Buscar

Apostila completa de análise financeira

Prévia do material em texto

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
EMPRESA, SISTEMA DE INFORMAÇÕES E ANÁLISE
DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1 – Introdução
As empresas têm como objetivo produzir riquezas para seus sócios, acionistas e para a sociedade. Para tal, necessita de um planejamento eficaz que concilie competitividade, qualidade e fidelização de seus clientes.
O ato de planejar não se encerra no ambiente empresarial, pois a empresa interfere e sofre interferências do meio no qual está inserida.
Por isso, faz-se necessário o processamento organizado de dados que geram informações para a tomada de decisões, muitas vezes imediatas. Esta transformação de dados em informações úteis é o que denominamos Sistema de Informação. 
Para o apoio às decisões temos, principalmente, subsistema de informações contábeis, cujas informações são confiáveis e geradas em tempo hábil para suprir o subsistema de informações gerenciais e cumprir os objetivos a que se destinam.
2 - Empresas
Quando pensamos em empresa, em seus objetivos, a primeira palavra que vem em nossa mente é: LUCRO. Dificilmente paramos para analisar o quanto as empresas interferem em nosso cotidiano. E, para alcançar o tão sonhado lucro, além da eficiência de sua operacionalidade, é necessário que essa interferência seja positiva para atrair e fidelizar os clientes que irão garantir a venda de seus produtos e/ou serviços.
Então, podemos dizer que uma empresa além de seus objetivos de produzir riqueza para seus sócios e acionistas, também tem um compromisso em satisfazer os desejos e as necessidades humanas, ou seja, produz riqueza também para a sociedade.
Outro fator importante é que nenhuma empresa sobrevive em uma “redoma”. O resultado de suas atividades influencia nas decisões do mercado onde atua e cada empresa deve estar pronta para uma possível reorganização interna de acordo com esse mercado.
3 – Sistemas
Um sistema é um conjunto de partes interligadas e interdependentes, cuja finalidade é trabalhar de forma organizada para a execução eficiente de uma função com objetivos específicos.
Mas para atender o fim proposto, todo sistema realiza o seguinte fluxo de recursos:
A interação entre entradas e saídas com o meio ambiente caracteriza o sistema como fechado ou aberto.
a) Sistema Fechado: Um sistema fechado realiza pouquíssimas ou nenhuma troca com o meio ambiente onde está inserido. Por exemplo, máquinas.
b) Sistema aberto: está em constante troca com o ambiente ao seu redor. Por exemplo, o corpo humano.
4 – A empresa e seus sistemas
Para o sucesso de seu funcionamento, toda empresa deve estar em harmonia com o ambiente e a sociedade onde atua, entendendo seus desejos e suas necessidades e transformando-os em produto e serviços.
Toda empresa é um sistema aberto. Nesse contexto, entender quem são as variáveis ambientais da empresa é fundamental para o início e para o consequente sucesso do planejamento estratégico. 
5 - Subsistemas de informação
A eficiência do sistema empresa, ou seja, a satisfação da sociedade e o desejado lucro é: o resultado positivo da relação entre o custo dos recursos aplicados (entradas) e os produtos e os serviços gerados (saídas).
A empresa é um grande sistema composto por subsistemas de informação cujas saídas se integram para o funcionamento do todo.
Subsistemas de Informação: produção, comercial, gerenciamento, jurídico, RH, contábil/financeiro, entre outros.
Problemas na organização das informações podem gerar problemas internos na gestão; comunicação falha; insatisfação e desmotivação dos funcionários, ocasionando externamente perda de cliente; falta de credibilidade; e abertura de espaço para a concorrência.
6 - Subsistemas gerencial e subsistema contábil
Como visto, um sistema é um conjunto de partes organizadas para atender determinados objetivos.
Trazendo esse conceito para o universo empresarial, podemos dizer que as referidas partes são funções e processos organizados para viabilizar o planejamento, a execução e o controle das atividades a serem desempenhadas para atender os objetivos da organização.
No processo decisório, as informações disponíveis precisam ser analisadas, e os resultados obtidos norteiam a gestão da empresa. 
E em uma organização informatizada, os administradores dispõem do Subsistema de Informações Gerenciais (SIG) que devem integrar todos os setores da empresa com vistas ao gerenciamento uniforme.
Uma das fontes de informações é o Subsistema de Informações Contábeis. Este subsistema tem como objetivo prover seus usuários com demonstrações e relatórios gerenciais de conteúdo econômico, financeiro e operacional. 
As informações geradas pela contabilidade servirão de base para diversas decisões e, para tanto, devem ter as seguintes características:
a) Confiabilidade: Diz respeito à veracidade e à consonância com os Princípios Fundamentais e Normas Contábeis.
b) Tempestividade: A informação contábil deve estar pronta em tempo hábil para atingir o fim proposto.
c) Compreensibilidade: Refere-se à clareza da disposição dessas informações as quais serão descritas em idioma nacional para o usuário a que se destine.
d) Comparabilidade: Permite que os usuários possam reconhecer a evolução das informações ao longo do tempo.
Estamos falando em “tomar decisões, demonstrações, relatórios”. Então, em uma empresa, quem são os usuários internos e externos das informações geradas pelo subsistema contábil?
a) Diretores, acionistas e gerentes.
b) Funcionários , fornecedeores e clientes.
c) Governo, instituições financeiras e sindicatos.
d) Concorrentes e investidores.
Em nossa disciplina iremos trabalhar as informações geradas por um subsistema do subsistema contábil: o de Análise Financeira e de Balanços. 
De acordo com Padoveze (1998), os objetivos do Subsistema de Análise Financeira e de Balanços são:
a) Permitir uma análise de tendência de todos os indicadores.
b) Permitir uma visão geral da empresa, para uma avaliação de sua solidez, capacidade de pagamento, liquidez financeira e adequação da rentabilidade.
c) Permitir uma visão do potencial da empresa, em termos de fluxo futuro de lucros e caixa.
d) Permitir uma avaliação constante do valor da empresa, para acompanhamento de sua imagem no mercado financeiro e de investimentos.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E PADRONIZAÇÕES
1 – Introdução
As empresas devem se basear nos valores contidos nas demonstrações financeiras para fundamentarem os objetivos a serem alcançados e as metas traçadas para tal.
E, fora do ambiente da empresa, investidores, credores, governo e outros usuários externos irão utilizar tais relatórios para basearem suas decisões com relação à referida empresa.
Por serem instrumentos utilizados em diversos ambientes e setores corporativos, estas devem ter uma linguagem universal para que o entendimento seja uniforme. A padronização vêm caminhando para converter nossas demonstrações em padrões internacionais, conferindo mais confiabilidade e atraindo mais investidores para as empresas.
Nesta aula, serão apresentados os relatórios a serem publicados após encerramento do seu exercício fiscal.
