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A Entrevista- aula 1 IMPORTÂNCIA DA ENTREVISTA NA ATIVIDADE DO JORNALISTA • Não há jornalismo sem entrevista. Ou ela é o motivo central da matéria jornalística, ou faz parte da reportagem. Fato é que a entrevista confunde-se com o próprio fazer jornalístico. Jornalismo e entrevista andam sempre juntos. • A entrevista faz parte da cultura de massa e ultrapassa o próprio jornalismo. Daí, exatamente, que decorre a dificuldade em conceituá- la. • A entrevista, nos veículos de massa, surgiu nos jornais, passou para o rádio, depois para a televisão e, por último, ocorre no cinema. • Alguns atribuem a entrevista algo intuitivo, artístico. • Outros afirmam que é trabalho técnico. A ENTREVISTA JORNALÍSTICA DEFINIÇÕES • “A entrevista dos veículos de massa é uma arte que não conhece nenhuma regra, mas que conhece seus artistas”. • Edgar Morin, Linguagem da cultura de massa, Petrópolis, Vozes, 1973 • Ainda, segundo Morin, • a entrevista é definitivamente um método por meio do qual um profissional de informação – o jornalista – entra em contato com uma personalidade pública – o entrevistado -, sobre o qual se pressupõe a existência de interesse jornalístico, por suas declarações, por seu cargo ou por sua própria personalidade DEFINIÇÃO: “A técnica de obtenção de matéria de interesse jornalístico, por meio de perguntas a outrem.“ Luiz Beltrão • CARACTERÍSTICA • Fundamenta-se na mais duvidosas das fontes: a palavra. • “Numa palavra, tudo na entrevista depende de uma interação pesquisador-pesquisa, pequeno campo fechado, onde vão se confrontar ou se associar gigantescas forças sociais, psicológicas e afetivas” Morin História da Entrevista no Brasil • Jornalismo americano, depois da Segunda Guerra • Gênero magazine (revistas) • Resultado da transição da economia agrária para a urbana: bens de consumo, crescente poder aquisitivo, aumento do nível de educação e alfabetização e a criação de celebridades. • O INTERESSE • Pelo acontecimento em si; • Pela retórica literária. • Requisitos: • Autenticidade • Interesse • Identificação do Entrevistado • IMPORTANTE • Apesar de ser uma conversação, está sujeita a elementos técnicos específicos. 1) Você é um repórter, não um escrivão. Sua missão não é anotar perguntas e respostas, mas obter informação. Para isso você precisa estar seguro do motivo pelo qual vai falar com aquela pessoa. (Ana Estela de Sousa Pinto, Jornalismo Diário) 2) A entrevista é só uma das partes da apuração. Embora muita reportagem acabe sendo baseada apenas, ou principalmente, nela, isso não deve servir como modelo. Na maior parte das reportagens, estrevista deve ser complementada com apuração e checagem. Entrevista não é matéria. A não ser que • O entrevistado seja relevante • As ideias do entrevistado sejam excepcionais • O entrevistado não seja tão relevante em si, mas está envolvido em algo que é notícia. Uma boa entrevista depende também de pesquisa, observação e documentação, que se fazem antes dela, e da observação que se faz durante. Outro aspecto importante a ser lembrado é que a entrevista é um relacionamento. Depende da sua capacidade de conversar. Há, portanto, um antes e um durante. • Repórter de verdade, nas palavras de Eliane Brum, “atravessa a rua de si mesmo para olhar a realidade do outro lado de sua visão de mundo”. (Caco Barcellos, prefácio de O Olho da Rua) Apurar por e-mail, por telefone, por intercâmbios eletrônicos de informação, além de excluir da pesquisa a maioria da população, que não tem acesso a essas tecnologias, elimina o melhor da prática jornalística: ouvir de perto, ao vivo, de preferência com os pés envolvidos “na lama dos acontecimentos.” A reportagem é a arte da escuta. Para Eliane Brum, é muito mais do que ouvir. Por autodefinição mulher esfinge, ela exercita com esmero o seu dom de ouvinte, que abrange por ofício a captação do tom e do ritmo das palavras e do silêncio. • Uma entrevista, seja qual for, também é uma experiência linguística. ESTILOS • O jornalista vai eleger seu estilo de entrevistas • AMIGO – Roberto D’Ávila, precursor deste estilo • Hunter Thompson, um dos jornalistas clássicos da revista Rolling Stone, era um dos craques do mundo do jornalismo. Ele tinha uma técnica de fazer entrevista que era a seguinte: ele estava entrevistando uma pessoa e, se a conversa não estava rendendo, ele dizia assim: “Mas você é um idiota! Joaquim Ferreira dos Santos CLASSIFICAÇÃO DA ENTREVISTA – aula 2 1) Quanto à origem • Entrevista de Rotina – do dia a dia • Entrevistas Caracterizadas – de grande importância 2) Quanto ao estilo: • Entrevista pergunta-resposta • Entrevistas em discurso indireto 3) Quanto aos entrevistados Entrevistas individuais Entrevista em grupo 4) Quanto aos entrevistadores: Entrevista Coletiva Entrevista pessoal ou exclusiva 5) Quanto ao tipo Entrevista de Personalidade Entrevista de declarações Entrevista Mista Inquérito – uma mesma pergunta ou mesmo conjunto de perguntas a vários entrevistados. Mesa Redonda 6) Quanto ao tamanho: Entrevistas Curtas Grande Entrevista PRÁTICA DAS REDAÇÕES • Texto corrido • Pingue-Pongue PINGUE-PONGUE • Texto introdutório – informações básicas do entrevistado. • Fidelidade ao Nível de Linguagem do Entrevistado • Identificação do Veículo e do nome do entrevistado na primeira pergunta e resposta. Depois iniciais. • Capacidade de Síntese Aula 3 REPORTAGEM TIPOS DE REPORTAGEM • Reportagem de acontecimento (fact story) • Reportagem de ação (action story) • Reportagem de citação (quote story) REPORTAGEM DE ACONTECIMENTO • Repórter contempla o fato • Visão estática do fato • Descritiva • Visão externa do fato • Verbos de Ligação REPORTAGEM DE AÇÃO • Narrativa • Dinâmica • Verbos de Movimento CONSTRUÇÃO DA REPORTAGEM • ANGULAÇÃO De posse do material colhido o repórter escolhe o ângulo. É importante haver provas para validar os fatos, como citações, documentos etc. O ENUNCIADO • A) DESCRITIVO visão externa • B) ANALÍTICO meio caminho entre descrição e opinião • C) OPINATIVO totalmente pessoalizado • D) MISTO – marca do jornalismo moderno
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