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* * UNIDADE V: O Direito como Sistema Lógico Profª Ma. Cristina Dias de Souza Figueira * * * Plano de Ensino 5.5 Analise da LINDB: arts. 1º ao 6º; 5.2 Superação das antinomias; 5.3 O problema das lacunas da lei; * * * A LINDB propõe regras de Interpretação Jurídica * * * Maria Helena Diniz que ensina que: a LINDB é uma lei de introdução às leis, por conter princípios gerais sobre as normas sem qualquer discriminação. * * * LINDB Decreto-lei 4.657/1942 não faz parte do Código Civil. Embora anexada a ele, antecedendo-o, trata-se de um todo separado. Com o advento da Lei nº 12.376, de 30 de dezembro de 2010, alterou-se o nome desse diploma legislativo, substituindo-se a terminologia “Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro” ”(LICC) por outra mais adequada, isto é, “Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro”, (LINDB). * * * LINDB O Decreto-Lei 4.657/42 tem dezenove artigos e apesar de estar anexa ao Código Civil é uma lei autônoma. São normas e princípios que ultrapassam o âmbito do Direito civil. Essa lei destina-se a facilitar a aplicação de todas as leis, dirige-se a todos os ramos do direito, salvo naquilo que for regulado de forma diferente na legislação específica (p. ex. o artigo 4º que manda aplicar a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito aos casos omissos não se aplica ao direito penal e ao direito tributário, que tem normas específicas a respeito. * * * * * * * * * * * * * * * LINDB: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, decreta: * * * Art.3º Do Decreto-Lei 4.657/42 Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Princípio da Obrigatoriedade: 2 fatores Presunção legal – após a sua publicação, a lei é de conhecimento de todos. Necessidade social – garantia da eficácia do ordenamento jurídico que estaria comprometido caso a pessoa alegasse a ignorância para se eximir do cumprimento da lei. * * * Art.3º Do Decreto-Lei 4.65 Princípio da Obrigatoriedade: Exemplo: Não posso alegar que não sabia que deveria entregar a Declaração do Imposto de Renda até o dia 30/04, para me eximir do pagamento da multa Não posso alegar que não sabia que não podia dirigir sem ter a Carteira de Habilitação para dirigir um veículo, para me eximir da apreensão do veículo * * * Art.4º Do Decreto-Lei 4.657/42 Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. O Uso desse artigo Omissão na lei lacuna na lei O NÃO USO DESSE ARTIGO OBS: Quando o magistrado encontra uma lei para o caso concreto. Subsunção – é a aplicação da lei ao caso concreto * * * Subsunção Art. 2.784 do CC – Aberta a sucessão, a herança transmite-se aos herdeiros. Caso Concreto Pedro morreu e seus filhos são herdeiros Subsunção O Art. 2.784 do CC determina que aberta a sucessão a herança transmite-se aos herdeiros. * * * Integração Normativa ou colmatação de lacumas Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso o magistrado terá que suprir essa omissão e isso é dado o nome de integração Normativa ou colmatação de lacumas. * * * Conclusão A Lei tem um carácter abstrato e genérico Quando existir lei para o caso concreto, o juiz realizará a subsunção Quando não existir lei para o caso concreto, haverá uma omissão da lei e o Juiz aplicará a Art. 4º do Decreto –lei 4.657/42 * * * ANALOGIA CONCEITO: consiste em aplicar a um caso não previsto, a norma que rege outro semelhante. Requisitos para a Analogia: I – Que o caso concreto não esteja previsto na norma jurídica; II – Que o caso tenha semelhança como o caso para o qual a lei foi criada; III – Que essa semelhança seja essencial, ou se refira ao elemento principal; Ex: União homoafetiva. Não há lei regulamentando essa união. Em face da ausência normativa, o Juiz não pode se eximir de julgar. * * * Costumes Costumes são práticas reiteradas de uma sociedade ou grupo de pessoas A vontade do povo, corporificada em leis escritas ou em regras de convivência pacífica não-escritas, segundo o fluir dos tempos, pode mudar. O costume segundo doutrina se divide em três: secundum legem (segunda a lei) ; praeter legem( na omissão da lei); contra legem (em desacordo com a lei). * * * Secundum legem (segunda a lei) Exemplo: Art. 569,II, do CC: O locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e , em falta de ajuste, segundo o costume do lugar * * * Praeter legem( na omissão da lei) aquele se forma em sentido contrário à lei Ex: I. cheque pós-datado = o cheque é ordem de pagamento à vista, mas tornou-se costume a sua emissão pós-datada; II. Procriação de cachorros * * * Contra legem (em desacordo com a lei) Virar contramão em uma rua Costume de virar na contramão o juiz não pode deixar de aplicar a lei apesar desse costume * * * Art. 4º do Decreto-lei nº 4.657/42 Os costumes previstos no Art. 4º do Decreto-lei nº 4.657/42 são os costumes praeter legem( na omissão da lei) * * * Princípios Gerais do Direito São os fundamentos ou a causa primeira do