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Resumo Resíduos da construção civil. Curso Engenharia Civil da Universidade Mogi das Cruzes São Paulo. (24 páginas), 2012. Este trabalho teve como objetivo apresentar a classificação dos resíduos da construção civil, com foco na classe C e reciclagem do gesso. Palavra chave: Classificação dos resíduos e reciclagem. Lista de ilustrações Figura 1. A - Material proveniente de demolição de edificação. B – Bloco de concreto. .................. 6 Figura 2. A – Bloco Concreto Retirado do pavimento. B - Material fresado de pavimento flexível CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado a Quente .................................................................................. 6 Figura 3. A - Madeira de demolição para reuso – B – Metais para reciclagem ................................. 7 Figura 4. A – Plásticos em processo para ser reciclado. B – Caixas de Papelão. ............................... 7 Figura 5. Resíduos de gesso ............................................................................................................... 8 Figura 6. Resíduos da classe D, restos de tintas rolos para pintura e solvente. ................................ 9 Figura 7. ATT’s Campo Limpo SP. ..................................................................................................... 11 Figura 8. A – Aplicação de gesso na parede. / B – Parede com aplicação de gesso já acabada. ..... 12 Figura 9. Colocação de forro de gesso ............................................................................................. 13 Figura 10. Tipo de gipsita (Rapadura cinza, Rapadura, pedra branca e cocadinha) .......................... 14 Figura 11. Cidades que compõem o Pólo da Gipsita: Codó/Ma, Nova Olinda/Ce, Araripe/PE, Grajaú/Ma, Camamú/Ba. ...................................................................................................................... 14 Sumário 1. Introdução .......................................................................................................... 4 2. Classificação dos materiais de construção ........................................................ 6 2.1. Destinos dos Materiais por classe .................................................................. 9 2.2. Áreas de bota-fora e ATT - Áreas de Transbordo e Triagem ...................... 10 3. Reciclagem de residuos da classe C ................................................................ 11 3.1.1. Processo da Reciclagem ............................................................................ 15 3.1.2. Reciclagem do Gesso ................................................................................ 15 3.1.3. Reciclagem do resíduo de gesso como aglomerante ................................. 17 3.1.4. Contaminação do gesso em agregados para pavimentação e aterro ......... 19 3.1.5. Sulfato como contaminante de agregados para produtos cimentícios ...... 19 4. Referências ...................................................................................................... 21 1. INTRODUÇÃO O trabalho apresentado a seguir tende a mostrar à classificação dos resíduos dos materiais de construção, com base nas normas da CONAMA - Conselho Nacional do Meio Resolução 307 ano 2002, com foco principal no estudo do gesso material de Classe C e sua reciclagem. Os materiais de construção são todos os corpos, objetos ou substâncias que usadas em obra de engenharia. A disciplina Materiais de Construção Civil estuda a obtenção, aplicação, conservação, durabilidade, ensaios etc., desses materiais, visando conhecê-los para melhor aplicá-los. Os resíduos gerados pela construção civil representam hoje cerca de 60% de todo o lixo urbano gerado pela sociedade e, desse total, 5% correspondem aos restos de gesso, que, ao serem manipulados de forma incorreta, emitem gás sulfídrico no ambiente, que é inflamável e altamente tóxico. Para conscientizar os profissionais que atuam no setor da construção civil sobre a importância da destinação e reciclagem correta dos resíduos de gesso – que, inclusive, estão sendo cada vez mais usados nas edificações modernas –, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas de Drywall, em parceria com Sinduscon–SP – Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo lançou um manual de “Resíduos de Gesso na Construção Civil”. Segundo RESOLUÇÃO Nº 307, DE 5 DE JULHO DE 2002 - Publicada no DOU nº 136, de 17/07/2002: Art. 