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Apostila Capítulo 03_A Receita e Despesa sob o Enfoque Orçamentário

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�� CURSO DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO
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 REALIZAÇÃO
 
APOIO
Secretaria do Tesouro Nacional
Curso de
Contabilidade Aplicada ao Setor Público
DISCIPLINA 03
A RECEITA E DESPESA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO
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	A RECEITA E DESPESA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
PRINCÍPIOS UTILIZADOS NA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
Introdução
Princípio da Unidade
Princípio da Universalidade
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
Princípio da Exclusividade
Princípio do Equilíbrio
Princípio da Legalidade
Princípio da Publicidade
Princípio da Especificação ou Especialização
Princípio da Não Afetação da Receita
RECEITA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO 
Conceito
Classificação
Quanto às entidades destinatárias do orçamento
Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial
INGRESSOS
Conceito
Metodologia de Classificação
ETAPAS DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA
Conceito
Planejamento
Metodologia de Projeção das Receitas Orçamentárias
Execução
Lançamento
Arrecadação
Recolhimento
Controle e Avaliação
Cronologia das Etapas da Receita Orçamentária
CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DA RECEITA
Codificação da Natureza da Receita
Receitas Correntes
Receitas de Capital
CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR FONTE E DESTINAÇÃO DE RECURSOS
Conceito
Mecanismo de Utilização das Destinações de Recursos
Codificação Utilizada para Controle das Destinações de Recursos
Identificador de Uso (Iduso)
Grupo de Destinação de Recursos
Especificação das Destinações de Recursos
Detalhamento das Destinações de Recursos
Tabelas 
Representação Gráfica
DEDUÇÕES E RENÚNCIA DE RECEITA
Introdução
Repartição de Receitas da União para os Estados e Distrito Federal
Repartição de Receitas da União e dos Estados para os Municípios
Repartição de Receitas da União e dos Estados para os Programas de Financiamento ao Setor Produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Renúncia de Receita
DESPESA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO
Conceito
Classificação da Despesa Orçamentária
Classificação Institucional
Classificação Funcional
Classificação Programática
Natureza da Despesa Orçamentária
Estrutura da Natureza da Despesa Orçamentária
Categoria Econômica
Grupos de Natureza da Despesa
Modalidade de Aplicação
Elemento de Despesa
Passos para Classificação
Etapas da Despesa Orçamentária
Planejamento
Execução
Controle e Avaliação
Fonte de Recursos da Despesa Orçamentária
Mecanismo de Utilização da Fonte de Recursos
Procedimentos Contábeis Específicos
Classificação da Despesa Orçamentária
Material Permanente x Material de Consumo
Serviços de Terceiros x Material de Consumo
Obras e Instalações x Serviços de Terceiros
Restos a Pagar
Reconhecimento da despesa orçamentária inscrita em restos a pagar não processados no encerramento do exercício
Despesas de Exercícios Anteriores
Suprimentos de Fundos (Regime de Adiantamento)
Registro de Passivos sem Execução Orçamentária
Caso Prático da Receita e Despesa sob o Enfoque Orçamentário
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A RECEITA E DESPESA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O Módulo 3 – Receita e Despesa sob o Enfoque Orçamentário - procura apresentar e destacar os principais aspectos da receita e despesa conforme a legislação aplicada ao setor público, em especial a Lei nº 4.320/64 e a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000).
O trabalho foi desenvolvido a partir do Manual da Receita e Despesa Nacional, elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional em conjunto com a Secretaria de Orçamento e Finanças, publicado através da Portaria Conjunta STN/SOF nº 03, de 14 de outubro de 2008, (DOU – 16/10/08), consolidando para União, Estados, Distrito Federal e Municípios o tratamento que deve ser dado a receita e despesa, tanto no enfoque patrimonial como no orçamentário, representando a consolidação dos conceitos e a aplicação dos Princípios de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Aplicadas ao Setor Público, em plena harmonia com a legislação.
Para consolidar o processo de convergência e harmonização entre os procedimentos adotados pela Secretaria do Tesouro Nacional e as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, bem como o processo de convergência às Normas Internacionais, foi assinado pelo Presidente da República o Decreto Federal nº 4.976, de 07 de outubro de 2009, que dispôs sobre o Sistema de Contabilidade Federal, estabelecendo as finalidades, atividades, organização e competência ratifica todo o processo de construção e desenvolvimento da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, fato que representa um grande avanço para o novo arcabouço conceitual e operacional da área pública.
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PRINCÍPIOS UTILIZADOS NA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
Introdução
O presente módulo foi extraído do Manual de Receita e Despesa Nacional, publicado através da Portaria Conjunta STN/SOF nº 03 de 14 de outubro de 2008, que teve por objetivo dar continuidade ao processo que busca reunir conceitos, regras e procedimentos relativos à receita e despesa em sintonia com as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Aplicadas ao Setor Público e ao processo de convergência. Visa também à harmonização, por meio do estabelecimento de padrões a serem observados pela Administração Pública, no que se refere à receita e despesa, sua classificação, destinação e registro, para permitir a evidenciação e a consolidação das contas públicas nacionais.
Para cumprimento do objetivo de padronização dos procedimentos contábeis, o referido Manual da Receita e Despesa Nacional observou as disposições do Conselho Federal de Contabilidade relativa aos Princípios de Contabilidade e as demais normatizações orientadoras do exercício do profissional de contabilidade, bem como o processo de convergência.
O conhecimento dos aspectos relacionados com a receita e a despesa pública no âmbito do setor público, principalmente em face à Lei de Responsabilidade Fiscal é de suma importância, pois contribui para a transparência das contas públicas e para o fornecimento de informações de melhor qualidade aos diversos usuários, bem como permite estudos comportamentais no tempo e no espaço.
A finalidade do material produzido pela STN/SOF foi uniformizar procedimentos, descrever rotinas e servir como instrumento orientador para racionalização de métodos relacionados à Receita e Despesa Pública. Assim, possibilita-se aos brasileiros exercerem a cidadania no processo de fiscalização da arrecadação das receitas, bem como o efetivo controle social sobre as Contas dos Governos Federal, Estadual, Distrital e Municipal.
Princípio da Unidade
De acordo com este princípio, previsto no artigo 2º da Lei nº 4.320/64, cada ente da federação (União, Estado ou Município) deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme.
Atualmente, o processo de integração planejamento-orçamento acabou por tornar o orçamento necessariamente multi-documental, em virtude da aprovação, por leis diferentes, de vários documentos (Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentária Anual - LOA), uns de planejamento e outros de orçamento e programas. Em que pese tais documentos serem distintos, inclusive com datas de encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo, devem, obrigatoriamente, ser compatibilizados entre si, conforme definido na própria Constituição Federal.
O modelo orçamentário adotado a partir da Constituição Federal de 1988, com base Nº § 5º do artigo 165, consiste em elaborar um orçamento único, desmembrado em Orçamento Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento da Empresas Estatais, para melhor visibilidade dos programas do governo em cada área.
O art. 165 da Constituição Federal define em seu parágrafo 5º o que deverá constar em cada desdobramento do orçamento:“§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.”
Princípio da Universalidade
Segundo os artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/64, a Lei Orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas. Isso possibilita um controle parlamentar efetivo sobre as finanças públicas.
“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, Nº ativo e passivo financeiros.
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.”
Tal princípio complementa-se pela “regra do orçamento bruto”, definida No artigo 6º da Lei nº 4.320/64:
