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HIV O Vírus da Imunodeficiência Humana, uma vez dentro do organismo, o retrovírus fixa-se mais eficiente a molécula CD4+, que se localiza predominantemente na membrana celular dos linfócitos T4 auxiliares, uma das células “protetoras” do sistema imune, o genoma e as enzimas do HIV são liberados na célula e integrados no genoma do linfócito. O resultado desse processo de reprodução consiste na produção de muitos vírions novos de HIV e a morte celular do linfócito T4 auxiliar. Os linfócitos B secretam anticorpos nos líquidos corporais ou humorais; esse processo é conhecido como imunidade humoral. Os linfócitos T podem penetrar nas células vivas, um processo denominado de imunidade celular. Com a invasão progressiva do vírus, a imunidade celular e a imunidade humoral declinam, e começam a surgir infecções oportunistas. Os líquidos corporais que, comprovadamente, transmitem o HIV são, o sangue, as secreções vaginais, o sêmen e o leite materno. Portanto o vírus é transmitido por objetos perfuro cortantes contaminados, exemplo agulhas compartilhadas, contato sexual sem proteção, no perinatal, a partir da mãe infectada para o filho. Diagnóstico O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Em todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse período é chamado de janela imunológica. Manifestações Clínica É na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV, esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T, que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a AIDS. O paciente que chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Intervenções de Enfermagem -Reduzindo o medo Antecipar que o paciente poderá passar por uma serie de estágios, como crise inicial, estagio de transmissão, estado de aceitação, e até mesmo preparação para a morte se as opções de tratamento se esgotarem; Explicar que os sintomas de ansiedade e depressão são comuns no inicios, mas que, em geral melhoram com o tempo e com o apoio, por isso deve-se estimular o paciente a fazer acompanhamento psicológico; Oferecer uma discussão cuidadosa e esclarecimento dobre as opções de tratamento, tirando todas as dúvidas do cliente; Ajudar o paciente a estabelecer metas e expectativas realistas; Obter um encaminhamento ao serviço social para recursos disponíveis, como tratamento comunitário. -Prevenindo a infecção Ter um alto índice de suspeita de infecção, mesmo quando as manifestações clinicas são sutis ou ausentes- as infecções oportunistas podem ser reativadas a qualquer momento durante a evolução da doença; Seguir as precauções universais para todos os pacientes; Administrar e orientar o paciente e familiares sobre os bons cuidados com a pele - uma fissura representa uma fonte de infecção secundaria; Manter limpeza do ambiente; Usar técnicas assépticas antes de procedimentos invasivos; Incentivar o abandono do tabagismo, álcool e outras drogas. Evitar o sexo sem proteção mesmo com parceiro HIV-positivo, para evitar a “superinfecção” por vírus resistentes ao tratamento; Instruir as visitas das lavagens das mão, antes e após saírem do quarto. Certificar-se de que o paciente está com as imunizações atualizadas. -Melhorando o estado nutricional Monitorar o estado nutricional determinando o peso e revendo a alimentação do paciente; Monitorar a faringite que evolui para disfagia ou pirose persistente; Orientar o cliente a consultar um nutricionista; Rever os horários de administração dos medicamentos para melhor a absorção, em geral, são tomados com os alimentos; No caso de pacientes com náusea, orientar ou administrar o antiético 30 min. antes das refeições; - Aliviando o desconforto Oral Examinar a boca constantemente e ensinar o paciente a fazer o mesmo; Incentivar os cuidados de higiene oral; Incentivar o paciente a estar indo regularmente ao dentista; Administrar tratamento antifúngico, quando necessário e incentivar o paciente a toma-lo; -Minimizando os efeitos da diarreia Ter em mente que as infecções GI e a diarreia podem constituir complicações da antibioticoterapia; Deve-se efetuar culturas de fezes de pacientes com diarreia crônica, se forem negativas, rever a lista