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DIREITO CONSTITUCIONAL 2.docRESUMO

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DIREITO CONSTITUCIONAL 2 –REVISÃO PARA AV1
Federalismo americano e federalismo brasileiro, suas características gerais:
O federalismo surgiu nos Estados Unidos, em 1787, após a proclamação de independência das 13 colônias britânicas da América, que ocorreu no ano anterior. Neste episódio, cada colônia tornou-se um Estado soberano e plenamente independente. No entanto, para se protegeram das ameaças da antiga metrópole inglesa, esses Estados estabeleceram um pacto de colaboração, reunindo-se em uma Confederação.
Esse pacto confederativo garantia o direito de retirada a qualquer tempo, o que ainda deixava os Estados confederados em situação de fragilidade. Por esse motivo, seus representantes reuniram-se na Filadélfia para estruturarem a base do federalismo e da federação norte-americana.
Nela, cada Estado cedeu parte de sua soberania a um órgão central, responsável pela unificação, não sendo mais admitido o direito de secessão (ou retirada). Neste momento, formaram-se, por meio de um pacto federativo, os Estados Unidos da América, todos autônomos entre si.
Esse tipo de formação de uma federação, a doutrina costuma chamar de formação centrípeta, ou por aglutinação, pois ocorre de fora para dentro. Em outras palavras, vários Estados independentes se unem para a formação da federação. No caso da República Federativa Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, a formação foi centrífuga, de dentro para fora, a partir de um Estado unitário que se descentralizou.
Características do federalismo
Embora cada federação possua características próprias e peculiares, conforme sua realidade local, é possível distinguir pontos comuns a todas elas. Dentre esses pontos, temos primeiramente a descentralização política, em que é conferida autonomia a certos núcleos descentralizados de poder político.
Como outra característica comum, os entes federativos que formam a federação são apenas autônomos entre si, pois apenas o Estado federal é soberano.
Essa autonomia confere aos Estados-membros o poder de auto-organização por meio da elaboração de suas Constituições Estaduais. Além disso, eles possuem um órgão representativo, que no Brasil, por exemplo, é representado pelo Senado Federal.
No federalismo, há reparticão de competências entre os entes federativos, como garantia de sua autonomia, e também a repartição de receitas, que busca assegurar o equilíbrio financeiro entre eles.
É também essencial a existência de uma Constituição rígida para conferir estabilidade institucional à federação, bem como a existência de um ente guardião da Constituição, que no caso brasileiro é o Supremo Tribunal Federal.
Outra característica do federalismo é a inexistência do direito de secessão, separação ou retirada do ente federativo. A Constituição brasileira de 1988 estabelece o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, vedando, por exemplo, a deliberação de proposta de emenda constitucional tendente a abolir a forma federativa de Estado (art. 60, § 4º, I). Além disso, a tentativa de separação de algum Estado enseja a intervenção federal.
A possibilidade de  intervenção é também característica do federalismo. O processo interventivo é utilizado em momentos de crise institucional, para garantir o equilíbrio federativo e a manutenção da federação.
Tipos de federalismo
Bandeira dos EUA, berço do federalismo
A primeira classificação do federalismo o separa, conforme a formação histórica, em federalismo por agregação e federalismo por desagregação ou segregação. No primeiro tipo, por agregação, estados soberanos e independentes abrem mão de parte de sua soberania para a formação de um novo Estado federativo, passando a serem apenas autônomos entre si. Dentre os países com esse tipo de formação, temos os Estados Unidos e a Alemanha.
Já no federalismo por desagregação, o Estado federativo surge a partir de um Estado unitário que se descentraliza, normalmente por razões políticas e de eficiência. Exemplo de federalismo por desagragação aconteceu no Brasil a partir da Proclamação da República e com a Constituição de 1891.
Quanto à separação das competências e atribuições, o federalismo é dividido em federalismo dual e federalismo cooperativo. No dual, há uma separação rígida entre essas competências, não havendo qualquer interpenetração entre elas nem colaboração entre os entes. Exemplo foram os Estado Unidos em sua origem. Já no federalismo cooperativo, as atribuições são exercidas de forma comum ou concorrente, privilegiando a atuação em conjunto e aproximando os entes federativos. Por esse motivo, o federalismo dual, no mundo moderno, está sendo gradualmente substituído pelo cooperativo.
Outra classificação divide o federalismo em simétrico e assimétrico.No federalismo simétrico, há entre os entes federados uma homogeneidade quanto à cultura, ao desenvolvimento e à língua também, como nos Estados Unidos, por exemplo. Já no assimétrico, há um diversidade cultural e linguística entre esses entes, como ocorre no Canadá, um país não só bilíngue, mas também multicultural.
Em relação ao Brasil, a doutrina costuma dizer que há um “erro de simetria” no seu federalismo, já que a Constituição trata de forma idêntica Estados com peculiaridades próprias, o que leva a um tratamento jurídico simétrico para entes assimétricos. Isso ocorre quando, por exemplo, estabelece um número fixo de 3 senadores para todos os Estado.
Outro tipo de federalismo definido pela doutrina é o federalismo orgânico, em que o Estado federal é considerado um organismo, buscando uma sustentação do todo em detrimento das partes. Esse modelo de federalismo é marcado por uma concepção centralizadora, em que os Estados-membros são enfraquecidos pelo poder central, ideologia que inclusive serviu a objetivos ditatoriais de alguns Estados federais ao longo da história.
No federalismo por integração, outro tipo, há também uma preponderância do governo central em relação aos demais entes federativos. Porém, ele busca atenuar algumas característica do modelo federativo clássico em nome da integração nacional. A doutrina costuma se referir a ele como um federalismo meramente formal, já que se aproxima mais de um Estado unitário descentralizado, em função da ampla dependência das unidades federativas em relação ao governo federal.
O federalismo de equilíbrio, por sua vez, busca manter a harmonia entre os entes federados, reforçando suas instituições e utilizando estratégias como a criação de regiões de desenvolvimento, regiões metropolitanas, concessão de benefícios e programas para redistribuição de renda.
Finalmente, temos o chamado federalismo de segundo grau, observado no Brasil, que conta com 3 ordens federativas: uma federal, representada pela União, uma regional, representada pelos Estados, e ainda uma local, representada pelo Municípios.
No caso dos Municípios, estes apresentam 2 graus de auto-organização: um em relação à Constituição Federal e outro em relação à constituição do Estado-membro em que se localiza. O Distrito Federal ocupa posição peculiar no federalismo brasileiro, sendo classificado como uma unidade federada de autonomia parcialmente tutelada.
CARACTERÍSTICAS DO FEDERALISMO BRASILEIRO
1- Autonomia:
É a principal característica do federalismo, podendo ser tida como um marco do estado federal. Expressa tacitamente no artigo 1º da CF.
São três as capacidades possuidas pelos entes do estado federal que demonstram a autonomia que igualmente possuem:
Autolegislação;
Autogoverno;
Autoadministração.
A união quanto a autolegislação possui as leis federais bem como, a própria Constituição Federal; já quanto ao autogoverno,  tem seu poder tripartido, em executivo (presidente e vice-presidente), legislativo (Congresso Nacional – formado pelo senado federal e a câmara dos deputados), nota-se que a publicação de leis na União é dada mediante a aprovação do congresso nacional, sendo o congresso nacional o órgão legislativo da união, somente cabe a ele a edição de leis federais, um exemplo de lei que somente compete a união e seus interessesé a lei 8112/90 que dispões sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União. Ao órgão legislativo, também cabe a edição de leis nacionais, ou seja, aquelas que possuem força vinculante em toda o território nacional. Um exemplo de lei nacional amplamente utilizado é o código civil, ou mesmo penal.
A diferenciação entre leis nacionais e demais leis é feita mediante pesquisa entretanto, o artigo 21 da Constituição Federal elenca atributos de competência  privativas da União.
Continuando, a última e terceira parte da divisão do autogoverno  da União é o poder judiciário, representado pela justiça federal de primeira instância, o superior tribunal federal, os tribunais eleitorais e a justiça trabalhista; quanto a autoadministração, entende-se que seja esta a possibilidade que cada ente tem de estruturar, de organizar, de desenvolver suas atividades.
Quanto a segunda repartição da República Federal, os Estados membros possuiem autonomia, pela autolegislação de leis estaduais e pela Constituição Estadual; quanto ao autogoverno, a trirepartição permanece, no poder executivo (governador e vice governador), no poder legislativo a figura da assembléia legislativa (formada pelos deputados estaduais Art. 27 CF.) e, quanto ao poder judiciário estadual, temos  a justiça estadual;  a autoadministração é, paralelamente a da União, a competência dos Estados membros de se autoadministrarem.
A Constituição Estadual tem por limites, a Constituição Federal,
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrático; Obs: é errado considerar a forma republicana como causa pétrea.
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
Existem outras regras de observância obrigatória, mas, a principal é justamente esta.
Os munícipios, possui a lei orgânica Art. 28 CF. (ou constituição municipal) e lei municipal como representantes da autolegislação; o autogoverno é exercido no poder executivo (prefeito e vice), no legislativo (pela câmara de vereadores), entretanto, um problema surge quando se refere ao poder judiciário municipal, uma vez que este não existe, esse fato consequêntemente  prejudica a autonomia no ambito do municipio, a gravidade deste fato é tão grande que certos constitucionalistas como José afonso da Silva,alega que os municipios não são entes federativos, entretanto está é uma corrente doutrinária minoritária, suprimida pelo art. 18 da C.F. que declara como autonomos tanto a União, os estados e os municipios. A autoadministração é ainda, igualmente aos dois anteriores.
O Distrito Federal se organiza pela lei orgãnica e pelo  artigo distrtal ( é aquela  de ambito de competencia tanto do municipio como o Estado, embora, o DF não seja nem municipio nem estado e sim um ente federal); o poder legislativo do Distrito federal é a Camara distrital juntamente com o Governador e o vice; o DF. possui  poder judiciário, entretanto esse poder judiciário com todos seus encargos não são mantidos pelo mesmo e sim, pela União (Art. 21 inciso XVII CF). A manutenção da autoridade policial do DF. Também compete a União.
Súmula 647
COMPETE PRIVATIVAMENTE À UNIÃO LEGISLAR SOBRE VENCIMENTOS DOS MEMBROS DAS
POLÍCIAS CIVIL E MILITAR DO DISTRITO FEDERAL.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
OBS: Ainda que este §6º pareça a primeira vista uma contradição com a súmula 647 do STF, não é, uma vez que, ainda que caiba a União o pagamento das autoridades policiais é ao governador do DF a quem essas autoridades devem obediencia.
O distrito federal com a constituição de 1988 passou a ser um ente político, bem como, com essa constituição, o distrito federal deixa de ser capital sendo substituido por Brasília que é considerada “um território”  que conjutamente com as demais entidades adminsistrativas compõe o DF.
2 – Participação na vontade geral.
Uma forma de os Estados membros participarem da vontade Geral é através da eleição dos Senedadores Federais, bem como a possibilidade de propor emenda constitucional (art.60, 3, C.F)
Os municípios não exercem significativa participação no poder geral.
3 – Princípio da indissolubilidade
Que impede cada um dos entes da Federação de romper com a União “uma vez Federalismo, Federalismo até morrer”.
4 – Constituição Rígida
Que preveja um núcleo imodificável, as cláusulas pétreas, que institui como imutável o Federalismo (art. 60. C.F)
5 – Controle de Constitucionalidade
O controle de constitucionalidade irá assegurar que tanto a união quanto os Estados membros exerção suas funções autonomamente sem intervenção de um em outro.
Entes federativos e federalismo à brasileira:
ENTES DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA
	Os entes da federação são dotados de autonomia, a qual se expressa na auto-organização, auto-governo e auto-administração. A auto-organização relaciona-se às competências legislativas conferidas aos entes. Assim à União compete a regulamentação da Constituição Federal e leis federais; os estados federados a Constituição Estadual e leis estaduais, aos municípios a Lei Orgânica do Município e leis municipais e ao Distrito Federal a Lei Orgânica do Distrito Federal e leis distritais.
 
