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Plano De Aula 5

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Plano de Aula: TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E DOS 
DIREITOS HUMANOS 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 
Título 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E DOS DIREITOS HUMANOS 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E DOS DIREITOS HUMANOS 
Objetivos 
x 
o Compreender o processo histórico de reconhecimento, evolução 
e sedimentação dos direitos fundamentais inerente à pessoa; 
o Analisar as características dos direitos fundamentais. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Perspectiva Tradicional 
1.1 Processo Histórico Europeu/Estadunidense 
1.1 Características 
1.1.1 Universalismo 
1.1.2 Evolucionismo 
1.1.3 Formalismo 
1.2 Gerações dos Direitos Fundamentais 
2. Perspectiva Crítica 
2.1 Processo Histórico do Sul Global 
2.2 Pensamento Pós-Colonial e Descolonial 
2.3 A Colonialidade do ser, do poder e do saber 
2.4 Universalismo ou Particularismo: Multiculturalismo e Interculturalidade 
Aplicação Prática Teórica 
Determinado Prefeito Municipal tinha a intenção de encaminhar projeto de lei à Câmara dos 
Vereadores disciplinando a concessão de direitos sociais a certa camada da população. No entanto, 
tinha dúvidas a respeito da compatibilidade dessa iniciativa com a ordem constitucional, mais 
especificamente com o princípio da igualdade, consagrado no Art. 5º, caput, da Constituição da 
República Federativa do Brasil. Em seu entender, a igualdade exigiria que os direitos sociais 
fossem igualitariamente oferecidos a todos, independentemente de suas características pessoais. 
Para sanar suas dúvidas, solicitou o pronunciamento da Procuradoria do Município, que exarou 
alentado parecer a respeito dessa temática. 
À luz da presente narrativa, o conceito de igualdade, tal qual consagrado na Constituição, não se projeta 
sobre as políticas públicas a cargo do Poder Executivo. Julgue se correta ou errada e fundamente. (FGV 
– adaptada)Parte superior do formulário 
Procedimentos de Ensino 
Aula expositiva, debate e discussão dirigida com base no capítulo 14 do 
livro Direito Constitucional Esquematizado de Pedro LENZA presente no 
material de apoio discente, de forma a auxiliar a resolução do caso concreto. 
Aplicação da metodologia do caso concreto com resolução do exercício 
estabelecido no item avaliação, bem como exemplos, exercícios e estudo de 
casos escolhidos pelo professor, privilegiando sempre que possível as 
especificidades regionais. 
O intuito nesta aula é estimular a compreensão da categoria: direitos 
fundamentais. Vale lembrar que tais questões estão devidamente 
desenvolvidas no material de apoio do aluno. 
 
Conceito de Direitos Fundamentais 
 
 Segundo José Afonso da Silva ?os direitos fundamentais é expressão 
que designa em nível do direito constitucional positivo, àquelas prerrogativas e 
instituições que ele concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e 
igual de todas as pessoas. No qualificativo fundamental acha-se a indicação de 
que se trata de situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não se 
realiza, não convive, e às vezes nem sobrevive; fundamentais do homem, no 
sentido de que a todos, por igual devem ser, não apenas formalmente 
reconhecidos, concreta e materialmente efetivados?. 
 O constituinte organizou os direitos fundamentais da seguinte forma: 
 
1) direitos individuais, também conhecidos como liberdades públicas, 
direitos negativos, liberais ou de 1a geração (art. 5o da CRFB/88) - são 
direitos que apresentam como principais características terem os 
indivíduos como titulares e controlar os abusos de poder estatais; 
 
2) direitos coletivos e difusos (ou de 3a geração) ? os primeiros 
caracterizam-se por serem direitos de um grupamento humano com 
interesses homogêneos, por exemplo o pleito dos sindicatos. Já os 
difusos são direitos que pertencem a todos, ou seja, não somos 
capazes de identificar quem são o seus titulares, como por exemplo o 
meio ambiente; 
 
3) direitos da nacionalidade ? caracteriza-se como vínculo jurídico-
político de uma pessoa com o Estado que nos permite dizer que esta 
pessoa faz parte do povo deste Estado. Ela pode ser de dois tipos: 
originária, que chamamos de natos, que no Brasil pode ser adquirida 
pelo critério misto, ou seja, pelo nascimento em nosso território (ius 
soli) ou pela consangüinidade (ius sangunis) de pai ou mãe 
brasileiros ou; derivada, que se adquire com um pedido ao governo 
brasileiro atendendo aos requisitos de se for originário de país de 
língua portuguesa: ter visto (autorização de permanência regular no 
Estado Brasileiro) de permanência, residência ininterrupta por um ano 
e idoneidade moral e, se originário de outro país: visto de permanência, 
quinze anos de residência ininterrupta e nenhuma condenação penal. 
(art. 12 da CRFB/88); 
 