“Art. 6º. Todas as receitas e despesas constarão da lei de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.”
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um ano. Nº Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, conforme art. 34 da Lei nº 4320/64:
“Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. “
Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício podem ser reabertos, se necessário, e, neste caso, serão incorporados ao orçamento do exercício subseqüente, conforme estabelecido Nº § 3º do artigo. 167 da Carta Magna.
Princípio da Exclusividade
Previsto no artigo 165, § 8º da Constituição Federal, segundo o qual a Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa. Entende-se que as leis de créditos adicionais também devem observar esse princípio.
Princípio do Equilíbrio
Esse princípio estabelece que o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período. Havendo reestimativa de receitas com base no excesso de arrecadação e na observação da tendência do exercício, pode haver solicitação de crédito adicional. Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser considerados apenas os valores utilizados para a abertura de crédito adicional.
Conforme o caput do artigo 3º da Lei nº 4.320/64, a Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por meio de operações de crédito.
Entretanto, conforme estabelece o art. 167, III, da Constituição Federal é vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, dispositivo conhecido como regra de ouro. De acordo com esta regra, cada unidade governamental deve manter o seu endividamento vinculado à realização de investimentos e não à manutenção da máquina administrativa e demais serviços.
A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece regras limitando o endividamento dos entes federados, nos art. 34 a 37:
“Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar.
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de Novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente.
§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:
I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:
I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto Nº § 7o do art. 150 da Constituição;
II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;
III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;
IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.”
Princípio da Legalidade
Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública, segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei autorizar, ou seja, a administração pública se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal de 1988, no artigo 37, estabelece os princípios da administração pública, dentre eles o da legalidade e, no seu artigo 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.”
Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade está previsto No artigo 37 da Constituição Federal e também se aplica às peças orçamentárias. Justifica-se especialmente no fato de o orçamento ser fixado em lei, e este, para criar, modificar, extinguir ou condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que ser publicado. Portanto, o conteúdo orçamentário deve ser divulgado nos veículos oficiais para que tenha validade.
Princípio da Especificação ou Especialização
Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamentárias devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo em parcelas discriminadas e não pelo seu valor global, facilitando o acompanhamento e o controle do gasto público. Esse princípio está previsto No artigo 5º da Lei nº 4.320/1964:
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras...”
O princípio da especificação conferemaior transparência ao processo orçamentário, possibilitando a fiscalização parlamentar, dos órgãos de controle e da sociedade, inibindo o excesso de flexibilidade na alocação dos recursos pelo poder executivo. Além disso, facilita o processo de padronização e elaboração dos orçamentos, bem como o processo de consolidação de contas.
Princípio da Não Afetação da Receita
Tal princípio encontra-se consagrado, como regra geral, Nº inciso IV do artigo 167, da Constituição Federal de 1988, que veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa:
“Art. 167. São vedados:
(...)
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas Nº art. 165, § 8º, bem como o disposto Nº § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003);
(...)
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).”
As ressalvas a esse princípio são estabelecidas pela própria Constituição e estão relacionadas à repartição do produto da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados - FPE e dos Municípios – FPM e Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação de recursos para as áreas de saúde e educação, além do oferecimento de garantias às operações de crédito por antecipação de receitas. Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possibilita ao administrador público dispor dos recursos de forma mais flexível para o atendimento de despesas em programas prioritários.
No âmbito federal, a Constituição reforça a não-vinculação das receitas por meio do artigo 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, ao criar a “Desvinculação das Receitas da União – DRU”, abaixo transcrito:
“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção Nº domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 56, de 2007)
§ 1º O disposto Nº caput deste artigo não reduzirá a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios na forma dos arts. 153, § 5º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição, bem como a base de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I, c, da Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput deste artigo a arrecadação da contribuição social do salário-educação a que se refere o art. 212, § 5o, da Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 27, de 2000).”
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RECEITA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO
Conceito
O orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja pública ou privada, e representa o fluxo previsto de ingressos e de aplicação de recursos em determinado período. Na União, em algumas transações, há o registro da receita orçamentária mesmo não havendo ingressos efetivos, devido à necessidade de autorização legislativa para sua realização. Transações como aquisições financiadas de bens e arrendamento mercantil financeiro são registradas como receita orçamentária e despesa orçamentária, pois são consideradas operação de crédito pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF: 
“Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:
(...)
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;”
As operações de crédito devem constar no orçamento, conforme o artigo 3º da Lei nº 4.320/64:
“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.”
Dessa forma, receita, pelo enfoque orçamentário, são todos os ingressos disponíveis para cobertura das despesas orçamentárias e operações que, mesmo não havendo ingresso de recursos, financiam despesas orçamentárias.
Classificação
A receita orçamentária pode ser classificada:
Quanto às entidades destinatárias do orçamento:
Receita Orçamentária Pública - aquela executada por entidades públicas.
Receita Orçamentária Privada - aquela executada por entidades privadas e que consta na previsão orçamentária aprovada por ato de conselho superior ou outros procedimentos internos para sua consecução.
Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial:
Receita Orçamentária Efetiva – aquela que, No momento do seu reconhecimento, aumenta a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo aumentativo.
Receita Orçamentária Não-Efetiva – aquela que não altera a situação líquida patrimonial No momento do seu reconhecimento, constituindo fato contábil permutativo. Neste caso, além da receita orçamentária, registra-se concomitantemente conta de variação passiva para anular o efeito dessa receita sobre o patrimônio líquido da entidade.
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INGRESSOS
Conceito
No momento do ingresso de valores, deve-se observar uma série de passos para que se possa proceder à sua adequada classificação, refletindo uma informação contábil que configure a essência dos atos e fatos de um ente público.
Os ingressos são conceituados como quaisquer que valores que tiverem sido arrecadados pelo setor público, independente de pertencer ou não a entidade.
Metodologia de Classificação
Para facilitar essa tarefa, é necessário o acompanhamento dos passos abaixo, em conjunto com o diagrama para reconhecimento das entradas de valores:
1º Passo: 	Identificar se o valor ingressado é orçamentário ou extra-orçamentário.
Se o ingresso é orçamentário, seguir para o próximo passo.
Se o ingresso é extra-orçamentário, ir para o 5º passo.