Quanto ao auto-governo, cada ente elege seus próprios governantes (por exemplo é o povo do município que elege seu prefeito e os vereadores, o povo do Distrito Federal que elege o governador e os deputados distritais).
 
No tocante à auto-administração temos as competências tributárias e administrativas conferidas aos entes. A Constituição de 1988 adotou como princípio geral, para fins de repartição de competências entre os entes da Federação, a predominância de interesses e como técnicas principais: a enumeração de poderes da União; o estabelecimento de poderes remanescentes para os Estados; e a definição, por indicação, dos poderes definidos dos Municípios.
 
UNIÃO: A União, internamente, é a pessoa jurídica de direito público, componente da Federação Brasileira e autônoma, na medida em que possui capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-administração. Exerce as competências atribuídas pela própria Constituição Federal. Internacionalmente representa a República Federativa do Brasil, exercendo a soberania do Estado Federal.
 
Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário são assim exercidos:
 
Poder Executivo: Presidente da República, Vice-Presidente, Ministros, Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional (art. 76 a 91).
 
Poder Legislativo: Congresso Nacional (bicameral), formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal (art. 44 a 75).
 
Poder Judiciário: Justiça Federal (art. 101 a 124).
 
Capital Federal: Brasília (art. 18 § 1º). Brasília não é um Município, distinguindo-se do
 
Distrito Federal, que é ente da federação, ao qual foi vedada a divisão em municípios. Brasília fica localizada no Distrito Federal, é uma cidade que foi designada para ser a capital federal. A capital, contudo, pode ter sua sede transferida (artigo 48, VII).
 
Bens: definidos no art. 20 (atenção para EC.46 - alterou o inciso IV, que passou a ter a seguinte redação: “as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadasao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II”).
 
Competências administrativas (materiais):
 
·       Exclusiva – enumeradas no artigo 21 (ex.: manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; emitir moeda).
 
·       Comum – expressas no artigo 23: “É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (ex.: zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; preservar as florestas, a fauna e a flora; promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico).
 
Competências legislativas:
 
·       Privativa – expressa no artigo 22: “Compete privativamente à União legislar sobre” (ex.: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; desapropriação; serviço postal; trânsito e transporte; organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes; seguridade social; registros públicos; atividades nucleares de qualquer natureza). No parágrafo único deste artigo 22, está previsto que uma lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo; por força do art. 32, § 1º esta possibilidade estende-se ao Distrito Federal).
 
·       Concorrente – conforme artigo 24 “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre” (ex.: direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; juntas comerciais; custas dos serviços forenses; educação, cultura, ensino e desporto; previdência social, proteção e defesa da saúde; proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; proteção à infância e à juventude)
 
Obs. Conforme estabelecido nos parágrafos 1º a 4º, do artigo 24, no âmbito da legislação concorrente, a competência da UNIÃO fica limitada a estabelecer NORMAS GERAIS, o que não exclui a COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Mas, a superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE A EFICÁCIA da lei estadual, no que lhe for contrário. Caso essa lei federal com normas gerais seja revogada a lei estadual volta a ter plena eficácia. ATENÇÃO: não inclui o Município. Impostos: art. 153.
 
