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Questões CIVIL III

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1º questão: Analise Legal das Formas Especiais de Extinção e Modificação do vínculo obrigacional.
Pagamento em consignação: é um instituto de direito material que se aperfeiçoa no direito processual especialmente no procedimento especial de jurisdição contenciosa. O pagamento em consignação é um resultado de sentença transitada em julgado. É direito precípuo do devedor (para se livrar da mora) nas situações em que se encontra impedido de efetivar o pagamento (no tempo, lugar e modo). De acordo com o Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
O pagamento deve se realizar com a cooperação do credor, porque é somente ele ou seu representante, podem dar a quitação ao devedor (solvens). Dessa forma quando o credor se recusa a cooperar, ou seja, quando se recusa a receber o pagamento, ou quando o devedor não sabe quem é o seu credor e tem dificuldade de encontrar a pessoa a quem deve pagar o pagamento em consignação é o meio técnico que o devedor deve usar para se libertar da obrigação, conforme art 335 CC/02.
O pagamento em consignação é um deposito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa que se é devida, pela forma que é prescrita na lei. Se for judicial será através da ação de consignação ou do deposito em juízo. Essa forma de pagamento produz o mesmo efeito do pagamento Stricto sensu. Vale lembrar que nem todas as dividas admitem pagamento em consignação. É preciso que a coisa seja idônea para o deposito. A consignação deve ser efetuada no lugar do pagamento, pois nela que se firma a competência do juiz para conhecer a ação. Se decidida a favor do devedor, o pagamento vale desde o momento em que fez o deposito judicial.
Pagamento com Sub-Rogação: A sub-rogação é quando a divida de alguém é paga por outra pessoa, um terceiro, este por sua vez adquire o credito, e vira credor da pessoa para quem pagou a divida. A sub-rogação apenas modifica a relação obrigacional conforme o artigo 346 e 351 do CC/02. Trata-se de uma substituição da figura do credor por outra pessoa que por conta do artigo 346 e 347do CC/02, será chamado credor sub-rogado.
O pagamento com Sub-rogação pode ser dividido em dois: da forma legal (art. 346 CC/02) em favor do credor que paga a dívida do devedor comum, do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel, do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte; ou Convencional (art. 347 CC/02) quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos, e quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Tanto Legal ou Convencional o pagamento com Sub-rogação resulta em duplo efeito: liberatio e translativo. O devedor, portanto desobriga-se para com o credor originário e passa a se obrigar ao credor sub-rogado que teve os direitos do primeiro credor adquiridos para si. Ou seja, o solvens passa a dever a outra pessoa.
Pode existir um pagamento com sub-rogação parcial, onde o credor sub-rogado paga parte da divida do devedor. neste caso o credor original terá preferência ao credor sub-rogado na cobrança da divida.
Dação em pagamento: é o instituto pelo qual o devedor oferece coisa diversa daquela anteriormente convencionada. O credor pode não aceitar receber coisa diversa do estava convencionada no contrato, mas se a substituição da coisa tiver sido permitida pelo credor teremos a chamada dação em pagamento (art. 356 CC/02) . Se o credor aceitar ocorre a datio in soluto. Portanto para haver dação em pagamento é necessária que a coisa dada seja em substituição a prestação devida e que o credor aceite-a como forma de pagamento. Neste caso caracteriza-se a comutatividade contratual. Comutatividade (obrigações equivalentes). A dação em pagamento torna a divida vencida, ou seja, a substituição da coisa estabelecida em contrato por outra com anuência do credor e a aceitação como forma de pagamento. A dação em pagamento é regida como contratos de compra e venda, pois se trata de contratos translativos, o credor adquire a coisa como se tivesse comprado. Se a coisa dada em pagamento se perder por evicção ou encontrar-se com vicio oculto (redibitórios), conforme os dispositivos doas artigos 359, 441 a 446 e 447 a 457 do CC/02, a parte que a recebeu terá direito a devolve-la ou pedir um abatimento (se a situação for de vícios redibitórios) ou ao ressurgimento da obrigação originaria com todas as suas forças. Em quaisquer casos havendo culpa ou má fé o credor terá direito a indenização por perdas e danos.
*imputação do pagamento: (imputar é indicar valorando) quando existem muitas dividas de um devedor em relação ao seu credor. A imputação ao pagamento se dá no caso em que o devedor contrai várias dívidas, de mesma natureza, para com um mesmo credor e dispõe de quantia inferior para saldá-las, dessa forma o devedor tem direito de indicar qual delas oferecerá o pagamento se forem todas vencidas (art. 352 CC/02). Porém se ao efetuar o pagamento de uma certa quantia o devedor não imputar qual das dividas será saldada, caberá ao credor escolher (art. 353 CC/02). A imputação do pagamento pode ser feita também por um acordo entre as partes.
Novação: a novação é a extinção de uma obrigação pela formação de outra, que é destinada a substituir a anterior. A novação é um modo extintivo não compensatório, porque não produz satisfação imediata do credito. O credor não recebe a divida, nem deixa de paga o que deve o devedor. a extinção de divida por novação somente é feita pela vontade dos interessados, nunca por força da lei, portanto a novação tem natureza contratual. 
