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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL: Uma importante ferramenta para o gerenciamento de uma entidade rural Área temática: Gestão do Conhecimento Organizacional Anderson Ricardo Silvestro ricardo.silvestro@gmail.com Juliano Lima Soares julianoltda@hotmail.com Jocinéia Bonavigo Jocineia_@hotmail.com Resumo: Em um mercado que está em constante evolução, com os avanços tecnológicos e sistemas de informação, as empresas devem buscar se aperfeiçoar e inovar continuamente para se manterem competitivas. Porém, para que as entidades consigam se destacar faz-se necessário um sistema de informação gerencial, que colete e compile os dados, transformando-os em informações seguras que auxiliem na tomada de decisões. Este estudo teve como objetivo analisar a importância do sistema de informação gerencial como auxílio na gestão de uma entidade rural fornecendo informações para a tomada de decisão. Foi adotada como metodologia a pesquisa bibliográfica, descritiva, qualitativa e estudo de caso, e o trabalho foi realizado em uma propriedade rural familiar do município de Sorriso. Por meio da pesquisa verificou-se que a propriedade utiliza um sistema de controle pouco eficiente, se comparados a um SIG completo e, levando-se em conta o estudo, foi sugerida a implantação de um instrumento mais atualizado e desenvolvido para auxiliar os gestores nas necessidades encontradas. Palavras-chaves: ISSN 1984-9354 XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 2 1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, observou-se um vasto processo de globalização, desencadeado pelos avanços tecnológicos e dos sistemas de informação. Através disso aumentou-se a competitividade entre as empresas e a busca pela implantação e atualização constante dos sistemas de informação gerencial, veio a ser uma possibilidade para se diferenciar na disputa de mercado com os atuais e novos concorrentes, pois no mundo dos negócios, sobrevivem apenas as empresas administradas com maior habilidade, capacidade e rapidez para a tomada de decisão. (PERAZZOLI, 2009). O sistema de informação gerencial é uma importante ferramenta que fornece informações confiáveis e detalhadas sobre as operações da entidade, em tempo hábil, oferecendo um suporte para melhorar o desempenho das suas atividades e auxiliar na tomada de decisões com o objetivo de atingir a principal meta que é o retorno financeiro. Para manter essas informações atualizadas constantemente, é imprescindível investir nas tecnologias da informação. (BATISTA, 2012; CREPALDI, 2009; FREZATTI et al, 2009) A tecnologia da informação utiliza programas computacionais, equipamentos de informática/telecomunicações e a internet para garantir a qualidade e pontualidade das informações gerenciais. (ALBERTIN, 2001; BATALHA; 2007; FOINA, 2009) O objetivo geral da pesquisa compreende analisar a importância do sistema de informação gerencial como auxílio na gestão de uma entidade rural, fornecendo informações para a tomada de decisão. Para isso será necessário um melhor entendimento dos conceitos de Contabilidade, Contabilidade Rural, Contabilidade Gerencial, Sistemas de Informação e Tecnologia da Informação, e a realização de um estudo de caso em uma propriedade rural. A pesquisa foi desenvolvida por apresentar grande relevância perante empresários e acadêmicos, pois busca a evolução dos conhecimentos relacionados ao tema estudado devido à sua grande importância dentro das organizações inseridas nos mais variados segmentos. Quanto à relevância para os empresários, caracteriza-se por proporcionar aos mesmos o conhecimento acerca da importância dessa ferramenta para a sobrevivência da organização. Aos acadêmicos, o estudo apresenta um referencial que possibilita o desenvolvimento de novos trabalhos. A metodologia aplicada foi pesquisa bibliográfica, estudo de caso, qualitativa e descritiva. A pesquisa bibliográfica seleciona informações e conhecimentos sobre o assunto pesquisado por meio de referenciais que já foram desenvolvidos e publicados, o estudo de caso é o estudo intenso e completo de um ou poucos objetos para aprofundar os conhecimentos, na qualitativa há um estudo para posterior XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 3 entendimento dos processos pesquisados e a descritiva é onde o pesquisador apenas estuda os fatos sem interferir nos resultados. (BEUREN, 2006; GIL, 2002) 2 REFERENCIAL TEÓRICO Para compreender os controles gerenciais, que são importantes ferramentas para as tomadas de decisões na empresa, faz-se necessário uma breve apresentação dos conceitos de Contabilidade, Contabilidade Rural, Sistemas de Informação, Sistemas de Informação Gerencial no Agronegócio, Tecnologia da Informação e Tecnologia da Informação no Agronegócio, trazendo esclarecimentos indispensáveis sobre esses temas e apresentando a relação deles com o controle gerencial, pois sem eles esse controle não poderia ser executado. 