Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX 4º PERÍODO – ENFERMAGEM DOENÇAS ENDÊMICAS TUBERCULOSE E HIV Simone Sá BELO HORIZONTE 2019 Tuberculose A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. Transmissão A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos. Por ser uma transmissão de via aérea, estima-se que durante um ano, numa comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Os bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm um papel importante na transmissão da doença. Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento (ininterruptamente), ela encontra-se muito reduzida. No entanto, o ideal é que as medidas de controle sejam implantadas até que haja a negativação da baciloscopia, tais como cobrir a boca com o braço ou lenço ao tossir, manter o ambiente bem ventilado possibilitando a dispersão de partículas infectantes e com bastante luz solar, diminuindo assim, o risco de transmissão Manifestação Clínica|Complicaçoes A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, principalmente a positiva à baciloscopia, pois é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. A tosse é o sintoma mais comum da tuberculose. Como a doença evolui lentamente, uma pessoa infectada pode, a princípio, atribuir a causa da tosse ao tabagismo, a um episódio recente de gripe, ao resfriado comum ou à asma. A tosse pode produzir uma pequena quantidade de expectoração esverdeada ou amarelada, geralmente quando as pessoas acordam pela manhã. Entretanto, a expectoração pode começar a mostrar sangue, mesmo que seja raro em grandes quantidades. As pessoas podem acordar à noite encharcadas em suor frio, com ou sem febre. Por vezes, a quantidade de suor é tanta que as pessoas necessitam mudar a roupa e os lençóis da cama. Porém, a tuberculose nem sempre causa suores noturnos e muitos outros quadros clínicos podem causar esses suores. A evolução rápida da falta de ar, juntamente com dor no peito, pode sinalizar a presença de ar (pneumotórax) ou líquido (derrame pleural) no espaço entre os pulmões e a parede torácica. Aproximadamente um terço das infecções de tuberculose aparece primeiro como derrame pleural. Muitas pessoas com tuberculose não tratada apresentam falta de ar quando a infecção se estende aos pulmões. O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga. A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com o HIV, especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico. Os locais mais comuns de tuberculose que se desenvolve fora dos pulmões são: Linfonodos e nos Rins. A tuberculose pode também afetar os ossos, o cérebro, a cavidade abdominal, a membrana de duas camadas situada em volta do coração (pericárdio), as articulações (especialmente as que suportam peso, como o quadril e o joelho) e os órgãos reprodutores. A tuberculose nessas áreas pode ser difícil de diagnosticar. Os sintomas de tuberculose extrapulmonar são vagos, geralmente cansaço, pouco apetite, febres intermitentes, sudorese e possível perda de peso. Por vezes, a infecção provoca dor, desconforto, acúmulo de pus (abscesso) ou outros sintomas, dependendo da área envolvida. Nos Linfonodos, em uma nova https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/doen%C3%A7as-da-pleura-e-do-mediastino/pneumot%C3%B3rax https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/doen%C3%A7as-da-pleura-e-do-mediastino/derrame-pleural infecção da tuberculose, as bactérias deslocam-se dos pulmões até os linfonodos que drenam os pulmões. Se as defesas naturais do organismo puderem controlar a infecção, a tuberculose não continua a desenvolver-se e as bactérias tornam-se inativas. No entanto, crianças muito pequenas possuem defesas mais frágeis. Nelas, os linfonodos que drenam os pulmões podem ficar grandes o suficiente para comprimir os brônquios, causando uma tosse metálica e, possivelmente, um colapso pulmonar. Por vezes, as bactérias se espalham desses vasos linfáticos para os linfonodos do pescoço. Uma infecção nos linfonodos pode romper-se, atravessando a pele e causando secreção de pus. Às vezes, as bactérias se deslocam na corrente sanguínea até os linfonodos de outras partes do corpo. Nos Rins, infecção dos rins pode causar febre, dor nas costas e às vezes sangue na urina. A infecção se dissemina comumente para a bexiga, fazendo as pessoas urinarem com mais frequência e tornando a micção dolorosa. Nos Órgãos genitais, a tuberculose também pode se disseminar para os genitais. Nos