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Processo Penal I. Avaliação 2º Bimestre 2017. 30/06/2017. Gabarito 2 6) Arnaldo e Beatriz, residentes em Juiz de Fora/MG, recém-casados e em viagem de lua de mel à cidade de Bariloche, na Argentina, discutem violentamente. Em consequência dos desentendimentos, Arnaldo, com vontade e consciência de sua conduta, mata Beatriz mediante asfixia (art. 121, § 2º, III, CP) e altera todo o local do crime no quarto do hotel em que estavam hospedados, a fim de simular teriam sido vítimas de um assalto praticado por três homens (art. 347, CP). De volta ao Brasil, o agressor é preso pela Polícia Federal brasileira, com base nas investigações já realizadas pela polícia argentina, indicando sua autoria nos crimes. Diante do fato, responda, fundamentadamente, se existe conexão ou continência no caso? Qual a espécie de conexão ou de continência? A partir daí, defina a competência material, territorial e funcional para processar e julgar o presente caso penal no Brasil. Fundamente a resposta com base nos dispositivos legais aplicáveis ao caso. (Valor: 1,0 ponto). Resposta: No presente caso verifica-se a conexão objetiva, material ou teleológica (art. 76, inciso II, do CPP). A competência material em sentido amplo pertence à Justiça Comum Estadual, pelo caráter residual; há competência material em sentido estrito do Tribunal do Júri, pois presente crime doloso contra a vida consumado (art. 5º, inciso XXXVIII, “d”, da CR e art. 74, § 1º, do CPP), o que determinará a unidade de processo e julgamento, em razão da conexão, tanto do crime de homicídio qualificado, como do crime de fraude processual pelo Tribunal do Júri, na forma do art. 78, inciso I, do CPP. Trata-se da vis attractiva do júri em relação aos demais crimes da competência da Justiça Comum. A competência territorial pertence à Comarca de Belo Horizonte, a Capital do Estado onde reside o réu, conforme a previsão do art. 88, do CPP. Por fim, a competência funcional caberá a alguma Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, caso não exista vara especializado do júri naquela Comarca. Processo Penal I. Avaliação 2º Bimestre 2017. 30/06/2017. Gabarito 3 7) A, B e C, previamente ajustados, subtraem para si, em Curitiba, dois veículos (art. 155, § 4º, IV, CP) com os quais, em Colombo, cometem um roubo a um banco privado, causando lesões corporais graves num soldado da Polícia Militar que reagiu (art. 157, § 1º, CP). No outro dia, em Paranaguá, abordam um rapaz em um automóvel e, para subtrair o veículo que ele conduzia, matam-no (art. 157, § 3º, CP). Finalmente, dias depois, em Guaratuba, são presos em flagrante pelo porte de 4kg de cocaína, comprada com o dinheiro do roubo e destinada à venda (art. 33, da Lei n.º 11.343/2006). Diante do fato, responda, fundamentadamente, se existe conexão ou continência no caso? Qual a espécie de conexão ou de continência? A partir daí, defina a competência material, territorial e funcional para processar e julgar o presente caso penal. Fundamente a resposta com base nos dispositivos legais aplicáveis ao caso. (Valor: 1,0 ponto). Resposta: No presente caso, verifica-se a conexão intersubjetiva por concurso (art. 76, inciso I, do CPP). A competência material em sentido amplo pertence à Justiça Comum Estadual, pelo caráter residual; não há competência material em sentido estrito, pois, no caso, não se verifica nem crime doloso contra a vida (Súmula 603 do STF), nem infração penal de menor potencial ofensivo (e ainda que houvesse, deveria ser observado o cúmulo do concurso material de crimes); em se tratando de juízos igualmente competentes, em razão da conexão, deverá ser aplicada a regra do art. 78, inciso II, “a”, do CPP, preponderando, na competência territorial, aquele juízo do lugar da infração à qual é cominada a pena mais grave, qual seja o juízo da Comarca de Paranaguá/PR. Por derradeiro, a competência funcional caberá a alguma Vara Criminal da Comarca de Paranaguá/PR.
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