2º Passo: 	Todo ingresso orçamentário é uma receita. Sendo assim, a próxima etapa é identificar a categoria econômica da receita, isto é, classificá-la como Corrente ou de Capital, Intra-Orçamentária Corrente ou Intra-Orçamentária de Capital.
Se for Receita Corrente ou Receita Intra-Orçamentária Corrente, seguir para o próximo passo.
Se for Receita de Capital ou Receita Intra-Orçamentária de Capital, ir para o 4° passo.
3º Passo: 	A Receita Corrente e a Receita Intra-Orçamentária Corrente devem ser alocadas em uma das oito origens da receita:
Tributária: receita proveniente de impostos, taxas e contribuições de melhoria (ver item 4.1.2.1);
Contribuições: receita proveniente de contribuições sociais e econômicas (ver item 4.1.2.2);
Patrimonial: receita imobiliária, de valores imobiliários, concessões/permissões e outras (ver item 4.1.2.3);
Agropecuária: receita proveniente de produção vegetal, produção animal e derivados e outras (ver item 4.1.2.4);
Industrial: receita proveniente da indústria extrativa mineral, de transformação e de construção (ver item 4.1.2.5);
Serviços: transporte, comunicação, armazenagem e outros.(ver item 4.1.2.6);
Transferências Correntes: receita proveniente de transferências intergovernamentais, de instituições privadas,do exterior, de pessoas, de convênios e para o combate à fome (ver item 4.1.2.7);
Outras Receitas Correntes: receitas provenientes de multas e juros de mora, indenizações e restituições, dívida ativa, entre outras (ver item 4.1.2.8).
Ir para o 6º Passo.
4° Passo: 	A Receita de Capital e a Receita Intra-Orçamentária de Capital são divididas em cinco origens da receita:
Operações de Crédito: receita proveniente de operações de crédito internas e externas (ver item 4.2.2.1);
Alienação de Bens: receita proveniente da alienação de bens móveis e imóveis (ver item 4.2.2.2);
Amortizações de Empréstimos: recebimento do principal de um empréstimo concedido (ver item 4.2.2.3);
Transferências de Capital: receita proveniente de transferências intergovernamentais, de instituições privadas, do exterior, de pessoas, de convênios e para o combate à fome (ver item 4.2.2.4);
Outras Receitas de Capital: receita proveniente da integralização do capital social, da remuneração das disponibilidades do Tesouro e outras (ver item 4.2.2.5).
Ir para o 6º Passo.
5º Passo: 	Os ingressos extra-orçamentários são registrados como recursos de terceiros, em contrapartida com as obrigações correspondentes.
6º Passo: 	Caso o ingresso identificado seja uma receita, após ter percorrido os passos acima, deve-se verificar o intervalo de contas constantes abaixo da espécie da receita identificada Nº Diagrama de Reconhecimento dos Ingressos. A conta procurada estará, obrigatoriamente, compreendida nesse intervalo. Para localizar a receita específica, verificar no Anexo VIII – Discriminação das Naturezas de Receitas – qual a natureza adequada.
É importante observar que, caso a receita seja intra-orçamentária, após identificar a rubrica adequada, deve-se substituir o primeiro nível, ou seja, os dígitos 1 ou 2, pelos dígitos 7, se receita intra-orçamentária corrente, ou 8, se receita intra-orçamentária de capital, respectivamente.
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ETAPAS DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA
Conceito
Para melhor compreensão do processo orçamentário, pode-se dividir a gestão da receita orçamentária em três etapas: 
planejamento;
execução; e
controle e avaliação.
Planejamento
Compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária Anual – LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.
Metodologia de Projeção das Receitas Orçamentárias
No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas orçamentárias adotada está baseada na série histórica de arrecadação das mesmas ao longo dos anos ou meses anteriores (base de cálculo), corrigida por parâmetros de preço (efeito preço), de quantidade (efeito quantidade) e de alguma mudança de aplicação de alíquota em sua base de cálculo (efeito legislação). Esta metodologia busca traduzir matematicamente o comportamento da arrecadação de uma determinada receita ao longo dos meses e anos anteriores e refleti-la para os meses ou anos seguintes, utilizando-se de modelos matemáticos. A busca deste modelo dependerá em grande parte da série histórica de arrecadação e de informações dos Órgãos ou Unidades Arrecadadoras, que estão diretamente envolvidas com a receita que se pretende projetar.
De modo geral, a metodologia utilizada varia de acordo com a espécie de receita orçamentária que se quer projetar. Assim, para cada receita deve ser avaliado o modelo matemático mais adequado para projeção, de acordo com a série histórica da sua arrecadação. Se necessário, podem ser desenvolvidos Novos modelos.
A projeção das receitas é fundamental na determinação das despesas, pois é a base para a fixação destas na Lei Orçamentária Anual, na execução do orçamento e para a determinação das necessidades de financiamento do Governo.
Além disso, é primordial sua análise na concessão de créditos suplementares e especiais por excesso de arrecadação.
Para compreender melhor a questão de projeção, recomendamos a leitura do anexo I do Manual da Receita Pública.
Execução
A Lei nº 4.320/1964 estabelece como estágios da execução da receita orçamentária o lançamento, a arrecadação e o recolhimento.
Lançamento
Segundo o Código Tributário Nacional, art. 142, lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se proceder ao registro contábil do direito da fazenda pública em contrapartida a uma variação ativa, em contas do sistema patrimonial, o que representa o registro da receita por competência.
Algumas receitas não percorrem o estágio do lançamento, conforme se depreende pelo art. 52 da Lei nº 4.320/64:
“São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.”
Arrecadação
É a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. 
Recolhimento
É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente.
Controle e Avaliação
Esta fase compreende a fiscalização realizada pela própria administração, pelos órgãos de controle e pela sociedade.
O controle do desempenho da arrecadação deve ser realizado em consonância com a previsão da receita, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições.
Cronologia das Etapas da Receita Orçamentária
As etapas da receita orçamentária seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no país e a tecnologia utilizada. Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com a previsão e termina com o recolhimento, conforme fluxograma apresentado abaixo.
Dependendo da sistematização dos processos dos estágios da arrecadação e do recolhimento, no momento da classificação da receita deverão ser compatibilizadas as arrecadações classificadas com o recolhimento efetivado.
Em termos didáticos, a ordem das etapas da Receita Pública Orçamentária é a seguinte:
O controle e a avaliação possuem cronologia própria, pois pode ocorrer de modo prévio, concomitante ou posterior às etapas de planejamento e execução.
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CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DA RECEITA
Codificação da Natureza da Receita
O parágrafo 1º do art. 8º da Lei nº 4.320/64 define que os itens da discriminação da receita, mencionados no seu art. 11, serão identificados por números de código decimal. Convencionou-se denominar este código de natureza de receita. Esse código busca classificar a receita identificando a origem do recurso segundo seu fato gerador.
Dessa forma, as naturezas de receitas orçamentárias procuram refletir o fato gerador que ocasionou o ingresso dos recursos aos cofres públicos. É a menor célula de informação no contexto orçamentário para as receitas públicas, devendo, portanto conter todas as informações necessárias para as devidas vinculações.
Face à necessidade de constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos cofres públicos, o código identificador da natureza de receita é desmembrado em níveis. Assim, na elaboração do orçamento público a codificação econômica da receita orçamentária é composta dos níveis abaixo:
1º Nível – Categoria Econômica
2º Nível – Origem
3º Nível – Espécie
4º Nível – Rubrica
5º Nível – Alínea
6º Nível – Subalínea1º Nível – Categoria Econômica – utilizado para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos etc.). A Lei nº 4.320/64, em seu artigo 11, classifica a receita orçamentária em duas categorias econômicas:
1. Receitas Correntes;
2. Receitas de Capital;
Com a Portaria Interministerial STN/SOF n° 338, de 26 de abril de 2006, essas categorias econômicas foram detalhadas em Receitas Correntes Intra-orçamentárias e Receitas de Capital Intra-orçamentárias. As classificações incluídas não constituem Novas categorias econômicas de receita, mas especificações das categorias econômicas: corrente e capital, que possuem os seguintes códigos:
7. Receitas Correntes Intra-Orçamentárias;
8. Receitas de Capital Intra-Orçamentárias;
2º Nível – Origem – Identifica a procedência dos recursos públicos, em relação ao fato gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária, transferências e outras). É a subdivisão das Categorias Econômicas, que tem por objetivo identificar a origem das receitas, No momento em que as mesmas ingressam No patrimônio público. No caso das receitas correntes, tal classificação serve para identificar se as receitas são compulsórias (tributos e contribuições), provenientes das atividades em que o Estado atua diretamente na produção (agropecuárias, industriais ou de prestação de serviços), da exploração do seu próprio patrimônio (patrimoniais), se provenientes de transferências destinadas ao atendimento de despesas correntes, ou ainda, de outros ingressos. No caso das receitas de capital, distinguem-se as provenientes de operações de crédito, da alienação de bens, da amortização dos empréstimos, das transferências destinadas ao atendimento de despesas de capital, ou ainda, de outros ingressos de capital.
3º Nível – Espécie – É o nível de classificação vinculado à Origem, composto por títulos que permitem qualificar com maior detalhe o fato gerador dos ingressos de tais receitas. Por exemplo, dentro da Origem Receita Tributária (receita proveniente de tributos), podemos identificar as suas espécies, tais como impostos, taxas e contribuições de melhoria (conforme definido na Constituição Federal de 1988 e no Código Tributário Nacional), sendo cada uma dessas receitas uma espécie de tributo diferente das demais. É a espécie de receita.
4º Nível – Rubrica – É o detalhamento das espécies de receita. A rubrica busca identificar dentro de cada espécie de receita uma qualificação mais específica. Agrega determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre si.
5º Nível – Alínea – Funciona como uma qualificação da rubrica. Apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros.
6º Nível - Subalínea – Constitui o nível mais analítico da receita.
Detalhamento de Código da Natureza da Receita Orçamentária
Para atender às necessidades internas, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão detalhar as classificações orçamentárias constantes do anexo VII, a partir do nível ainda não detalhado. A administração dos níveis já detalhados cabe à União.
Exemplo 1: 1.1.1.2.04.10 – Pessoas Físicas:
1 = Receita Corrente (Categoria Econômica);
1 = Receita Tributária (Origem);
1 = Receita de Impostos (Espécie);
2 = Impostos sobre o Patrimônio e a Renda (Rubrica);
04 = Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (Alínea);
10 = Pessoas Físicas (Sub-alínea)
XX = NÍVEL DE DETALHAMENTO OPTATIVO.
Exemplo 2: 1.1.2.1.40.00 – Taxas de Serviço de Transporte
Marítimo de Passageiros:
1 = Receita Corrente (Categoria Econômica);
1 = Receita Tributária (Origem);
2 = Taxas (Espécie);
1 = Taxa pelo Exercício do Poder de Polícia (Rubrica);
40 = Taxas Serv. de Transp. Marítimo de Passag. (Alínea)
00 = NÍVEL DE DETALHAMENTO OPTATIVO (Sub-alínea).
XX = NÍVEL DE DETALHAMENTO OPTATIVO.
De acordo com os exemplos, o detalhamento de nível de código de natureza de receita somente poderá ser efetivado nos níveis que estão com zeros, ou em um 7º nível a ser criado, opcionalmente pelo ente. No exemplo 1 não poderá detalhar em nível de subalínea (1.1.1.2.04.36), e no exemplo 2 não poderá detalhar em nível de alínea (1.1.2.1.41.00).
A Lei nº 4.320/64, No artigo 11, classifica a receita orçamentária em duas categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. A Portaria Interministerial STN/SOF n° 338, de 26 de abril de 2006, estabelece, ainda, a necessidade de identificação das receitas correntes intra-orçamentárias e receitas de capital intra-orçamentárias.
As receitas intra-orçamentárias são ingressos provenientes do pagamento das despesas realizadas na modalidade de aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social”, incluída na Portaria Interministerial STN/SOF n° 163/2001 pela Portaria Interministerial STN/SOF nº 688, de 14 de outubro de 2005. Dessa forma, na consolidação das contas públicas, essas despesas e receitas são identificadas, evitando-se as duplas contagens decorrentes de sua inclusão No orçamento.
As classificações intra-orçamentárias não constituem novas categorias econômicas de receita. Essas têm a mesma função da receita original, diferenciando-se apenas pelo fato de destinarem-se ao registro de receitas provenientes de órgãos pertencentes ao mesmo orçamento. Por isso, não há necessidade de atualização dos códigos das naturezas de receita intra-orçamentárias.
Receitas Correntes�
Segundo a Lei nº 4.320/64, são Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Colocar o link para o acesso as portarias e classificações da STN
As receitas correntes podem ser classificadas em:
Originárias – Resultante da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos usuários ou da cessão remunerada de bens e valores.
Derivadas – são obtidas pelo Estado em função de sua autoridade coercitiva, mediante a arrecadação de tributos e multas.
Classificação das Receitas Correntes
RECEITA TRIBUTÁRIA
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
RECEITA PATRIMONIAL
RECEITA AGROPECUÁRIA
RECEITA INDUSTRIAL
RECEITA DE SERVIÇOS
TRANSFERÊNCIA CORRENTE
OUTRAS RECEITAS CORRENTES
RECEITAS CORRENTES INTRA-ORÇAMENTÁRIAS
Receitas de Capital
Segundo a Lei nº 4.320/64, são Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
Classificação das Receitas de Capital�
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
ALIENAÇÃO DE BENS
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
RECEITAS DE CAPITAL INTRA-ORÇAMENTÁRIAS
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CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR FONTE E DESTINAÇÃO DE RECURSOS
Conceito
A natureza da receita busca identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador. Existe, ainda, a necessidade de identificar a destinação dos recursos arrecadados. Para tanto, foi instituído o mecanismo denominado Destinação de Recursos ou Fonte de Recursos.
Destinação de Recursos é o processo pelo qual os recursos públicos são correlacionados a uma aplicação, desde a previsão da receita até a efetiva utilização dos recursos. A destinação pode ser classificada em:
Destinação Vinculada – é o processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma;
Destinação Ordinária – é o processo de alocação livre entre aorigem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades.
A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação é aquela derivada de convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade específica.
O mecanismo utilizado para controle dessas destinações é a codificação denominada DESTINAÇÃO DE RECURSOS (DR) ou FONTE DE RECURSOS (FR). Ela identifica se os recursos são vinculados ou não e, No caso dos vinculados, indica a sua finalidade.
Mecanismo de Utilização das Destinações de Recursos
Destinar é reservar para determinado fim. A metodologia de destinação de recursos constitui instrumento que interliga todo o processo orçamentário-financeiro, desde a previsão da receita até a execução da despesa.
Esse mecanismo possibilita a transparência no gasto público e o controle das fontes de financiamento das despesas, por motivos estratégicos e pela legislação que estabelece vinculações para as receitas.
O parágrafo único do art. 8º e o art. 50, da Lei Complementar no 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece:
 “Art. 8º – Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.”
“Art. 50 – Além de obedecer às demais NORMAS de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;”
Na fixação da despesa deve-se incluir, na estrutura orçamentária, a Fonte de Recursos que irá financiá-la. Tratamento correspondente é dado às receitas, cuja estrutura orçamentária é determinada pela combinação entre a classificação por Natureza da Receita e o código indicativo da Destinação de Recursos.
Na execução orçamentária, a codificação da destinação da receita indica a vinculação, evidenciando, a partir do ingresso, as destinações dos valores. 
Quando da realização da despesa, deve estar demonstrada qual a fonte de financiamento (fonte de recursos) da mesma, estabelecendo-se a interligação entre a receita e a despesa.
Assim, No momento do recolhimento/recebimento dos valores, é feita a classificação por Natureza de Receita e Destinação de Recursos, sendo possível determinar a disponibilidade para alocação discricionária pelo gestor público, e aquela reservada para finalidades específicas, conforme vinculações estabelecidas.
Portanto, o controle das disponibilidades financeiras por destinação/fonte de recursos deve ser feito desde a elaboração do orçamento até a sua execução.