2 – Contabilidade e finanças
As áreas de contabilidade e finanças na empresa estão interligadas e a harmonia entre elas permite que o fluxo de recursos na empresa seja eficiente para suprir as necessidades relativas ao seu crescimento e à satisfação de seus sócios/acionistas, funcionários e clientes.
De acordo com Ching, Marques e Prado (2010), podemos desmembrar a área de FINANÇAS em cinco grupos, com as respectivas funções: 
a) Gestão do Caixa: Lida com as instituições financeiras, buscando aplicar dinheiro ou obter linhas de financiamento mais adequadas a cada tipo de operação. É responsável pelo planejamento da estrutura de capital da empresa.
b) Cobrança de pagamento: Estipula política de concessão de crédito da empresa e efetua as cobranças das faturas, bem como o pagamento das duplicatas dos fornecedorese prestadores de serviços.
c) Contabilidade financeira: Responsável por registrar as transações da empresa, organizar as informações contábeis e elaborar as demonstrações financeiras.
d) Custos : Apura os custos dos produtos e dos serviços da empresa, bem como sugere medidas de melhorias e de racionalização dos custos.
e) Planejamento financeiro: Elabora o orçamento financeiro, compara a realidade com a situação orçada, faz comentários e emite relatórios financeiros gerenciais de acompanhamento.
3 - Demonstrações contábeis 
Demonstrações Financeiras fornecem os dados a serem analisados para responderem sobre estrutura financeira e de capital de uma empresa, facilitando o crédito e atraindo os investidores.
De acordo com a Lei 6.404/76, Lei das Sociedades Anônimas, e suas alterações, sendo as mais recentes as Leis 11.638/07 e 11.941/09, temos os seguintes relatórios contábeis obrigatórios a serem publicados após encerramento do seu exercício fiscal no Diário Oficial e em um jornal de grande circulação:
a) Balanço Patrimonial
b) Demonstração do Resultado do Exercício
c) Demonstração de fluxo de caixa
d) Demonstração do Valor Adicionado
e) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
f) Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis
g) Parecer do Conselho Fiscal
h) Relatório da Administração
i) Parecer dos Auditores Independentes
5 - Demonstrações contábeis e padronização 
Demonstração de resultados; É a Demonstração Contábil que descreve o resultado da empresa em determinado período, ou seja, confronta suas: RECEITAS, CUSTOS e DESPESAS. A Demonstração de Resultado do Exercício é a demonstração utilizada para buscar informações de ordem econômica.
LUCRO = RECEITAS > CUSTOS + DESPESAS
PREJUÍZO = RECEITAS < CUSTOS + DESPESAS
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE
RECEITA BRUTA
(-) Deduções e Impostos sobre vendas= RECEITA LÍQUIDA
(-) Custos = LUCRO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
(+/-) Receitas e Despesas Não Operacionais = LUCRO ANTES DO IR E DA CSLL
(-) IR e CSLL
(-) Participação dos Funcionários
= LUCRO LÍQUIDO (ou PREJUÍZO) DO EXERCÍCIO
Antes de iniciar a análise as demonstrações financeiras precisam ser reclassificadas e condensadas. Esse trabalho é chamado de padronização. Quanto a padronização, temos:
a) Toda empresa tem seu próprio plano de contas, com maior ou menor grau de detalhamento. Como a análise se baseia em comparação é necessário o enquadramento num modelo que permita a comparação com outros balanços.
b) As Duplicatas Descontadas são reclassificadas com o conta Passivo Circulante;
c) Um balanço apresentado segundo a Lei das S.A., por exemplo, compreende cerca de 60 contas, o que
complica enormemente o trabalho de um analista. Com a padronização se reduz para cerca de 20 as contas do balanço.
d) A padronização obriga o analista a pensar em cada conta das demonstrações financeiras. Ao terminar esse trabalho o analista adquire grande familiaridade com os números da em presa;
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Análise horizontal e vertical
1 – INTRODUÇÃO
Por meio das demonstrações financeiras, podem-se encontrar as respostas necessárias para fundamentar as mudanças ocorridas nos resultados em comparação com o planejamento estratégico, verificar as disponibilidades de recursos para financiamentos das atividades e, para os usuários externos à empresa, identificar as melhores alternativas de investimentos. Para tais decisões, serão realizadas análises dos dados contidos nas demonstrações que se dividem em:
a) Análises Horizontal e Vertical.
b) Análise de Índices ou Quocientes.
c) Análise do Capital de Giro.
Nesta aula, serão conhecidos os procedimentos para análise horizontal e vertical. São métodos de análise comparativa entre períodos que permite identificar a movimentação dos itens patrimoniais e de resultados e comparar com os resultados do setor para situar a empresa e disparar as medidas de correção, caso sejam necessárias.
2 - Análise das demonstrações financeiras
Conceito: é feita com os dados constantes no balanço patrimonial. Ela permite conhecer o grau de endividamento, bem como a existência ou não de solvência suficiente para que a entidade possa cumprir seus compromissos a curto ou longo prazo.
Como já vimos, as demonstrações financeiras são a base para tomada de decisões para usuários internos e externos à organização. Para tal, são utilizados, principalmente, o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultados.
As principais técnicas de ANÁLISE COMPARATIVA das demonstrações financeiras são:
a) Análise de índices ou quocientes
b) Análise horizontal e vertical
c) Análise do capital de giro
conceito completo sobre Análise Financeira:
3 - Ajustes e reclassificações nas demonstrações a serem analisadas
Antes de serem realizadas as análises desejadas, são necessários alguns ajustes e reclassificações nas demonstrações para prover melhor confiabilidade.
a) Duplicatas Descontadas: Por serem consideradas uma espécie de empréstimo para o capital de giro e representarem uma obrigação para a empresa, caso não sejam quitadas pelos clientes, deverão ser pagas pela empresa, então aconselha-se reclassificá-las no passivo circulante.
b) Empréstimos entre coligadas: Por serem realizadas entre empresas do mesmo grupo, em geral não há prazo de pagamento, então, devem ser reclassificadas no longo prazo caso estejam no circulante.
c) Empréstimos Recebidos de Interligadas: Estes deverão ser classificados no curto prazo, pois podem ser exigidos a qualquer momento.
d) Deduções do PL: 
Bens Obsoletos: bens sem valor de uso ainda registrados devem ter seu valor no ativo e no PL retirados para análise.
Débitos não Cobráveis: feitos por diretores, cotistas da empresa ou grupo sem certeza de realização.
Depósitos Judiciais: valores depositados em juízo referente á causas trabalhistas, fiscais etc.
Excessos da Reavaliação Patrimonial: retificação de  valores acima do razoável.
PPDD Insuficiente: ajuste a ser feito quando a provisão para devedores duvidosos for considerada insuficiente.
Inicialmente, para facilitar o aprendizado dos métodos e índices, trabalharemos os números contidos nas demonstrações sem ajustes. Para exemplificar, vamos utilizar o Balanço Patrimonial e a DRE da empresa Natura Cosméticos S.A contidas em seu relatório anual do ano de 2010.