homens, a tuberculose genital causa aumento do escroto. Em mulheres, causa dor pélvica e irregularidades menstruais e aumenta o risco de uma gravidez em um local anormal (gravidez ectópica). No Cérebro, a tuberculose que infecta os tecidos que envolvem o cérebro (meningite tuberculosa) é potencialmente mortal. Nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos, a meningite tuberculosa é mais frequente entre os idosos ou pessoas com um sistema imunológico enfraquecido. Nos países em desenvolvimento, a meningite tuberculosa é mais comum entre crianças do nascimento até os 5 anos. Entre os sintomas estão febre, dores de cabeça constantes, rigidez do pescoço, enjoos, confusão e um entorpecimento que pode chegar ao coma. A tuberculose também pode afetar o próprio cérebro, onde se forma uma massa conhecida por tuberculoma. O tuberculoma pode causar sintomas como dor de cabeça, convulsões ou fraqueza muscular. Os tuberculomas também são mais comuns e mais destrutivos em pessoas com infecção pelo HIV. No Pericárdio, na pericardite tuberculosa, o pericárdio (a membrana de duas camadas em torno do coração) fica mais espesso e, por vezes, vaza líquido https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/complica%C3%A7%C3%B5es-da-gravidez/gravidez-ect%C3%B3pica https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/meningite/meningite-bacteriana-aguda https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/doen%C3%A7a-peric%C3%A1rdica-e-miocardite/pericardite-aguda para o espaço entre o pericárdio e o coração. Esses efeitos limitam a capacidade de bombeamento do coração e dão lugar a febre, dor no peito, dilatação das veias do pescoço, além de provocar dificuldade respiratória. Em partes do mundo onde a tuberculose é comum, a pericardite tuberculosa é uma causa comum de insuficiência cardíaca. No Intestino, a tuberculose intestinal ocorre, principalmente, em países em desenvolvimento nos quais a tuberculose em vacas é um problema. Ela é adquirida ao se comer ou beber laticínios não pasteurizados contaminados por Mycobacterium bovis. Esta infecção causar dor, diarreia, bloqueio do intestino e eliminação de sangue vermelho vivo do ânus. Ostecidos no abdômen podem inchar. Esse inchaço pode ser confundido com câncer. Na Cútis, a tuberculose pode disseminar-se de outro local, como dos linfonodos ou ossos, para a pele (denominado tuberculose cutânea). Ela pode causar a formação de caroços firmes e indolores. Por fim, esses caroços aumentam e formam ulcerações abertas. Podem formar-se canais entre a área infectada no interior do corpo e a pele, com drenagem de pus por esses canais. Diagnóstico Para obter o diagnóstico da tuberculose são utilizados os seguintes exames: ➢ Bacteriológicos ➢ Baciloscopia ➢ teste rápido molecular para tuberculose ➢ cultura para micobactéria ➢ Exame, cultura e outros exames de uma amostra de escarro ➢ Teste cutâneo de tuberculina ➢ Exames de sangue para detecção de tuberculose ➢ Testes de triagem para pessoas com risco de tuberculose ➢ Radiografia de tórax (exame complementar) O diagnóstico clínico pode ser considerado, na impossibilidade de se comprovar a tuberculose por meio de exames laboratoriais. Nesses casos, deve ser associado aos sinais e sintomas o resultado de outros exames complementares, como de imagem e histológicos. Lembrando que a radiografia de tórax deve ser realizada em todas as pessoas com suspeita clínica de tuberculose pulmonar. Juntamente com as radiografias de tórax, os exames laboratorias (baciloscopias e/ou testes rápido molecular e cultura) na tentativa de buscar o diagnóstico bacteriológico. Tratamento|Profilaxia O tratamento da tuberculose dura no mínimo, seis meses, é gratuito e disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS), deve ser realizado, preferencialmente em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO). O TDO é indicado como principal ação de apoio e monitoramento do tratamento das pessoas com tuberculose e pressupõe uma atuação comprometida e humanizada dos profissionais de saúde. Além da construção do vínculo entre profissional de saúde e a pessoa com tuberculose, o TDO inclui a observação da ingestão dos medicamentos pelo paciente, sob a observação de um profissional de saúde ou outros profissionais capacitados, por exemplo, profissionais da assistência social, entre outros, desde que supervisionados por profissionais de saúde. O TDO deve ser realizado, idealmente, em todos os dias úteis da semana. O