ESTADOS-MEMBROS: Os Estados-membros são pessoas jurídicas de direito público interno, autônomos. Cada Estado-membro tem capacidade de auto-organização (expressa no poder de elaborar sua Constituição e normas estaduais), auto-governo (eleição de seu governador e deputados estaduais) e auto-administração (competências administrativas e tributos próprios). Consoante já visto, podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito e do Congresso Nacional, por lei complementar (art.18, § 3º).
Organizam-se e regem-se pelas Constituições Estaduais (poder constituinte derivado
decorrente) e leis que adotarem, observados os princípios da Constituição Federal.
Poder Executivo: Governador e Vice–Governador (art. 28)
Poder Legislativo: Assembléia Legislativa (deputados estaduais) (art. 27).
Poder Judiciário: Justiça Estadual (art. 125 e 126)
Bens: definidos no art. 26
 
Competências administrativas (materiais):
 
·       Exclusiva – disciplinada no artigo 25. No § 1º, está consignada a competência administrativa estadual residual ou remanescente: “são reservados aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”. No § 2º há uma competência administrativa enumerada: “Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação”.
 
·       Comum – art. 23 (“É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”).
 
Competências legislativas:
 
·       Delegada – art. 22, parágrafo único (lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias cuja competência legislativa é privativa da União).
·       Concorrente – art. 24 (suplementar § 2º e supletiva § 3º): “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre”.
·       Reservada art. 25, § 1º – “são reservados aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”.
·       Enumerada art. 25, § 3º – “Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”. Impostos: art. 155.
 
MUNICÍPIOS: Os municípios são pessoas jurídicas de direito público interno, autônomos em decorrência da capacidade de auto-organização (expressa no poder de elaborar sua Lei Orgânica e normas municipais), auto-governo (eleição de seu prefeito e vereadores) e auto-administração (competências administrativas e tributos próprios).
No artigo 18, § 4º, como já apresentado, encontram-se as regras para criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios. Esta poderá ser feita por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
 
Os municípios são regidos por Lei Orgânica Municipal, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição do respectivo Estado e numa série de preceitos estabelecidos no artigo 29 da Lei Maior (por exemplo: a inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; a iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; número de vereadores proporcional à população do município).
 
Poder Executivo: Prefeito e Vice-Prefeito - art. 29 (Obs. Apenas nas cidades com mais duzentos mil eleitores haverá segundo turno, nos termos do art. 77)
Poder Legislativo: Câmaras Municipais (vereadores) - art. 29 e 29-A. Nos termos do artigo 29, VII, o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município. Essa regra deve ser compatibilizada com o disposto no art. 29-A. Determina este dispositivo constitucional que o total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar determinados percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior. Estabelece o § 1º do artigo 29-A que a Câmara Municipal não gastará mais de 70 % (setenta por cento) de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores, sendo crime de responsabilidade do Prefeito Municipal efetuar repasse que supere esses limites, não enviar o repasse até o dia vinte decada mês; ou enviá-lo a menor. Por sua vez incorrerá crime de responsabilidade o Presidente da Câmara Municipal se o gasto superar os 70 % (setenta por cento) da receita com folha de pagamento.
 
Poder Judiciário: NÃO POSSUI!
 
Competências Administrativas:
 
·       enumerado – art. 30 (instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental; prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual (guarda municipal – art. 144, § 8º).
 
·       comum art. 23
 
Competências Legislativas:
 
·       exclusiva - art. 30, I (legislar sobre assuntos de interesse local); art. 182, § 1º (plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana e tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.)
 
·       suplementar - art. 30, II (suplementar a legislação federal e a estadual no que couber). Impostos: art. 156 Fiscalização do Município: conforme artigo 31, será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. Destaca-se ser vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais, assim os municípios que já possuíam tais órgãos permaneceram com os mesmos e os que não tinham agora não podem criar. Há ainda previsão de um controle popular, pois as contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
 
DISTRITO FEDERAL: É também unidade federada dotada de autonomia, com capacidade de auto-organização (rege-se por Lei Orgânica - art. 32 e leis distritais), auto-governo (eleição de seu governador e deputados da Câmara Legislativa) e auto-administração (competências administrativas e tributárias próprias). O artigo 32 veda a divisão do Distrito Federal em Municípios.
 
Poder Executivo: Governador e Vice–Governador (art. 32, § 2º)
Poder Legislativo: Câmara Legislativa (deputados distritais) (art. 32, § 2º e 3º).
Poder Judiciário: organizado e mantido pela União, por lei federal (art. 48 – Compete ao
Congresso Nacional com a sanção do Presidente da república, a organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal).
 
Bens: definidos por lei federal (art. 16, § 3º do ADCT).
 
Competências:
 
·       as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (art. 32, § 1º);
·       comum (art. 23);
·       concorrente (art. 24);
·       delegada (art. 22, parágrafo único).
 
Impostos: art. 155 e 156.
 
TERRITÓRIOS
São meras divisões administrativas da União, sendo também denominados como autarquias territoriais. Atualmente não existe território no Brasil. Existia até 1988, eram eles: Roraima, Amapá e Fernando de Noronha – Ver artigos 14 e 15 do ADCT. Estão tratados nos artigos 33 e 18, §2º. Ressalta-se que os Territórios podem dividir-se em Municípios. Dispõe o artigo 45, § 2º que cada Território elegerá quatro Deputados Federais, contudo, não haverá escolha de Senador.
 
