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petição inicial caso 2 joana

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE ITABUNA/BA. (ARTIGO 46 CPC). 
JOANA, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, inscrita no CPF sob nº 000.000.000-00, portador do RG nº 00.0000, endereço eletrônico ....., residente e domiciliado à Rua... Itabuna/BA,por intermédio de seu advogado subscrito, com endereço profissional à rua........., onde receberá intimações conforme o artigo 77, V do CPC e endereço eletrônico .........., vem respeitosamente perante Vossa Excelência, pelo Procedimento Comum do artigo 318 e com fulcro no artigo 319 e seguintes, ambos do Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, ajuizar:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
Em face de JOAQUIM, brasileiro, estado civil ......, profissão ......, inscrito sob o CPF nº 0000.000, portador do RG nº 000.00, endereço eletrônico ........, residente e domiciliado na rua ......... Itabuna/BA, pelos fatos e fundamentos a seguir delineados.
I – DOS FATOS
No dia 20/12/2016, Joana, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, moradora de Itabuna/BA,recebeu notícia que seu filho Marcos, de 18 anos de idade, tinha sido preso de forma ilegal e encaminhado equivocadamente ao presídio XXX. No mesmo dia Joana procurou um advogado criminalista para atuar no caso, sendo que o advogado cobrou R$ 20.000,00 de honorários. Joana ao chegar a casa comentou com Joaquim, seu vizinho, que não tinha o valor cobrado pelo advogado e que estava desesperada. Joaquim vendo a necessidade de Joana de obter dinheiro para contratar um advogado, aproveitou a oportunidade para obter uma vantagem patrimonial, propôs a Joana comprar seu carro pelo valor de R$ 20.000,00, sendo que o carro o preço de mercado no calor de R$ 50.000,00. Diante da situação que se encontrava, Joana resolveu celebrar o negócio jurídico. No dia seguinte ao negócio jurídico realizado e antes de ir ao escritório do advogado criminalista Joana descobriu que a avó paterna de seu filho tinha contratado um outro advogado criminalista para atuar no caso e que tinha conseguido a liberdade de seu filho através de um Habeas Corpus. Diante destes novos fatos Joana fala com Joaquim para desfazerem o negócio, entretanto, Joaquim informa que não pretende desfazer o negócio jurídico celebrado.
II – DO DIREITO
Conforme o exposto nos fatos, não resta dúvida que a autora somente vendeu o veículo por se encontrar em estado de necessidade, eis que seu filho fora preso ilegalmente, o que fez com que esta celebrasse o negócio jurídico por valor inferior ao praticado no mercado, configurando lesão.
Acrescente-se ainda que o artigo 171, II do Código Civil estabelece que o negócio jurídico poderá ser anulado quando presente o vício de consentimento resultante de lesão, e foi justamente ocorreu no presente caso, pois, repita-se, a autora somente vendeu seu bem móvel por valor inferior ao valor de mercado, para resgatar seu filho, sendo que o réu tinha plena ciência do ocorrido e da necessidade da mesma. 
Ainda sobre o tema, De acordo com a Professora Maria Helena Diniz:
“o instituto da lesão visa proteger o contratante, que se encontra em posição de inferioridade, ante o prejuízo por ele sofrido na conclusão de contrato comutativo, devido à considerável desproporção existente, no momento da efetivação do contrato, entre as prestações das duas partes”(DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2010, v.1).