local e o horário para a realização do TDO devem ser acordados com a pessoa e o serviço de saúde. A pessoa com tuberculose deve ser orientada, de forma clara, quanto às características da doença e do tratamento a que será submetido. Orientar sobre o uso dos medicamentos, duração e regime de tratamento, benefícios do uso regular dos medicamentos, possíveis consequências do uso irregular dos mesmos e eventos adversos. São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. A principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até 04 anos, 11 meses e 29 dias. A vacina BCG protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea. A vacina está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e maternidades. Outra maneira de prevenir a doença é a avaliação de contatos de pessoas com tuberculose, que permite identificar a Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis, o que possibilita prevenir o desenvolvimento de tuberculose ativa. Em outras situações específicas, pessoas que são diagnósticas com a infecção latente da tuberculose também tem indicação de receber tratamento para prevenir o adoecimento. Neste caso, é necessário procurar uma unidade de saúde para avaliação. Além disso, outra medida de prevenção da doença, é manter ambientes bem ventilados e com entrada da luz solar. Todas as pessoas que seguem o tratamento corretamente ficam curadas da doença. Manejo do paciente O fluxo de atendimento deve contemplar o caminho que será percorrido pelo paciente em cada unidade de saúde, incluindo a descoberta do sintomático respiratório, os procedimentos diagnósticos (marcação, coleta e resultados de exames), o acompanhamento do tratamento diretamente observado até a alta, a garantia do retorno médico mensal, as consultas com especialista, quando necessário, a internação ou outras demandas. Esse fluxo deve ser de fácil leitura e entendimento pelos profissionais e usuários e deve fazer parte do protocolo de atendimento da unidade, representando a síntese do processo de trabalho na ESF/Pacs. (Figura 1) Figura 1|Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tratamento_diretamente_observado_tuberculose.pdf Tuberculose x HIV A tuberculose em pessoas que vivem com HIV é uma das condições de maior impacto na mortalidade por HIV e por tuberculose no país. Essas pessoas têm maior risco de desenvolver a tuberculose, e muitas vezes, só têm o diagnóstico da infecção pelo HIV durante a investigação/confirmação da tuberculose. Devido ao risco aumentado de adoecimento por tuberculose, em toda visita da pessoa que vive com HIV aos serviços de saúde, deve ser questionada a presença de tosse e de febre, sudorese noturna ou emagrecimento, os quais associados ou não à tosse, também podem indicar tuberculose. O diagnóstico precoce de infecção pelo HIV em pessoas com tuberculose e o início oportuno do tratamento antirretroviral reduzem a mortalidade. Portanto, o teste para diagnóstico do HIV (rápido ou sorológico) deve ser ofertado a toda pessoa com diagnóstico de tuberculose. Caso o resultado da testagem para HIV seja positivo, a pessoa deve ser encaminhada para os serviços que atendem pessoas vivendo com HIV, e que sejam mais próximos de sua residência para dar continuidade ao tratamento da tuberculose e iniciar o tratamento da infecção pelo HIV. HIV Agente Etiológico O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune. HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Transmissão ➢ Sexo vaginal sem camisinha; ➢ Sexo anal sem camisinha; ➢ Sexo oral sem camisinha; ➢ Uso de seringa por mais de uma pessoa; ➢ Transfusão de sangue contaminado; ➢ Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação; ➢ Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. ➢ Manifestação Clínica|Complicaçãoes O corpo reage diariamente aos ataques de bactérias, vírus e outros micróbios, por meio do sistema imunológico. Muito complexa, essa barreira é composta por milhões de células de diferentes tipos e com diferentes funções, responsáveis por garantir a defesa do organismo e por manter o corpo funcionando livre de doenças. Entre as células de defesa estão os linfócitos T-CD4+, principais alvos do HIV, vírus causador da aids, e do HTLV, vírus causador de outro tipo de doença sexualmente transmissível. São esses glóbulos brancos que organizam e comandam a resposta diante dos agressores. Produzidos na glândula timo, eles aprendem a memorizar, reconhecer e destruir os microrganismos estranhos que