4 – Análise Vertical
Esta análise consiste em verificar a representatividade percentual de cada conta ou grupo em relação:
a) Ao total do ativo ou passivo, no caso do Balanço Patrimonial.
AV = 
b) Ao total de receita líquida, no caso da DRE.
AV = 
Observações:
a) Também podemos analisar uma conta com relação ao seu grupo no referido demonstrativo.
b) A análise vertical do balanço nos permite visualizar a participação do capital de terceiros, próprio na composição total da origem dos recursos e de sua aplicação na empresa.
c) Com relação à DRE, vemos quanto o lucro e os gastos representam do total de receitas obtidas pela empresa.
ATENÇÃO: na análise da DRE, utilizamos a receita líquida como base, pois os impostos sobre as vendas e as deduções não representam recursos da empresa. A multiplicação por 100 nas duas fórmulas transforma o resultado em percentual.
ANÁLISE VERTICAL NO BALANÇO PATRIMONIAL
Vamos, então, começar a analisar algumas contas
da nossa empresa-exemplo : Natura Cosméticos.
Ao realizar o Balanço da Natura Cosméticos no ano 2010, 
valores da Controladora, verificamos que:
NO ATIVO - O Caixa e seus equivalentes representam  8% do total do ativo e  21% do ativo circulante.
AV = AV = AV = 0,08 x 100 AV = 8%
AV = AV = AV = 0,21 x 100 AV = 21%
NO ATIVO - Contas a receber representam 19% do total do ativo e 49% do ativo circulante.
AV = AV = AV = 0,19 x 100 AV = 19%
AV = AV = AV = 0,49 x 100AV = 49%
NO ATIVO - Os investimentos representam 42% do total do ativo e 68% do ativo não circulante.
AV = AV = AV = 0,42 x 100 AV = 42%
AV = AV = AV = 0,68 x 100 AV = 68%
NO ATIVO - O ativo não circulante representa 62% do total do ativo.
AV = AV = AV = 0,62 x 100 AV = 62%
Observações:
a) Com relação às aplicações de recursos circulantes, podemos concluir que os valores a receber de clientes têm saldos maiores que suas disponibilidades imediatas.
b) Com relação ao total de aplicações de recursos (ativo), é maior o percentual de aplicações em longo prazo e, em sua maioria, são investimentos em outras empresas (controladas).
NO PASSIVO - Os fornecimentos (estrangeiros) outras contas a pagar representam 21% do total do passivo e 8% do passivo circulante.
AV = AV = AV = 0,02 x 100 AV = 2%
AV = AV = AV = 0,08 x 100 AV = 8%
NO PASSIVO - Os fornecedores (de empresas do grupo) representam 9% do total do passivo e 33% do passivo circulante.
AV = AV = AV = 0,09 x 100 AV = 9%
AV = AV = AV = 0,33 x 100 AV = 33%
NO PASSIVO - Os empréstimos de longo prazo representam 14% do total do passivo e 48% do passivo não circulante.
AV = AV = AV = 0,14 x 100 AV = 14%
AV = AV = AV = 0,48 x 100 AV = 48%
NO PASSIVO - O passivo circulante representa 29% do passivo total.
AV = AV = AV = 0,29 x 100 AV = 29%
NO PASSIVO - As obrigações com terceiros (circulante + não circulante) representam 52% do total do passivo.
AV = AV = AV = 0,52 x 100 AV = 52%
NO PASSIVO - Os recursos próprios (PL) representam 48% do total do passivo.
AV = AV = AV = 0,48 x 100 AV = 48%
Conclusão:
Podemos concluir que as obrigações com fornecedores representam 35% das origens de recursos de curto prazo, e os empréstimos são responsáveis por quase metade das dívidas de longo prazo. 
Com relação ao total de origem de recursos da empresa,  verificamos que estes são distribuídos  praticamente  iguais, com pouca diferença percentual para as origens de terceiros.
ANÁLISE VERTICAL NA DRE – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Na DRE, de 2010, da empresa Controladora, temos:
NA DRE - O retorno bruto da empresa representa 59% das receitas obtidas.
AV = AV = AV = 0,59 x 100 AV = 59 %
NA DRE - O custo de produção das vendas representa 41% das receitas obtidas.
AV = AV = AV = 0,41 x 100 AV = 41 %
NA DRE - O lucro da empresa antes do IR e da CSLL representa 19% das receitas obtidas.
AV = AV = AV = 0,19 x 100 AV = 19 %
NA DRE - Os impostos sobre o lucro representam 6% das receitas obtidas.
AV = AV = AV = 0,06 x 100 AV = 6 %
NA DRE - O lucro líquido representa 13% das receitas obtidas.
AV = AV = AV = 0,13 x 100 AV = 13 %
Conclusões:
Podemos concluir que das receitas obtidas, 41% deverão cobrir os custos de produção e, após  descontar as despesas e os impostos, a empresa obtém um retorno líquido a ser distribuído aos acionistas e reinvestido no percentual de 13%.
7 - Análise vertical comparativa
Fizemos análises verticais referentes ao ano de 2010 e vimos o comportamento de algumas contas no ano citado. Todavia, se faz necessária uma comparação entre os anos (dois ou mais) para acompanhar o andamento da empresa e, a partir daí, serem tomadas as decisões de acordo com os objetivos de cada usuário das demonstrações. Vejamos, então, alguns exemplos.
Ao ver esses números, podemos pensar:
a) O que ocasionou essa perda percentual de lucro? 
b) O preço de venda e os custos estão satisfatórios? 
c) Estão acompanhando o mercado? 
Os gestores, então, vão buscar essas informações em seus relatórios contábeis e como usuários externos das demonstrações de outras empresas.
7 - ANÁLISE HORIZONTAL
Esta análise tem como objetivo verificar a evolução das Contas Patrimoniais e de Resultado, comparativamente entre os anos. Assim, calculamos os percentuais da seguinte maneira:
AH = 
Na fórmula, o número 1 representa o valor anterior contido no atual, que devemos descontar para obtermos apenas a variação. Multiplicamos por 100 para transformar a variação em percentual.
É importante ressaltar que as variações podem ser positivas e negativas. Elas também devem ser analisadas em conjunto com sua representatividade no grupo (Análise Vertical).
8 - Análise horizontal comparativa
ANÁLISE HORIZONTAL NO BALANÇO PATRIMONIAL
Vamos, então, começar a analisar algumas contas
da nossa empresa-exemplo : Natura Cosméticos.
Ao realizar o Balanço da Natura Cosméticos no ano 2010, 
valores da Controladora, verificamos que:
Continuando nossa análise nas demonstrações da Natura Cosméticos, empresa Controladora, teremos:
NO ATIVO - O montante de Caixa e Equivalentes, entre 2009 e 2010, diminuiu em R$ 48.338, ou seja, teve uma redução de 19%.