2.1 Contabilidade Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa, sendo uma ciência muito antiga e que sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória para a maioria das empresas. Contabilidade é um sistema de informações que por meio de várias técnicas contábeis controla o patrimônio das empresas, visa prover aos seus usuários internos e externos demonstrações e relatórios que servirão para analisar a situação da empresa e o seu desempenho. (MARION, 2009) De modo geral a Contabilidade tem como objeto o patrimônio, e além de ser uma ferramenta exigida pelo fisco, também tem a função de coletar, analisar e relatar todos os fenômenos contábeis relacionados ao patrimônio de uma entidade, proporcionando importantes informações para os gestores na tomada de decisões. Ela pode se subdividir em vários ramos, dentre eles a Contabilidade Rural. (MARION, 2009) 2.1.1 Contabilidade Rural A Contabilidade Rural surgiu para auxiliar as entidades rurais, tendo como principal objetivo apurar, registrar, controlar e fornecer informações, por meio de relatórios, sobre as variações ocorridas no seu patrimônio para os diversos usuários, inclusive aos gestores que auxiliarão na gestão e no negócio. (CREPALDI, 2009; OLIVEIRA, 2008) XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 4 Para Crepaldi (2009, pág. 77), especificamente a contabilidade rural tem as seguintes finalidades: Orientar as operações agrícolas e pecuárias; Medir o desempenho econômico-financeiro da empresa e de cada atividade produtiva individualmente; Controlar as transações financeiras; Apoiar as tomadas de decisões no planejamento da produção, das vendas e dos investimentos; Auxiliar as projeções de fluxosde caixa e necessidades de crédito; Permitir a comparação do desempenho da empresa no tempo e desta com outras empresas; Conduzir as despesas pessoais do proprietário e de sua família; Justificar a liquidez e a capacidade de pagamento da empresa junto aos agentes financeiros e outros credores; Servir de base para seguros, arrendamentos e outros contratos; Gerar informações para a declaração do Imposto de Renda. Apesar de a Contabilidade Rural apresentar todos esses benefícios para os produtores, ainda não é muito utilizada, cenário que está se revertendo aos poucos, pois muitos empresários rurais estão compreendendo que não basta apenas empregar modernas técnicas produtivas para ter uma grande produtividade, mas também técnicas de gerenciamento dessa produtividade para maximizar os resultados e alcançar os objetivos pretendidos, principalmente, o lucro. (CREPALDI, 2009) A Contabilidade Rural realiza a coleta e o processamento de dados, que são obtidos com a análise das demonstrações contábeis, gerando relatórios que apresentam informações dos aspectos econômicos e financeiros da propriedade rural, os quais permitem identificar os pontos fortes e fracos de cada atividade de produção e da propriedade de forma geral, avaliar as condições de expansão, de redução de custos ou despesas, a necessidade de se obter novos recursos, a identificação de problemas antecipadamente e principalmente, auxiliar no planejamento e até mesmo comparar a situação atual da entidade com o que foi planejado. Assim, a contabilidade rural é uma ferramenta que possibilita um controle mais eficiente das operações e auxilia no processo de tomada de decisão. (CREPALDI, 2009; OLIVEIRA, 2008) XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 5 2.2 Sistema de Informação Na atualidade, o desenvolvimento e a crescente evolução das organizações trouxe a necessidade de se obter e manipular um grande volume de informações, tanto internas como externas, para dar continuidade ao seu negócio, as quais são fornecidas pelos sistemas de informação, que integram todos os departamentos para que a informação chegue a todos ao mesmo tempo. (BATISTA, 2012) O sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função. Os sistemas podem ser abertos, quando interagem com o ambiente interno e externo a organização, recebendo deles recursos que após serem processados são devolvidos em forma de serviços ou bens ou sistemas fechados, quando interagem apenas com as partes que compõem o sistema, sem manter qualquer relação com o ambiente externo. (BATISTA, 2012; BIO, 1985; LAUDON et al, 2011; PADOVEZE, 2010) Todos os sistemas recebem entradas (inputs) que são tudo que o sistema recebe ou captura apenas de dentro da organização ou do mundo exterior, neste caso os dados; realizam o processamento (processing), que é qualquer tipo de transformação ou tratamento dos dados em informações; e como resultado do processamento, as saídas (outputs), que são o resultado final, seriam as informações prontas para serem repassadas para as pessoas ou atividades onde elas serão utilizadas, devendo ser coerentes com os objetivos traçados e há ainda a realimentação ou feedback, que é um retorno aos gerentes do sistema para ajudá-los a reorganizar as entradas caso as saídas não estejam de acordo com o planejado. (BATISTA, 2012; BIO, 1985; LAUDON et al, 2011; OLIVEIRA, 2004) Figura 1: Esquema básico de um Sistema de Informação Fonte: Oliveira (2004, p. 24) XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 6 Dessa forma, o Sistema de Informação (SI) tem como elemento principal a informação. Seu objetivo é transformar os dados, que são elementos brutos que não possibilitam nenhuma compreensão, em informações que proporcionam conhecimento, auxiliando na resolução de problemas organizacionais e na preparação para a competitividade de mercado. (BATISTA, 2012; BIO, 1985; FREZATTI et al, 