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Michel Foucault

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Michel Foucault
Michel Foucault (1926-1984)
Paul-Michel Foucault, pertencia a uma família onde a medicina era tradição, seu avós eram cirurgiões, mas Michel traçou o próprio caminho. 
Foucault era uma pessoa curiosa, buscava por conta própria suas leituras. Assim se deu seu interesse pela filosofia. 
Como pano de fundo, Foucault vivia os tormentos da Segunda Guerra Mundial. 
Decepcionando a expectativa de seu pai de que se tornasse médico, e apoiado pela mãe, Foucault segue seu rumo à filosofia. 
Em 1948  Foucault tentou suicídio, o que o levou a um tratamento psiquiátrico (tal impulso, retornou outras vezes em sua vida). 
Michel Foucault (1926-1984)
Segundo o psiquiatra que o acompanhou, esta atitude estava ligada à dificuldades frente a sua homossexualidade, que começava a anunciar-se. 
Esta experiência colocou-o pela primeira vez em contato com a psiquiatria, psicologia e psicanálise, o que marcou profundamente a sua obra. Foi leitor de Platão, Hegel, Kant, Marx, Nietzsche, Husserl, Heidegger, Freud, Bachelard, Lacan, etc. Foucault aprofundou-se nos estudos de Kant. 
Michel Foucault (1926-1984)
Foucault lecionou psicologia e filosofia em diversas universidades, em países como: Alemanha, Suécia, Tunísia, EUA, etc.  
Trabalhou durante muito tempo como psicólogo em hospitais psiquiátricos e prisões. Escreveu para diversos jornais. 
Viajou o mundo apresentando conferências. 
Conviveu com pessoas importantes da intelectualidade de sua época, como Jean-Paul Sartre, Jean Genet, Canguilhem, Gilles Deleuze, Merlau-Ponty, Henri Ey, Lacan, Binswanger, etc. 
Michel Foucault (1926-1984)
Em 1961 defendeu tese de Doutorado intitulada: “Loucura e Desrazão”. 
Esteve no Brasil em 1965 para conferência à convite de Gerard Lebrun, seu aluno na rue d’Ulm em 1954. 
Foucault faleceu no dia 25 de junho de 1984, em plena produção intelectual, o que fez com que sua morte fosse muito sentida. 
A causa da morte foi questão de muitas discussões, sendo levantada a hipótese AIDS. 
Obras
“Doença mental e Psicologia” (1954); 
“História da Loucura” (1961); 
“Raymond Roussel” ( 1963 ); 
“O nascimento da clínica” (1963 ); 
“As palavras e as coisas”(1966); 
“A Arqueologia do saber” (1969); 
“A ordem do discurso” (1970 – aula inaugural do College de France); 
“Vigiar e Punir” (1977); 
“A vontade de saber – História da sexualidade I” (1976); 
“O uso dos prazeres – História da sexualidade II” (1984);
 “O cuidado de si – História da sexualidade III” (1984).
O homem como objeto do conhecimento
Não há fundamentos metafísicos para o pensamento (causalidade, continuidade...);
O pensamento é afetado pela história;
Cada época tem sua própria matriz;
Com base nessas ideias Foucault desenvolveu sua “arqueologia do saber”;
Arqueologia do saber
Há, na sociedade, em cada época da história, práticas discursivas, que moldam e definem o “certo” e o “errado”;
Essas práticas se modificam e com elas, as pessoas que somos;
Em sua “História da loucura (1961)”, Foucault mostra como se deu a criação do “estatuto do louco”;
Segundo Foucault, a constituição dos saberes vai nos definindo como objetos (ex.: na loucura define-se o são, na medicina define-se o doente, no direito define-se o delinquente...); 
Assim, ou nos enquadramos em alguma definição, ou somos “anormais”
As palavras e as coisas (1966)
Continuando a análise dos discursos científicos sobre o homem, ele encontra nos séculos XVII e XVIII o ponto de partida para o estudo do homem como sujeito e objeto do conhecimento, ao mesmo tempo;
Essa crítica histórica da estrutura arqueológica do saber é umadas grandes contribuições de Foucault; 
Analítica do poder
Desenvolveu a ideia de uma “microfísica do poder”, uma nova forma de compreender o poder nas relações sociais. 
Afirmou que nas sociedades ocidentais predominaram três tecnologias de poder distintas: o poder de soberania, o poder disciplinar e o biopoder.