Princípio da Predominância do Interesse (para identificar a competência): os assuntos de predominante interesse local devem ser regulamentados pelo Município; sendo de interesse regional ou se abranger mais de um Município, ficam a cargo do Estado; a competência será da União quando predominante o interesse nacional.
FEDERALISMO À BRASILEIRA
Apesar de haver outros antecedentes, o grande marco do surgimento do federalismo se dá com a formação dos Estados Unidos da América.
Foi um processo de formação por agregação (ou centrípeto). Entes soberanos abriram mão de sua soberania e entregaram a um ente central, se unindo em uma federação.
Esse modelo de federalismo tende a uma maior descentralização, pois é natural que os entes que antes eram soberanos detenham maiores competências políticas.
Já o federalismo brasileiro se forma desagregação (ou centrífugo). Surge com a República, no Decreto nº 1 de 1889. O Estado, que era unitário, se constitui em um Estado federal ao conceder autonomia aos entes periféricos.
Esse modelo é marcado por uma maior centralização.
Soberania X Autonomia:
Soberania é um poder genuinamente político e juridicamente ilimitado.
No Brasil, soberana é República Federativa do Brasil, que é representada pela União nas relações internacionais. No plano interno, Uniao, Estados e Municipios são apenas autônomos.
Autonomia é um poder concedido e limitado pelo direito.
Apesar de ter um componente político, é um poder balisado pelo direito.
É um poder originário, concedido ao ente federativo autônomo diretamente pela Constituição.
Os poderes dos Estados não são delegações de poder, mas sim competências originárias estabelecidas pela CRFB.
Estados Unitários:
Ainda que haja uma descentralização, esta não implica concessão de autonomia aos entes locais (Ex: distritos).
A descentralização decorre da concessão de poderes do ente central e, portanto pode ser revogada, ao contrario do que acontece no pacto federativo.
Confederações:
É uma simples pessoa jurídica de direito público.
Já a federação representa um Estado soberano.
Quanto ao liame jurídico que une os integrantes, na Confederação é um tratado internacional e na federação é uma constituição.
Em uma confederação, cada um de seus membros é soberano, mas a confederação em si não.
Na federação, os entes são apenas autônomos, e soberana é a federação como um todo.
Na confederação, há várias nacionalidades. Os cidadãos são considerados nacionais do Estado que integra a confederação.
Na federação só há uma nacionalidade.
Na Confederação, é comum conferir aos Estados o direito de nulificação, que é o direito dos membros de se oporem às deliberações da confederação.
Na Federação, caso o ente central tenha atuado dentro de seu espectro de competência, as suas deliberações serão obrigatórias para os demais.
Nas confederações, os órgãos deliberativos costumam deliberar segundo a regra diplomática da unanimidade.
No plano federal, os órgãos deliberativos costumam deliberar pela regra da maioria.
Nas confederação, é reconhecido o chamado direito de secessão, que é o direito dos membros de saírem da confederação.
Na federação não é reconhecido esse direito. Prevalece a ideia da indissolubilidade do pacto federativo. A secessão é contrária à constituição brasileira e punida com intervenção federal.
O federalimo no Brasil:
Foi instituído pelo decreto nº 1 e referendado pela Constituição de 1891.
Ao longo da história, houve uma oscilação entre momentos de descentralização (República Velha e pós Estado Novo) e de centralização (Estado Novo e ditadura militar).
No Brasil, há uma centralização significativa de competências na União, que decorreu basicamente de 2 fatores: o próprio texto constitucionale a jurisprudência do Supremo, à luz do princípio da simetria. O STF sempre teve uma interpretação muito ampliativa do  princípio da simetria, de maneira que ele preconizou que boa parte da CRFB seria de incidência obrigatória para Estados e municípios.
Elementos da federação:
1)      Autonomia dos entes federativos:
Contém alguns elementos necessários, como:
- Autogoverno: poder dos entes federativos de escolher os seus próprios dirigentes, que não terão uma vinculação hierárquica com o ente mais abrangente. A relação entre Estados e União é uma relação de coordenação, e não de subordinação.
- Autoconstituição: é o poder do ente federativo de se auto-organizar, ou seja, de dispor sobre sua própria estrutura, através de uma constituição. Dentro desse poder há a autolegislação, que é o poder do ente de editar normas dentro de sua esfera de competência. Na federação, portanto, há uma pluralidade de ordens jurídicas.
- Autoadministração: é a ideia de que cada ente deve dispor sobre o seu próprio funcionalismo público e sobre os serviços públicos sujeitos a sua competência.
Outros autores ainda inserem uma outra capacidade, que consiste em um pressuposto ao exercício de todas as demais, que é a autonomia financeira, ou seja, a capacidade de instituir e arrecadar tributos e assim garantir o seu custeio.
2)      Partilha de competências previstas em uma constituição rígida.
A superioridade constitucional da repartição de competência é fundamental para a sua manutenção.
3)      Participação dos Estados na formação da vontade nacional.
Isso se dá através do Senado Federal, que é uma casa de representação dos Estados membros na federação.
Os Estados, independentemente de sua população, tem o mesmo numero de senadores.
Esse foi um modelo copiado do federalismo norte-americano desde a constituição de 1891.
4)      Indissolubilidade do pacto federativo:
Não há caminho constitucionalmente estabelecido para a secessão.
Necessariamente um ato de secessão será um ato contrário à constituição, cuja resposta é a intervenção federal.
As hipóteses de intervenção federal são garantias da manutenção do pacto federativo.
5)      Unidade de território e de nacionalidade:
É fundamental, para que haja uma federação, um território único e bem definido, o que implica em uma definição clara das fronteiras internacionais e das fronteiras entre os entes federativos.
Em uma federação, só há uma nacionalidade.
Modelos de federação:
1)      Federalismo dual:
É um modelo norte-americano de federalismo.
Tem como característica marcante a adoção de competências exclusivas ou privativas.
A lógica de repartição de competências é uma lógica reciprocamente excludente: se foi dado a um, foi tirado do outro.
Há um modelo de competências enumeradas para a União e residuais para os Estados.
O objetivo básico é a limitação do poder do Estado para a proteção do indivíduo.
2)      Federalismo por cooperação:
É um modelo típico do constitucionalismo social.
Aqui são utilizadas fundamentalmente as competências comuns e concorrentes.
A lógica aqui não é reciprocamente excludente.
Ao conceder a competência pra um eu também concedo pra outro.
O objetivo é que haja a união de esforços entre os entes federativos para que haja a realização de atividades que sejam complexas.
3)      Federalismo simétrico X Federalismo assimétrico:
Existem 2 planos de assimetria:
- No sentido material ou social: é a uma assimetria de condições culturais, sociais, econômicas de uma sociedade.
- No sentido jurídico: analisando-se a repartição de competências constitucionais entre os entes.
Haverá federalismo assimétrico se houver uma enorme assimetria do ponto de vista social, cultural ou econômico.
Haverá um federalismo assimétrico também quando há um tratamento desigual dos entes federativos quanto a suas competências constitucionais (simetria no sentido jurídico).
Classificação do federalismo brasileiro:
- Tem uma formação história centrífuga, por desagregação.
- Misto ou híbrido: reúne características do federalismo dual com o federalismo cooperativo.
O constituinte se valeu tanto das competências privativas e exclusivas quanto das competências concorrentes e comuns.
- Assimétrico no aspecto material ou social (diferenças culturais e sociais notáveis) e simétrico do ponto de vista jurídico.
O federalismo brasileiro reconhece como entes federativos a Uniao, os Estados Membros, os municípios e o Distrito Federal.
Quanto aos municípios, afirmava-se a autonomia municipal, mas sem lhes conferir as garantias de autonomia federativa, o que fazia com que muitos autores pré-88 negassem a sua característica de ente federativo autônomo. Só que com a CRFB de 1988 o reconhecimento do município como ente federativo passa a ter um caráter também substantivo, com as garantias de autonomia lhes sendo conferidas.
O Distrito Federal acumula competências municipais e estaduais. É, portanto, um ente híbrido.