AH = AH = AH = AH = 
NO ATIVO - O montante do ativo circulante, entre 2009 e 2010, aumentou em R$ 85.956, ou seja, teve uma evolução de 9%.
AH = AH = AH = AH = 
NO ATIVO - O montante do ativo não circulante, entre 2009 e 2010, aumentou em R$ 244.586, ou seja, apresentou uma evolução de 18%.
AH = AH = AH = AH = 
NO PASSIVO - O montante do passivo circulante, entre 2009 e 2010, diminuiu em R$ 195.388, ou seja, teve uma redução de 21%. Note que, por se tratar do montante de obrigações, esta é uma redução positiva para a empresa.
AH = AH = AH = 
AH = AH = AH = 
NO PASSIVO - O montante do passivo não circulante, entre 2009 e 2010, aumentou em R$ 408.250, ou seja, teve uma evolução de 208%.
Note que, por se tratar do montante de obrigações, está é uma evolução negativa para a empresa. Deve-se, neste caso, verificar por meio das notas explicativas, a que se deve esse aumento. Pode ser para financiar capital de giro ou imobilizado, por exemplo.
AH = AH = AH = AH = 
NO PASSIVO - O montante do PL, entre 2009 e 2010, aumentou em R$ 117.680, ou seja, teve uma evolução de 10% em sua riqueza própria.
AH = AH = AH = AH = 
NA DRE - O montante das receitas obtidas entre 2009 e 2010 aumentou em R$ 921.153, ou seja, teve uma evolução de 20% em suas vendas.
AH = AH = AH = AH = 
ANÁLISE HORIZONTAL NA DRE – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
NA DRE - O montante do retorno bruto, entre 2009 e 2010, aumentou em R$ 593.782, ou seja, teve uma evolução de 23%. Note que este aumento percentual maior que o da receita se deve ao fato de os custos de produção das vendas aumentaram somente 17%.
AH = AH = AH = AH = 
NA DRE - O montante de retorno operacional, entre 2009 e 2010, aumentou em R$ 240.404, ou seja, teve uma evolução de 30%.
AH = AH = AH = AH = 
NA DRE - O montante do IR e da CSLL, entre 2009 e 2010, aumentou em R$ 180.278, ou seja, a carga tributária federal da empresa aumentou em 40%.
AH = AH = AH = AH = 
NA DRE - O retorno líquido da empresa, entre 2009 e 2010, aumentou em R$ 60.126, ou seja, o retorno para seus acionistas evoluiu em 9%.
AH = AH = AH = AH = 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
ANÁLISE DE ESTRUTURA DE CAPITAL
1 - Introdução
Toda empresa necessita de financiamentos para manter suas atividades, sejam estes de curto ou de longo prazo. Os financiamentos de curto prazo, passivo circulante, devem, preferencialmente, estar relacionados a ativos de curto prazo, assim como os de longo prazo devem financiar ativos de longo prazo. Esta relação permite que a empresa controle seus recebimentos com prazos de pagamentos.
Os financiamentos necessários às empresas podem ser de origemprópria (PL) ou decorrentes de créditos obtidos junto a terceiros. O departamento financeiro de uma organização deve estar sempre atento ao montante requerido, observando o benefício gerado por conta de um empréstimo e qual o endividamento da empresa no encerramento de suas atividades.
Outro fator importante diz respeito ao interesse sobre o retorno gerado por todo o investimento realizado na empresa. Este retorno pode medir o resultado referente ao ativo investido ou o capital injetado na empresa pelos sócios, ambos por meio dos lucros obtidos.
Podemos conceituar índice de endividamento como o índice que revela a política de obtensão de recursos da empresa (capital próprio e capital de terceiros).
Conforme já visto em estudo, sabemos que o do Balanço Patrimonial representa o montante de recursos que circula na empresa, ou seja:
Neste contexto, algumas perguntas podem surgir:
a) Como a empresa financia seu ativo?
b) Quanto de recursos de terceiros a empresa necessita para manter sua operacionalidade?
c) Qual o retorno obtido sobre o capital investido pela empresa?
Para responder a essas e outras perguntas, nesta aula, vamos trabalhar os índices de endividamento e de rentabilidade.
2 – ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
2.1 – Índice de Participação de Capital de Terceiros
Na estrutura de capitais disponíveis da empresa é preciso que se conheça a proporcionalidade entre recursos próprios e de terceiros, a dependência da empresa no curto prazo e como se compõe sua exigibilidade.
O primeiro índice relativo ao endividamento a ser analisado mede, em percentual, a participação do capital de terceiros (PCT), financiando o ativo da empresa.
PCT = 
Onde: Exigível Total = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante.
Em nossa empresa-exemplo, na Controladora, no ano de 2010, concluímos que a Natura está financiando suas atividades contando com  52% de credores externos à empresa (para cada real aplicado no ativo, R$ 0,52 são provenientes de terceiros). Comparativamente, a empresa aumentou em 2% o percentual participativo de capital externo em sua estrutura financiamentos.
PCT = PCT2009 = PCT2009 = 0,50 
 PCT = PCT2010 = PCT2010 = 0,52 
Este índice mostra o grau de dependência financeira da empresa, ou seja, o quanto do ativo é financiado por dívidas (obrigações). Quanto maior o percentual, mais cuidados requer da área financeira da empresa, pois os juros decorrentes de empréstimos, por exemplo, podem comprometer a capacidade da empresa em saldar essas dívidas. Cabe analisar o retorno obtido com a utilização destes recursos obtidos externos.
2.2 – Grau de Endividamento (G.E)
Outro índice referente ao montante de capitas que circulam na empresa é o chamando Grau de Endividamento.
G.E. = 
Na Natura Controladora, em 2010, encontramos 1,07 dizemos, então, que para cada real de investimento próprio, a empresa necessitou de R$ 1,07 de capital externo. Comparativamente, a empresa começou a utilizar um pouco mais de capitais de terceiros com relação os recursos próprios:
G.E. = G.E.2009 = G.E.2009 = 1,0 
G.E. = G.E.2010 = G.E.2010 = 1,07 
2.3 – Composição de Endividamento (C.E)
No índice chamado Composição do Endividamento, faz-se a análise do montante das dívidas em curto prazo com relação ao endividamento total.
C.E. = 
Na Natura Controladora, em 2010, o índice de capital de curto prazo foi de 55%. Comparativamente, a empresa passou a adquirir mais empréstimos de longo prazo em relação ao ano anterior, cujo percentual era de 17%, em 2009, e passou para 45%, em 2010.
C.E. = C.E.2009 = C.E.2009 = 0,83 
C.E. = C.E.2010 = C.E.2010 = 0,55 
Este índice varia de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1 significa maior comprometimento das disponibilidades de curto prazo para saldar essas dívidas.
