim, nem todos os campos do saber estão representados". Assinale a alternativa que corresponde a esta definição.
		
	
	o currículo a partir de temas geradores.
	 
	o currículo disciplinar.
	
	o currículo oculto.
	
	o currículo a partir de projetos.
	
	o currículo em torno de áreas de conhecimento.
	 2a Questão 
	
	
	ENADE-2008- Os alunos do EJA chegam à sala de aula com saberes construídos a partir de suas vivências em todos os contextos por onde circulam- familiar, profissional, de lazer ou religioso. Os professores devem trabalhar tais saberes por meio de atividades em que sejam
		
	
	relativizados por serem construídos fora do processo de escolarização.
	 
	integrados aos conteúdos das diferentes áreas do conhecimento.
	
	reconstruídos em torno de parâmetros de correção prévios
	
	Esvaziados por sua associação ao fracasso escolar dos alunos.
	
	avaliados para uma compreensão dos erros epistemológicos.
	 3a Questão 
	
	
	Fazer das disciplinas escolares tradicionais o centro do currículo implica em privilegiar:
		
	
	a função transformadora da escola
	 
	o conhecimento formalmente estabelecido
	
	a pluralidade cultural
	
	a problematização do conhecimento na ação pedagógica
	
	as vivências e interações sociais
	 4a Questão 
	
	
	Na concepção de Pais (2008, p. 16-17): há jovens negros ou ciganos que entram numa escola ideologicamente orientada pelo princípio da igualdade de oportunidades, mas, na realidade, eles são muitas vezes tratados como diferentes quando deveriam ser tratados como iguais. É o que acontece ao serem olhados de lado, sendo desse modo estigmatizados, Outras vezes, esses jovens gostariam de ser compreendidos na sua diferença, mas acabam por ser tratados como iguais. É o que acontece quando não há uma mínima preocupação com as suas carências econômicas ou afetivas. Quando as diferenças que fazem de cada aluno um ser humano não são levadas em linha de conta ou sempre que, por razões não justificadas ou de simples presunção, se é tido como igual mas olhado como diferente, pode surgir entre quem é alvo de discriminação ou abandono um sentimento de solidão expresso em revolta. Esse sentimento de revolta poderá surgir, potencialmente, entre alunos que:
		
	 
	não reconhecem a escola como sua
	
	desejam ser como os colegas de nível sócio econômico mais alto
	
	têm como objetivo mudar hábitos e costumes
	
	não apresentam resistência frente aos padrões
	
	não pretendem que suas realidades sejam retratadas no universo escolar
	 5a Questão 
	
	
	São temas transversais propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais:
		
	 
	Ética, Meio ambiente, Saúde, Pluralidade cultural e Orientação sexual;
	
	Ética, Ecologia, Saúde, Pluralidade cultural e Orientação sexual;
	
	Filosofia, Meio ambiente, Saúde, Pluralidade cultural e Orientação sexual;
	
	Filosofia, Ecologia, Saúde, Diversidade cultural e Orientação sexual.
	
	Ética, Meio ambiente, Sociologia, Pluralidade cultural e Orientação sexual;
	 6a Questão 
	
	
	"Existem diversos conceitos de currículo aplicados à educação, os quais foram variando no decorrer do tempo. Essa variação se deve à própria concepção de escola e de educação adotada em diferentes momentos e devido às próprias demandas histórico-sociais de uma determinada época". Qual das concepções abaixo se caracteriza como a concepção mais tradicional de todas:
		
	
	O currículo é abrangente pois é formado não só pelas matérias e seus respectivos conteúdos, mas também por uma ordenação lógica, por métodos adequados e por um processo avaliativo.
	 
	Currículo é o agrupamento de matérias, ordenadas sequencialmente, a serem desenvolvidas em um determinado curso ou nível de ensino, as quais deveriam ser seguidas pelo aluno.
	
	O currículo deve promover uma integração entre esses elementos bem como seu desenvolvimento em uma prática contextualizada.
	
	O currículo é dinâmico e constantemente deve ser reconstruído e adaptado pelos diferentes indivíduos ligados ao processo educacional e, também, por membros da comunidade.
	
	O currículo deve incluir experiências culturais diversificadas a serem exploradas para descobrir-se seu verdadeiro significado.
	 7a Questão 
	
	
	Quando o currículo não é visto como algo a ser questionado, analisado, negociado e articulado ao significado humano é porque a ênfase se dá:
		
	
	no currículo real
	
	no multiculturalismo
	 
	na disciplinarização do conhecimento
	
	na pluralidade cultural
	
	no currículo oculto
	
	 8a Questão 
	
	
	É considerado curricular aquilo que foi planejado pelos educadores, mas também o que foi de alguma forma vivenciado na escola. A essas duas modalidades de currículo denominamos respectivamente:
		
	 
	currículo pensado e currículo vivido
	
	currículo planejado e currículo pensado
	
	currículo vivido e currículo pensado
	
	currículo vivido e currículo oculto
	 
	currículo real e currículo vivido

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