2º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha; II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução; III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação; IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia; V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos; VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo; VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação; VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto; IX - Aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros: é a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando a reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente; (nova redação dada pela Resolução 448/12) X - Área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT): área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos a saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; (nova redação dada pela Resolução 448/12) XI - Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequadados resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010; (nova redação dada pela Resolução 448/12) XII - Gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. (nova redação dada pela Resolução 448/12). 2. CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Os resíduos da construção civil segundo Resolução N° 307 do CONAMA que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos relacionados à gestão dos resíduos da construção civil, consignando as ações imprescindíveis à minimização dos impactos ambientais. Via disto define as especificações de resíduos da construção civil. Conforme o artigo 4º da Resolução: “Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de "bota-fora", em encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei”. Os materiais são assim classificados pela Resolução Nº 307 do CONAMA: CLASSE A Resíduos da classe A são os reutilizáveis ou recicláveis como os agregados, tais como: os de materiais de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura. Figura 1. A - Material proveniente de demolição de edificação. B – Bloco de concreto. Figura 2. A – Bloco Concreto Retirado do pavimento. B - Material fresado de pavimento flexível CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado a Quente A B A B CLASSE B Resíduos de classe B são classificados como os plásticos, papeis, papelão, metais, vidros, madeira entre outros, são resíduos recicláveis para outras destinações. Figura 3. A - Madeira de demolição para reuso – B – Metais para reciclagem Figura 4. A – Plásticos em processo para ser reciclado. B – Caixas de Papelão. CLASSE C Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação, como por exemplo, a lã de vidro. O gesso também era considerado como um resíduo de Classe C, mas uma alteração na Resolução n° 307 do Conama foi aprovada em 23 e 24 de novembro de 2011, a proposta de alteração contou com a participação do SindusCon-SP, indicado pela CBIC (Câmara A B A B Brasileira da Indústria da Construção) como representante do setor no grupo de trabalho que a elaborou. A resolução entrou em vigor no inicio do ano 2012 determinando que as sobras de gesso sejam classificadas como se fosse da Classe B, junto com os resíduos que podem ser reciclados ou reutilizados. A iniciativa para a alteração da norma foi da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, que realizou estudos para comprovar a possibilidade de reciclagem do gesso. Segundo a Associação, ele pode ter três destinos: Utilização como regulador de pega na produção de cimento; Reaproveitamento nas fábricas de gesso ou transformação em gesso agrícola, atuando como corretivo do solo e fonte de enxofre. Em uma obra o gesso deve ser separado e encaminhado para ATTs ou empresas recicladoras devidamente licenciadas. Figura 5. Resíduos de gesso CLASSE D Os resíduos da classe D são perigosos e oriundos do processo de construção, tais como, tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de obras em clínicas radiológicas, hospitais, instalações industriais, etc. – possuem uma destinação certa com os cuidados necessários para que não haja contaminação. A B Figura 6. Resíduos da classe D, restos de tintas rolos para pintura e solvente. 