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Indenizatória CDC

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
		MÁRIO DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador do RG nº ..., inscrito no CPF sob o nº 000.000.001-00, domiciliado e residente na Avenida de Nossa Senhora de Copacabana, nº 1000, apt. 608, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, CEP .... , vem, por meio de seu advogado, com escritório localizado na Rua da Ajuda, nº 20, sala 801, (bairro), Rio de Janeiro, CEP ..., propor a presente
AÇÃO INDENIZATÓRIA 
pelo rito ordinário em face de ABC PRODUTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS S/A, inscrita no CNPJ sob o nº 456/0001-00, estabelecida na Avenida Desembargador Amaro Martins de Almeida, nº 271, Campos dos Goytacazes, RJ, CEP ...., pelos fatos e motivos adiante expostos:
DOS FATOS
		O autor adquiriu, em estabelecimento comercial, no dia ...., um aquecedor elétrico fabricado pela empresa ré.
		Ocorre que, no dia...., em virtude de um defeito de fabricação, o aquecedor elétrico explodiu, provocando incêndio na pequena casa que o autor possui na cidade de Petrópolis (RJ). 
Em decorrência da explosão, além dos danos causados ao imóvel, o autor sofreu ferimentos nas mãos e no rosto, ficando parcialmente desfigurado e impossibilitado de desenvolver suas atividades profissionais pelo prazo de 6 (seis) meses.
		Desta feita, pretendendo reparação pelos danos causados pelo vício do produto, vem o autor escudar-se perante o Poder Judiciário.
DOS FUNDAMENTOS
1. DO JUÍZO COMPETENTE
		Impõe-se, ab initio, explicitar que a razão pela qual o autor ajuizou a presente ação no foro de seu domicílio é o art. 101, I, do Código de Defesa do Consumidor, dispositivo este que se encontra em conformidade com a orientação fixada no inc. VII do art. 6º do Código de Defesa do Consumidor, qual seja, a de facilitação do acesso do consumidor aos órgãos judiciários.
2. DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
		A narrativa fática não deixa dúvidas quanto à configuração da relação de consumo e a conseqüente aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor: o consumidor-autor, enquanto destinatário final (art. 2º, Lei 8078/90), adquiriu um produto (art. 3º §1º, Lei 8078/90) fabricado pela empresa-ré que, amoldada no conceito de fornecedora insculpido no art. 3º caput, Lei 8078/90, responde objetivamente pela reparação dos danos causados por vício de seus produtos (art. 12, caput, CDC).
		Assim, por se tratar de relação de consumo, tem aplicação, no presente caso, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, cujas normas têm caráter de ordem pública e interesse social (art. 1º), inderrogáveis pela vontade das partes. 
3. DO FATO DO PRODUTO E DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR
Na hipótese dos autos, sobreveio um evento danoso em virtude da utilização de um produto eivado de defeito, restando indene que estamos diante de um fato do produto ou acidente de consumo. 
Em outras palavras, o defeito do produto repercutiu externamente através do chamado acidente de consumo, atingindo a incolumidade físico-psíquica do consumidor e seu patrimônio.
Mas quando poderíamos considerar um produto defeituoso? O aclamado Sérgio Cavalieri Filho esclarece de forma magistral (CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2007):
O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, consoante o §1º do art. 12 do Código de Defesa do Consumidor. A lei criou, aqui, o dever de segurança para o fornecedor, verdadeira cláusula geral – o dever de não lançar no mercado produto com defeito –, de sorte que, se o lançar, e este der causa ao acidente de consumo, por ele responderá independentemente de culpa.
No presente caso, o consumidor-autor tinha a legítima expectativa de que o produto em questão não apresentasse defeito e, menos ainda, que viesse a causar um acidente de consumo.
E, nos termos do que estatui o art. 12 da legislação consumerista, o fornecedor responde objetivamente pelos defeitos de seus produtos, de tal modo que, constatada a existência de um defeito em um produto, configurado estará o fato gerador de sua responsabilidade pelo fato do produto.
4. DO DEVER DE INDENIZAR
		Diante do exposto e dos arts. 6º, I e 12, CDC, forçoso concluir pelo dever de indenizar os danos morais, materiais e estéticos perpetrados ao autor pela empresa ré.
5. DOS DANOS EXPERIMENTADOS
	
5. 1. DANO PATRIMONIAL
Conforme já exposto, o autor sofreu um grande prejuízo, não só no seu imóvel em Petrópolis mas, também, nos móveis que o guarneciam.
Da mesma forma, o autor dispendeu consideráveis quantias em decorrência da impossibilidade laborativa, que perdurou por 6 (seis) meses, quando esteve submetido a intenso e penoso tratamento médico, objetivando minimizar as seqüelas deixadas pelo evento deplorável.
5.2. DOS DANOS MORAIS
		O dano moral em seu sentido amplo envolve os diversos graus de violação dos direitos da personalidade, abrange todas as ofensas à pessoa, considerada esta em suas dimensões individual e social, ainda que sua dignidade não seja arranhada.
Inquestionavelmente, o autor sofreu uma grave violação a bens integrantes da personalidade. Não se trata aqui de mero dissabor ou aborrecimento por algum inadimplemento contratual, mas, sim, de um verdadeiro sofrimento que foge ao razoável e que culminou com o abalo talvez irrecuperável à imagem e à dignidade do autor.
Desta forma, resta clara a responsabilidade da ré pela indenização prevista no art. 5º, X, da Constituição Federal. 
Por fim, importante rememorar a Súmula 37 do STJ: “São cumuláveis as indenizações por dano material e moral, oriundos do mesmo fato.”
5.3. DOS DANOS ESTÉTICOS
O aspecto estético trata-se de outro bem integrante da personalidade e que pode ser objeto de dano, consistindo em alterações da forma plástica, da aparência física, da harmonia estética de uma pessoa.
Incumbe frisar que dano moral e dano estético não se confundem. Nesse sentido, trazemos à baila trechos de julgados do STJ (REsp 65.393/RJ e 84.752/RJ) que demonstram de forma cristalina essa diferença:
 “As indenizações pelos danos moral e estético podem ser cumuladas, se inconfundíveis suas causas e passíveis de apuração em separado. O dano estético é uma alteração morfológica corporal que agride a visão, causando desagrado e repulsa; o dano moral corresponde ao sofrimento mental a que a vítima é submetida. Um é de ordem puramente psíquico, pertence ao foro íntimo, outro é visível, porque concretizado na deformidade.” 
Consoante se constata dos documentos acostados nos presentes autos e dos fatos narrados, o autor sofreu ferimentos nas mãos e no rosto, ficando parcialmente desfigurado. Indubitavelmente, portanto, sofreu grave deformidade física que demanda indenização específica.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
1) A citação do réu;
2) A procedência da presente ação com a conseqüente condenação do réu ao pagamento de:
2.1) Danos materiais no valor a ser apurado em liquidação de sentença
2.2) Danos morais no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)
2.3) Danos estéticos no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
A inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, CDC)
A condenação do réu ao ônus da sucumbência.
PROVAS
Requer, para provar o alegado, a produção de todos os meios de prova admitidos em direito, na amplitude do art. 332, CPC, especialmente as de caráter documental (art. 397, CPC) e pericial, bem como o depoimento do representante legal do réu, sob pena de confesso (art. 343 caput e §2°, CPC).
VALOR DA CAUSA
Para os efeitos legais e fiscais, dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais).
Pede deferimento,
Rio de Janeiro, 13 de março de 2009.
........................
Advogado OAB/....

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