Segundo, Ching, Marques e Prado (2010), devem ser considerados os seguintes quesitos para análise dos resultados do endividamento de uma empresa:
a) Os itens do ativo circulante, basicamente, estoques e contas a receber, devem ser financiados por endividamento de curto prazo, isto é, fornecedores, contas a pagar e empréstimos.
b) As aplicações de recursos em ativo permanente, em se tratando, por exemplo, de uma expansão ou modernização do parque fabril, ou aumento do número de lojas de uma rede de fast-food, devem ser financiadas por recursos de longo prazo (empréstimo e capital) de forma a propiciar uma perfeita sincronia entre geração de caixa e pagamento de recursos (empréstimos e dividendos).
c) A empresa deve ter sempre como meta o alongamento de suas dívidas, visando aliviar a pressão no caixa em honrar compromissos de curto prazo.
d) Nada conta a participação de capital de terceiros na estrutura de capital da empresa, desde que o retorno auferido pelo negócio seja superior ao custo financeiro dos financiamentos.
e) Deve-se sempre ter em mente que uma participação de capital de terceiros muito elevada em relação ao capital próprio pode tornar a empresa vulnerável a qualquer imprevisto, pois, em um momento de revés, ela pode ser forçada a se desfazer de estoques a qualquer preço, a fim de quitar encargos financeiros e o valor do principal dos empréstimos em aberto, garantindo, dessa maneira, sua sobrevivência.
3 – RENTABILIDADE
Os índices de rentabilidade medem o retorno (lucro) de uma empresa com relação aos investimentos realizados. Quanto maior este retorno, melhor para a empresa em termos de geração de valor. Todavia, é necessário avaliar os riscos envolvidos, pois, em geral, são proporcionais às rentabilidades oferecidas.
De maneira genérica, a rentabilidade de um negócio é dada pela expressão:
Rentabilidade = 
E, de lucro e capital podemos utilizar para análises:
	LUCRO
	CAPITAL
	• Líquido
• Operacional
• Lajir
	• Ativo
• Ativo operacional
3.1 - Índice de Retorno sobre o Ativo (ROA – Return On Assets).
Na fase de aprendizado do endividamento, vemos que a empresa contrai dívidas para financiar o ativo. Desta forma, para que os juros sobre os financiamentos se justifiquem, este ativo deve gerar um retorno satisfatório para a empresa. Neste contexto, vamos estudar o Índice de Retorno sobre o Ativo (ROA – Return On Assets).
ROA = ROA = 
Continuando com a Natura Cosméticos, Controladora, ano 2010, encontramos um ROA de 30%, ou seja, cada R$1 de ativo investido gerou R$ 0,30 de retorno.
ROA = ROA = ROA = ROA = 30%
O ROA indica a eficiência no gerenciamento dos ativos, por meio do retorno obtido após as operações da empresa. Ressalta-se que, ao utilizarmos o lucro líquido como parâmetro, extraímos o imposto de renda e a contribuição social, por serem despesas que devem ser pagas e seus valores não dependerem da administração da organização.
3.2 - Índice de Retorno sobre o Investimento (ROI – Return On Investment).
Outro índice que mede a rentabilidade é o Retorno sobre o Investimento (ROI – Return On Investment).
O Ativo Operacional é representado pelo Total do Ativo deduzido do Passivo Circulante, que representam os gastos de funcionamento da empresa.
ROI = ROI = 
Na Natura Controladora, ano 2010, encontramos um retorno de 66%.
ROI = ROI = ROI = ROI = 66%
O ROI indica o retorno para investimentos feitos em médio e longo prazos e, consequentemente, a capacidade gerencial da alta administração corroborando com o aprendizado de que se devem priorizar as dívidas de longo prazo.
3.3 - Índice de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE – Return on Equity).
Falamos do retorno sobre o ativo financiando por terceiros. Vamos, então, mostrar o retorno obtido pelos sócios por meio de seus financiamentos, ou seja, pelo PL. Este é o Índice de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE – Return on Equity).
ROE=ROE = 
Na Natura Controladora, ano 2010, o retorno dos investimentos feitos pelos sócios foi em torno de 62%.
ROE = ROI = ROI = ROE = 62%
Acabamos de ver o retorno obtido pela nossa empresa-exemplo, gerado por suas atividades e obtido pelos sócios.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Análise de liquidez e lucratividade
1 – INTRODUÇÃO
Desde que uma empresa inicia suas atividades, seus sócios e acionistas trabalham para, além de perpetuar as atividades da empresa, gerar lucros. Tais atividades têm dois polos: necessitam de recursos para acontecerem e são responsáveis pelas vendas de mercadorias, produtos ou serviços.
Com relação às necessidades de financiamentos a serem adquiridos pela empresa, também é necessário que a organização apresente credibilidade juntos aos agentes financiadores e conheça sua disponibilidade financeira. Com essa finalidade, são feitas análises por meio dos índices de liquidez que relacionam recursos adquiridos com os recursos disponíveis em curto e longo prazos.
As vendas são responsáveis pela geração de lucro, uma vez que a empresa consiga administrar os custos e as despesas relacionados a estas. Neste contexto, os índices de lucratividade medem o retorno obtido com as vendas com relação à produção, aos valores operacionais e não operacionais.
2 – INDICES DE LIQUIDEZ OU DE SOLVÊNCIA
2.1 - Índice de liquidez Corrente (ILC)
Como já vimos, as empresas contam com recursos de terceiros para seus investimentos. Para obter esses montantes, seus credores precisam confiar em sua capacidade de pagamento. Esta análise é obtida por meio dos índices de liquidez: corrente, seca, imediata e geral.
A análise da Liquidez Corrente enfatiza a capacidade da empresa em saldar suas dívidas de curto prazo, por meio da composição:
ILC = 
Dando continuidade às análises da Natura Controladora, ano de 2010, encontramos o índice de 1,34, significando que para cada R$1,34 disponível ou a receber no curto prazo a empresa tem R$1,00 a pagar, também no curto prazo.
ILC = ILC = ILC = 1,34 
Um Índice de Liquidez Corrente encontrado maior que 1 revela a suficiência da empresa em saldar suas dívidas de curto prazo.
Ao analisarmos o Índice de Liquidez Corrente, alguns pontos devem ser levados em conta, de acordo com Ching, Marques e Prado (2010).
a) O ativo circulante engloba itens como disponibilidades, contas a receber, estoques e despesas pagas antecipadamente, cujo grau de conversão em caixa pode ser muito variado.
b) A presença de estoques no numerador pode diminuir a validade do quociente como indicador de liquidez caso os estoques levem, por exemplo, em média, 90 dias para serem vendidos. É preciso verificar se os estoques não estão superavaliados ou, até mesmo, obsoletos.
c) No caso de contas a receber, a empresa pode demorar 60 dias para receber suas vendas a prazo, além de se considerar o risco associado à ocorrência de inadimplência.
d) É preciso tomar cuidado com o possível descasamento dos vencimentos do contas a receber, do lado do ativo circulante, com os vencimentos do contas a pagar, do lado do passivo circulante, uma vez que o índice de liquidez corrente em si não evidencia a sincronização entre  recebimentos e pagamentos.  Uma empresa com um índice aparentemente bom, igual a 3,0, pode apresentar  problemas de liquidez caso a maior parte de suas obrigações vençam nos primeiros 30 dias, ao passo que os recebimentos estejam concentrados nos próximos 70 dias.
e) A diminuição do índice de liquidez corrente não representa, necessariamente, perda da capacidade de a emprea pagar suas dívidas de curto prazo, pois pode significar um gerenciamento mais eficiente dos itens de estoques, do contas a receber e do contas a pagar.