2.1. DESTINOS DOS MATERIAIS POR CLASSE CLASSE A Resíduos da classe A podem ser destinados para o reaproveitamento na própria obra, ou encaminhados para usinas de reciclagem ou aterros de resíduos da construção civil e armazenados de modo a permitir sua reutilização ou reciclagem futura. CLASSE B É recomendado que se faça a separação destes materiais no canteiro de obras em recipientes devidamente sinalizados. O armazenamento da madeira pode deve ser feito em baias ou caçambas identificadas. Quando possível devem ser reutilizados na própria obra, ou encaminhados a empresas ou cooperativas licenciadas que façam sua reciclagem. Também podem ser enviados às áreas de transbordo e triagem (ATT’s), que lhes darão destinação adequada. CLASSE C Até o 2011 os restos destes materiais deveriam ser separados dos demais e encaminhados para Áreas de Transbordo e Triagem (ATT’s) ou destinados a aterros sanitários preparados para seu recebimento. Com a alteração da lei da Conama esses resíduos devem ser enviados a ATT’s ou empresas recicladoras devidamente licenciadas. CLASSE D A classe D prove de resíduos perigosos que devem ser encaminhados para áreas de transbordo e triagem (ATTs) ou destinados a aterros industriais licenciados para receber produtos deste tipo. 2.2. ÁREAS DE BOTA-FORA E ATT - ÁREAS DE TRANSBORDO E TRIAGEM Os resíduos gerados em obras seja ela de qualquer natureza devem ser descartadas em locais adequados para cada classe de resíduos, são denominados bota fora. Em conformidade legislativa, é imperioso o devido acompanhamento das normas, diretrizes e legislações pertinentes ao gerenciamento dos resíduos da construção civil, além destas ora dispostas. Para o levantamento da disponibilidade de áreas de bota-fora devem ser consultadas as disposições da Resolução N° 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Para o correto tratamento dos resíduos da construção civil devem ser verificados a existência de Programas Municipais de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e o cumprimento de outras normas, diretrizes e/ou legislações pertinentes. Obteve-se um aumento relevante das ATT’s devido à reciclagem no município de São Paulo onde a reciclagem está sendo necessária. Apresenta-se a seguir imagem de uma ATT localizada no Campo Limpo zona Sul de São Paulo denominada ECO Ponto Santo Dia. A cidade de São Paulo tem cinco Áreas de Transbordo e Triagem (ATTs) de resíduos de construção civil privadas. O material recolhido é separado, o resíduo de origem mineral (concreto, argamassa, alvenaria), é encaminhado para aterros de inertes, o rejeito é levado para aterros sanitários e o resíduo reaproveitável é comercializado. No caso das novas ATTs, os resíduos serão levados para aterros particulares. Figura 7. ATT’s Campo Limpo SP. 3. RECICLAGEM DE RESIDUOS DA CLASSE C A reciclagem do resíduo que foi escolhido é o gesso, o qual não se tem muitos relatos de reciclagem para o mesmo. O GESSO O gesso vem se tornando uma alternativa bem vista na construção civil por apresentar praticidade e baixo custo. Com a chegada do DRYWALL ao mercado nos anos 90 o aglomerante tomou impulso principalmente para as vedações internas de todos os tipos de edificações. O gesso, sulfato de cálcio hemidratado (CaSO4 .1/2H2O), para a construção civil é um aglomerante inorgânico cujas propriedades permitem ótimos acabamentos além de rápido endurecimento, gerando alta produtividade sem aditivos ou tratamentos térmicos. O uso crescente do gesso nas obras faz com que ocorra um aumento na geração do resíduo, que somente na cidadede São Paulo chega a 120.000 toneladas por ano. Parte da mão-de-obra não é especializada, causando uma média de desperdício maior que 45% do material que entra na obra. Neste sentido, a busca por novas tecnologias que permitam a minimização dos mesmos e a preservação do meio ambiente torna – se prior idade, tal como estabelece a resolução nº 3 07 do CONAMA. O gesso é aplicado como material de fundição e de revestimento, podendo ainda ser usado na produção de placas de forro, sancas, molduras e outras peças de acabamento. A utilização tradicional do gesso como revestimento interno proporciona um acabamento, fino quando aplicado com perfeição, com isso se tem vantagens, pois pode ser aplicado diretamente sobre os blocos sem a necessidade de aplicação de argamassa. Devido ao tempo de pega do gesso ele endurece rapidamente, gerando assim, uma grande quantidade de resíduos, o desperdício chega a ser quase 45% do material usado. Um dos fatores que geram essa inviabilidade é a contaminação dos resíduos de gesso por outros materiais, pois durante o processo de reciclagem a separação das impurezas muitas vezes é ineficiente. Devido a esse fato, o CONAMA estabelece diretrizes para a gestão do gesso, na sua resolução nº 307, com o objetivo de melhorar a qualidade do resíduo ofertado e facilitar a reciclagem. Figura 8. A – Aplicação de gesso na parede. / B – Parede com aplicação de gesso já acabada. Conforme cartilha de Resíduos de Gesso na construção Civil o uso do gesso na construção civil vem crescendo gradativamente ao longo dos últimos anos. A partir do ano de A B 1990 com a introdução da tecnologia drywall nas vedações internas de todos os