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Diabetes Mellitus na Infância e Adolescência Diabetes Mellitus Síndrome metabólica caracterizada por hiperglicemia, resultante de deficiência absoluta ou relativa de insulina Alteração de metabolismo de CHO, lípides e proteínas Classificação etiológica do DM I. Diabetes tipo 1 A. Imunomediado B. Idiopático II. Diabetes tipo 2 A. Típico B. Atípico Classificação etiológica do DM III. Defeitos genético de função de cel β A. MODY B. Mutações de DNA mitocondrial C. DIDMOAD (Wolfran) D. Responsivo a tiamina IV. Induzido por drogas Classificação etiológica do DM V. Doença do pâncreas exócrino VI.Infecções VII. Variantes de DM2 A. Defeitos genéticos da ação de insulina B. Defeitos adquiridos de ação de insulina 1. Tumores endócrinos 2. Anticorpos anti receptor de insulina Classificação etiológica do DM VIII. Sindromes genéticas com DM, resistência/deficiência insulínica IX. Diabetes gestacional X. Diabetes neonatal A. Transitório B. Permanente Diabetes Mellitus tipo 1 Diabetes Mellitus tipo 1 Destruição das células β- pancreáticas Deficiência absoluta de insulina Tendência à cetoacidose diabética DM1 imune-mediado Ocorrência semelhante entre os sexos Incidência: 1/100.000 no Japão 15-18/100.000 nos EUA 35/100.000 na Finlândia 7,4/100.000 no estado de São Paulo Idade de apresentação: 5-7 anos e na puberdade. Estudos recentes tem mostrado aumento significativo em menores de 5 anos e de 7 a 9 anos (USA) DM1 imune-mediado Associação com HLA • 95% apresentam DR3 ou DR4 • Maior susceptibilidade: DQA1*301, DQB1*0201, DQB1*302 • Tipo 1 B39 DM1 imune-mediado Marcadores imunógicos • Anticorpos antiilhotas pancreáticas (ICA) • Anticorpos antiinsulina (AAI) • Anticorpos antitirosina-fosfatase (ICA512/IA2) • Anticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti GAD) DM1 imune-mediado -Patogênese- Fatores ambientais: vírus por destruição direta (Coksakie A) ou desencadeando processo inflamatório (Rubéola, CMV, Epstein-Barr) Exposição precoce à PLV Fatores ambientais + = Genética Processo autoimune DM1 imune-mediado -patogênese- aumenta com Infecções virais congênitas Baixa reserva de vitamina D Cesárea Exposição a LV Infecções obesidade Diminui com transmissão transplacentária de anticorpos Aleitamento materno DM1 imune-mediado -Patogênese- Diabetes Predisposição genética M a s s a d e c e ls - β (% d o m á x ) 100 Tempo (anos) 0 _ g a ti lh o Alteração imunológica Secr. normal de insulina ↓ da secr. de insulina Lua de mel DM1 Idiopático Mais freqüente em indivíduos de origem africana e asiática Sem evidência de autoimunidade Fortemente hereditário Sem associação com HLA DM1 -Quadro Clínico Alt de consciência Dor abdominal Turvação visual Insulinopenia Hiperglicemia pós prandial poliúria polidipsia Aumento de contrarreguladores Glicogenólise Gliconeogênese Hiperglicemia de jejum Lipólise cetogênese Acidose Hálito cetônico Desidratação Hiperosmolaridade Menor utilização de glicose DM1 - Diagnóstico Fase pré clínica (estudos prospectivos) Grupos de risco: Parentes de 1º grau de pacientes Crianças com hiperglicemia e/ou glicosúrias transitórias Pacientes com dç poliglandular autoimune Indivíduos com marcadores imunológicos Antes de hiperglicemia persistente ocorre perda da 1ª fase da secreção de insulina Critérios Diagnósticos para Diabetes Mellitus e Intolerância à Glicose da Academia Americana de Diabetes Diabetes mellitus a)Sintomas Típicos + glicemia ao acaso ≥ 200mg/dl b)Glicemia de jejum ≥ 126mg/dl em duas ocasiões c)Resposta da glicemia ao teste de tolerância à glicose oral(TTGo) ≥200mg/dl 2 horas após Tolerância alterada à