2009; LAUDON et al, 2011) Existem vários tipos de sistemas de informação que podem ser classificados de acordo com os tipos de informações que oferecem e de como são utilizados, como sistemas de processamento de transações, sistemas de apoio à decisão, sistemas de apoio ao executivo e sistema de informação gerencial, que será estudado a seguir. (BATISTA, 2012; LAUDON et al, 2011) 2.2.1 Sistemas de Informação Gerencial no Agronegócio Sistema de Informações Gerenciais (SIG) é o processo no qual os dados são transformados em informações seguras, que apresentam detalhes sobre as operações da empresa, sendo utilizadas no processo de tomada de decisão, auxiliando no alcance das metas previamente estabelecidas, resultando em vantagem competitiva para ela. (BATISTA, 2012; FREZATTI et al, 2009) O processo de gestão em qualquer entidade, seja ela mais estruturada ou menos estruturada, tanto do setor comercial, industrial ou rural busca atingir os resultados almejados, com o planejamento, execução e controle de atividades, por meio das informações fornecidas pelos relatórios gerenciais, os quais apresentam eventos passados, presentes e condições para o desenvolvimento dos planejamentos futuros e, além disso, possibilitam uma comparação entre esses períodos. (FREZATTI et al, 2009) O planejamento é a etapa em que se definem os resultados que devem ser alcançados no futuro e quais alternativas serão utilizadas para isso, podendo ser em curto prazo (planejamento operacional), médio prazo (planejamento tático) ou longo prazo (planejamento estratégico). Na execução, todos os envolvidos no processo precisam trabalhar para que as ações planejadas anteriormente sejam colocadas em prática e o controle verifica se as ações estão sendo desenvolvidas conforme necessário para atingir o objetivo final, caso contrário deve identificar as falhas e corrigi-las. (BIO, 1985; FREZATTI et al, 2009; OLIVEIRA, 2004; OLIVEIRA, 2008) Segundo OLIVEIRA (2004, p.45) o Sistema de Informação Gerencial pode, sob determinadas condições, trazer os seguintes benefícios para as empresas: Redução dos custos das operações; Melhoria no acesso às informações, proporcionando relatórios mais precisos e rápidos, com menor esforço; XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 7 Melhoria na produtividade, tanto setorial quanto global; Melhoria nos serviços realizados e oferecidos; Melhoria na tomada de decisões, por meio do fornecimento de informações mais rápidas e precisas; Estímulo de maior interação dos tomadores de decisão; Fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões; Melhoria na estrutura de poder, proporcionando maior poder para aqueles que entendem e controlam os sistemas; Redução do grau de centralização de decisões na empresa; Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não previstos; Otimização na prestação dosserviços aos clientes; Melhor interação com os fornecedores; Melhoria nas atitudes e atividades dos funcionários da empresa; Aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas; Redução da mão de obra burocrática; e Redução dos níveis hierárquicos. O SIG pode ser considerado um subsistema da organização, passando por mudanças constantemente para acompanhar o dinamismo do negócio, projetando-se conforme suas necessidades; fornecendo relatórios anuais, mensais, semanais, diários ou até horários de maneira rápida e precisa, se possível em tempo real e ainda sendo disponibilizados por meio da internet, para que os interessados possam acessá-los de onde estiverem para resolverem problemas organizacionais ou reagirem a mudanças no ambiente. (BATISTA, 2012, FREZZATTI, 2009; LAUDON et al, 2011) Para que haja um bom funcionamento do sistema de informação gerencial, dentro de qualquer setor, é necessário que seus três subsistemas: a Contabilidade que é o elemento principal do SIG, responsável por absorver dados das transações ocorridas na entidade, avaliá-los e registrá-los de forma estruturada para a geração dos relatórios contábeis; o Orçamento que apresenta o planejamento operacional (curto prazo) e as metas em valores monetários, ou seja, são transformados e avaliados como custos, despesas ou receitas que vão ocorrer nos processos desenvolvidos pela entidade, sendo evidenciados nas demonstrações contábeis e o Sistema de Custos que mensura os custos dos vários processos desenvolvidos dentro de um negócio, repassando para os demais subsistemas e fornecendo informações para a tomada de decisões, tenham uma perfeita integração. (FREAZATTI et al, 2009) XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 8 A integração desses subsistemas é garantida por meio do aspecto conceitual, onde os mesmos conceitos devem ser utilizados em todos eles havendo uma conciliação. Caso contrário, os relatórios irão apresentar informações desencontradas e errôneas e do aspecto operacional ou sistêmico, onde os três devem utilizar a mesmo banco de dados e realizar a troca desses dados entre si sem conflitos, duplicidades ou superposições, não podendo ser elaborados de forma independente, para que as informações não fiquem dispersas dificultando seu acesso. (FREAZATTI et al, 2009) Por meio das informações gerenciais, as entidades garantem a qualidade não só dos produtos e serviços oferecidos, mas também a qualidade de vida