estabelecimento das normas jurídicas. Os PGD condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. Ex.:Na área constitucional: Todos devem ser tratados como iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza;Todos são inocentes até prova em contrário. * * * Equidade Equidade é o justo que independe de lei escrita. (Aristóteles) O juiz deve aplicar a equidade não com base em seus sentimentos pessoais, mas sim com base no espírito de justiça que rege o direito A Equidade pode ser empregada em duas hipóteses 1) Após esgotadas todos os recursos previstos no Art. 4º do Decreto-lei 4.657/42 2) Quando estiver prevista em lei * * * Equidade É a adaptação do texto legal a um fato, uma situação real como forma de se fazer justiça num caso específico. O artigo 127 do Código de Processo Civil estabelece que: "O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei", ou seja, se a lei não permitir, o juiz não poderá adaptar o texto legal a uma situação real, que é a forma de se fazer com que a lei, que tem como principal finalidade fazer justiça, alcance seu objetivo. * * * Art.4º Do Decreto-Lei 4.657/42 Ex: Mecanismos do Preenchimento de Lacunas das Leis - Quando as leis forem omissas sobre determinado assunto, a LINDB ajuda o juiz a preencher essas lacunas advindas dessas omissões. O juiz irá preencher essas lacunas com a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito. * * * COLMATAÇÃO Quando o juiz consegue resolver o caso concreto utilizando ou a analogia, ou os costumes ou os princípios gerais do Direito os doutrinadores dizem que o magistrado fez uma colmatação de lacunas ou seja ele preencheu essa lacuna que havia na lei. * * * Diferença entre interpretação da Norma e aplicação da Norma * * * Diferença entre interpretação da Norma e aplicação da Norma Tanto o Juiz quanto o administrador precisa interpretar as regras jurídicas para somente então poder aplicá-las. A aplicação pressupõe, sempre, a prévia interpretação. Os operadores do Direito : adotam uma teoria segundo a qual o texto de lei precisa ser interpretado, atribuindo lhe um sentido e delimitando seu alcance. Trata-se da construção da norma jurídica. Após esse processo de interpretação/construção é que podemos aplicar a norma jurídica ao caso concreto, tarefa essa desempenhada pelo Estado (juiz, administradores públicos). * * * Aplicação da NORMA Consiste em submeter o fato concreto à norma que o regule. É a Subsunção do caso concreto à norma. É um modo de exercício que está condicionado por uma prévia escolha, entre várias interpretações possíveis * * * o artigo 4º que manda aplicar a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito aos casos omissos não se aplica ao direito penal e ao direito tributário, que tem normas específicas a respeito. * * * Art.5º Do Decreto-Lei 4.657/42 Trata: FUNÇÃO SOCIAL DA LEI Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Aplicar a norma atendendo ao seu fim social é a busca de uma finalidade social. Ex: I. Verificar a função social do Contrato II. Função Social da Propriedade * * * INTERPRETAÇÃO X INTEGRAÇÃO Na Interpretação, parte-se da lei, para precisar-lhe o sentido e o alcance. Na Integração, parte-se da inexistência de lei. A Integração é o processo de preenchimento das lacunas existentes na lei. * * * INTEGRAÇÃO DA NORMA Quando para o fato não há norma adequada, o aplicador preenche a lacuna, através da integração do Direito. Com a finalidade de que se possa dar sempre uma resposta jurídica aquele que procura o judiciário. Lacuna : não significa a falta de uma norma, mas de critérios válidos para decidir qual deva ser aplicada. * * * INTEGRAÇÃO DA NORMA É vedado ao magistrado deixar de julgar a lide alegando lacuna ou qualquer outra justificativa (vedação ao no art. 126 do CPC). Se lacunas legislativas existem, e o ao juiz é vedado deixar de decidir, torna-se necessária a existência de um mecanismo de integração da norma para o preenchimento de eventuais lacunas. Aqui se insere o art. 4º da LINDB, utilizando-se da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito. Integrar é preencher lacunas, consistindo em uma atividade de colmatação. * * * Exemplo de Integração Ex: Um cidadão qualquer, em viagem aérea pelo país, se vê privado de suas bagagens extraviadas nos transbordos realizados pelas companhias aéreas nas conexões. Caso não houver norma ou lei que discipline a questão da responsabilidade pela bagagem das empresas aéreas, o prejudicado pode utilizar norma equivalente, que trata do tema no âmbito rodoviário ou ferroviário. * * * O QUE É ISTO? A presença de duas normas conflitantes, sem que se possa saber qual delas deverá ser aplicada ao caso singular * * * ANTINOMIA É a presença de duas normas conflitantes, sem que se possa saber qual delas deverá ser aplicada ao caso singular” Fonte: Dicionário Acadêmico do DIREITO, Acquaviva, Claúdio Marcus * * * Conceito de antinomia: Do grego anti= oposição + nomia = norma Antinomia é o conflito entre duas normas, dois princípios ou de uma norma e um princípio geral de direito em sua aplicação prática em um caso particular, cuja solução não se acha prevista no ordenamento jurídico. A antinomia pode dar origem à lacuna. lacunas não significa a falta de uma norma, mas de critérios válidos para decidir qual norma deva ser aplicada. * * * ANTINOMIA Conceito segundo Aurélio: [Do gr. antinomía.] Substantivo feminino. 