entram no corpo humano. O HIV liga-se a um componente da membrana dessa célula, o CD4, penetrando no seu interior para se multiplicar. Com isso, o sistema de defesa vai pouco a pouco perdendoa capacidade de responder adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável a doenças. Quando o organismo não tem mais forças para combater esses agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente e então se diz que tem aids. Janela imunológica é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a primeira detecção de anticorpos anti-HIV produzidos pelo sistema de defesa do organismo. Na maioria dos casos, a duração da janela imunológica é de 30 dias. Porém, esse período pode variar, dependendo da reação do organismo do indivíduo frente à infecção e do tipo do teste (método utilizado e sensibilidade). Se um teste para detecção de anticorpos anti-HIV é realizado durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de gerar um resultado não reagente, mesmo que a pessoa esteja infectada. Dessa forma, recomenda-se que, nos casos de testes com resultados não reagentes em que permaneça a suspeita de infecção pelo HIV, a testagem seja repetida após 30 dias com a coleta de uma nova amostra. É importante ressaltar que, no período de janela imunológica, o vírus do HIV já pode ser transmitido, mesmo nos casos em que o resultado do teste que detecta anticorpos anti-HIV for não reagente. Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti- HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, procure uma unidade de saúde imediatamente, informe-se sobre a Profilaxia Pós- Exposição (PEP) e faça o teste. Diagnóstico Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida. Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o teste anti-HIV. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo(a) usuário(a). Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136). Além da rede de serviços de saúde, é possível fazer os testes por intermédio de uma Organização da Sociedade Civil, no âmbito do Programa Viva Melhor Sabendo. Em todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse é o período chamado de janela imunológica. Tratamento|Profilaxia Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/tuberculose http://www.saude.gov.br/toxoplasmose http://www.saude.gov.br/cancer http://www.aids.gov.br/pt-br/acesso_a_informacao/servicos-de-saude http://www.aids.gov.br/pt-br/acesso_a_informacao/servicos-de-saude ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 22 medicamentos, em 38 apresentações farmacêuticas. A melhor técnica de evitar a Aids / HIV é a pretenção combinada, que consiste no uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção, aplicadas em diversos níveis para responder as necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV. Uma das maneiras de pensar a Prevenção Combinada é por meio da "mandala". O princípio da estratégia da Prevenção Combinada baseia-se na livre conjugação dessas ações, sendo essa combinação determinada pelas populações envolvidas nas ações de prevenção estabelecidas (população- chave, prioritária ou geral) e pelos meios em que estão inseridas. (Figura 2) Figura 2|Fonte: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/aids-hiv Manejo do Paciente Caso o paciente seja diagnosticado como portador de HIV, deve ser submetido a exame físico completo, a fim de busca de sinais de comorbidades, que podem ir de alterações cardíacas e pulmonares a um déficit neurológico ou até mesmo alteração cutânea. É prudente que também sejam solicitadas sorologias para sífilis e hepatite B. Deve também ser solicitada a carga viral, CD4, exames de função renal e hepática, além de hemograma, lipidograma, glicemia de jejum, sorologia para toxoplasmose, radiografia de tórax e prova tuberculínica. Após os resultados dos exames, se o paciente não possuir nenhuma alteração, o tratamento pode ser iniciado com o esquema padrão 2+1 (lamivudina, tenofovir e dolutegravir), e os exames devem ser repetidos após algumas semanas a fim de verificar como o corpo tem lidado com os antirretrovirais. Caso o paciente possua o diagnóstico CD4<350, deve ser imediatamente referenciado ao infectologista, se ocorrer CD4> 350 o paciente pode seguir sendo manejando na atenção básica, com solicitação de carga viral anual, e sem necessidade de medidas seriadas de CD4 quando a carga viral tornar-se indetectável. https://pebmed.com.br/tag/sifilis/ https://pebmed.com.br/tag/hepatite/
Compartilhar