dos colaboradores, para que eles se sintam satisfeitos com seu trabalho, evitando possíveis greves, acidentes, fraudes, entre outros atos prejudiciais às organizações; a produtividade em nível global com o comprometimento de todos em busca desse resultado e a participação já é atingida quando os dois primeiros elementos são alcançados. (REBOUÇAS, 2004) A agricultura vem crescendo muito no país e com isso o produtor necessita ter um conhecimento mais avançado do seu negócio e de mercado, então, assim como nas empresas, as propriedades rurais também necessitam de um sistema de informação gerencial, para o acompanhamento de suas atividades diárias e para a tomada de decisão, na busca por mais espaço no mercado e aprimoramento de seus produtos agrícolas, através do desenvolvimento de novas técnicas de produção e gerenciamento. (CREPALDI, 2009) Essas informações devem ser apresentadas da forma mais segura, clara e objetiva possível para fornecer orientações que auxiliam o administrador ou o proprietário no controle de todas as etapas do processo produtivo, desde a tomada de decisão do que será produzido, baseado nas condições do mercado e da propriedade; o quanto será produzido, considerando a quantidade de terras, mão de obra, maquinário e capital disponível; como irão produzir, quais tecnologias vai ou não empregar, que sementes, adubos, venenos, herbicidas e etc. serão utilizados; controlar se as práticas sugeridas estão sendo executadas corretamente e avaliar no final da safra os lucros ou prejuízos obtidos e a razão desse resultado. (CREPALDI, 2009, OLIVEIRA, 2008) A gestão agrária ainda considera três aspectos, que são o técnico, que engloba as três primeiras etapas do processo produtivo, ou seja, o planejamento de como será a produção; o aspecto econômico, que estuda o custo de cada produção, os resultados obtidos e como esses podem ser aumentados, de onde provêm as receitas e despesas para assim melhorá-las e reduzi-las, e o financeiro; que é responsável pelo controle dos recursos monetários, das entradas e saídas de numerários e onde são aplicados, para ter um equilíbrio financeiro. (CREPALDI, 2009) XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 9 Então para que qualquer propriedade rural, seja ela de pequeno, médio ou grande porte obtenha sucesso, é necessária uma grande habilidade técnica e administrativa do gestor em relação às informações fornecidas pelo SIG referentes aos recursos disponíveis, tais como: terras, máquinas, implementos, recursos humanos, infraestrutura e animais ou aos eventos internos e externos de produção, como mercado, clima, transporte, preço, etc. e também uma grande agilidade, pois no atual cenário as decisões devem ser tomadas da forma mais rápida e precisa possível. (OLIVEIRA, 2008) Dessa forma, percebe-se que o Sistema de Informação Gerencial é uma importante ferramenta que auxilia no planejamento, controle e tomada de decisão, proporcionando às entidades rurais se equiparar a empresas e acompanhar as evoluções ocorridas no setor, para que consiga atingir seu principal objetivo, que é o retorno financeiro. (CREPALDI, 2009) Portanto, o produtor deve ter consciência da importância dos sistemas de informação, deixando para trás a antiga ideia de que a geração de informações gerencias é um problema, criando uma nova perspectiva, em que elas podem oferecer um suporte para melhorar o desempenho da sua propriedade. Também deve ser avaliado o seu custo benefício e a capacidade de fornecer informações realmente confiáveis, para assim decidir sobre sua efetiva implantação, porém ainda é necessário colher opiniões dos diversos usuários sobre o seu desempenho e comparar a qualidade das decisões tomadas antes e depois da implantação, realizando correções necessárias. (CREPALDI, 2009) O produtor também deve ser prudente na escolha do sistema contábil que melhor se enquadra na sua propriedade de acordo com as atividades desenvolvidas por ela, seu porte, forma de trabalho e organização, para que os dois juntos possam trabalhar para atender e satisfazer todas as necessidades desse setor. (CREPALDI, 2009) 2.3 Tecnologia da Informação Com a globalização, as organizações sentiram a necessidade de se adaptarem a um mercado cada vez mais competitivo e tecnológico, sendo obrigadas a atualizar suas informações constantemente, o que as levou a investir intensamente nas tecnologias da informação que se tornaram parte integrante de nosso cotidiano. (BATISTA, 2012) No passado, a Tecnologia da Informação (TI) era vista como um mal necessário, sendo retratada como uma terminologia complicada e de difícil entendimento para os leigos. Contribuindo para essa visão, elencavam-se também os altos custos dos equipamentos e sistemas e a rápida obsolescênciados mesmos na época. Dentro desse cenário, a alta administração evitava as questões acerca do assunto, XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 10 deixando-as somente sob a responsabilidade dos gerentes de Informática (FOINA, 2009). Já na atualidade, a TI passou a representar um ponto crucial e de extrema importância para as organizações e seus setores, por compreender um conjunto de métodos e ferramentas que garantem a qualidade e pontualidade das informações, destacando-se como uma entre as tantas estratégias que