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resenha PATTO

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PATTO, MARIA HELENA SOUZA. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. 1ª ED. São Paulo. Ed. Casa do Psicólogo, 1999. 
O objeto de estudo da obra de Maria Helena de Souza Patto foi o fracasso escolar das crianças das classes menos favorecidas, ela fala sobre a evasão da escola pública por essas classes, houve várias tentativas de solucionar este problema, dentre elas podemos citar reformas educacionais, projetos de pesquisa nesta área e também medidas técnico administrativas por órgãos oficiais que naquela época demonstravam uma ineficiência quase que completa. O livro foi organizado em duas partes, na primeira há uma revisão crítica sobre o que causou desigualdades educacionais na sociedade brasileira uma análise das raízes históricas sobre o fracasso escolar, já na segunda, mostra que foi feita uma análise de uma pesquisa de campo, onde foi realizadas observações em vários contextos e entrevistas formais e informais com todos os envolvidos que nela se desenrola, incluindo os alunos e suas famílias, na qual mostrou que alunos de baixa renda residentes em periferias de São Paulo, que estudavam o ensino fundamental repetiam o ano consecutivamente. Para Patto que utiliza o materialismo histórico como um referencial teórico e que para ela é necessário conhecer, pelo menos em aspectos fundamentais, a realidade na qual se criou uma determinada versão sobre as diferenças de rendimento escolar existente entre crianças de diferentes origens sociais. A autora faz uma revisão que conduz, necessariamente, a uma análise do aparecimento das sociedades industriais capitalistas, dos sistemas nacionais de ensino e das Ciências Humanas, especialmente da Psicologia. Nesse sentido, tendo como pano de fundo o ideário liberal e, consequentemente, estando presente o discurso da crença na possibilidade de uma sociedade igualitária e democrática, a escola funciona como instrumento de ascensão e de prestígio social, há uma explicação e uma medição das diferenças individuais neste período através de testes de inteligência, consolidando a ideia de que por mérito e esforço de cada um, que os mais preparados irão ocupar melhores posições na sociedade este seria o único critério. Na análise das dificuldades de aprendizagem, a psicologia é influenciada uma visão organicista das aptidões humanas, cheia de deduções racistas e por uma concepção atenta às influências ambientais, produzindo uma explicação que será uma característica presente no discurso sobre as causas do fracasso escolar, nos países capitalistas ao longo do século XX, servido de base para a "teoria da carência cultural", Patto enumera três causas para a dificuldade de aprendizagem, a primeira a condições de vida do aluno, a segunda a inadequação da escola pública em lidar com esse aluno, e em terceiro por parte do professor, a falta da sensibilidade e de conhecimento da realidade vivida pelos seus alunos, por causa da distância entre a cultura de ambas as partes.
Érica Torres Pereira, acadêmico do curso de pedagogia da faculdade Estácio.

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