glicose a)Glicemia de 140 a 199mg/dl aos 120 minutos do TTGo Glicemia de jejum alterada a)glicemia de jejum acima de 100mg/dl e abaixo de 125 mg/dl Diabetes Mellitus não tipo 1 1 a 2% ►8 a 45% dos casos novos Quando pensar que não é tipo 1: – Antes dos 6 meses de vida – História familiar de pai DM não 1 – Evidência de produção de insulina após 3 anos de doença – Anticorpos negativos no período do diagnóstico Diabetes Mellitus tipo 2 Diabetes Mellitus tipo 2 Resistência à ação da insulina e inadequada resposta compensatória na secreção de insulina DM2 - Epidemiologia Na infância : maior susceptibilidade de grupos étnicos específicos (não caucasóides) Anteriormente:1- 2 % dos casos de DM na infância Atualmente: 8 a 45% dos casos de DM na juventude não têm etiologia autoimune nos EUA DM2 - Epidemiologia Índios Pima Frêqüência > 1% de diabéticos na população de 15 a 24 anos associado à obesidade Prevalência de 22,3/1000 de 10 a 14 anos 50,9/1000 de 15 a 19 anos DM2 - Epidemiologia Sexo feminino é mais afetado em crianças, adolescentes e adultos jovens Idade média do diagnóstico :12- 14 anos Associação com raça (69 a 75% dos adolescentes afetados nos EUA são negros) DM2- Fisiopatologia Obesidade Genética Resistência insulínica Hiperglicemia “compensada” Glicotoxicidade “lipotoxicidade” DM 2 + DM2- Fisiopatologia Fatores relacionados à RI Genética:Diminuição da ação da insulina e hiperinsulinemia em parentes de 1º grau de pacientes com DM2 Raça: adolescentes afro-americanos saudáveis têm sensibilidade à insulina 30% menor e secreção de insulina maior na 1ª e 2ª que controles caucasianos DM2- Fisiopatologia Fatores relacionados à RI Idade: idade média 13 anos ou meio da puberdade (RI relativa por aumento de GH e secundária lipólise. Ação androgênica discutível) Obesidade: aumento da insulina basal e resposta exagerada à glic EV DM2 - Fisiopatologia Fatores relacionados à RI Antecedentes familiares: 65% dos adolescentes com DM2 apresentam 1 parente de 1º grau afetado (mesmo estilo de vida ?) Baixo peso ao nascer: risco 7x maior de desenvolver intolerância à glic e DM2. Incidência de SM é 30% em homens com PN<2,5 e 6% nos com PN>4,3 DM2 – Quadro Clínico Maior incidência entre 12 e 14 anos (Tanner 3) 70 a 90% são obesos (38% grave) 90% com acantosis nigricans 6 a 15% com dislipidemias e/ou HAS DM2 – Quadro Clínico Geralmente assintomáticos ou oligossintomáticos ao diagnóstico Procura em pronto-atendimento com história recente de cansaço, irritabilidade, desajustes sociais, infecções, náuseas, vômitos, sitomas clássicos, respiração de Kusmaull, letargia DM2 – Quadro Clínico 50% com glicosúria ou hiperglicemia em exame de rotina 30% com poliúria, polidipsia leve e emagrecimento discreto 33% com cetonúria 25% podem ter CAD DM 2- fatores de risco Obesidade Puberdade Sexo feminino Grupos etnicos de risco SOP Antecedentes familiares de DM2 DM2 - Diagnóstico AAD indica triagem em crianças obesas (IMC>90) maiores de 10 anos com ≥ 2 fatores de risco : História familiar Grupo étnico de risco Sinais de RI ou condições associadas (acantosis, HAS, SOP, dislipidemia) DM2 - Diagnóstico Glicemia X GTTo Após 10 anos de 2 em 2 anos DM2 - Diagnóstico Peptídeo C > 0,6 ng/dl demonstra boa reserva de insulina Autoanticorpos estão presentesem • 85 a 98 % de pacientes com DM1 • 10 a 15% de obesos com história sugestiva de DM2 com CAD • 1 a 4 % de crianças normais (1,4% em SP) DM2 - Diagnóstico Critérios clínicos : Idade Sexo Obesidade História familiar Raça ?? AC, peptídeo C e IGFBP-1 Diagnóstico diferencial do Diabetes mellitus na infância e no adolescente Peptídeo C de jejum Elevado >0,6ng/ml Baixo <0,6ng/ml Obesidade Auto-anticorposNãoSim Contra células betapancreáticas NEGATIVO POSITIVO POSITIVO NEGATIVO BAIXO <0,6ng/ml ELEVADO >0,6ng/ml Auto-anticorpos Peptídeo C DM 1aDM2 DM1 idiopático ou Mody DM2 DM 1a MODY MODY Defeitos monogenéticos na função de células β Diminuição da secreção da insulina podendo ter defeito mínimo na ação da insulina Classificação Etiológica dos Tipos de MODY Gene Tipo de MODY Fator Nuclear do hepatócito (HNF-4α) Glucoquinase Fator Nuclear do hepatócito (HNF-1α) Fator promotor de insulina 1 (IPF-1 Fator Nuclear do hepatócito (HNF-4β) Fator de diferenciação neurogênica 1 (neuro D1) ou beta 2 MODY 1 MODY 2 MODY 3 MODY 4 MODY 5 MODY 6 MODY Corresponde a 1-5% de todos os casos de DM em países industrializados MODY 3 correspondem a 58% dos casos de MODY Estudos familiares revelaram que a secreção de insulina diminui de 1-4 %/ano MODY – quadro clínico Hiperglicemia leve assintomática em crianças e adolescentes obesos ou não com história familiar proeminente (sugerindo herança autossômica dominante) Evolução depende do tipo de MODY MODY 3 Glicemia de 180 a 300 sem cetose Altera Hb glic e TGO Anticorpos negativos e peptídeo C normal Adianta o ínicio se obeso Tem complicações MODY 2 MODY 2 é mais comum em crianças (hiperglicemia leve) 22% dos casos de MODY Alteração de set up Sem piora na puberdade e raramente complica Não trata MODY neonatal DM abaixo de 6 meses ou 1 ano Perda de peso, poliúria sem CAD Assadura que não melhora MODY neonatal transitório resolve em 12 semanas pode ter macroglossia (1/4 dos pacientes) Redução rápida da dose de insulina 50% recidiva na vida adulta MODY neonatal permanente 10% pode ter remissão transitória Pode ter atraso de DNPM ou epilepsia Produz mas não secreta a insulina Sulfoniluréia em dose 6 vezes maior Tratamento é importante para neurológico, mesmo sem melhora glicêmica MODY Diagnóstico diferencial com DM 2 Antecedente familiar de DM em pelo menos 3 gerações sucessivas Idade de diagnóstico geralmente abaixo de 25 anos Peptídeo C e anticorpos Diagnóstico Diferencial entre MODY e DM 2 Características MODY DM 2 Modo de herança Penetrância Idade de início Hábitos Síndrome metabólica (RI, HAS, hipertrigliceridemia) Monogênico, autossômico dominante 80-95% Crianças, adolescentes, adultos jovens (<25 anos) Não obesos Ausente Poligênico Variável: 10-40% 40-60 anos ( adolescentes obesos) Obesos Geralmente presente VII. A . Defeitos genéticos da ação da insulina Síndrome de resistência insulínica tipo A Resistência insulínica Acantosis nigricans Início na puberdade Anovulação, hirsutismo, acne Ausência de lipodistrofia Herança autossômica dominante ou recessiva Obesidade ocasional Raro em sexo masculino Leprechaunismo Retardo de crescimento intrauterino e pós natal Presença de dismorfismos e malformações pulmonares e renais Hipoglicemia de jejum, hiperinsulinemia acentuada e hiperglicemia pós prandial Geralmente fatal no primeiro ano de vida Síndrome de Rabson-Mendenhall Achados clínicos de RI tipo A Dentição anormal Crescimento acelerado DM de início na infância de difícil controle Complicações microvasculares precoces Síndrome de RI Lipodistróficas Lipodistrofia Generalizada Congênita Mais frequente das lipodistróficas Lipoatrofia total de apresentação no 1º ano de vida Hiperinsulinemia acentuada Intol à glicose ou DM ± 12 anos Hipertrofia muscular e acromegaloidismo Hiperlipidemia (triglicérides) Herança autossômica recessiva Classificação etiológica do DM V. Doença do pâncreas exócrino VI.Infecções VII. Variantes de DM2 A. Defeitos genéticos da ação de insulina B. Defeitos adquiridos de ação de insulina 