podem vir a serem implantadas, auxiliando dessa forma a gestão. (ALBERTIN, 2001; FOINA, 2009) A área da Tecnologia da Informação popularizou-se com o surgimento da informática, sendo hoje um dos assuntos mais debatidos em todos os segmentos da sociedade, principalmente no mundo corporativo. Essa utiliza-se de programas computacionais e equipamentos de informática/telecomunicações para coletar, armazenar, processar, transmitir e comunicar diversas informações, inclusive dados e conhecimentos. (BATALHA; 2007) A tendência é que a Tecnologia da Informação se torne cada vez mais importante - mesmo porque a informatização de vários conteúdos se transformou em uma norma - auxiliando o interessado a alcançar um determinado objetivo por meio do tratamento das informações. (BATISTA, 2012) 2.3.1 Elementos da Tecnologia da Informação Torna-se imprescindível esclarecer as diferenças entre os conceitos de Tecnologia da Informação (TI), que corresponde a objetos (hardware) e veículos (software) destinados a criar Sistemas de Informação (SI) e os próprios Sistemas de Informação (SI), que compreendem os resultados da implementação da TI, com a utilização de computadores e telecomunicações. (LAUDON et al, 2011) Figura 2: Componentes da Infraestrutura de TI Fonte: LAUDON et al (2011, p. 105) A Tecnologia da Informação compõe-se de cinco elementos que precisam ser coordenados entre si, sendo: XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 11 Hardware e seus componentes: Consiste em equipamentos físicos, sendo computadores de vários tipos e formatos utilizados para as atividades de entrada, processamento, armazenamento e saída de dados e dispositivos de telecomunicação que interligam todos esses elementos; Software e seus meios: São instruções detalhadas e pré-programadas que controlam e coordenam os componentes do hardware de um sistema de informação. Abrange softwares de sistema, que administram os recursos e atividades do computador e softwares aplicativos que aplicam o computador a uma tarefa específica solicitada pelo usuário final; Gestão de informações e de dados: Softwares especializados em organizar, gerenciar, processar e disponibilizar dados aos usuários, relativos, por exemplo, a estoques, clientes, fornecedores, etc.; Tecnologia de rede e telecomunicações: Proporciona conectividade de dados, voz e vídeos, através de tecnologias para operar as redes internas de uma empresa, sites e se conectar a outros sistemas computacionais por meio da internet, além de serviços de telefonia e telecomunicações; Serviços de Tecnologia: Esse último componente está relacionado a operacionalização e gerenciamento dos componentes anteriores, ou seja, as empresas necessitam de pessoas especializadas para conduzir e ensinar os funcionários a utilizar todas essas tecnologias em suas atividades diárias. (LAUDON et al, 2011) 2.3.2 Vantagens da Utilização da Tecnologia da informação Segundo LAUDON et al (2011, p.144) “a forma como as empresas armazenam, organizam e gerenciam suas informações causa um impacto tremendo sobre a eficiência empresarial”. Nesse contexto várias são as vantagens, a respeito desses processos, que a Tecnologia da Informação proporciona para as organizações. Dentre elas pode-se destacar: Agilidade no acesso de dados: No mercado empresarial a expressão “tempo é dinheiro” materializou-se como um dos fatores cruciais para o sucesso de uma organização. Nesse sentido a tecnologia da informação tem contribuído para a transformação dos processos internos e externos das empresas, agilizando-os de forma a centralizar a gestão dos dados para que a rapidez de acesso seja de vital importância para a eficiência do negócio. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 12 Proteção de dados: O crescente fluxo de informações tornou-se um dos bens mais valiosos dentro de uma empresa. Dessa forma, a TI auxilia o monitoramento e proteção desses informes. Redução de gastos e economia de espaço: Um sistema informacional garantirá o fácil acesso e recuperação de dados e informações para possíveis análises. Esse quesito contribuirá para a diminuição de documentos físicos, pois em um mundo onde há uma burocracia e as empresas são obrigadas a arquivar muitos papéis, a tecnologia pode diminuir gastos e economizar espaço. Auxilio no planejamento: As TIs auxiliam as empresas, melhorando os seus processos de planejamento e incentivando sua interação com o ambiente interno e externo para melhorar também sua produtividade. Relacionamento com clientes: Por meio da internet, as empresas podem estreitar o relacionamento com a sociedade, conhecendo melhor os gostos e necessidades de seus clientes para possibilitar um atendimento mais pessoal e eficiente. Ainda nesse sentido as organizações também conseguem beneficiar-se tanto de sites privados, quanto de redes públicas (sociais) para promover seu marketing e disponibilizar informações relativas ao interesse do cliente. A compreensão dessas e outras vantagens acerca da TI fazem com que o responsável pela governança reconheça a importância dessa ferramenta e, com a suada sua utilização, a empresa se torne mais eficiente e alcance o sucesso empresarial ocupando uma posição de destaque perante as demais. (LAUDON et al, 2011) 2.3.3 Tecnologia da Informação no agronegócio As