Buscar

Aula 10 tanatologia

Prévia do material em texto

Aula 10 - O corpo e a morte: preparo do corpo pós morte
Cuidados com o corpo
Definição 
São os cuidados dispensados ao corpo depois de constatado o óbito pelo médico responsável
Cadáver  (caro data vernis) = carne dada aos vermes 
Pacote = "pequeno fardo, embrulho".
Código de Ética em Enfermagem em seu Art. 3º, no item que trata dos Princípios Fundamentais, cita: "o profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos da pessoa humana em todo o seu ciclo vital, sem discriminação de qualquer natureza"
OBJETIVOS
Deixar o corpo limpo
Preservar a aparência natural do corpo
Evitar a saída de gases, odores fétidos, sangues e secreções
Preparar o corpo para o funeral
Facilitar a identificação do corpo
Dar apoio moral aos familiares
Material necessário
Algodão
Atadura/crepom
Esparadrapo
02 Etiquetas de identificação de acordo com a padronização do hospital
Cuba rim
Luvas de procedimento
Lençóis
Cuba de banho, se necessário
Cuidados Após a constatação do óbito
Observar a hora
Fechar os olhos - bolas de algodão embebidas em éter sobre as pálpebras , ( cola especifíca)
Elevar ligeiramente a cabeceira da cama, deixando os membros alinhados
Colocar próteses dentárias, se houver
Retirar drenos, sondas, cateteres, cânulas
Retirar da cama lençóis e roupas extras
Realizar o tamponamento – prevenção da saída de gases, líquidos e secreções
Sustentar a mandíbula com atadura
Manter os braços cruzados sobre o corpo, unidos por uma atadura
Cuidado com o corpo: "essa difícil tarefa que extrapola a relação direta enfermeiro/paciente, estendendo-se também à família, exige nos dias atuais uma reformulação dos sentimentos de cada profissional sobre a morte e o morrer e mesmo a respeito da vida“ (GERMANO, 1993)
Durante esse preparo, as cortinas são cerradas, os biombos aparecem ao redor do leito, evitando mal estar ao paciente do lado, que muitas vezes percebe o ocorrido pela linguagem não verbal existente entre os profissionais, já que como um "toque de mágica" o leito se esvazia até a chegada de outro paciente. Esta postura de esconder o morto como algo "feio", advém da própria cultura de nossa sociedade, como descrito pelos estudiosos da área e que, como conseqüência, se encontra também dentro da cultura hospitalar (PASTORE, 1995; PIMENTEL et al., 1978).
Alterações após a morte
Rigidez cadavérica (rigor mortis) 
Devido à fixação dos músculos. Dugas afirma que se deve à coagulação do glicogênio com a liberação do ácido lático. Outros autores afirmam que decorre da cessação da síntese de ATP.
Inicia entre 2 e 4 horas e chega ao máximo em 8h.
Inicia na face, mandíbula e pescoço, a seguir no tronco, MMSS e MMII.
Permanece de 1 a 6 dias e depois desaparece pela mesma ordem.
Após 24h inicia a putrefação, rigidez
 O corpo deve ser posicionado antes que ocorra a rigidez
Resfriamento do corpo (algor mortis)
Resultante da parada do hipotálamo
Nas 3 primeiras horas o corpo resfria 0,5ºC por hora e depois 1ºC por hora até a temperatura ambiente
Com o resfriamento a pele perde a elasticidade – cuidado com esparadrapos, curativos e com a mobilização do corpo
Manchas de hipostase (livor mortis)
Com a cessação da circulação o sangue se concentra no locais mais baixos (gravidade)
Têm coloração violácea pela quebra das células vermelhas
Aparecem 2 a 3h após a morte
Os familiares podem acusar a equipe de maus-tratos
Dentre os fenômenos que ocorrem após a morte, Maceração é considerado o fenômeno transformativo- destrutivo.
“Muitos parentes se preocupam com memórias e ficam ruminando fantasias, chegando, muitas vezes, a falar com o falecido como se este ainda estivesse vivo. Além de se isolar dos vivos, tornam mais difícil encarar a realidade da morte da pessoa. Enfrentamento para alguns, esta é a única forma de aceitar a perda, e seria cruel demais censurá-los ou colocá-los frente a frente todo dia com a inaceitável realidade. Seria mais válido compreender esta necessidade e ajudá-los a quebrar os grilhões, afastando-os aos poucos deste isolamento.” 
A ajuda mais significativa que podemos dar a qualquer parente, criança ou adulto, é partilhar seus sentimentos antes que a morte chegue, deixando que enfrente estes sentimentos, racionais ou não.
Se tolerarmos a raiva dos familiares, quer seja dirigida a nós ou ao falecido, ou contra Deus, teremos ajudado a darem passos largos na aceitação sem culpa.
Deixar o parente falar, chorar ou gritar, se necessário. 
É longo o período de luto que tem pela frente, quando tiverem sido resolvidos os problemas com o falecido. E necessita de ajuda e assistência desde a confirmação de um chamado ‘mau diagnóstico’, até os meses posteriores à morte de um membro da família.”
Cuidados importantes
Evitar comentários desnecessários
Manter atitudes de respeito ao corpo
Em caso de encaminhamento ao IML/ITEP ou SVO, não fazer o tamponamento
Orientar a família quanto às alterações corporais pós morte
“O indivíduo é antes de tudo aquilo que o seu mundo é, isto é, pensa, age, sente como sujeito social, mesmo sem ter consciência plena dessa realidade”.

Continue navegando