de medicamentos à procura da causa; Pedir ao paciente que observe as fezes quanto a frequência de evacuações, consistências e presença de sangue; Monitorar a ingesta e o debito; avaliar a pele e as mucosas à procura de turgor deficiente e ressecamento, indicando desidratação; Usar precauções entéricas; Planejar um esquema de cuidados da pele, incluindo limpeza, secagem com papel absorvente e secagem da área anal, aplicação de pomada ou creme para proteger a pele; Avisar ao paciente que em quadros de diarreia, deve-se excluir a cafeína, o álcool, os laticínios, alimentos ricos em gorduras, sucos frescos e sucos ácidos, da alimentação, e ingerir liquido a temperatura ambiente. -Tratamento dos transtornos dos processos do pensamento Lembrar que o cérebro é um órgão-alvo crítico da infecção pelo HIV e das infecções oportunistas no estágio terminal da AIDS. Os microrganismos comuns irão responder ás medicações; Efetuar diariamente uma avaliação do estado mental, monitorar as alterações as alterações no comportamento, memoria, capacidade de concentração e disfunção do sistema motor. Reorientar o paciente frequentemente, usar o calendário, relógio, agendas, listas. Proporcionar segurança ao paciente: grades elevadas, campainha disponível, objetos ao alcance do paciente. Avaliar os sintomas depressivos e suicidas; Antecipar a necessidade de um tutor, procuração prolongada para os cuidados médicos e consentimentos formal se o paciente tiver complexo de demência, visto que ele pode ter pouca compreensão e pode tornar-se indiferente a doença. -Reduzindo a febre Observar a ocorrência de calafrios, febre, taquicardia e taquipneia; Incentivar a ingesta hídrica para repor as perdas insensíveis de agua provocada pela febre ou sudorese; Administrar antipiréticos, conforme prescrição, ou ensinar ao paciente a sua administração. -Melhorando o padrão respiratório Fornecer oxigênio suplementar, conforme orientação; Observar a ocorrência de qualquer alteração súbita da função respiratória- o pacientepode estar desenvolvendo uma infecção secundaria; Usar máscara e luvas durante procedimentos; Administrar nebulização com soro fisiológico para induzir a coleta de escarro para cultura e sensibilidade; Responder às perguntas e fornecer apoio se o paciente estiver em estágio terminal e decidir a favor ou contra a reanimação e ventilação mecânica. -Educação do paciente e manutenção da saúde Incentivar o paciente ter uma vida e uma rotina, mas indicar que o paciente pode representar uma fonte de infecção para outras pessoas e deve tomar atitudes a para evitar a transmissão. Incentivar o paciente a revelar a sua condição de portador aos parceiros sexuais e pessoas que compartilham agulhas; Para as mulheres HIV-positivas, ressaltar a necessidade de testar os filhos quanto ao HIV; Discutir o planejamento familiar com pacientes, no caso da mulher soropositiva, orientar o uso da terapia antiviral durante a gravidez. Se ela não quiser mais filhos, discutir as opções de controle de natalidade. Orientar e incentivar o acompanhamento médico regulares; Ensinar o paciente a reconhecer os sintomas importantes e a notifica-los; Se o paciente é usuário de substancias, como droga e álcool, incentivar a sua participação em grupos de ajuda, e terapias; Ensinar o paciente a otimizar a função do sistema imunológico através de práticas dietéticas seguras, exercícios físicos e sono regular; promover mudanças no sentido de ter um estilo de vida mais saudável; Alguns pacientes podem fazer uso de terapias complementares ou alternativas, como vitaminas, fitoterápicos e chás. Orientar o paciente no sentido de compartilhar essas terapias adicionais com o médico responsável. Diretrizes de Padrões de Cuidados do Profissional. Ao trata de pacientes com HIV, certificar-se de que está: - utilizando precauções universais; - protegendo a confidencialidade; - educando o paciente sobre métodos para prevenção da transmissão do HIV; - efetuando uma avaliação psicossocial; - desenvolvendo estratégias de adesão para pacientes em uso de terapia antiviral; - proporcionando orientações e intervenções para o tratamento dos sintomas do HIV.
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