empresas da área de agronegócios também estão se adaptando à nova realidade de um mercado cada vez mais informatizado. No que diz respeito à Tecnologia da Informação nas propriedades rurais, a sua introdução foi histórica e internacionalmente reconhecida como um processo mais lento, mas não menos importante. A expansão dos softwares no meio rural demonstra que a TI passou a contribuir para o aumento da eficácia dos processos, afetando relevantemente a gestão desse tipo de negócio por meio do auxílio na integração dos setores e cadeias produtivas, que vão desde o estabelecimento agropecuário até as agroindústrias, incluindo também os setores de transporte e as certificadoras. (BATALHA, SCARPELLI; 2002) XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 13 O campo é um ambiente de produção econômicabaseado em tecnologia, e a TI comporta-se como um instrumento poderoso e indispensável que contribui para o seu crescimento e desenvolvimento da economia. Nesse caso a interação entre a TI (informática) e o agronegócio representa uma inovação com enorme potencial de aumentar os rendimentos de recursos produtivos e o suporte à criação de banco de dados para a tomada de decisões gerenciais. (GURGEL, GROSSI, 2004 apud MACEDO, MENDES, VENDRÚSCULO, 2009) Os usuários de TI no agronegócio representam diversos tipos de públicos, entre eles os produtores rurais, cooperativas agropecuárias, agroindústrias, empresas distribuidoras, entre outros. Dessa forma verifica-se uma grande diversidade nas ofertas de softwares a tal público, que vão, por exemplo, desde o controle de estoques e gestão de pessoas, até softwares técnicos que auxiliam na escolha da melhor mistura de insumos para determinada cultura. (MACEDO, MENDES, VENDRÚSCULO, 2009) Entretanto, o foco da pesquisa neste momento é a tecnologia da informação especificamente no setor rural, que se refere às atividades de cultivo de grãos, criação de gado ou culturas florestais e engloba desde pequenas empresas rurais familiares que lutam pela sobrevivência, cujo maior objetivo consiste em conseguir o sustento da família, até grandes fazendas, onde os proprietários utilizam as mais modernas técnicas de produção rural. (CREPALDI, 2009) Muitas empresas deste segmento não possuem sistemas informatizados modernos devido à falta de qualificação formal do empresariado rural, à dificuldade em encontrar suporte para o uso de computadores e dos softwares de interesse, ao custo para acessos a essas tecnologias, e à falta de treinamentos e programas adequados às suas necessidades. (KING, 1998 apud ROHENKOHL, 2003; YAMAGUCHI; 2002) Dessa forma, no momento em que decidem utilizá-los, obrigam-se a ter um método de trabalho estruturado e organizado e pessoas capacitadas para a coleta de dados que irão alimentar os programas, implicando em uma grande reorganização e mudança cultural, caso contrário a adoção não vai resolver o problema. Quando a opção de uso torna-se bem sucedida, formar-se-á uma base de dados históricos em que os registros sobre situações passadas poderão ser aproveitados para analisar situações atuais, os quais permitem que o produtor rural documente a qualidade de seu produto, podendo obter preços mais altos na venda e também que consiga realizar uma boa gerencia, tomando as melhores decisões. (KING, 1998 apud ROHENKOHL, 2003) Uma tecnologia que pode melhorar a qualificação do produtor rural é a Internet. A produção de computadores cada vez mais velozes, por um valor cada vez mais baixo, aliada a uma melhoria da infraestrutura de telecomunicações, permitiu o acesso de pequenas empresas rurais a esta tecnologia, XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 14 mas em várias regiões ainda há problemas de inexistência de telecomunicação, ou até de energia elétrica, ou ainda uma rede precária, ou ausência de bons provedores de Internet. (ROHENKOHL, 2003) 3 METODOLOGIA DA PESQUISA Esse tópico tem o objetivo de evidenciar os caminhos que serão tomados para a elaboração dessa pesquisa e, para responder ao problema proposto, será necessária a utilização de quatro métodos de pesquisa: bibliográfica, estudo de caso, qualitativa e descritiva. A pesquisa bibliográfica seleciona informações e conhecimentos sobre o assunto pesquisado por meio de referenciais que já foram desenvolvidos e publicados, como livros, jornais, revistas, monografias, pesquisas, dissertações, entre outros. (BEUREN, 2006; GIL, 2002) Estudo de caso caracteriza-se pelo estudo intenso e completo de um ou poucos objetos para aprofundar os conhecimentos, pois reúne informações amplas e detalhadas sobre o caso pesquisado. (BEUREN, 2006; GIL, 2002) Beuren (2006, pág. 91) apud Richardson (1999) menciona que “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”. Na metodologia descritiva o pesquisador realiza a observação dos fatos, registrando-os, analisando-os, classificando-os e interpretando-os, sem neles interferir. Assim, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador. (BEUREN apud ANDRADE, 2002) 4 COLETA DE DADOS 4.1 Descrição da Propriedade Nesse capítulo será apresentado os dados do objeto de estudo. Os mesmos foram fornecidos pelos proprietários da entidade, por meio de entrevista. A propriedade rural Fazenda Nossa Senhora Aparecida localiza-se no município de Sorriso, no