tipos de edificações no país ganhou impulso. Somando todos os usos tradicionais do gesso como material de revestimento, aplicado diretamente em paredes e tetos, e como material de fundição, utilizado na produção de placas de forro, sancas, molduras e outras peças de acabamento pode ser notado o aumento gradativo. Sendo assim todos esses serviços citados a cima utilizam o material geram assim os resíduos. Em razão das exigências da legislação ambiental brasileira tornou-se necessária a gestão desses da mesma forma que ocorre com outros materiais empregados nos canteiros de obras e passou a demandar atenção cada vez maior dos construtores. Figura 9. Colocação de forro de gesso A maior concentração da matéria prima do gesso, a gipsita, é encontrada na Chapada do Araripe, que ocupa uma área equivalente a 88 municípios de três estados nordestinos, Ceará, Piauí e Pernambuco. O estado do Pernambuco, onde está localizado o Pólo Gesseiro do Araripe, é o maior produtor nacional de gesso e abastece em torno de 95% do mercado brasileiro. E conta com 39 minas de gipsita, 139 indústrias de calcinação e cerca de 726 indústrias de pré-moldados. produzindo aproximadamente 5,5 milhões de toneladas/ano e gerando cerca de 13 mil empregos diretos e 66 mil empregos indiretos (SINDUSGESSO, 2010). A seguir está apresentado fotos de gipsita, e o mapa de localização do Polo da Gipsita. Figura 10. Tipo de gipsita (Rapadura cinza, Rapadura, pedra branca e cocadinha) Figura 11. Cidades que compõem o Pólo da Gipsita: Codó/Ma, Nova Olinda/Ce, Araripe/PE, Grajaú/Ma, Camamú/Ba. 3.1.1. PROCESSO DA RECICLAGEM De acordo com Ahmed et al. (2010) durante três estágios do gesso, a produção, construção e demolição, cerca de 15 milhões de toneladas resíduos de gesso são gerados anualmente no mundo. É considerado um grave problema devido à escassez de terra preenchendo o espaço, o aumentando do custo do escoamento e os regulamentos ambientais. Segundo Macedo e Tubino (2010), o desempenho acústico em uma habitação afeta de maneira considerável a qualidade de vida das pessoas, sendo assim, é compreensiva a busca de vários autores por materiais que possuam um isolamento acústico adequado. Nascimento e Pimentel (2010) afirmam que estudos apontam que a viabilidade da reciclagem do gesso está vinculada à estrutura logística que não se detêm apenas a um setor industrial. Se os resíduos de gesso atendessem a alta demanda requerida pela indústria de produção de cimento, a mesma poderia apresentar mudanças no sistema operacional favorecendo o processo de reciclagem. Vários trabalhos foram feitos apontando avaliar se a reciclagem do gesso é viável, em relação as propriedades do material e à viabilidade econômica do processo; outros com o objetivo de desenvolver uma metodologia econômica e tecnicamente viável para reciclar o resíduo de gesso produzido em obras civis. A sustentabilidade na indústria da construção civil está diretamente ligada à reciclagem dos resíduos produzidos, que sempre foi um tópico de grande preocupação das autoridades e profissionais envolvidos na área. Tratando-se do gesso, que é um material proeminente na construção brasileira, é interessante reaproveitar o rejeito visto que as maiores reservas de matéria-prima não se encontram próximas dos centros consumidores. 3.1.2. RECICLAGEM DO GESSO Será apresentado a reciclagem do gesso em diversas classe de resíduos como pode ser observado a seguir, mas para todo tipo de reciclagem do gesso irá inicia da seguinte forma. A reciclagem do gesso se inicia após a separação do gesso dos outros resíduos da construção, desse modo, o material limpo pode ser utilizado novamente na cadeia produtiva. Um ponto negativo na reciclagem do gesso é que a pasta de gesso reciclado no estado fresco apresenta uma grande perda na plasticidade, seu endurecimento é muito rápido e possui menor capacidade de adensamento quando comparado com gesso comercial, segundo dados de pesquisas realizadas no laboratórios de Química Aplicada (L.Q.A) e Física Aplicada (L.F.A), da Universidade Estadual do Paraná- (FECILCAM), Campus de Campo Mourão por alunos da universidade. Desde o final da década de 1990, vêm sendo pesquisados métodos de reciclagem do gesso e já se avançou de forma significativa em pelo menos três frentes de reaproveitamento desse material: Indústria cimenteira, para a qual o gesso é um ingrediente útil e necessário, que atua como retardante de pega do cimento; No setor agrícola, o gesso é utilizado como corretivo da acidez do solo e na melhoria das características deste; Indústria de transformação do gesso, que pode reincorporar seus resíduos, em certa