Os territórios não tem natureza de ente federativo autônomo, mas sim natureza autárquica (autarquias territoriais). São pessoas jurídicas de direito publico, mas sem autonomia politica.
Não têm um rol de competências decorrente diretamente da CRFB. A constituição só prevê que eles podem ser criados ou extintos.
Isso não impede que os territórios tenham competências políticas (Ex: competências legislativas). Ainda assim ele não será considerado ente, pois não terá autonomia.
No federalismo, não há subordinação ou hierarquia do ente mais abrangente para o menos abrangente.
A repartição de competências serve pra estabelecer uma relação de coordenação entre os entes.
Competências administrativas e competências legislativas:
Competência Administrativa
Muita gente confunde a competência exclusiva com privativa e cumulativa...Se você também se encontra nesta situação, iremos resolver a sua situação.
Competência exclusiva à UNIÃO à Art. 21 da Constituição Federal.
Além do artigo 21, o artigo 23 também é de competência administrativa. Porém, tem uma diferença, neste a competência é comum a todos os entes da Federação, ou seja, a competência administrativa valerá tanto para os Estados, municípios e União. Lembrando que, a União produzirá normas gerais e os demais entes normas regionais ( Estados) e locais ( Municípios), com isso se mantém uma melhor organização. Nos artigos 25, no qual fala da competência dos Estados e 30, em que fala da competência dos municípios, eles abordam dentro de seus artigos tanto questões administrativas quanto legislativas.
Quando se diz no artigo 21: Compete à União, esta competência é administrativa, exclusiva ou material da UNIÃO. Então, tanto faz dizer competênciaADMINISTRATIVA, EXCLUSIVA, MATERIAL ou CUMULATIVA.
      Tudo que está descrito neste artigo 21, somente a União poderá administrar, por isso que obviamente o nome é de competência exclusiva. Ai, você me faz a seguinte pergunta: Mas nenhum outro Estado ou Município poderá administrar sobre algumas situações que estão estabelecidas neste artigo? A resposta é NÃO. Tudo que estar no artigo 21 é de competência da UNIÃO. Esta não poderá fazer delegações para os outros entes de forma alguma.
      ATENÇÃO: Se você olhar bem os incisos, vai perceber que no inciso XI do artigo 21 da CF assim reza: Compete a União: explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais.
Notou uma diferença? Então, a União poderá delegar aos particulares para administrar o que é de competência exclusiva da União?
      Bom, não é bem assim. Veja só: a União vai autorizar conceder ou permitir a uma empresa particular, para que esta preste o serviço em que antes fora dada a União como competência exclusiva. Quando se faz essas concessões, a União não perde a titularidade, ela ainda permanece com a titularidade, só que não exerceDIRETAMENTE a função, pois quem vai exercer são as empresas particulares.
      Ex.: Antes nós tínhamos a TELEMAR (uma empresa pública de telecomunicações), entretanto, o governo achou melhor deixar que os particulares administrassem sobre telecomunicação. Então, ela delega as empresa privadas como a TIM, CLARO, VIVO e OI, que administrem sobre as comunicações. Mas, a União não deixou tão livre assim. Sabe por quê? Porque a União tem o dever de fiscalizar. Foi através do ministério da comunicação que surge a ANATEL, ou seja, Agencia Nacional de Telecomunicações, que visa adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando com independência, imparcialidade, legalidade, impessoalidade e publicidade. Suas decisões só podem ser contestadas judicialmente. A missão da Anatel é promover o desenvolvimento das telecomunicações do País de modo a dotá-lo de uma moderna e eficiente infra-estrutura de telecomunicações, capaz de oferecer à sociedade serviços adequados, diversificados e a preços justos, em todo o território nacional. (Alguns desses conceitos foram retirados da própria página da ANATEL). Deu pra você perceber que a União não ficou “na sua”, sem fiscalizar aquilo que ela concedeu a outrem. Sempre vai haverá algum ministério para fiscalizar.
OBS.: Temos que estar atentos com relação à execução direta e execução indireta. É simples, vamos lá.
Execução Direita – É aquela que é executada pelos órgãos ou entidades públicas, ou seja, autarquias, fundações, associações, todas elas são PÚBLICAS. Por exemplo: A ANVISA é uma entidade pública na qual exerce diretamente a função dita pelo poder público.
Execução indireta – É aquela na qual é executada por empresas particulares, ou seja, mediante concessões, permissões ou autorizações.
ATENÇÃO: Não confundam ADMINISTRAÇÃO DIRETA COM EXECUÇÃO DIRETA E ADMINISTRAÇÃO INDIRETA COM EXECUÇÃO INDIRETA. NÃO TEM NADA  A VER!!!!
Veja só: A administração direta é aquela realizada diretamente pelos ENTES DA FEDERAÇÃO, ou seja, ESTADOS, MUNICÍPIOS E UNIÃO. A administração indireta é aquela exercida pelas pessoas jurídicas de Direito Público, com as autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedade de economia mista. Notou que se você for de acordo com o nome porque é parecido vai ERRAR se ligue!
Competência Legislativa
Vamos sair da competência administrativa para a competência legislativa. Na competência legislativa também encontramos alguns outros nomes que são sinônimos, mas tem uma peculiaridade importante a ser notada. Veja só: No artigo 22 da CF, nos traz a competência PRIVATIVA, esta cabe somente a UNIÃO legislar sobre o que está descrito, e no artigo 24, nos diz que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar CONCORRENTEMENTE.
Então, quando se diz PRIVATIVAMENTE E CONCORRENTEMENTE, quer dizer LEGISLAR. O que vai mudar é que na privativa a competência é da União e na concorrente, a competência concorre tanto a União quanto aos Estados e Distrito Federal.
ATENÇÃO: Diferentemente do que ocorre na competência exclusiva (ADMINISTRATIVA), ou seja, no que está disposto no artigo 21, no qual diz ser competência exclusiva da União, não cabendo delegações, somente concessões... Em se tratando de competência privativa da União, na qual está disposto no artigo 22, esta sim, poderá delegar aos demais entes federativos (Estados e Distrito Federal) mediante Lei complementar (disposto no parágrafo único do artigo 22 da CF).
Surge a dúvida e você me pergunta, e os Municípios? Porque eles não são colocados no artigo 24, da competência concorrente? 
Olha só, quando falamos de competência concorrente, os Estados e Distrito Federal ao legislar sobre algo, a decisão recairá também sobre os municípios. Os municípios não poderiam ser colocados, porque eles têm por fim um interesse LOCAL. A sua decisão se valerá para a sua circunscrição e nada mais. Já os Estados e Distrito Federal, o interesse é regional, então poderá também atingir os Municípios.
MUITA ATENÇÃO AGORA – Dentro da competência concorrente, nós podemos também,SUPLEMENTAR – na forma de complementação ou suplementação plena.
Suplementar - Se suplementa uma lei quando esta não está completa ou até mesmo quando ela não existe.
A suplementar se divide em suplementar complementar e suplementar supletiva.
a)     Suplementar complementar – É quando o Estado ou o Distrito Federal complementa uma lei já em vigor. Eles vão complementar para adequar a situação que se encontram.
b)    Suplementar supletiva ou plena - É quando o Estado ou o Distrito Federal que elabora uma lei, em que ainda não foi regulada pela União. 
OBS.: Quando o Estado ou o Distrito Federal complementa uma lei, esta não vinculará aos Municípios, mas quando aqueles suplementam uma lei, esta vincula aos municípios.
Você ainda está se perguntando por que eu não coloquei os Municípios como agentes que também suplementam. Olha só, eu subdividi a suplementação com relação à competência concorrente, e os municípios não fazem parte. Porque, se fizesse parte, o legislador teria colocado. E porque ele não colocou, já que no artigo 30, inciso II, diz que cabe aos Municípios suplementarem a legislação federal e a estadual no que couber?
Não colocou os municípios como concorrente com os outros entes, porque tudo que o Município faz só serve para ele e mais ninguém. NUNCA um município vai criar uma lei que obrigue ao Estado seguir. A competência do Município é LOCAL Então, não tem o porquê dizer que ele será concorrente, visto que não iria vincular pra mais ninguém.
O Município tem competência suplementar, somente isso, sem estar vinculado à concorrente. Pois, de acordo com o artigo 30, II, assim o estabelece. Entretanto, tendo vigência somente em sua circunscrição.
ATENÇÃO: Diferença entre Lei Federal e Lei local. É sempre bom não confundir lei local com competência local. Quando dizemos lei local nos referimos tanto a Estados, Distrito Federal e a Municípios. Quando falamos em lei Federal, esta só caberá a União.