Para haver novação os seguintes requisitos devem existir os seguintes elementos: (i) existência jurídica de uma obrigação- obligatio novanda; (ii)constituição de uma nova obrigação- aliquid novi; (iii) animus novandi. É necessário, portanto, que a obrigação a ser novada seja valida, a obrigação não pode ser nula. Também é necessário que a obrigação tenha existência atual, se já foi extinta, obviamente não pode ser novada, porque não existirá nada a que substituir. Porem pode ser novada divida prescrita. O segundo requisito da novação é constituição de nova divida para que se possa extinguir e substituir a anterior. Obrigação nova que surge com a finalidade de extinguir a obrigação antiga, com algo novo, alguma novidade. O terceiro requisito, o animus novandi, se trata da exigibilidade de que o credor tenha intenção de novar. Sem intenção de novar não existe novação. Quando se contrai um nova obrigaçção sem o animus novandi, a nova obrigação apenas confirma a anterior.
A novação pode ser objetiva ou subjetiva. Quando objetiva o devedor contrai com o credor nova divida para extinguir e substituir a anterior. Quando subjetiva a novidade está no sujeito. É extinta a obrigação antiga com a criação de uma nova obrigação em que um dos sujeitos é alterado. Quando a substituição é do devedor com a extinção da obrigação antiga chamamos de novação passiva. Quando a substituição é do credor, chamamos de novação passiva.
A novação passiva pode ser realizada por dos métodos: (i) expromissão, quando o novo devedor contrai espontaneamente a obrigação que substitui a anterior; (i) delegação, quando a nova obrigação é contraída por ordem do devedor da que se extingue. 
O efeito fundamental da novação consiste na criação de uma nova obrigação para extinguir a outra, a que substitui. Há um extinção da obrigação velha, assim como extinção dos acessórios daquela obrigação. Nas obrigações solidarias de acordo com o artigo 365 CC/02, mesmo havendo solidariedade entre os devedores, há uma relação individual de cada um deles com o credor. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os benssobre esse devedor solidário que novou, subsiste as preferências e garantias por este crédito novado. Em caso de insolvência do novo devedor pressupõe-se que o credor tenha cautela em relação ao novo devedor, verificando se este é insolvente. Se o novo devedor é insolvente, o problema é do credor, pois a primeira relação obrigacional já foi extinta e não poderá este se voltar contra o devedor antigo, a não ser que este devedor tenha agido com dolo ou má-fé, induzindo dolosamente o credor a erro.
Compensação: é uma forma de extinguir uma obrigação. A compensação existe quando os sujeitos da obrigação são ao mesmo tempo credores e devedores. A compensação visa eliminar um circuito inútil. Existem três espécies de compensação: (i) legal, quando verifica-se quando entre pessoas, por titulo diverso, há dividas homogêneas, liquidas e exigíveis; (ii) compensação judicial, quando uma das dividas recíprocas não é liquida, ou exigível, e o juiz declara, liquidando-a, ou suspendendo a condenação; (iii) voluntaria, é a que se estipula quando faltam pressuposto de homogeneidade, liquides e exigibilidade das dividas reciprocas, ou algum deles.Os pressuposto para a compensação legal são: (i) reciprocidade dos creditos; (ii)liquidez das dividas; (iii)exigibilidade das prestações; (iv) fungibilidade dos débitos. 
Os efeitos da compensação é a liberação do devedor. a extinção pode ser total ou parcial. Se as dividas tem o mesmo valor, anulam-se, mas se uma vale mais do qua a outra, extinguem-se ate a concorrente quantia. Na compensação legal, verificam-se quando reúnem seus pressuposto e requisitos. Se tiver de ser declarada pelo juiz em razão da divergência entre os interessados, a sentença será declaratória, tendo eficácia retroativa. A compensação judicial produz efeitos a partir do momento que é decretada, porque só se torna viável por força da sentença que estabelece a liquidez de uma das dividas. A compensação voluntaria torna-se eficaz quando o contrato esta perfeito e acabado, ou partir do dia que designar. 
Confusão: quando se reúnem na mesma pessoa as qualidade de credor e devedor, dessa forma dá-se a confusão, sendo a obrigação extinguida. São requisitos essências para que se dê a confusão: (i) a unidade da relação obrigacional, que pressupõe a existência do mesmo credito, da mesma obrigação; (ii) a reunião na mesma pessoa, das qualidade de credor e devedor, que gera a extinção do vinculo independentemente da vontade, e bem assim da natureza ou da origem da obrigação, pois que real ou pessoal o direito, ou gerada a obligatio pela lei ou pela vontade desaparece ape legis pelo só fato de se anulares o seu dois termos, ativo e passivo, ao se integrarem em uma só pessoa; (iii) ausência de separação de patrimônios. A confusão pode ser total ou parcial. Os efeitos da confusão extinguem não só a obrigação principal mas também as acessórias, como fiança e o penhor.
Remissão: e a liberação da obrigação feita pelo credor. Consiste em exonerar o devedor do cumprimento da obrigação. Para a validade é necessarop que o remitente seja dotado de aptidão para dispor de direito, e o devedor tenha capacidade para manifesta validamente a sua vontade, embora não se despreze o favorecimento da ordem legal, no sentido de liberar o devedor. a remissão pode ser expressa ou tacita. Quando expressa é efetuada por escrito, publico ou particular, pelo qual o credor perdoa a divida ou renuncia seus direitos. Tacita quando decorre de uma atitude do credor incompatível com a conservação de sua qualidade creditória. A remissão pode ser também presumida quando deriva da expressa previsão legal, como no caso dos arts 386 e 387 do CC/02.

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