Não se pode deixar de mencionar, entretanto, que, o acórdão de 1º de dezembro de 2011, de relatoria da Eminente Ministra Nancy Andrighi, por votação unânime, no Recurso Especial nº 1.265.890, o C. Superior Tribunal de Justiça afirmou peremptoriamente a necessidade do dolo do contratante beneficiado para que se dê a possibilidade de anulação do negócio jurídico em virtude da lesão, in verbis: 
“A assertiva supracitada, no entanto, dá margem à averiguação da eventual existência de lesão, que, de acordo com o art. 157 do CC/02, sucede quando ‘uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta’. Em sua origem, a ilicitude do negócio usurário era medida apenas com base em proporções matemáticas (requisito objetivo), mas a evolução do instituto fez com que se passasse a levar em consideração, além do desequilíbrio financeiro das prestações, também o abuso do estado de necessidade (requisito subjetivo). Ainda que esse abuso, consubstanciado no dolo de aproveitamento – vantagem que uma parte tira do estado psicológico de inferioridade da outra – seja presumido diante da diferença exagerada entre as prestações, essa presunção é relativa e cai por terra ante a evidência de que se agiu de boa-fé e sem abuso ou exploração da fragilidade alheia. Portanto, torna-se indispensável a avaliação das circunstâncias existentes no momento em que o ato foi praticado e em que medida influenciaram o ânimo do contratante. Em outras palavras, do ponto de vista psicológico, a conduta da parte contratante deve seguir um padrão socialmente aceito como apto à criação de relações jurídicas, sob pena de a sua manifestação não revestir o caráter efetivo de uma declaração de vontade, afetando o negócio jurídico no plano de sua validade. Na hipótese dos autos, o TJ/SC entende, pelo menos em relação aos danos morais, que o valor pago à recorrida ficou abaixo do que se obteria numa ação indenizatória. Portanto, essa desproporção entre o valor recebido e a renúncia ao direito de pleitear indenização complementar poderia, em princípio, indicar a existência de lesão. Contudo, há de se considerar que, com o acordo, a recorrida recebeu o dinheiro imediatamente, evitando anos de discussão judicial e, mais do que isso, a incerteza quanto ao êxito da ação. Além disso, não se pode cogitar a inexperiência da recorrida, visto que estava sendo representada por advogado, que teve participação ativa na transação, assistindo na negociação de valores e assinando o próprio acordo. Em suma, considerando as peculiaridades e os interesses envolvidos na negociação, bem como que qualquer acordo pressupõe renúncias recíprocas, o comportamento de ambas as partes se afigura absolutamente razoável, dentro de um padrão de conduta socialmente aceitável. Conclui-se, pois, pela ausência do requisito subjetivo essencial à caracterização da lesão. Acrescente-se, por oportuno, que a análise retro afasta não apenas o dolo de aproveitamento da recorrida, inerente à lesão, mas qualquer comportamento doloso lato sensu, enquanto causa geral de anulabilidade dos atos jurídicos. “De fato, não se verifica o emprego, pela recorrente, de qualquer expediente ardiloso tendente a viciar a vontade da recorrida”.
Assim, por não requerer o réu resolver amigavelmente a situação, não restou a autora alternativa a não ser o ajuizamento da presente ação para ver anulado o negócio jurídico celebrado entre as partes.
III – DA AUDÎENCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO.
Insta destacar que a autora, por ter interesse na autocomposição, opina pela realização da audiência de conciliação ou de mediação nos termos do artigo 319, VII do Código de Processo Civil.
IV – DAS PROVAS
Pretende provar o alegado com documentos que instruem a presente petição, oitivas de testemunhas, depoimento pessoal do réu e documentos novos, nos termos dos artigos 369, 434, 435 e 442 do CPC.
V – DOS PEDIDOS
Por todo exposto, requer a vossa excelência:
A citação do requerido, por meio do oficial de justiça com fulcro no artigo 246, II do CPC;
Seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico com base no artigo 171, II do CPC;
A designação de audiência de conciliação ou mediação conforme no artigo 319, VII e 334 do CPC e;
A condenação do réu ao pagamento de custas processual e honorário advocatício de 20% sobre o valor da causa, fixado nos termos do artigo 85, §2º do CPC.
VI – DO VALOR DA CAUSA
Dar-se-á a causa novalor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), para fins fiscais, em cumprimento do artigo 292, II do CPC.
Nos termos em que,
Pede deferimento.
Itabuna/BA, 18 de agosto de 2017
Advogado/ XX-XXX

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