Competência com vício formal orgânico X vicio formal.
Competência com vício formal orgânico – É quando há uma inconstitucionalidade da lei quanto a sua competência elaboral. Ou seja, quem legislou não tinha a competência para isso, pois invadiu a competência de outro órgão.
Vicio Formal – É quando fere as regras propriamente ditas, ou seja, quanto ao procedimento realizado para elaborar a lei.
4) Mutação dos entes federalistas:
O federalismo é formado por quatro entes, e são eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. E para uma boa harmonia entre eles seria indispensável que lhes fossem concedidos autonomia. No caso da União, falamos em soberania.
Mas o que vem a ser autonomia e porque ela é necessária para os entes federativos?
Autonomia seria “andar com as próprias pernas”, é ter autogoverno, autoadministração e auto-organização. A autonomia é de essencial importância para o nosso sistema político, pois é a mesma que proporciona a “descentralização” política, ou seja, deixa a par dos entes resolverem seus próprios problemas e consequentemente buscar soluções, a fim de atender o interesse público.
Vale ressaltar que a finalidade da autonomia só é atingida, se os entes também forem independentes financeiramente, pois é daí que encontramos a essência de tal principio. Sem essa autonomia financeira seria impossível que o ente executasse suas tarefas sem recorrer aos outros entes.
Podemos identificar as competências administrativas e tributárias de cada ente na Constituição Federal no artigo 24, onde cabe aos entes federativos legislar de forma concorrentemente sobre diversos aspectos, dentre eles: Direito Tributário e Financeiro, pois como foi visto acima, os entes deverão possuir autonomia financeira para que o objetivo da autonomia de ambos alcance sua finalidade. Porém, compete a União legislar sobre normas gerais, não podendo ser contrariadas pelos outros entes. Porém, quando inexistir lei federal sobrenormas gerais, os estados exerceram a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
Tais competências (administrativas e tributárias) possuem uma relação muito forte, pois podemos afirmar que uma “completa” a outra. Não podemos imaginar um estado sem verbas, sem recursos, dependente de outro ente. No caso, o mesmo não seria autônomo. Um estado que bem administra seus recursos, é um estado produtivo. O ente dentro de sua competência instituirá legalmente seus tributos. Diante da recolha desses tributos (capacidade tributária ativa), é que o mesmo irá prestar os serviços públicos, por isso podemos dizer que um é o complemento do outro.
Para concluirmos este trabalho, chegamos uma questão: Será se os entes federativos realmente são autônomos?  Vamos analisar primeiramente a repartição de receitas entre ambos, critério essencial para chegarmos a uma conclusão. 
Receitas é tudo que o estado recolheu, incorporado ao patrimônio dele, que servirá para custear as despesas públicas e investimentos, além de garantir a autonomia financeira dos entes menores.
Com esse conceito de receita, chego a conclusão que não existe uma “autonomia absoluta” entre os entes, pois os entes menores sempre irão depender dos entes maiores. Tudo isso no fim das contas, é como um filho que mora fora de casa, porém ainda recebe dinheiro dos pais, para custear determinados gastos. Assim sendo, “uma mão sempre irá lavar a outra”, e a “autonomia” poderá esperar um pouco mais.
5) Poder executivo:
O Poder Executivo corresponde a uma das entidades governamentais, conforme a “Teoria da Separação dos Poderes”, proposta por Montesquieu (1689-1755). Esse poder tem como função executar as leis, bem como a agenda do Estado.
Segundo Montesquieu, o Poder Executivo seria conduzido pelo rei, com a faculdade de veto sobre as disposições do legislativo, que por sua vez, era formado pelo parlamento (ou legislativo).
O Poder Executivo pode ser representado, em nível nacional, por somente um órgão, como no caso da Presidência da República ou Presidencialismo. Também pode ser dividido, como no Parlamento, o qual coabita com a Coroa Real, no caso de Monarquia Constitucional.
Poder Executivo no Brasil
No Brasil, o Poder Executivo emana de um sistema presidencialista. Ele é exercido pelo Presidente da República amparado por seus Ministros de Estado, que por sua vez, são responsáveis pela coordenação e supervisão em suas respectivas áreas de atuação.
Esse poder é de natureza Federal e o líder nacional é escolhido por sufrágio (voto) popular e universal para um mandato de quatro anos, enquanto seus ministros são selecionados por indicação presidencial. Este sistema se repete em outros níveis.
Na esfera Estadual, o poder executivo é representado na figura do Governador e por seus Secretários de Estado.
Enquanto, em âmbito Municipal, é representada pela figura do Prefeito e de seus Secretários Municipais.
Em todos os casos, o representante do Poder Executivo conta com um vice-representante (Vice-Presidente, Vice-Governador e Vice-Prefeito).
Importante destacar que o Poder Executivo muda de país a país. Ou seja, nos países presidencialistas, é representado pelo seu Presidente, que acumula os cargos de chefe de governo e chefe de estado.
Já nos países parlamentaristas, o Poder Executivo fica dividido entre o Primeiro-ministro, que é o chefe de governo, e o monarca (normalmente o rei), que ostenta o cargo de chefe de Estado.
Em regimes totalmente monárquicos, o monarca assume tal qual o presidente, as funções de chefe do governo e do Estado.
Funções do Poder Executivo
O Poder Executivo teria como funções observar as demandas da dimensão pública e garantir os meios aceitáveis para que os imperativos da coletividade sejam atendidos. Isso tudo de acordo com aquilo que é determinado pela lei.
Desse modo, a despeito das várias responsabilidades administrativas em seu leque, os membros componentes do executivo não podem extrapolar o limite das leis criadas.
O executivo, todavia, não se resume apenas aos chefes de Estado. Em regimes democráticos, o Presidente ou o Primeiro-Ministro conta com seu concelho de ministros, assessores, secretários, etc.
Em suma, o Poder Executivo tem as seguintes obrigações:
Efetivar as leis, mesmo que seja necessário utilizar a violência, garantida pelo monopólio da força policial.
Administrar os setores públicos de serviços à população, como bancos.
Manutenção das relações diplomáticas do País com as outras nações.
Estabelecer as forças armadas.
6) Poder legislativo (até o estatuto dos congressistas):
O Poder Legislativo brasileiro nos entes da República Federativa do Brasil possui particularidades que os diferencia em âmbito do bicameralismo e unicameralismo. É tradição constitucional brasileira a divisão destes dois ramos, exceto as limitações contidas nas Constituições de 1934 e 1937, as quais tenderam ao exercício legislativo em uma única câmara. Desde a promulgação da Constituição dos Estados Unidos da América, tal exercício é abatido das federações, haja vista que em esfera federal, o Senado é o representante dos Estados-membros, sendo indispensável este ao lado de uma câmara representativa do povo.
Este trabalho delimitou-se a verificar os eventuais caracteres do Poder Legislativo, comparando-o em âmbito dos entes da República Federativa do Brasil. Analisou-se também os aspectos essenciais da composição e atribuições do Congresso Nacional, Senado Federal e Câmara dos Deputados, com o intento de melhor diferenciá-los e compreendê-los.
Buscou-se através deste, analisar de maneira pormenorizada o conceito do Poder Legislativo, estrutura, mesas, comissões, processo legislativo e as fases de elaboração das espécies normativas, prerrogativa do foro especial e imunidades tanto em âmbito federal, estadual e municipal. Importante salientar também que analisou-se o conjunto de normas constitucionais que estatui o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional, prevendo suas particularidades e direitos, deveres e incompatibilidades.
Para alcançar o objetivo geral, fez-se necessário realizar uma pesquisa bibliográfica em publicações atuais, e de autores especializados no assunto, bem como a jurisprudência do Pretório Excelso no concernente ao Poder Legislativo.
A relevância da pesquisa constituiu-se na formação de juristas cientes da necessidade do conhecimento de tão importante matéria no concernente ao Direito Constitucional Brasileiro, bem como o instrumento básico de trabalho do operador do Direito, a saber, as espécies normativas e as atribuições de cada órgão que estrutura o federalismo brasileiro desde a Constituição promulgada de 1891, a qual rompeu com os modelos monárquicos e aristocráticos de até então.
 