No momento do registro contábil do orçamento, devem ser utilizadas contas do sistema orçamentário para o controle da receita prevista e da despesa fixada por destinação/fonte de recursos.
Na arrecadação, além do registro da receita e do respectivo ingresso dos recursos financeiros, deverá ser lançado, em contas de controle, o valor classificado na destinação correspondente (disponibilidade a utilizar), bem como o registro da realização da receita por destinação. Também, na execução orçamentária da despesa, No momento do empenho, deve haver a baixa do crédito disponível de acordo com a destinação.
Na liquidação da despesa deverá ser registrada a transferência da disponibilidade a utilizar para a comprometida, e na saída desse recurso deve ser adotado procedimento semelhante, com o registro de baixa do saldo da conta de destinação comprometida e lançamento na de destinação utilizada.
Para melhor compreensão do procedimento apresentado, na disciplina de lançamentos típicos da administração pública, será apresentado um exercício sobre o esquema simplificado de contabilização:
No ativo compensado constam as contas de controle da realização da receita e as da fixação da despesa. No passivo compensado, estão as contas de controle da previsão da receita e da execução de despesa. Assim, é possível saber a qualquer momento o quanto do total orçado já foi realizado por destinação de recursos. Para tanto, as contas do ativo e passivo compensado constante dos roteiros acima devem ser detalhadas por destinação de recursos.
Na execução orçamentária, a conta Disponibilidade por Destinação de Recursos a Utilizar deverá ser debitada por ocasião da classificação da receita orçamentária e creditada pela liquidação da despesa orçamentária. O saldo representará a disponibilidade financeira para uma Nova despesa. A conta Disponibilidade por Destinação de Recursos Utilizada, por sua vez, deverá iniciar cada exercício com seu saldo zero.
As contas de Disponibilidades por Destinação de Recursos devem estar detalhadas por tipo de destinação, ou seja, para cada codificação de destinação criada pelo ente, haverá um detalhamento nessa conta. Com isso é possível identificar, para cada destinação, o saldo de recursos disponíveis para aplicação em despesas.
O mecanismo de contas-correntes contábeis também pode ser utilizado para controlar as destinações de recursos, procedimento adotado pela Administração Pública Federal. Nesse caso, o detalhamento das contas de disponibilidade por destinação deve ser por contas-correntes, que identificam a destinação do recurso.
A vantagem da utilização desse mecanismo consiste na simplificação do plano de contas, pois, com o uso dos contas-correntes, são necessárias apenas quatro contas contábeis para controle das destinações, ficando a destinação dos recursos evidenciada nas contas-correntes:
Contas contábeis necessárias:
Disponibilidade por Destinação de Recursos a Utilizar (Ativo Compensado)
Disponibilidade por Destinação de Recursos Comprometida (Ativo compensado)
Disponibilidade por Destinação de Recursos Utilizada (Ativo Compensado)
Disponibilidade de Recursos (Passivo Compensado)
Exemplo de detalhamento por conta-corrente:
19xxx.xx.xx – Disponibilidade por Destinação – a utilizar		R$ 1.000,00
0100000000 – Recursos Ordinários				R$ 300,00
01kkkkkkkk – Recursos vinculados à saúde			R$ 400,00
01yyyyyyyy – Recursos vinculados à Educação			R$ 300,00
No caso da não-utilização do mecanismo de conta-corrente contábil seria necessário desdobrar cada conta de disponibilidade por destinação pela quantidade de destinações existentes no ente:
19xxx.xx.00 – Disponibilidade por Destinação – a utilizar 	R$ 1.000,00
19xxx.xx.01 – Recursos Ordinários 				R$ 300,00
19xxx.xx.02 – Recursos vinculados à saúde			R$ 400,00
19xxx.xx.03 – Recursos vinculados à Educação			R$ 300,00
A conta de receita realizada interliga o controle orçamentário da previsão com a execução, devendo ser detalhada por destinação de recursos.
Caso o ente não tenha mecanismos para identificar, No momento do recebimento, a destinação correspondente, sugerimos que os valores sejam lançados em uma destinação transitória, até que se consiga proceder à correta classificação.
Codificação Utilizada para Controle das Destinações de Recursos
O código é composto no mínimo por 4 dígitos, podendo-se utilizar a partir do 5º dígito para atender peculiaridades internas:
1º dígito: 		IDUSO – IDENTIFICADOR DE USO
2º dígito: 		GRUPO DE DESTINAÇÃO DE RECURSOS
3º e 4º dígitos: 		ESPECIFICAÇÃO DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS
5º ao “nº” dígitos: 	DETALHAMENTO DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS
Identificador de Uso (Iduso)
Código utilizado para indicar se os recursos se destinam à contrapartida nacional e, nesse caso, indicar a que tipo de operações – empréstimos, doações ou outras aplicações.
Grupo de Destinação de Recursos
Divide os recursos em originários do Tesouro ou de Outras Fontes e fornece a indicação sobre o exercício em que foramarrecadadas, se corrente ou anterior.
Os chamados “Recursos do Tesouro” são aqueles geridos de forma centralizada pelo Poder Executivo, que detém a responsabilidade e controle sobre as disponibilidades financeiras. Essa gestão centralizada se dá, normalmente, por meio do Órgão Central de Programação Financeira, que administra o fluxo de caixa, fazendo liberações aos órgãos e entidades, de acordo com a programação financeira e com base nas disponibilidades e nos objetivos estratégicos do governo.
Por sua vez, os “Recursos de Outras Fontes” são aqueles arrecadados e controlados de forma descentralizada e cuja disponibilidade está sob responsabilidade desses órgãos e entidades, mesmo nos casos em que dependam de autorização do Órgão Central de Programação Financeira para dispor desses valores. De forma geral esses recursos têm origem Nº esforço próprio das entidades, seja pelo fornecimento de bens, prestação de serviços ou exploração econômica do patrimônio próprio.
Nessa classificação, também são segregados os recursos arrecadados Nº exercício corrente daqueles de exercícios anteriores, informação importante já que os recursos vinculados deverão ser aplicados no objeto para o qual foram reservados, ainda que em exercício subseqüente ao ingresso, conforme disposto no parágrafo único do artigo 8º da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ressalta-se que os códigos 3 e 6 deverão ser utilizados para registro do superávit financeiro do exercício anterior que servirá de base para abertura de créditos adicionais, respeitando as especificações das destinações de recursos.
Nessa tabela existe ainda um código especial destinado aos Recursos Condicionados, que são aqueles incluídos na previsão da receita orçamentária, mas que dependem da aprovação de alterações na legislação para integralização dos recursos. Quando confirmadas tais proposições, os recursos são remanejados para as destinações adequadas e definitivas.
Especificação das Destinações de Recursos
É o código que individualiza cada destinação. Possui a parte mais significativa da classificação, sendo complementado pela informação do IDUSO e Grupo Fonte.
Sua apresentação segrega as destinações em dois grupos:
Destinações Primárias e Não-primárias. 
As Destinações Primárias são aquelas não financeiras.
As Destinações Não-Primárias, também chamadas financeiras, são representadas de forma geral por operações de crédito, amortizações de empréstimos e alienação de ativos.
A tabela de especificações das fontes de recursos deve ser criada em função das particularidades de cada ente da federação e adaptada de acordo com as necessidades informativas ou de inovações na legislação. Na elaboração dessas especificações, deve-se observar o seguinte:
Os códigos podem ser utilizados tanto para destinação primária quanto para não-primária, devendo-se atentar, No momento da criação, para a classificação no agrupamento adequado;
Os códigos não podem se repetir nas destinações primária e não primária;
Utilizar título que indique com clareza sua finalidade; 
Na composição do código da Destinação de Recursos, deverá ser observada a compatibilidade entre a especificação e o respectivo Grupo.
Detalhamento das Destinações de Recursos
É o maior nível de particularização da Destinação de Recursos, não utilizado na elaboração do orçamento e de uso facultativo na execução orçamentária. Nele a Destinação pode ser detalhada, a título de exemplo, por obrigação, convênio ou cadastro, sendo este último um código genérico para diversas situações.
Sempre que não se utilizar a Destinação Detalhada, deverão ser preenchidos com zero os ”n” últimos dígitos referentes ao detalhamento, exceto na elaboração da proposta orçamentária, em que são utilizados apenas 4 dígitos para indicar a Destinação de Recursos.
Tabelas
	TABELA I - IDUSO
	Código
	Discriminação
	
