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Um grupo de 50 (cinquenta) profissionais da área de saúde decidiu formar uma sociedade para a fabricação e distribuição de produtos de beleza, tendo como exemplo a ser seguido empresas de sucesso como Natura, Boticário, Avon, dentre outras. Para tanto, cada profissional ficou responsável por trazer um sócio investidor para a constituição da sociedade. Com isso, ao final de alguns meses, o projeto já envolvia diretamente 100 (cem) potenciais sócios e um valor inicial previsto para o capital social de cerca de R$2.000.000,00 (dois milhões de reais). Todavia, logo no início das discussões acerca da constituição desta sociedade surgiu um grande impasse na definição de duas questões fundamentais para o avanço do projeto e os dois grupos se separaram da seguinte forma: (1) Requerente - Grupo dos especialistas, liderado pela sócia Gisela Bonde, que defendia a constituição de uma sociedade limitada com aplicação subsidiária da Lei nº 6.404/76. Em relação à cláusula de resolução de conflitos, este grupo entendia que deveria ser inserida uma cláusula escalonada de negociação, mediação e arbitragem perante a Câmara de Arbitragem Empresarial – Brasil (CAMARB). (2) Requerida - Grupo dos investidores, liderado pelo sócio João Andante, que defendia a constituição de uma sociedade anônima de capital fechado. Em relação à cláusula de resolução de conflitos, este grupo entendia que deveria ser inserida uma cláusula de eleição de foro padrão. Se o adversário falar sobre uma característica positiva de um tipo de jurisdição, buscar a característica corresponde positiva do outro tipo de jurisdição. Pontos positivos de ser cláusula escalonada de negociação, mediação e arbitragem perante a Câmara de Arbitragem Empresarial – Brasil (CAMARB) Pontos positivos de ser cláusula de eleição de foro padrão. A modalidade não adversarial de solução de conflitos (não contenciosa) – é utilizada no mundo inteiro como solução à judicialização das demandas. No Brasil, a jurisdição é feita pelo Estado. Cabe ao Estado o “poder-dever” de dizer o direito frente a uma lide. Há uma otimização de tempo, já que as decisões são tomadas sem ter que esperar a longa fila de demandas do juiz. As decisões demoram, mas têm efeitos inter partes de forma a não serem passíveis de revisão. Ademais, seguindo a cláusula escalonada, se não der certo na negociação e, posteriormente, na mediação, é necessário ir à arbitragem. O processo pode ficar tão longo ou cansativo quanto ir ao judiciário, tendo, como positivo a certeza de ter uma decisão tomada pelo Estado. Na cláusula escalonada há um esforço comum para que todos saiam ganhando - não se tem, então, posições contrapostas nem embates de forças, mas intenção conjunta de chegar a resultados positivos. Há um foco em interesses e necessidades. Todo conflito é um embate de posições opostas. Delegar a um juiz a decisão, é delegar a um terceiro imparcial que julga pelo livre convencimento, não tendo possibilidades dele ter interesses alheios ou externos à demanda. Nesta clausula, privilegia-se a autonomia, já que a decisão é feita por quem está envolvido – não se delegando a terceiros que nada sabem do embate. Exatamente por haver um conflito que é bom que seja o juiz o decidir – um terceiro não envolvido e não interessado. Há vários momentos e formas para que se alcance um resultado positivo. Primeiro se tenta fazer com que as pessoas, juntas, cheguem a uma decisão– o que traz melhor resultado e satisfação. Não dando certo, tem-se a possibilidade de uma mediação, onde uma pessoa neutra e imparcial atuará auxiliando às partes a se comunicarem- sendo este auxilio de forma sutil e suave por meio de perguntas que façam as partes a refletirem. E, ainda assim, não sendo possível, na arbitragem as partes definem o arbitro que, ao tomar a decisão, vinculam as partes. Há vários momentos e formas também para o alcance da decisão. Por isso, existem sempre os recursos para que o caso possa ser analisado o resultado justo da demanda(duplo grau de jurisdição). Ademais, é possível que mantenha-se a cláusula de eleição de foro, passando antes pela negociação e mediação. Se duas pessoas chegaram ao ponto de ajuizarem as ações, ainda que de forma não oficial, elas já tentaram um negociação e uma mediação sem sucesso. Submetê-las a um processo de arbitragem é análogo à submete-la a decisão do juiz, sendo esta segunda, de maior confiabilidade e por isso, preferível. Os custos são baratos porque são divididos por todos que participam, não tendo, nesta via, sucumbência. Apesar do custo, tem a confiabilidade da decisão ser assinada por um juiz. O valor só é caro para quem perde, já que o vencedor da demanda não paga custas processuais, As partes podem eleger o árbitro. Não poder eleger o juiz é o que dá impessoalidade à decisão de um conflito. A via escalonada termina o conflito de forma mais célere, possibilitando que a vida da empresa ande e não fique esperando uma demorada decisão judicial – o que é melhor para os negócios. Se uma decisão tiver sido ruim, a via judicial permite sempre se recorrer aos recursos – dando possibilidade a quem perdeu de ter a decisão revista. - Se o adversário falar sobre uma característica negativa de um tipo societário, buscar a característica corresponde negativa do outro tipo societário. Pontos negativos de ser cláusula escalonada de negociação, mediação e arbitragem perante a Câmara de Arbitragem Empresarial – Brasil (CAMARB) Pontos negativos de ser cláusula de eleição de foro padrão. A via da cláusula escalonada pode ser igualmente cara já que, se não se chegar ao consenso pela negociação e, posteriormente, pela mediação, ter-se-á uma terceira via que é arbitragem. Para cada uma das etapas paga-se mediadores, árbitros, além de pessoas para representar (em regra, advogados) A via jurisdicional é mais dispendiosa (cara) que a via da arbitragem. A via da cláusula escalonada também traz uma perspectiva parecida, já que, se se chegar à arbitragem tem-se que foi necessário definir um terceiro para decidir e, o que é pior, este terceiro pode não ser tão preparado quanto um juiz. A via judicial traz a perspectiva de que as pessoas não conseguem resolver seus próprios problemas, tendo sempre que serem tuteladas pelo Estado. A via da cláusula escalonada pode ser lenta também, já que há várias fases para se resolver o conflito. A via judicial demora muito. Os processos são lentos demais. Não se tem a via recursal – se uma decisão for ruim, fica-se vinculada a ela sem possibilidade de acessar o judiciário. Os vários recursos existentes no Brasil podem emperrar a empresa, o andamento dos negócios.
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