2.1 - Índice de liquidez seca (ILS)
Outro índice relacionado à solvência é o Índice de Liquidez Seca.
ILS = 
Na Natura Controladora, ano 2010, o Índice de Liquidez Seca encontrado foi de 1,09.
ILS = ILS = ILS = 1,09
Este índice resolve alguma inadequação por parte da liquidez corrente, uma vez que desconta do numerador os efeitos de um estoque que, por ventura, demore, ou não tenha condições de ser vendido.
2.2 - Índice de liquidez Imediata (ILI)
Além de descontar os estoques e com o intuito de indicar as disponibilidades imediatas de solvência da empresa, temos o Índice de Liquidez Imediata.
ILI = 
Na natura Controladora, ano de 2010, este índice foi de 0,28, significando que para cada R$ 1,00 de passivo circulante a empresa dispõe, imediatamente, de R$ 0,28 centavos.
ILI = ILI = ILI = 0,28
2.3 - Índice de liquidez Geral (ILG)
 Falamos dos índices de liquidez relacionados ao curto prazo. Vamos, então, relacionar as disponibilidades e obrigações, incluindo o longo prazo: o Índice de Liquidez Geral.
ILG = 
Em nossa empresa-exemplo, Natura Controladora, ano 2010, encontramos 1,04, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto e longo prazos, temos R$ 1,04 de disponibilidades de curto e longo prazos.
ILG = ILG = ILG = ILG = 1,04
É importante que este índice seja analisado em conjunto com a liquidez corrente, pois aquisição de empréstimo, por exemplo, favorece a liquidez corrente, mas o comprometimento das disponibilidades por conta desta operação estará registrado no longo prazo.
3 – ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE 
Nas primeiras aulas, falamos dos objetivos da empresa em produzir riquezas para seus sócios/acionistas e mencionamos o lucro, ou seja, o resultado positivo entre receitas, custos e despesas. Para medir essa eficiência, são utilizados os índices de lucratividade: Margem Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida.
3.1 – Índice da Margem Bruta (IMB)
Para medir o retorno da produção (ou vendas comerciais e serviços prestados), relacionamos as vendas líquidas com o lucro bruto (vendas – custos). Este é o Índice da Margem Bruta.
IMB = x 100
No resultado comparativo da Natura Controladora, em 2010, encontramos um retorno de produção, na ordem de 59% e um aumento de 2% em relação ao ano anterior.
IMB = x 100 IMB2009 = x 100 IMB2009 = 0,57 x 100 IMB2009 = 57% 
IMB = x 100 IMB2010 = x 100 IMB2010 = 0,59 x 100 IMB2010 = 59% 
3.2 – Índice de Margem Operacional (IMO)
Já tratamos dos custos. Agora, vamos falar da lucratividade das atividades operacionais, ou seja, o lucro gerado com as vendas após as despesas e possíveis outras receitas operacionais. É o Índice de Margem Operacional.
IMB = x 100
No resultado comparativo da Natura Controladora, ano 2010, encontramos 19%, e observamos um aumento de 1% em relação ao ano anterior.
IMB 2009 = x 100 IMB2009 = x 100 IMB2009 = 0,18 x 100 IMB2009 = 18%
IMB 2010 = x 100 IMB2010 = x 100 IMB2010 = 0,19 x 100 IMB2010 = 19%
3.3 – Índice de Margem Líquida (IML)
Outro índice de lucratividade que é calculado após os resultados não operacionais e impostos sobre o lucro é o Índice de Margem Líquida.
IML = x 100
No resultado comparativo da Natura Controladora, ano 2010, encontramos 13%, e observamos um aumento de 2% em relação ao ano anterior.
IML = x 100 IML 2009= x 100 IML 2009= 0,13 x 100 IML 2009= 13%
IML = x 100 IML 2010= x 100 IML 2010= 0,15 x 100 IML 2010= 15%
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
ANÁLISE DE CAPITAL DE GIRO
1 – INTRODUÇÃO
A correlação entre origem e aplicação de recursos, obedecendo a seus prazos, curtos e longos, aliada à gestão salutar dos recursos de curto prazo são importantes para definir a situação financeira da empresa e a possibilidade de crescimento operacional.
A manutenção das atividades operacionais de uma empresa requerem recursos imediatos, os quais são chamamos de capital de giro e este depende diretamente do clico financeiro daempresa.
Nesta aula, será estudado como se compõe e se comporta o capital de giro em uma empresa, como definir a necessidade deste recurso e a importância do saldo disponível: o saldo em tesouraria.
2 - Gestão de capital de giro
Conforme já estudado, os recursos captados pela empresa têm origem própria ou de terceiros, e estes são financiados para empresa em curto ou longo prazo.
Para a manutenção do equilíbrio financeiro, os recursos de curto prazo, passivo circulante, devem ser aplicados em ativos circulantes de rápido processo de transformação. Estes recursos de curto prazo são o chamado capital de giro para apoiar as atividades operacionais da empresa.
Uma gestão eficiente do capital de giro consiste em diminuir o ciclo financeiro, ou seja, o tempo entre a compra de materiais e o recebimento das Vendas. Algumas decisões podem ser tomadas para financiar os ativos circulantes e envolvem:
a) Empréstimos de curto prazo e outras disponibilidades de financiamento;
b) Política de crédito e cobrança de recebíveis;
c) Empréstimos de curto prazo e outras disponibilidades de financiamento;
d) Financiamento dos estoques;
e) Financiamento dos recebíveis.
A gestão do capital de giro e as decisões envolvidas espelham preocupações do tipo:
• Disponibilidade de matéria-prima e de estoque.
• Operação da linha de produção de forma contínua.
• Concessão de crédito aos clientes e cobrança dos atrasados.
• Aproveitamento de vantagens de compra a crédito e descontos por pagamento antecipado.
• Gestão de caixa e disponível.
• Pagamento dos funcionários, impostos e demais obrigações em dia.
3 - Análise Financeira Dinâmica – Método Fleuriet
Ao encontrarmos os índices de análises já estudados como, por exemplo, os de liquidez, tem-se a impressão de que um saldo existente, como o de contas a receber, é totalmente realizado para saldar os passivos. Mas sabemos que alguns valores são pagos e outros são incorporados durante o período analisado. Desta forma, temos, então, contas de movimentação cíclica.