proporção, em seus processos de produção (opção muito pouco utilizada, na prática). Essas três frentes de reaproveitamento já foram largamente testadas, sendo não só tecnicamente possíveis como economicamente viáveis. Portanto, representam importantes contribuições à sustentabilidade da construção civil brasileira. A seguir está apresentado um fluxograma, segundo cartilha do gesso, elaborado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, com apoio do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo. 3.1.3. RECICLAGEM DO RESÍDUO DE GESSO COMO AGLOMERANTE A reciclagem do gesso como aglomerante se da através de um processo de hidratação do gesso de construção puro resultando em produto com composição exatamente igual a que o originou, a gipsita (CaSO4.2H2O). Demanda além da moagem, remoção de impurezas, como o papel, uma calcinação a baixa temperatura. As reações são as seguintes: CaSO4 .2H2O + E CaSO4.1,5H2O + 0,5H2O Segundo a experiência internacional atual é possível reciclar inclusive gesso acartonado que contem outros compostos, produzindo aglomerantes, desde que sejam removidos contaminantes incorporados no processo degeração de resíduos (Campbell, 2003, Marvin 2000, Hummel, 1997). Existem várias tecnologias. Com o progressivo banimento dos resíduos dos aterros sanitários, a reciclagem de gesso vem se tornando progressivamente viável. EMPRESAS RECICLADORA DE GESSO Empresas apostam na reciclagem do gesso, uma empresa canadense recicla placas de gesso cartonado desde 1986 (New West Gypsum Recycling), a empresa fornece matéria prima para a indústria de gesso acartonado e fibra de papel para a reciclagem. A empresa dispõe de equipamento móvel que pode ser transportado para diferentes localizações. A tecnologia no entanto requer limpeza manual do resíduo. A empresa BPB do Canadá, afirma utilizar até 22% de gesso reciclado sem qualquer prejuízo no desempenho (Campbell, 2003). A Knauf possui central de reciclagem em Iphofen (Alemanha), com capacidade de 20 ton/h (Hummel, 1997). A empresa dinamarquesa Gipsrecycling também opera neste mercado e desenvolveu containers especiais onde o resíduo fica protegido da chuva. Nos Estados Unidos, por exemplo, GP-Gypsum opera em Newington, New Hampshire, fabricante de gesso acartonado, opera uma central de reciclagem que aceita somente resíduo limpo e cobra pelos serviços (Marvin, 2000). No Brasil A Engessul localizada na cidade de Imbituba no sul do Estado de Santa Catarina, às margens da BR-101. A empresa que não apenas considera os benefícios que a reciclagem de resíduos proporciona ao meio ambiente e fiel aos princípios constantes de sua missão, passou, no ano de 2005, a realizar a recepção, beneficiamento e comercialização dos resíduos de gesso das indústrias de artefatos de gesso e da construção civil, promovendo o reaproveitamento desses materiais, evitando sua disposição nos aterros e lixões, prática terminantemente proibida pelo CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, através da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002. A empresa está devidamente autorizada pela FATMA - Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina, através de Licença Ambiental de Operação, para a realização da reciclagem dos resíduos de gesso e está à disposição dos geradores interessados em fornecer seus resíduos para a reciclagem através dos meios constantes do link Contato em nossa Home Page. 3.1.4. CONTAMINAÇÃO DO GESSO EM AGREGADOS PARA PAVIMENTAÇÃO E ATERRO Como o gesso também é solúvel em água, a presença em um aterro ou base de pavimentação de pontos com grande concentração de gesso vai trazer problemas no longo prazo devido à formação de vazios pela lixiviação do gesso. Pode também afetar a composição e pHs da água do solo de forma mais rápida que a fração à base de cimento Portland afeta. Este aspecto não é relevante em regiões onde o solo já é rico em sulfatos. 3.1.5. SULFATO COMO CONTAMINANTE DE AGREGADOS PARA PRODUTOS CIMENTÍCIOS No caso da reciclagem como agregados para a produção de componentes de concreto de cimento Portland, a presença de gesso é um limitante importante, posto que a reação entre os aluminatos do cimento e o sulfato do gesso em presença de umidade gera a etringita, composto que ocupa volume muito maior que os reagentes originais, criando tensões expansivas que levam à desagregação das peças de concreto. A maioria das normas limita o teor de sulfatos nos agregados a um valor máximo de 1%. Uma das características da geração de resíduos de construção é sua heterogeneidade: cada caçamba tem composição diferente de outra. Caçambas de resíduo geradas