	Recursos Destinados à contrapartida
	
	Contrapartida – Banco Internacional para a Reconstrução do Desenvolvimento - BIRD
	
	Contrapartida – Banco Internacional de Desenvolvimento - BID
	
	Contrapartida de empréstimos com enfoque setorial amplo
	
	Contrapartida de outros empréstimos
	
	Contrapartida de doações
	TABELA II – GFRUPO DE DESTINAÇÃO DE RECURSOS
	Código
	Discriminação
	
	Recursos do Tesouro – Exercício Corrente
	
	Recursos de Outras Fontes – Exercício Corrente
	
	Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores
	
	Recursos de Outras Fontes – Exercícios Anteriores
	
	Recursos Condicionados
	TABELA III
	I – PRIMÁRIAS
	ESPECIFICAÇÃO DA DESTINAÇÃO DOS RECURSOS
	Código
	Discriminação
	0
	Recursos Ordinários
	X
	A ser especificado pelo Ente
	
	
	II – NÃO PRIMÁRIAS
	X
	A ser especificado pelo Ente
	
	Recursos de Outras Fontes – Exercícios Anteriores
	
	Recursos Condicionados
	TABELA IV
	DETALHAMENTO
	ESPECIFICAÇÃO DA DESTINAÇÃO DOS RECURSOS
	Código
	Discriminação
	XXXXX
	A ser especificado pelo Ente
Representação Gráfica
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DEDUÇÕES E RENÚNCIA DE RECEITA
Introdução
A Repartição das Receitas Tributárias está definida na CF-88, na Seção VI, nos arts. 157 a 162 e representa a entrega de parcela da receita de um Ente a outro, ou mais especificamente da União para Estados e Municípios e do Estado para os Municípios, além de repasses da União para programas de desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A repartição das receitas tributárias tem o objetivo de equalizar a distribuição de recursos e encargos entre os entes federados e combater os critérios de desigualdade regionais. Tendo em vista esta característica foi vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos referente a repartição das receitas, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. (art. 160 – CF-88).
É importante lembrar que se exclui da vedação o condicionamento, por parte da União e dos Estados, exigirem o pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias, além da aplicação dos recursos em saúde, conforme define o art. 198, § 2º, incisos II e III.
Também deve ser observado na questão da Repartição das Receitas Tributárias, e discutir a distribuição de receitas, convém lembrar que o cabe a Lei Complementar a definição do valor adicionado para cálculo da participação dos Municípios na receita do ICMS, estabelecer normas de rateio sobre os Fundos de Participação e a forma de acompanhamento do cálculo das quotas – de responsabilidade do TCU - e da liberação dos recursos que a União transferirá para os Estados, Distrito Federal e Municípios (Art. 161, I, II e III – CF-88).
Finalmente uma regra sobre o controle social, pois obriga a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios divulgarem, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio. A divulgação deverá ser feita na União, discriminados por Estado e por Município; e nos Estados, por Município. (Art. 162, § Único – CF-88).
(art. 160 – CF-88). Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.
(Art. 198, § 2º, incisos II e III) Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º;
II - no caso dos Estados e do DistritoFederal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; 
(Art. 161, I, II e III e § Único– CF-88) Art. 161. Cabe à lei complementar:
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios;
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II.
(Art. 162, § Único – CF-88). Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos Estados, por Município.
Repartição de Receitas da União para os Estados e Distrito Federal
Conforme define o art. 157 da CF-88, pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
100% do IRRF, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. É importante destacar, que embora o Imposto de renda seja um tributo federal, por interpretação do art. 157, as normas e manuais de classificação da Receita Nacional, a definem como Receita Tributária�. 
20% dos novos impostos que a União vier a instituir nos termos do inciso I, do art. 154, I�. 
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
21,5% do IR e IPI, que formaram o Fundo de Participação dos Estados - FPE. É importante ressaltar, que o ICMS será distribuído, considerando pelo menos ¾, ou seja 75% em função do valor adicionado gerado pelos territórios e ¼ ou seja 25%, de acordo com lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federas (art. 158, § Único, I e II – CF-88). É importante lembrar que para efeito de cálculo deve ser abatida a parcela do IRRF a que tem direito os Estados, Distrito Federal e Municípios (§ 1º, do Art. 159 – CF-88).�
10,0% do IPI proporcional aos valores das exportações. (art. 158, § Único, I e II – CF-88). Existe ainda um limitador máximo, que estabelece que nenhum estado poderá receber parcela superior a 20%, devendo o excedente ser redistribuído pelas demais unidades da federação nos mesmos critérios. (§ 2º, do Art. 158 – CF-88)�
29,0% da CIDE. (art. 158, § Único, I e II – CF-88).�
30,0% do Ouro, quando definido em Lei como ativo financeiro,sujeitando-se a incidência do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. (art. 153, § 5º, I – CF-88).�
Repartição de Receitas da União e dos Estados para os Municípios
Conforme define o art. 158 da CF-88, pertencem aos Municípios:
100% do IRRF, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. É importante destacar, que embora o Imposto de renda seja um tributo federal, por interpretação do art. 157, as normas e manuais de classificação da Receita Nacional, a definem como Receita Tributária�. 
50% do ITR, referente aos imóveis neles situados, ou 100% quando efetuarem a cobrança, conforme o inciso III, do § 4º, do art. 153�. 
50% do IPVA, licenciados em seus territórios�. 