Neste contexto, surge o Modelo Fleuriet de Análise Financeira Dinâmica, baseado em três itens do Balanço Patrimonial, classificados para atender aos objetivos do método criado pelo professor Michel Fleuriet, na década de 70.
4 – Capital de Giro
O ponto principal da análise financeira dinâmica é o capital de giro (ou capital circulante líquido – CCL) e como ele pode ser financiado. Para que uma empresa apresente equilíbrio financeiro, suas obrigações de curto prazo devem ser financiadas por recursos de curto prazo e as obrigações de longo prazo, por recursos de longo prazo.
Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante
O capital circulante líquido consiste no investimento realizado na empresa para cobrir o espaço de tempo entre o pagamento aos fornecedores e recebimento dos clientes, denominada gap de caixa ou ciclo financeiro (já visto anteriormente).
5 - Necessidade de capital de giro
Quanto maior o ciclo financeiro da empresa, maior a necessidade de capital de giro.
Relembrando...
Ciclo financeiro = ciclo operacional – PMP
Ciclo operacional = PME + PMR
Pode-se concluir então que para se determinar as necessidades de capital de giro, deve-se trabalhar os prazos médios de recebimento, pagamento e estocagem.
O investimento em capital de giro contribui positivamente para a liquidez da empresa.
6 - Necessidade de capital de giro e saldo em tesouraria
O Modelo Fleuriet que está sendo analisado fala da análise financeira realizada de forma dinâmica, então, se faz necessário reclassificar o Balanço Patrimonial que, como aprendido, é uma representação estática.
.
Onde:
ACF = caixa, bancos, aplicações financeiras etc.
ACO = estoques, contas a receber, PPDD, adiantamentos etc.
PCF = empréstimos e financiamentos de curto prazo etc.
PCO = fornecedores, impostos a pagar, salários a pagar, provisões etc.
Então, teremos:
Necessidade Capital Giro = Ativo Circulante Operacional - Passivo Circulante Operacional
A necessidade de capital de giro (ACO – PCO) indica o montante de recursos de longo prazo necessários para financiar o capital de giro.
Quando são confrontados o capital circulante líquido e a necessidade de capital de giro, estamos avaliando o equilíbrio financeiro da empresa. Em sua situação favorável, encontramos:
CCL > NCG
Nesta situação, o excesso de recursos disponíveis é chamado de saldo em tesouraria.
Saldo em Tesouraria = Ativo Circulante Financeiro - Passivo Circulante Financeiro
O saldo em tesouraria (ACF – PCF) representa uma margem financeira que indica a capacidade da empresa em financiar um crescimento operacional.
7 - Necessidade de capital de giro e saldo e overtrading
Um desequilíbrio financeiro ocorre quando a necessidade de capital de giro tende a aumentar continuamente e a empresa necessita cada vez mais de recursos que não os contidos no passivo circulante operacional. 
O aumento progressivo da necessidade de capital de giro é conhecido como overtrading. Nesta situação, como os recursos próprios não são suficientes para manter a operacionalidade da empresa, a mesma começa a recorrer a empréstimos bancários. O overtrading pode ocorrer devido aos seguintes fatores:
a) Crescimento real das vendas a prazo, sem correspondentes prazos concedidos de fornecedores.
b) Imobilizado com recursos onerosos de curto prazo.
c) Prejuízos.
d) Distribuição excessiva de lucros.
e) Dependência de empréstimos de curto prazo com altas taxas de juros.
f) Ciclo financeiro crescente.
A análise do saldo em tesouraria está relacionada com o autofinanciamento e refere-se à obtenção constante de resultado econômico positivo, ou seja, o lucro retido pela empresa a ser aplicado no sustento da necessidade de capital de giro.
8 - Cálculo do capital de giro, necessidade de capital de giro e saldo de tesouraria
Continuando a análise da Natura Controladora, ano 2010, vamos calcular os índices aprendidos na presente aula:
a) Capital de Giro (CG)
CG = ATIVO CIRCULANTE - PASSIVO CIRCULANTE 
CG = 997.539 - 746.848 ONDE CG = 250.691
Separando em operacional e financeiro, de acordo com o método Fleuriet:
 
Ativo Circulante Financeiro = R$ 206.125 (caixa e equivalentes)
Ativo Circulante Operacional = R$ 791.414
 
Passivo Circulante Financeiro = R$ 60.086 (empréstimos e financiamentos de curto prazo)
Passivo Circulante Operacional = R$ 686.762
b) Necessidade de Capital de Giro (NCG)
NCG = Ativo C Operacional  - Passivo C Operacional 
NCG= 791.414 - 686.762 
NCG = 104.652
 c) Saldo em Tesouraria (ST)
ST = Ativo C Financeiro - Passivo C Financeiro 
ST=  206.125 - 60.086 
ST = 146.039
Conclui-se que a Natura apresenta uma situação financeira equilibrada, visto que seu capital circulante líquido é maior que sua necessidade de capital de giro, indicando que possui uma sobra de recursos no montante de R$ 146.039 para financiar um possível aumento operacional.
Todavia, comparativamente com o ano de 2009, vemos que a empresa apresentava um CCL e um saldo em tesouraria negativos em R$ 30.653 e R$ 215.127, respectivamente. Observa-se, por meio do Balanço Patrimonial, que houve um aumento das disponibilidades provenientes de empréstimos e financiamentos de longo prazo.
Então, em uma análise rápida, pode-se dizer que a empresa deve observar sua operacionalidade, em especial seu ciclo financeiro, para não incorrer em overtrading.
10 – Financiando o Capital de Giro
Para financiar as necessidades de capital de giro, a empresa pode contar com três tipos de financiamentos.
a) Capital Circulante Próprio
b) Empréstimos e financiamentos bancários de longo prazo.
c) Empréstimos bancários de curto prazo e Duplicatas descontadas.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
EVA,EBITDA e NOPAT
1 - INTRODUÇÃO
O lucro continuado é um dos objetivos principais de toda empresa. Todavia, com a crescente competitividade entre as organizações e a constante busca por investidores, torna-se necessário que a remuneração dos proprietários seja cada vez mais satisfatória e maior que o custo de investimento realizado por estes. Esta é a representatividade de agregação de valor ao negócio.
Em outra análise, a lucratividade da empresa tende a se afastar do resultado econômico para o financeiro à medida que calcula um índice que exclui os efeitos de valores que não transitam pelo caixa como depreciações e amortizações, o EBITDA.
Nesta aula, você irá aprender sobre EVA (valor econômico agregado) e EBITDA, índices de análise financeira referentes à rentabilidade e lucratividade, respectivamente.
2 – CRIAÇÃO DE VALOR
Para uma empresa, focar apenas na maximização do lucro não é uma decisão definitiva, principalmente se considerarmos em longo prazo.
Este objetivo de criação de valor deve ser utilizado não somente para sociedades por ações, mas também as individuais e limitadas, pois decisões incorretas podem diminuir o valor de mercado do capital dos sócios.