1 ASPECTOS CONCEITUAIS, DIFERENCIAÇÕES E CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
 
 
O Poder Legislativo federal, exercitado pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e Senado Federal. A primeira é composta pelos representantes do povo, eleitos pela votação proporcional, em número de oito a setenta membros por Estados e Distrito Federal. Totaliza então, quinhentos e treze deputados federais, com mandato de quatro anos, cujas atribuições são lançadas no artigo 51 da Carta Magna. O Senado Federal, por sua vez, é o órgão legislativo federal, eleitos pelo escrutínio majoritário, em número de três membros por Estado e Distrito Federal (como dois suplentes cada), assegurada a renovação de quatro em quatro anos, alternadamente, por um a dois terços, totalizando oitenta e um senadores e atribuições definidas no artigo 52 da CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil (PEÑA DE MORAES, 2010).
O argumento de representação dos Estados pelo Senado se funda na idéia inicialmente implantada nos Estados Unidos da América, de que se formava de delegados próprios de cada Estado, pelos quais estes particiapvam das decisões federais. Contudo, isto jamais aconteceu no Brasil, haja vista que a representação é partidária (ALEXANDRINO e PAULO, 2010).
No Direito Comparado,o bicameralismo é classificado como aristocrático, no qual um dos órgãos legislativos representa uma classe social, tal como o inglês; federativo, no qual um dos órgãos legislativos representa as entidades federativas, tal como o brasileiro; sistemático, no qual um dos órgãos legislativos modera os excessos da representação política, tal como o francês, e técnico, no qual um dos órgãos legislativos presta assessoria técnica, tal como o austríaco (FERREIRA FILHO, 2002).
A atividade legislativa é exercida em legislatura, sessão legislativa ordinária ou extraordinária e sessão ordinária ou extraordinária. A primeira é o período de quatro anos, a segunda denota o período de um ano, o qual se inicia em 02 de Fevereiro a 17 de Julho e de 1º de Agosto a 22 de Dezembro. A terceira expressão é o tempo de um dia, cingido à deliberação acerca das proposições legislativas nos horários preestabelecidos (BASTOS, 1997).
As hipóteses de sessão legislativa extraordinária convocada pelo Congresso Nacional são as seguintes: (a) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice- residente da República; (b) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; (c) a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Nesta sessão, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado. Caso haja medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação (BARROSO, 2009).
ALEXANDRINO e PAULO (2010) doutrinam que o quórum de deliberação de cada Casa ou do Congresso Nacional serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria dos seus membros, exceto disposição constitucional em sentido diverso, tais como maioria absoluta,maioria relativa, dois terços e três quintos.
Os Estados Federados representam uma estrutura dualista. De uma parte, deve estar à nação, de outro lado, os Estados-membros, com sua autonomia particular. O bicameralismo é o sistema mais propício ao conservadorismo, enquanto que o unicameralismo favorecia aos avanços democráticos, na proporção que canalizava e exprimia a melhor soberania popular por transformações (LENZA, 2010).
No bicameralismo brasileiro, não há predominância substancial de uma câmara sobre a outra. Formalmente, contudo, a Câmara dos Deputados goza de certa primazia relativamente à iniciativa legislativa, pois é perante ela que o Presidente da República, o Superior Tribunal de Justiça e os cidadãos promovem a iniciativa do processo de elaboração das leis [arts. 61, § 2º e 64] [grafia original] (SILVA, 2010, p. 510).
 
O ramo popular do Congresso Nacional é a Câmara dos Deputados. Lei complementar deverá fazer a representação dos Estados, determinando reajustes pela Justiça Eleitoral, em cada ano anterior às eleições, de maneira que nenhuma das unidades federativas tenha menos de oito e mais de setenta deputados. Salienta-se, contudo que tal regra, estatuída no artigo 45, § 1º da CRFB, ofende o princípio do voto com igual valor para todos. É matemática, tal fato constitui brutal desproporção e não proporção (SILVA, 2010).
A estrutura dos órgãos legislativos é integrada por órgãos compostos, a saber, Mesas, Comissões, Serviços Administrativos e Guardas Legislativas. As mesas por sua vez são compreendidas como órgãos de direção da atividade legislativa desenvolvida pela Câmara dos Deputados, Senado Federal e Congresso Nacional, reunido em sessão conjunta, tendo em conta que sua composição deve exteriorizar a representação popular proporcional dos partidos e blocos parlamentares, haja vista o princípio do voto com igual valor para todos, acima ressaltado. A mesa do Congresso Nacional é presidida pelo Presidente do Senado Federal, sendo os demais cargos ocupados alternadamente por titulares de cargos equivalentes no Senado e na Câmara dos Deputados, com espeque no artigo 57, § 5º da CRFB. Profere de maneira clara os artigos 50, § 2º; 55, §§2º e 3º; 57, § 4º; e 103, incisos II e III e § 4º, que as Mesas do Senado e Câmara de Deputados detêm atribuições de perda de mandato, deflagração dos mecanismos de provocação da jurisdição constitucional e encaminhamento dos pedidos escritos de informações a Ministros de Estados ou quaisquer órgãos subordinados à Presidência da República. Estas são eleitas pelos próprios deputados e senadores, para um período de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição posterior (SILVA, 2010).
Profere com maestria TEMER (1998) que a doutrina brasileira não é uníssona sobre a possibilidade de um membro do Congresso concorrer a outro cargo nas casas deste. O deputado e senador que tenha participado de uma Mesa não pode pleitear a recondução a Mesa imediatamente subseqüente, visto que neste caso a proibição seria dirigida ao órgão.
As comissões são órgãos técnicos de estudo e investigação, distribuídas na estrutura interna do Congresso Nacional e suas casas, e divididas em permanentes e temporárias (MORAES, 2010).
As comissões permanentes subsistem das legislaturas, desmembradas em Agricultura e Política Rural, Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, Constituição, Justiça e Redação, Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias, Amazônia e Desenvolvimento Regional, Economia, Indústria e Comércio, Educação, Cultura e Desporto, Fiscalização Financeira e Controle, Finanças e Tributação, Minas e Energia, Relações Exteriores e Defesa Nacional, Seguridade Social e Família, com vistas a: discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma de regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa Legislativa; realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão e apreciar programas de obras, planos regionais, nacionais e setoriais de desenvolvimento econômico, de acordo com o art. 58, § 2º [grifo nosso](PEÑA DE MORAES, 2010, p. 390).
 
NOVELINO (2010) profere, com clareza, que no sentido da doutrina de Guilherme Peña de Moraes está a jurisprudência capitaneada pelo Pretório Excelso no MS n.º 23.388, relator ministro Néri da Silveira, julgado em 25 de Novembro de 1999, DJU em 20 de Abril de 2001. As comissões temporárias por sua vez, sobrevivem até o término da legislatura ou, antes dela, quando alcançado o fim a que se destinam ou expirado seu prazo de declaração. São subdivididas em: especiais, externas e de inquérito. São os seus escopos:
        Emissão de pareceres sobre propostas de emendas constitucionais;
        Elaboração de proposições legislativas relativas às matérias de atribuições das Comissões;
        Cumprimento de missão temporária autorizada no Brasil.
As comissões mistas são as que formam os Deputados e Senadores, são aquelas que devam ser decididas pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta de suas Casas. Podem ser permanentes ou temporárias. A melhor ilustração da Comissão mista permanente, a saber, a descrita no artigo 166, § 1º da CRFB.
Art. 166 § 1º Caberá a uma comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissõesdo Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58 (BRASIL, Constituição da República Federativa).
 