estado de Mato Grosso, a 70 km da cidade. Iniciou suas atividades no ano de 1986, quando seus fundadores deslocaram-se do estado do Rio Grande do XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 15 Sul na expectativa de um futuro mais promissor, como muitas outras famílias. Deste modo à propriedade passou a ser administrada pelo grupo familiar, tornando a atividade agrícola seu principal meio de sobrevivência, trabalhando sempre com a perspectiva de crescimento, visando um futuro melhor para os seus dependentes. A propriedade possui uma área total de 1.202,70 ha, sendo 670 ha destinados ao plantio de soja e, destes, apenas 300 ha para o plantio do milho e 488,80 ha para a criação de gado. Sua infraestrutura contempla casa dos proprietários; um barracão para guardar os tratores, colheitadeiras, plantadeiras, arado, sementes, adubos e demais maquinários, equipamentos e produtos necessários à produção; uma casa separada para o depósito de agrotóxicos, atendendo às leis ambientais impostas pela Secretaria de Estado e Meio Ambiente (SEMA) e outras construções para cuidado com os animais. Os proprietários estão sempre em busca de aperfeiçoamento, renovando seus maquinários, utilizando equipamentos modernos que proporcionem um melhor resultado, optando por caminhões próprios para suprir as necessidades e auxiliar no escoamento dos grãos na época de safra e utilizando mão de obra de familiares que ajudam no negócio, evitando ao máximo a contratação de serviços de terceiros, proporcionando uma maior agilidade e economia. Devido à qualidade do solo, experiência dos proprietários, utilização de modernas técnicas e tecnologias de produção, entre outros aspectos que contribuem nesse processo, pretende-se continuar trabalhando e produzindo na região, almejando aumentar cada vez mais a produtividade e consequentemente os lucros. 4.2 Tecnologias utilizadas na propriedade rural Para compreender melhor o sistema de informação nesta propriedade rural será necessária uma breve exposição das tecnologias utilizadas em seus processos. Inicialmente são utilizadas algumas tecnologias de empresas contratadas para fazer análises de solo, que apresentam as características do solo em diferentes locais da propriedade e assim são sugeridas correções com a aplicação de maior dosagem de adubos e calcário conforme a necessidade de cada local. No que tange ao processo produtivo, há a utilização de maquinários modernos, que contam com equipamentos comoGPS, que possibilita visualizar a área trabalhada, orientando o operador para não realizar passadas no mesmo local ou deixar áreas sem trabalhar, e do piloto automático, que conduz a máquina no trajeto planejado, evitando também a superposição de passadas ou as falhas, pelo acionamento automático do comando da direção, com a interferência do operador apenas nas manobras XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 16 de cabeceira, sendo indispensáveis nas tarefas de plantio, pulverização e colheita, tornando as tarefas mais precisas e simples, minimizando desperdícios dos insumos de produção e economizando dinheiro. Dentro do processo produtivo, utilizam-se sementes melhoradas, as chamadas transgênicas. E no momento da colheita, é usada uma plataforma automática, que se movimenta conforme o relevo da área; sensores que avisam o quanto está sendo perdido, possibilitando ao operador realizar ajustes, e sensores de produtividade, que fornecem dados do quanto está sendo colhido em cada área, permitindo a elaboração de relatórios de produtividade por hectares e total. Além dos relatórios de produtividade, são utilizadas anotações manuais e planilhas em Excel, em que há o controle das compras, vendas e contas a pagar. Outras tecnologias importantes na produção são o rádio, a televisão e a internet, pois, com eles é possível obter informações climáticas, de preços, do mercado externo e inclusive de novas tecnologias que surgem, possibilitando um planejamento de quando plantar, devido às chuvas; quando e para onde vender, devido aos preços; e quais inovações podem ser implantadas na propriedade. Na visão dos proprietários, todas as tecnologias utilizadas na propriedade são de extrema importância, sendo colocados como indispensáveis dentro de qualquer entidade, pois fornecem um melhor manejo da produção, facilitando tanto o plantio, pulverização e colheita, fornecendo informações que auxiliam no planejamento, diminuindo custos, aumentando a produtividade e, consequentemente, o lucro. Figura 3: Tecnologias aplicadas em uma propriedade rural Fonte: www.agrolink.com.br Anteriormente essas etapas eram mais cansativas e exigiam um maior número de mão de obra e maiores desperdícios. Hoje, com o advento tecnológico, apenas uma pessoa realiza o plantio, pois XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 17 como o piloto automático leva o trator, o operador pode ir cuidando da plantadeira, vendo se não trava nenhum disco, realizando apenas a volta no final do talhão. Na pulverização também, pois às vezes ficavam faixas onde o veneno não era aplicado ou era aplicado duas vezes e agora, com o piloto automático, há um controle de onde foi ou não aplicado e na colheita com a plataforma automática, há um menor desgaste do operador, pois ele tem que cuidar apenas do volante para colher na linha certa. Além das contratações de consultorias em treinamentos para a capacitação dos operadores para melhor utilização destas tecnologias, pois sem saber utilizá-las não vão desempenhar com excelência sua função. 