3 – CUSTO DO CAPITAL
Após se trabalhar o retorno dos ativos, é necessário ter a determinação do custo de capital da empresa (próprio e de terceiros) para se conhecer a taxa de atratividade dos investimentos e a capacidade de agregar valor.
O custo de capital de uma empresa (CMPC) é obtido pelo custo de cada fonte de capital ponderado por sua participação na estrutura total de financiamentos. 
O CMPC é a taxa mínima de atratividade da empresa e os retornos sobre os investimentos da empresa (ROI, já estudado) devem gerar um retorno maior que o CMPC.
4 - EXEMPLO DE CRIAÇÃO DE VALOR
Considere que um acionista dispunha de R$ 100.000. Qual a melhor alternativa de investimento?
1ª OPÇÃO: Se ele investir em um banco, terá um retorno de 10% daqui a um ano, o que significa um resgate de R$ 110.000 (R$ 100.000 x 1,10). Fazendo o processo inverso, trazendo para valor presente o total gerado, os R$ 110.000 valeriam, hoje, R$ 100.000 (R$ 100.000/1,10).
2ª OPÇÃO: A empresa tem um projeto de investimento de R$ 100.000 que vai gerar, daqui a um ano, um fluxo de caixa líquido no montante de R$ 115.000 (retorno de 15%), com custo de oportunidade de 10%.
Com esses percentuais (10% da 2 opção), valeria a pena investir, visto que o retorno é maior que o custo do capital a ser investido.
Escolhendo a 2ª opção, efetivamente, quanto de riqueza o projeto criará para o acionista?
O valor presente do projeto será R$ 104.545 (R$ 115.000/1,10). 
Como o projeto custa R$ 100.000, o valor gerado para o acionista será:
R$ 104.545 – R$ 100.000 = R$ 4.545,00
E se o retorno do projeto for de 5%?
Caso o projeto fosse implantado, seu valor presente seria R$ 95.455 representaria uma redução de riqueza para o acionista.
R$ 95.455 – R$ 100.000 = R$ - 4.545,00
Analisando unicamente o projeto, vemos que seu retorno é inferior ao custo do capital de 10%, então não vale a pena.
4 - VALOR ECONÔMICO AGREGADO (ECONOMIC VALUE ADDED – EVA)
Como visto, o retorno gerado pela empresa deve ser maior que o custo do capital investido pelo acionista.
Em contabilidade, o lucro líquido apurado é obtido após a dedução do custo de capital de terceiros (juros ou despesas financeiras) referente a empréstimos, financiamentos e prazos de fornecedores e não leva em conta o custo do capital próprio empregado.
Considere a seguinte estrutura de capital e resultado da empresa Faturando:
	ATIVO
	R$ 500.000
	PASSIVO
	EXIGÍVEL: R$ 300.000
	
	PL : R$ 200.000
	PATRIMÔNIO LIQUIDO
	R$ 30.000
	CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO
	20%
R$ 30.000 (LUCRO LÍQUIDO) – R$ 40.000 (CPMC – R$ 200.000 x 20%) = - R$ 10.000
Agora, observe as estruturas de capital e resultado da empresa Valorizando:
	ATIVO
	R$ 2.000.000
	PASSIVO
	EXIGÍVEL: R$ 500.000
	
	PL : R$ 1.500.000
	PATRIMÔNIO LIQUIDO
	R$ 880.000
	CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO
	22%
R$ 880.000 (LUCRO LÍQUIDO) – R$ 330.000 (CPMC – R$ 1.500.000 x 22%) = R$ 550.000
5 – NOPAT
Para uma análise mais apurada do EVA, ajustes devem ser feitos ao lucro líquido. O resultado final obtido é chamado NOPAT e, então, o EVA = NOPAT – CMPC.
Segundo Frezatti (2001), os ajustes necessários, de acordo com as operações da empresa, são:
a) Ajuste do Tipo 1 - Necessidade de identificação do resultado econômico e investimentos em recursos que proporcionem tal resultado. 
Esses ajustes podem ser classificados em: ajustes sem contrapartida, quando afetam apenas a apuração do resultado econômico operacional sem afetar a base de investimentos para a apuração do retorno; e ajustes com contrapartida, quando afetam tanto a apuração do resultado econômico operacional, quanto a base de investimentos para a apuração do retorno.
b) Ajuste do Tipo 2 - Necessidade de expurgar valores que não impliquem, necessariamente, em impacto econômico/caixa.
c) Ajuste do Tipo 3 - Necessidade de ajustes para expurgar ganhos e perdas não correntes.
6 – EBITIDA – Um indicador financeiro bastante utilizado pelas em presas de capital aberto e pelos analistas de mercado é o chamado EBITDA. A sigla corresponde a "Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Am ortization", ou seja, lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. Esse indicador apresenta as seguintes vantagens e desvantagens:
a) Vantagens:
O indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das em presas e, por elim inar os efeitos dos financiam entos e decisões contábeis, pode m edir com m ais precisão a produtividade e a eficiência do negócio.
A variação do indicador de um ano em relação a outro m ostra aos investidores se um a em presa conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua produtividade.
b) Desvantagens:
Por outro lado, com o ressalva, vale lembrar que o EBITDA pode dar um a falsa idéia sobre a efetiva liquidez da em presa.
RESENDE - 2016
A qualidade, a velocidade, e o fluxo dessas informações são responsáveis pelo andamento do planejamento estratégico e da evolução das organizções.
Entre 2010 e 2009, na Controladora, o ativo circulante REDUZIU 
percentualmente de 40% para 38% com relação ao ativo total.
O Patrimônio Líquido na Controladora REDUZIU de 50% em 2009 
para 48 % Em 2010 com relação ao Passivo Total
O retorno líquido na Controladora REDUZIU percentualmente de 15% 
em 2009 para 13% em 2010 com relação à receita obtida.
Ativo Circulante Financeiro (ACF)
Ativo Circulante Operacional
ou Cíclico (ACO)
ATIVO CIRCULANTE
Passivo Circulante Financeiro (PCF)
Passivo Circulante Operacional
ou Cíclico (PCO)
PASSIVO CIRCULANTE
VALOR DAS
AÇÕES
Uma administração financeira eficiente deve primar por decisões que aumentem o valor corrente das ações.
GERAÇÃO DE 
RIQUEZA
LUCRO
DECISÕES FINANCEIRAS
 LUCRO LÍQUIDO - CMPC
Para determinação da real geração de valor do resultado positivo apurado pela empresa, adota-se o conceito de valor econômico agregado (EVA).
Tem-se, então, que o EVA da empresa é R$ 10.000. A empresa Faturando, no período em questão, reduziu a riqueza dos acionistas.
Tem-se, então, que o EVA da empresa é R$ 550.000. A empresa Valorizando, no período em questão, aumentou a riqueza dos acionistas.
�

Continue navegando