1. Tumores endócrinos 2. Anticorpos anti receptor de insulina Classificação etiológica do DM VIII. Sindromes genéticas com DM, resistência/deficiência insulínica IX. Diabetes gestacional X. Diabetes neonatal A. Transitório B. Permanente Diabetes Mellitus - Tratamento Metas Manter o paciente assintomático Prevenir complicações agudas Retardar complicações crônicas Manter velocidade de crescimento normal e bom controle de peso Favorecer vida normal, evitando transtornos emocionais Diabetes Mellitus - Tratamento Metas Hb glicada ≤ 7,5 Perfil lipídico normal Glicemias: período Glicemia (mg/dl) jejum 90 a 145 Pós-prandial <180 Ao deitar 180 3:00 130 a150 Diabetes Mellitus - Tratamento Equipe multidisciplinar para “EDUCAÇÃO EM DIABETES” Diabetes Mellitus - Tratamento Dieta DM1 : evitar ingestão de açucares de absorção rápida, estimular o uso de fibras e adequar o tipo e quantidade de lipídeos DM2 : pode ser necessária dieta hipocalórica. Fibras: alimentos funcionais Diabetes Mellitus - Tratamento Atividade Física Aeróbica com intensidade moderada No DM2 atividade moderada a intensa 60 minutos diários Restringir tela não acadêmica a menos de 2 horas dia Lanche rico em carbohidratos complexos Diabetes Mellitus - Tratamento Medicamentoso DM1: associação de insulinas ou análogos de ação lenta e rápida, com monitorização e contagem de CHO. Esquema intensivo Bombas de infusão Efeitos colaterais: hipoglicemia hiperinsulinização Diabetes Mellitus - Tratamento Medicamentoso DM2: metformina desde o diagnóstico Efeitos colaterais: 25% dos jovens apresentam diarréia e/ou dor abdominal no início do tratamento Insulina – indicações ao diagnóstico: • DM2 com CAD ou cetose • Quadro indistinguível • Hb glic >9 e/ou glic > 250 Diabetes Mellitus - Tratamento Medicamentoso MODY: sulfonilurréias, podendo ser necessário o uso de insulina no MODY 1 e 3 e no MODY 2 durante gestação Diabetes e Crescimento DM1 Resistência ao GH com menor biodisponibilidade de IGF Relação inversa entre VC e Hb glic Se baixa VC lembrar de Dç celíaca e hipotireoidismo Diabetes e Crescimento DM2 Diminuição de IGFBP-1, IGFBP-2 >biodisponibilidade de IGF-I e receptores de GH secreção diminuída de GH com crescimento acelerado e avanço de IO RI A depender da síndrome pode ter alta estatuar Doença crônica Fibrose cística e hemocromatose: baixa estatura Síndrome Metabólica em crianças e adolescentes Prevalência global: 3 - 4% Relação com obesidade (NHANES III) 89% dos adolescentes obesos apresentam ao menos uma alteração 56% dos adolescentes obesos apresentam 2 alterações P IMC prevalência < 85 0,1% 85 a 95 6,1% > 95 28,7% Propostas para Diagnóstico de Síndrome Metabólica Características da SM Idade em anos Masculinos Femininos Glicemia de Jejum _ ≥100mg/dl ≥100mg/dl Glicemia 2h após um teste oral de tolerância à glicose convencional _ ≥140mg/dl ≥140mg/dl Pressão arterial sistólica (mmHg) 8 12 15 17 adultos 112 119 125 133 ≥130 111 119 124 125 ≥130 Propostas para Diagnóstico de SíndromeMetabólica Características da SM Idade em anos Masculinos Femininos Pressão arterial diastólica (mmHg) 8 12 15 17 adultos 73 77 79 83 ≥85 71 76 80 81 ≥85 Triglicérides (mg/dl) 12-16 16-19 adultos 135 165 ≥150 170 168 ≥150 HDL colesterol (mg/dl) 6-8 9-11 12-15 16-19 Adultos 37 39 35 33 ≤40 37 38 36 37 ≤ 35 Propostas para Diagnóstico de Síndrome Metabólica Características da SM Idade em anos Masculinos Femininos Circunferência da cintura (cm) 8 12 15 17 adultos 70,9 84,5 94,4 101 ≥102 70,4 81,9 89,8 97 ≥88 Estratégias de prevenção das doenças de adulto previníveis na infância propostas pela SBP
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