4.3 Sistema de Informação Gerencial aplicado à propriedade rural Dentre as tecnologias utilizadas na propriedade não há um Sistema de Informação Gerencial consolidado, apenas anotações manuais e planilhas em Excel que controlam as compras, vendas, contas a pagar e os relatórios de produtividade obtidos durante a colheita. Apesar da falta do SIG, esses controles possibilitam aos proprietários realizar um acompanhamento das operações que ocorrem durante todo o processo de produção, pois estes representam informações gerenciais, que permitem tomar melhores decisões para a próxima safra. Os relatórios de produtividade permitem ao proprietário analisar as informações de qual área teve a melhor ou pior produtividade, e, sabendo qual semente foi plantada em cada talhão da lavoura, o produtor pode decidir utilizá-la novamente na próxima safra e em outras áreas ou não. Além de verificar qual foi a produtividade total daquele ano, podendo compará-la com a dos anos anteriores, avaliando mudanças que foram realizadas, se deram ou não melhores resultados e se é viável realizar novas alterações. As planilhas de compras e contas a pagar permitem controlar o quanto foi gasto na produção, com a compra dos insumos necessários para a correção do solo, plantio, pulverização, inclusive gastos com consertos dos maquinários, que às vezes estragam, gerando despesas extras. Assim, o proprietário poderá tentar negociar preços mais baixos para a próxima safra, buscando diminuir suas despesas. Em contrapartida, a planilha das vendas possibilita mensurar quanto houve de ganho com a venda do produto acabado, sendo possível realizar um confronto com os gastos e apurar o lucro obtido e também o que ainda tem para receber. Conclui-se que há um acompanhamento das entradas e saídas de numerários e onde são aplicados, possibilitando um equilíbrio financeiro. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 18 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As entidades rurais estão constantemente em busca de aperfeiçoamento a fim de se equiparar às empresas e acompanhar as evoluções que ocorrem no setor agropecuário. Para se manter competitivo no mercado, o empresário rural deve estar atento a todas as tecnologias e ferramentas de gestão disponibilizadas para o seu segmento, destacando-se entre elas o Sistema de Informação Gerencial, o qual proporciona às entidades informações detalhadas sobre as operações realizadas no seu dia-a-dia, em tempo hábil, possibilitando melhorar o desenvolvimento de suas atividades e auxiliar na tomada de decisões. Esse artigo teve como objetivo analisar a importância do Sistema de Informação Gerencial como ferramenta auxiliar para o fornecimento de informações úteis à tomada de decisão dentro de uma entidade rural localizada no município de Sorriso-MT. Verificou-se a partir da pesquisa que os gestores da Fazenda Nossa Senhora Aparecida utilizam sistemas de informação pouco eficientes, se comparados a um SIG completo, compreendidos em anotações manuais e planilhas de Excel. Essa forma de controle armazena dados importantes, entretanto a compilação e a análise dos mesmos, se não realizadas por uma pessoa que possui o conhecimento acerca do arquivo, podem trazer informações equivocadas, levando os proprietários a tomarem decisões incoerentes. Dessa maneira pode-se concluir que a implantação de um Sistema de Informação Gerencial, com a instalação de um software adequado ao tamanho, atividade desenvolvida e situação da propriedade, seria mais seguro para a entidade, possibilitando o controle de mais processos além dos que já são acompanhados, como o custo e a margem de lucro por hectares, podendo realizar comparações com safras anteriores; o capital investido em máquinas, equipamentos, benfeitorias, entre outros, possibilitando conhecer a capacidade e limitações da propriedade; o número de dias trabalhados na produção e disponíveispara outras atividades, podendo realizar um remanejamento das funções e diminuição do tempo ocioso, além de avaliar os itens comercializados e o quanto eles representam na receita total atingida pela propriedade. Podendo assim, os produtores rurais, contar com relatórios mais confiáveis e que proporcionem maior credibilidade nas decisões a serem tomadas, pois hoje, as ferramentas de gestão nas entidades rurais são uma realidade fundamental para alcançar os resultados de produção e produtividade, garantindo o sucesso do empreendimento. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 19 6 REFERÊNCIAS ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. – 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2001. - BATALHA, Mário Otávio. Gestão agroindustrial: GEPAI: Grupo de estudos e pesquisas agroindustriais. – 4. Ed. – São Paulo: Atlas, 2007. - BATALHA, Mário Otávio, Scarpelli, M. Gestão Agro-industrial e Tecnologia da Informação: Sugestões para uma Agenda de Pesquisa. Agrosoft 2002. Disponível em: www.agrosoft.com.br. Acesso em: 14/09/2014. - BATISTA, Emerson de Oliveira. 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