1.Contradição entre duas leis ou princípios. Conceito segundo HOUAISS 1° Contradição entre princípios ou doutrinas; * * * ANTINOMIA No dizer de MARIA HELENA DINIZ para a caracterização da antinomia ou oposição recíproca entre duas normas jurídicas, é necessário que as normas sejam: efetivamente jurídicas; estejam em vigor; sejam integrantes da mesma ordem jurídica; devem emanar de autoridade competente num mesmo sistema de referência normativo; * * * Solução de uma antinomia A solução de uma antinomia é feita com a utilização da analogia, dos costumes, dos princípios gerais do Direito e da doutrina, nos termos do art. 4 da Lei de Introdução do Código Civil,: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do Direito.” Seguindo o que preceitua o art. 5º, deve o juiz buscar a função social da norma e as exigências do bem comum, a pacificação social. * * * Quais os critérios que buscam solucionar os problemas das ANTINOMIAS? * * * Cronológico ( lex posterior derogat legi priori = Norma posterior revoga a anterior ) Lei posterior revoga lei anterior. Conforme expressamente prevê o art. 2.º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, quando ocorre uma antinomia cronológica, aplica-se este artigo § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior; Nenhuma lei tem efeito RETROATIVO A Lei só começa produzir seus efeitos após entrar em vigência Duas normas incompatíveis são sucessivas * * * Especialidade (lex specialis derogat legi generali = norma especial revoga geral ) Se as normas incompatíveis forem geral ou especial, prevalece a segunda. * * * Hierárquico (lex superior derogat legi inferiori = norma superior revoga a inferior) A ordem hierárquica entre as fontes servirá para solucionar conflitos de normas em diferentes níveis; Na existência de normas incompatíveis prevalece a hierarquicamente SUPERIOR. Duas normas incompatíveis estão em nível diverso * * * Art.6º Do Decreto-Lei 4.657/42 Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) * * * Art.6º Do Decreto-Lei 4.657/42 Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. IRRETROATIVIDADE A lei tem efeito imediato e geral Fato VIGOR 2015 Regra = Irretroatividade Exceção = Retroatividade Nenhuma lei tem efeito retroatividade. O único caso de retroatividade permissível é da lei penal favorável ao réu. * * * Retroatividade Se por a caso estiver no corpo da LEI que ela é retroativa; E essa lei atingir os casos jurídicos passados FATO VIGOR 2012 2015 O QUE FAZER? A lei NÃO PODE OFENDER: 1. Ato Jurídico Perfeito 2. Direito Adquirido Coisa Julgada * * * O que é ato jurídico perfeito? * * * Ato Jurídico Perfeito Art. 6, § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Requisistos: A) Ato já consumado (acabado) B) Nos termos da lei vigente(de acordo com a lei) vigente da época Ato humano realizado de acordo com a lei vigente a época da sua consumação * * * Ato jurídico perfeito Exemplo: João construí um prédio de 6 andares de frente para o mar. A lei permite que se construam prédios de 6 andares naquela localidade. Então João realizou um ato jurídico Perfeito * * * Direito Adquirido § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem É o direito já incorporado ao patrimônio do ser humano, é aquele direito que a pessoa já pode exercer. * * * Exemplo: João contribui 35 anos para a Previdência Social e já tem o Direito de se aposentar. A lei diz que contribuindo 35 anos a cidadão tem o direito de se aposentar. João teve o Direito adquirido a aposentadoria * * * Coisa Julgada Art. 6, § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Aquele que já foi decidido na justiça e não cabe mais recurso * * * Exemplo Ana ajuizou ação de alimentos contra Pedro. O Juiz condenou Pedro a pagar pensão a Ana. Pedro não se conformou e recorreu da decisão, mas perdeu em todas as instancias. O processo transitou em julgado e não cabe mais recurso. * * * Exemplo: João ajuizou uma ação para cobrar os prejuízos de José que colidiu contra seu veiculo. José se conformou com a sentença e não recorreu, sendo que o processo transitou em julgado, assim não cabe mais recurso. * * * Direito Adquirido Todo Direito Adquirido provem de um Ato Jurídico Perfeito Atos ilegais não geram Direitos Adquiridos Nem todo Ato Jurídico Perfeito gera um Direito Adquirido Exemplo: Eu contribui 3 anos para a previdência social e não tenho direito adquirido à aposentadoria. Eu realizei um ato jurídico perfeito que não gerou um direito adquirido *
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