na construção, durante a etapa de aplicação de revestimentos de gesso, ou montagem de paredes ou forros de placas vão conter teores de sulfato muito mais elevados que a média. Assim, embora a participação do gesso nos resíduos de construção seja ainda pequena (está em franco crescimento), se não forem tomadas medidas adequadas, poderão ocorrer problemas eventuais, que afetarão a confiabilidade dos agregados reciclados, impendido o desenvolvimento do mercado de reciclados. A proposta de diluir o gesso na fração mineral complicaria o processo industrial de reciclagem, encarecendo todo processo e, possivelmente, tornando-o economicamente inviável. Na prática, um crescimento do teor de gesso vai exigir a criação de controles do teor de sulfato nos agregados como parte da rotina de produção. CONCLUSÃO Conclui-se que o gesso utilizado na construção civil, nas várias formas citadas neste documento, apresenta impacto ambiental e, portanto, é compatível com as crescentes exigências de sustentabilidade das atividades econômicas, notadamente no setor construtivo. A reciclagem dos resíduos de gesso é tecnicamente possível, com várias aplicações. Mas a viabilização da reciclagem em escala comercial depende de vários fatores, inclusive de características regionais. Devido à reciclagem do gesso notou-se o crescimento gradativo das ATTs - Áreas de Transbordo e Triagem devidamente estruturadas para receber esses resíduos e prepará-los para reaproveitamento industrial. 4. REFERÊNCIAS http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307 (pesquisado em 15/10/2012 as 14:00 hs). http://www.cepam.sp.gov.br/arquivos/encontros_tematicos/coleta_seletiva/coleta_seletiva_rec iclagem_residencial.pdf (pesquisado em 18/10/2012 as 10:54 hs) http://www.abrecon.com.br/ (pesquisado em 18/10/2012 as 11:07 hs) http://www.dcc.ufpr.br/wiki/images/d/d5/TC034_Reciclados.pdf (pesquisado em 22 de outubro de 2012 as 14:43 hs) http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-04-28/empresas-reclamam-da-falta-de- qualificacao-de-trabalhadores-na-construcao-civil (pesquisado em 26/10/2012 as 14:29 hs) http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30702.html ( pesquisa em 26/10/2012 as 16:08 hs) http://www.insttale.com.br/processo-de-reciclagem.aspx (pesquisado em 26/10/2012 as 10:04 hs) http://www.google.com.br/imgres?num=10&hl=pt-BR&client=firefox-a&rls=org.mozilla:en- US:official&channel=fflb&biw=1920&bih=976&tbm=isch&tbnid=SpoC- J8JcdinsM:&imgrefurl=http://bio-estudo.blogspot.com/p/classificacao-de-tipos-de-lixo- e.html&docid=xIETve_M_VjEqM&imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_ldOIqIFISYc/TMg6sX FdbeI/AAAAAAAAAB0/zIZZbsKlExs/s1600/metais.jpg&w=593&h=445&ei=Dn- KUKDLN8be0QGH2IDQDQ&zoom=1&iact=hc&vpx=1222&vpy=187&dur=471&hovh=19 4&hovw=259&tx=108&ty=126&sig=111333051648077998964&sqi=2&page=1&tbnh=138 &tbnw=191&start=0&ndsp=43&ved=1t:429,r:5,s:0,i:147 (pesquisado em 26/10/2012 as 10:16 hs) http://www.equipedeobra.com.br/construcao-reforma/37/artigo220705-1.asp (pesquisado em 26/10/2012 as 10:37 hs) http://www.reciclagem.pcc.usp.br/ftp/Alternativas%20para%20gest%C3%A3o%20de%20resi udos%20de%20gesso%20v2.pdf (pesquisado em 09/11/2012 as 10:24 hs) http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/servicos/amlurb/ (pesquisado em 09/11/2012 as 13:42 hs) http://www.engessul.com.br/pt/reciclagem.htm (pesquisado em 09/11/2012 as 15:00 hs) http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2005-1/gesso/material.html www.sindusgesso.org.br http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/reciclagem-de-gesso/ (pesquisado em 10/11/2012 as 11:25) http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000839715 AHMED, Aly; UGAI, Keizo; KAMEI, Takeshi. Investigation of recycled gypsum in conjunction with waste plastic trays for ground improvement. Construction and building materials, 2010. NASCIMENTO, Felipe José de Farias; PIMENTEL, Lia Lorena. Reaproveitamento de resíduo de gesso. XV Encontro de iniciação científica da PUC-Campinas, out. de 2010. Disponível em: <http://www.puccampinas. edu.br/pesquisa/ic/pic2010/resumos/2010924_101439_502012254_resiaL.pdf>.Acesso em: 31 de mar. de 2011, às 21hr 31min. MACEDO, Deyse Crhistina Barbosa; TUBINO, Rejane Maria Candiota. Comportamento térmico e acústico de placas pré-moldadas com borracha de pneu. Universidade Federal de Goiás. Disponível em: <http://www.set.eesc.usp.br/1enpppcpm/cd/conteudo/trab_pdf/165.pdf>. Acesso em: 23 de mar. de 2011, às 23hr 30min. http://www.ambiente.sp.gov.br/wp/cpla/files/2012/08/folheto_sinduscon_20124-1.pdf
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