A jurisprudência prevalente no STF – Supremo Tribunal Federal é no sentido de que há possibilidade de limitação no número de comissões temporárias em funcionamento simultâneo[1] (NOVELINO, 2010).
Os serviços administrativos e guardas legislativas consistem em órgãos auxiliares, incumbidos das funções de preparação técnica e vigilância setorial ou local. Neste sentido está a jurisprudência do STF, HC n.º 71.261, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, julgado em 11 de Mio de 1994, DJU 24 de Junho de 1994. O funcionamento dos órgãos legislativos é baseado no exercício das atribuições de natureza representativa, investigatória e legislativa (ALEXANDRINO e PAULO, 2010).
O Congresso Nacional é atribuição representativa, na medida em que seus órgãos referendam os tratados e convenções internacionais celebrados pelo Presidente da República, introduzindo-os na ordem jurídica brasileira, pelo instrumento de decreto legislativo, em concordância com os artigos 49, inciso I e 84, inciso VIII da CRFB (PEÑA DE MORAES, 2010).
A priori, o entendimento que tem sido pelo Supremo Tribunal Federal – STF adotado no concernente à aplicabilidade do Direito Internacional com o Direito Interno é o da Teoria Monista Moderada, seguindo a posição estabelecida desde o julgamento do Recurso Extraordinário 80.004-SE/77. Assim, o tratado se equipara à lei federal, permanecendo o que for mais recente segundo o princípio da "lex posteriori derogat lex prior". Contudo, existe ainda muita discussão doutrinária e jurisprudencial. Anteriormente ao ano de 1977, o STF posicionava-se pela prevalência do Direito internacional sobre a ordem jurídica interna, caso houvesse conflito entre as ordens. Este posicionamento na época era tão prevalente que o ministro do STF, Francisco Rezek exaltou comentário a favor desta convicção unânime. Tal entendimento, contudo, não prevaleceu (MAZZUOLI, 2008).
Com o Recurso Extraordinário 80.004-SE/77, Relator Ministro Cunha Peixoto, julgado em 01 de Junho de 1977, o cenário absoluto da prevalência da ordem internacional sobre o ordenamento jurídico interno, a chamada teoria Monista Moderada, mostrou-se fragilizada (MAZZUOLI, 2008).
SUBORDINAÇÃO NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. No sistema jurídico brasileiro, os tratados ou convenções internacionais estão hierarquicamente subordinados à autoridade normativa da Constituição da República. Em conseqüência, nenhum valor jurídico terão os tratados internacionais, que, incorporados ao sistema do direito positivo interno, transgredirem, formal ou materialmente, o texto da Carta Política. O exercício do treaty-making power, pelo Estado brasileiro – não obstante o polêmico art. 46 da Convenção de Viena sobre o Congresso Nacional -, está sujeito à necessária observância das limitações jurídicas impostas pelo texto constitucional. [...]. Paridade Normativa entre Atos Internacionais e Normas Infraconstitucionais de Direito Interno. Os tratados ou convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados ao direito interno, situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos de validade, eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo, em conseqüência, entre estas e os atos de direito internacional público, mera relação de paridade normativa. Precedentes (BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Convenção n. 158/OIT, Relator Ministro Celso de Mello, julgado em 04 Set. 1997).
Conforme a jurisprudência citada, a questão da executoriedade dos tratados internacionais no âmbito do direito interno supõe a prévia incorporação desses atos de direito internacional público ao plano da ordem normativa interna. Depende, portanto, essencialmente, de um processo de integração normativa que se acha delineado, em seus aspectos básicos, na própria Constituição da República de 1988 (PEÑA DE MORAES, 2010).
Contrariando a posição do Pretório Excelso, MAZZUOLI (2008) almeja demonstrar que os tratados internacionais não possuem paridade normativa com leis infraconstitucionais. Alude, assim, o caractere de “nível intermediário” do Tratado Internacional, ocupando posição entre a Carta Magna e as leis infraconstitucionais. Não podem ser revogados por lei posterior, haja vista não estarem em paridade normativa.
Quanto às atribuições investigatórias, uma vez que os órgãos legislativos reúnem as investigações financeiro-orçamentária, com o auxílio do TCU – Tribunal de Contas da União, e político-administrativa, por intermédio da CPI – Comissão Mista de Inquérito, em conformidade com os artigos 58, § 3º e 71 da CRFB (BASTOS, 1997).
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de
auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei,
que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato,
ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo
anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades (BRASIL, Constituição da República Federativa).
 
A investigação financeiro-orçamentária é demarcada pelo controle externoda execução orçamentária, no interesse da preservação dos objetivos pretendidos pelo Poder Legislativo, que autorizou despesas e receitas. Desta maneira, o TCU tem finalidades expostas nos artigos constitucionais. Já as investigações político-administrativas são delimitadas por fatos relacionados com a vida do país, prevalecendo a CPIs. São organismos que desempenham papel de grande relevância na fiscalização e controle da Administração, mas que tiveram suas organizações e suas tarefas consideravelmente tolhidas no regime da Constituição revogada. As Casas do Congresso Nacional reunidas em conjunto ou separadamente, poderão criar tantas comissões parlamentares de inquérito quantas julgarem necessárias. São três os requisitos para a sua propositura: (a) requerimento de pelo menos um terço dos membros do Congresso Nacional; (b) apuração de fato determinado; (c) prazo certo de funcionamento. Suas conclusões serão encaminhadas conforme o caso para que o Ministério Público promova a responsabilidade civil e criminal de seus membros (SILVA, 2010).
MORAES (2010) lembra, com maestria, a jurisprudência colacionada no STF (HC n.º 75.287, Relator Ministro Maurício Corrêa, Julgado em 23 de Abril de 1997, DJU 30 de Abril de 1997), a qual a CPI deve se comportar nas estritas atribuições do Legislativo.
A Comissão Representativa, instituída agora no artigo 58, § 4º, é novidade no nosso regime constitucional, e assim se chama porque tem a função representar o Congresso Nacional durante o recesso parlamentar. Isso importa em mudança importante, na medida em que tal atribuição sempre coube às Mesas (e mais especificamente aos Presidentes) das Câmaras em relação a cada uma delas e à Mesa (Presidente)do Senado em relação ao Congresso Nacional (SILVA, 2010, p. 516).
 
Em cada período legislativo, conforme explanado elege-se uma Comissão representativa para o recesso que começará em seguida (primeiro recesso: de primeiro a trinta e um de Julho; e segundo recesso: de dezesseis de Dezembro a catorze de fevereiro do ano seguinte). Serão definidos no regimento comum as atribuições e composição da Comissão representativa que reproduzirá, a proporcionalidade da representação partidária (SILVA, 2010).
 
 
2 ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL, CÂMARA DOS DEPUTADOS E SENADO FEDERAL
 
 
O Congresso Nacional possui outras funções além de elaborar leis. São elas determinadas no artigo 48 e 49 da CRFB. Quanto às atribuições legislativas, o Congresso elabora leis sobre todas as matérias de competência da União, cabendo sanção do Chefe do Executivo Nacional. Pratica atos concretos, resoluções referendárias, de autorizações, de aprovações, de sustação de atos, de fixação de situações e de julgamento técnico, feito por decreto legislativo ou resoluções. Exerce também as atribuições de fiscalização e controle (pedidos de informação, comissão parlamentar de inquérito, controle externo com o auxílio do TCU e da Comissão Mista, fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo e tomada de contas pela Câmara de Deputados, quando o Presidente da República não prestar contas no tempo devido). Comporta também o Congresso as atribuições de julgamento de crimes de responsabilidade e atribuições constituintes mediante elaboração de emendas à Constituição, com que este órgão cria as normas, por intermédio do processo legislativo (SILVA, 2010).
Segundo as palavras proferidas por MORAES (2010) a Carta Magna de 1988 elenca as atribuições privativas da Câmara dos Deputados, que na verdade são exclusivas, por que não são passíveis de delegação. Neste sentido, Marcelo Novelino, Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino e Guilherme Peña de Moraes. São atribuições da Câmara dos Deputados:
        Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
        Proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
        Elaborar seu regimento interno;
        Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
        Eleger membros do Conselho da República, nos termos do artigo 89, inciso VII.
São atribuições privativas do Senado Federal, segundo ALEXANDRINE e PAULO (2010):
        Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
        Processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
        Aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: (a) magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; (b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; (c) Governador de território; (d) presidente e diretores do Banco Central; (e) Procurador-Geral da República; (f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
        Aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
        Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
        Fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
        Dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público federal;
        Dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
        Estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
        Suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
        Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
        Elaborar seu regimento interno;
        Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
        Eleger membros do Conselho da República, nos termos do artigo 89, inciso VII.
        Avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios (acrescentado pela Emenda Constitucional – EC 42/2003).
Autoriza a Constituição da República a convocação dos Ministros de Estados para prestarem informações sobre assunto previamente determinado, perante órgãos legislativos, importando em crime de responsabilidade o seu não atendimento da convocação, sem justificação adequada, isto é, aceita pelo convocante (SILVA, 2010).
Diz-se, às vezes, eu esse procedimento quebra a rigidez do presidencialismo, ou até, não raro, se admite que se introduziu, com isso, um mecanismo parlamentarista no presidencialista. Em verdade, nada tem de parlamentarismo nisso. O comparecimento do Ministro convocado ou espontaneamente não serve mais do que para ele, munido de documentação técnica e

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