25% do ICMS. É importante ressaltar, que o ICMS será distribuído, considerando pelo menos ¾, ou seja 75% em função do valor adicionado gerado pelos territórios e ¼ ou seja 25%, de acordo com lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federas (art. 158, § Único, I e II – CF-88).�
22,5% do IR e IPI, que formaram o Fundo de Participação dos Municípios - FPM. É importante ressaltar, que o ICMS será distribuído, considerando pelo menos ¾, ou seja 75% em função do valor adicionado gerado pelos territórios e ¼ ou seja 25%, de acordo com lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federas (art. 158, § Único, I e II – CF-88). É importante lembrar que para efeito de cálculo deve ser abatida a parcela do IRRF a que tem direito os Estados, Distrito Federal e Municípios (§ 1º, do Art. 159 – CF-88)�.
1,0% do um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano.�
25,0% do IPI - Exportação que os Estados receberem, nos mesmos critérios estabelecidos para rateio do ICMS. (§ 3º, do Art. 159 – CF-88).�
25,0% da CIDE que os Estados receberem, nos critérios estabelecidos em lei. (§ 4º, do Art. 159 – CF-88).�
70,0% do Ouro, quando definido em Lei como ativo financeiro,sujeitando-se a incidência do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. (art. 153, § 5º, II – CF-88)�.
Repartição de Receitas da União e dos Estados para os Programas de Financiamento ao Setor Produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
3% do IR e IPI, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer. �
Renúncia de Receita
O art. 14 da Lei Complementar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal – trata especialmente da renúncia de receita, estabelecendo medidas a serem observadas pelos entes públicos que decidirem pela concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária, da qual decorra renúncia de receita, a saber:
“Art. 14 - A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:
I – demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas Nº anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II – estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:
I – às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º;
II – ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.” 
Sobre as espéciesde renúncia de receita, temos que:
A anistia� é o benefício que visa excluir o crédito tributário na parte relativa à multa aplicada pelo sujeito ativo ao sujeito passivo, por infrações cometidas por este anteriormente à vigência da lei que a concedeu. A anistia não abrange o crédito tributário já em cobrança, em débito para com a Fazenda, cuja incidência também já havia ocorrido.
A remissão� é o perdão da dívida, que se dá em determinadas circunstâncias previstas na lei, tais como valor diminuto da dívida, situação difícil que torna impossível ao sujeito passivo solver o débito, inconveniência do processamento da cobrança dado o alto custo não compensável com a quantia em cobrança, probabilidade de não receber, erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, eqüidade, etc. Não implica em perdoar a conduta ilícita, concretizada na infração penal, nem em perdoar a sanção aplicada ao contribuinte. Contudo, não se considera renúncia de receita o cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança�.
O crédito presumido 	é aquele que representa o montante do imposto cobrado na operação anterior e objetiva neutralizar o efeito de recuperação dos impostos não-cumulativos, pelo qual o Estado se apropria do valor da isenção nas etapas subseqüentes da circulação da mercadoria. É o caso dos créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a ser objeto de operações e prestações destinadas ao exterior�. Todavia, não é considerada renúncia de receita o crédito real ou tributário do ICMS previsto na legislação instituidora do tributo.
A isenção� é a espécie mais usual de renúncia e define-se como a dispensa legal, pelo Estado, do débito tributário devido. 
A redução da base de cálculo 	é o incentivo fiscal através do qual a lei modifica para menos sua base tributável por meio da exclusão de qualquer de seus elementos constitutivos. Pode ocorrer isoladamente ou associada a uma redução de alíquota, expressa na aplicação de um percentual de redução.
O conceito de renúncia de receita da LRF é exemplificativo, abarcando também, além dos instrumentos mencionados expressamente, quaisquer “outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado”.
Para maiores informações sobre as espécies de renúncia de receitas, vide o Manual de Elaboração do Anexo de Metas Fiscais, Demonstrativo VII.
Para demonstrar aos usuários da informação contábil a existência e o montante dos recursos que o ente tem a competência de arrecadar, mas que não ingressam nos cofres públicos por renúncia, deve haver o fortalecimento da área de gestão tributária do ente, de forma que seja possível obter informações de qualidade a respeito da previsão de arrecadação tributária do período, percentual de inadimplência, etc. Além disso, deve ser feito um levantamento de toda a renúncia de receita existente no ente.
Contabilmente, é utilizada a metodologia da dedução de receita para evidenciar as renúncias. Dessa forma, deve haver um registro contábil na natureza de receita objeto da renúncia, em contrapartida com uma dedução de receita (conta redutora de receita).�
Exemplo:
Diminuição de alíquota do Imposto Predial Territorial Urbano, IPTU:
Suponha que um município, ao diminuir a alíquota do IPTU, causou redução de 20% na sua receita arrecadada. Nessa situação, poderá optar por uma das formas de registro abaixo:
Registro da renúncia de receita No momento da arrecadação. Valor arrecadado: R$ 800,00.
	11.1.3 – Renúncia da Receita – SF
	Título da Conta
	Sistema de Contas
	Valor
	D
	Banco Conta Movimento
	Financeiro
	800,00
	D
	Dedução de IPTU*
	