4) direitos políticos ? segundo Pedro Lenza ?direitos políticos nada mais 
são do que instrumentos através dos quais a Constituição Federal 
garante o exercício da soberania popular atribuindo poderes aos 
cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta ou 
indiretamente?. Esses direitos são basicamente exercidos pelo sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto. O sufrágio (capacidade eleitoral 
ativa) determina o direito de eleger e ser eleito (capacidade eleitoral 
passiva). O voto é um direito público subjetivo que tem como 
características ser personalíssimo, sigiloso, obrigatório, livre, periódico 
e igual. Apenas para não confundir, vale lembrar que escrutínio 
significa a maneira pela qual se vota e que a legislação 
infraconstitucional referente aos direitos políticos é a Lei 4737/65; 
 
5) direitos sociais ? são direitos sociais ou de 2a geração, se 
caracterizam por terem como titulares grupos específicos de pessoas 
como por exemplo crianças, mulheres, trabalhadores etc. Exigem do 
Estado um fazer, um animus de proteção efetiva na persecução desses 
direitos a fim de amenizarem as desigualdades sociais. 
 
Importante ressaltar que como já entendeu o STF o rol dos direitos 
fundamentais (que são cláusulas pétreas ? art. 60, §4o ,inciso IV da CRFB/88) 
é meramente exemplificativo, visto que podemos depreender novos direitos 
implicitamente como também pela incorporação de tratados internacionais de 
direitos humanos (art. 5o §§ 2o e 3o da CRFB/88). 
 
 A doutrina aponta sete características para os direitos fundamentais, são 
elas: 
 
a) universalidade ? eles se destinam a todos os seres humanos; 
 
b) imprescritibilidade ? esses direitos não se perdem pelo decurso do tempo; 
 
c) inalienabilidade ? esses direitos não podem ser transferidos; 
 
d) irrenunciabilidade ? esses direitos não podem ser renunciados; 
 
e) concorrência ? possibilidade de acumular os direitos fundamentais; 
 
f) relatividade ? estes direitos não são absolutos, pois podem entrar em 
conflito com outros direitos fundamentais e; 
 
g) historicidade ? eles são direitos conquistados por revoluções políticas e 
tecnológicas no decorrer da história no mundo ocidental. 
Recursos Físicos 
x Quadro e pincel; 
x Retroprojetor; 
x Data show; 
x Leitura de textos; 
x Constituição Federal; 
x Jurisprudência. 
Avaliação 
O professor deverá orientar o aluno como sendo errada a afirmativa com base no aspectos das ações 
afirmativas — três importantes precedentes da Suprema Corte (Cotas Raciais, PROUNI e Lei Maria da 
Penha) e a Lei n. 12.990/2015: Esses critérios podem servir de parâmetros para a aplicação das 
denominadas discriminações positivas, ou affirmative actions, tendo em vista que, segundo David Araujo 
e Nunes Júnior, ―... o constituinte tratou de protegercertos grupos que, a seu entender, mereceriam 
tratamento diverso. Enfocando-os a partir de uma realidade histórica de marginalização social ou de 
hipossuficiência decorrente de outros fatores, cuidou de estabelecer medidas de compensação, buscando 
concretizar, ao menos em parte, uma igualdade de oportunidades com os demais i ndivíduos, que não 
sofreram as mesmas espécies de restrições. 
 
Passamos a destacar importantes precedentes estabelecidos pelo STF. 
 
Em primeiro lugar, lembramos, em 26.04.2012, o julgamento das cotas raciais, notadamente a discussão 
travada na ADPF 186, que considerou constitucional a política de cotas étnico-raciais para seleção de 
estudantes da Universidade de Brasília (UnB) (para um outro precedente, cf. julgamento do RE 597.285 
que discute o sistema de cotas adotado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul). 
 
Ainda, o STF declarou o reconhecimento da proclamação na Constituição da igualdade material, sendo 
que, para assegurá-la, ―o Estado poderia lançar mão de políticas de cunho universalista — a abranger 
número indeterminado de indivíduos — mediante ações de natureza estrutural; ou de ações afirmativas — 
a atingir grupos sociais determinados — por meio da atribuição de certas vantagens, por tempo limitado, 
para permitir a suplantação de desigualdades ocasionadas por situações históricas particula res. 
Certificou-se que a adoção de políticas que levariam ao afastamento de perspectiva meramente formal do 
princípio da isonomia integraria o cerne do conceito de democracia. Anotou-se a superação de concepção 
estratificada da igualdade, outrora definida apenas como direito, sem que se cogitasse convertê-lo em 
possibilidade‖ (Inf. 663/STF). 
 
A partir desse julgamento, devemos destacar, em momento seguinte, a aprovação da Lei n. 12.990/2014 
que reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públ icos para provimento de cargos 
efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações 
públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União. 
(...) 
Fonte: PEDRO LENZA. DIREITO CONSTITUCIONAL ESQUEMATIZADO (2015). 
Considerações Adicionais

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