	200,00
	C
	Receita Orçamentária Corrente
	
	1.000,00
*conta contábil 91112.02.00, ou conta contábil 49100.00.00 – com conta-corrente natureza de receita, onde “4” é o dígito representativo da classe das receitas na minuta do Plano de Contas Aplicado às Entidades Governamentais.
Registro da renúncia de receita em momento posterior ao de arrecadação. Valor arrecadado R$ 800,00.
Quando da arrecadação:
	11.1.3 – Renúncia da Receita – SF
	Título da Conta
	Sistema de Contas
	Valor
	D
	Banco Conta Movimento
	Financeiro
	800,00
	C
	Receita Orçamentária Corrente
	
	800,00
Lançamento complementar para registrar a renúncia de receita:
	11.1.3 – Renúncia da Receita – SF
	Título da Conta
	Sistema de Contas
	Valor
	D
	Dedução de IPTU*
	Financeiro
	200,00
	C
	Receita Orçamentária Corrente
	
	200,00
*conta contábil 91112.02.00, ou conta contábil 49100.00.00 – com conta-corrente natureza de receita, onde “4” é o dígito representativo da classe das receitas na minuta do Plano de Contas Aplicado às Entidades Governamentais.
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DESPESA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO
Conceito
O orçamento é instrumento de planejamento de qualquer entidade, pública ou privada, e representa o fluxo de ingressos e aplicação de recursos em determinado período.
Dessa forma, Despesa/Dispêndio orçamentário é fluxo que deriva da utilização de crédito consignado no orçamento da entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida patrimonial.
A despesa orçamentária pode ser classificada:
Quanto às entidades destinatárias do orçamento:
Despesa Orçamentária Pública – aquela executada por entidade pública e que depende de autorização legislativa para sua realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais, pertencendo ao exercício financeiro da emissão do respectivo empenho.
Despesa Orçamentária Privada – aquela executada por entidade privada e que depende de autorização orçamentária aprovada por ato de conselho superior ou outros procedimentos internos para sua consecução.
Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial:
Despesa Orçamentária Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, reduz a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo diminutivo.
Em geral, a Despesa Orçamentária Efetiva coincide com a Despesa Corrente. Entretanto, há despesa corrente não-efetiva como, por exemplo, a despesa com a aquisição de materiais para estoque e a despesa com adiantamento, que representam fatos permutativos.
Despesa Orçamentária Não-Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, não reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo. Neste caso, além da despesa orçamentária, registra-se concomitantemente conta de variação ativa para anular o efeito dessa despesa sobre o patrimônio líquido da entidade.
Em geral, a despesa não-efetiva coincide com a despesa de capital. Entretanto, há despesa de capital que é efetiva como, por exemplo, as transferências de capital que causam decréscimo patrimonial e, por isso, classificam-se como despesa efetiva.
Classificação da Despesa Orçamentária
Classificação Institucional
A classificação institucional reflete a estrutura organizacional de alocação dos créditos orçamentários, e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias (artigo 14 da Lei nº 4.320/1964). As dotações são consignadas às unidades orçamentárias, responsáveis pela realização das ações.
No caso do Governo Federal, o código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à unidade orçamentária.
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Tabela 1 – Exemplos de Órgão Orçamentário e Unidade Orçamentária do Governo Federal:
	ÓRGÃO
	UNIDADE ORÇAMENTÁRIA
	26000
	Ministério da Educação
	26242
	Universidade Federal de Pernambuco
	
	
	26277
	Fundação Universidade Federal de Ouro Preto
	
	
	26321
	Escola Agrotécnica Federal de Manaus
	30000
	Ministério da Justiça
	30107
	Departamento de Polícia Rodoviária Federal
	
	
	30109
	Defensoria Pública da União
	
	
	30911Fundo Nacional de Segurança Pública
	39000
	Ministério dos Transportes
	39250
	Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT
	
	
	39252
	Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT
Cabe ressaltar que uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com as Unidades Orçamentárias “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.
Classificação Funcional
A classificação funcional segrega as dotações orçamentárias em funções e subfunções, buscando responder basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a despesa será realizada.
A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo. Trata-se de classificação de aplicação comum e obrigatória, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o que permite a consolidação nacional dos gastos do setor público.
A classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à função, enquanto que os três últimos dígitos representam a subfunção, que podem ser traduzidos como Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária agregadores das diversas áreas de atuação do setor público, nas esferas legislativa, executiva e judiciária.
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Função
A função é representada pelos dois primeiros dígitos da classificação funcional e pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A função se relaciona com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que, na União, guarda relação com os respectivos Ministérios.
A função “Encargos Especiais” engloba as despesas orçamentárias em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. Nesse caso, na União, as ações estarão associadas aos programas do tipo "Operações Especiais" que constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA.
A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida para a União no artigo 91 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no artigo 5º, inciso III, da Lei Complementar nº 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo pelo código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento.
Subfunção
A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação funcional, representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.
As subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão relacionadas na Portaria MOG nº 42/1999. Existe ainda a possibilidade de matricialidade na conexão entre função e subfunção, ou seja, combinar uma função com qualquer subfunção. Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão. Assim, a programação de um órgão, via de regra, é classificada em uma única função, ao passo que a subfunção é escolhida de acordo com a especificidade de cada ação governamental. A exceção à matricialidade encontra-se na função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas que só podem ser utilizadas conjugadas.
Exemplos:
	Ministério da Educação
	FUNÇÃO
	12
	Educação
	SUBFUNÇÃO
	365
	Educação Infantil
	
	
	
	Câmara dos Deputados
	FUNÇÃO
	01
	Legislativa 
	SUBFUNÇÃO
	365
	Educação Infantil
Classificação Programática
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos estratégicos definidos no Plano Plurianual – PPA para o período de quatro anos. Conforme estabelecido no artigo 3º da Portaria MOG nº 42/1999, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estabelecerão, em atos próprios, suas estruturas de programas, códigos e identificação, respeitados os conceitos e determinações nela contidos. Ou seja, todos os entes devem ter seus trabalhos organizados por programas, mas cada um estabelecerá sua estrutura própria de acordo com a referida Portaria.
Programa
Programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou ao atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.
O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. O plano termina no programa e o orçamento começa no programa, o que confere a esses instrumentos uma integração desde a origem. O programa, como módulo integrador, e as ações, como instrumentos de realização dos programas.
A organização das ações do governo sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos.
Cada programa deve conter objetivo, indicador que quantifica a situação que o programa tenha como finalidade modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingir o objetivo. A partir do programa são identificadas as ações sob a forma de atividades, projetos ou operações especiais, especificando os respectivos valores e metas e as unidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada projeto ou atividade só poderá estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta.
Ação
As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, doações, entre outros, e os financiamentos.
As ações, conforme suas características podem ser classificadas como atividades, projetos ou operações especiais.
Atividade
É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das Operadoras de Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde”.
Projeto
É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de leite humano”.
Operação Especial
Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
Subtítulo/Localizador de Gasto
A Portaria MOG nº 42/1999 não estabelece critérios para a indicação da localização física das ações, mas

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