Analítica do poder
Na obra “Vigiar e punir: história da violência nas prisões”, mostra como, no Ocidente, a punição aos criminosos foi se transformando (do castigo ao encarceramento) e impondo uma disciplina que permitisse a ressocialização. 
Podemos observar que isso é válido, também, para as escolas.
Poder e autoridade
Para compreender a convivência e as relações humanas (política) é necessário compreender a noção de poder.
Poder é a capacidade e oportunidade de impor ao outro sua própria vontade.
Autoridade é o poder de ter suas ordens obedecidas.
Catalisação é a via de ação do poder, é a capacidade de facilitar ou dificultar o ritmo dos acontecimentos em uma sociedade.
Michel Foucault (séc. XX), filósofo francês, construiu um conceito diferente da “soma zero”, o conceito de “poder como rede.”
Macrofísica do poder: a teoria da soma zero
Na teoria política clássica, poder é a capacidade de neutralizar ou reprimir as vontades dos governados pela vontade do governante.
Para que uma organização social seja equilibrada, é necessário que a quantidade de poder que o governante detém seja proporcional à quantidade de poder que os governados não tem.
A macrofísica do poder se vale de elementos espaciais e matemáticos para fornecer uma visão de longo alcance, uma visão macroscópica, do poder. É uma tentativa de “ver de fora” o conjunto social e perceber as relações de força que e estabelecem em seus lugares com a finalidade de quantificá-las e soma-las.
Microfísica do poder: o poder como rede
Ao observar as relações sociais, percebemos que o poder está em todos os lugares, constituindo uma rede que cobre toda a sociedade.
A microfísica do poder é uma análise das pequenas relações políticos.
O poder não pode ser concebido apenas como repressão (ou proibição legal),pois ele é, também, uma fonte de produção social.
Como fonte de produção social, o poder constrói uma maquinaria (tecnologias do poder: soberania, disciplina e biopoder) por meio da qual ele se exerce.
Teoria do poder: o poder se exerce; as relações de poder são imanentes; o poder vem de baixo; as relações de poder são intencionais; se há poder, há resistência.
Tecnologias de poder - Soberania
Poder de vida e morte
Essa forma de poder predominou nas sociedades pré-capitalistas (nos governos monárquicos analisados por Maquiavel e Hobbes).
O princípio dessa tecnologia de poder era o direito que o soberano tinha sobre a vida e a morte dos seus súditos (fazer morrer e deixar viver). 
A vida dos súditos era uma concessão do soberano.
O governante podia criar leis que se aplicavam a todos os seus súditos, mas não a ele mesmo.
Tecnologias de poder - Disciplina para a submissão
A disciplina, invenção burguesa, sustentou o crescimento do capitalismo.
É um tipo de poder que se exerce sobre os indivíduos e seus corpos.
Para essa tecnologia do poder funcionar foram criadas “instituições disciplinares” nas quais os indivíduos são confinados. 
Na fábrica, no exercito, na prisão, no hospital, na escola, as pessoas são individualizadas. Aí se anota tudo o que acontece a cada um. Por meio da disciplina, o indivíduo pode ser conhecido, controlado e explorado.
A função da disciplina é produzir “corpos dóceis”, pessoas exercitadas e submissas, que possam ser moldados segundo a necessidade social. 
A disciplina aumenta a força dos corpos para a produção, mas diminui a força em sentido político, tornando-os obedientes.
Disciplina: a arte das distribuições
Sua primeira operação é a distribuição dos indivíduos no espaço.
O espaço deve ser delimitado. Nesse espaço os indivíduos são distribuídos de acordo com a lógica organizacional.
Essas ações transformam uma “multidão confusa” em uma “multiplicidade organizada”.
A segunda operação é o controle das atividades. Toda atividade é controlada, começando pelo seu tempo de duração. 
O controle dos horários é um dos pilares da disciplina. Cada indivíduo aprende a controlar seu corpo e fazer suas necessidades dentro dos horários estipulados, e não quando tem vontade.
Assim, os indivíduos são vigiados e controlados. Quando
se desviam do comportamento esperado, são punidos. A punição tem uma função moralizante de fazer com que os indivíduos hajam como se espera.
Panópticos de Bentham
Panópticos de Bentham
Panópticos de Bentham
Tecnologias de poder - Biopoder
Biopoder: bem estar social
Tendo se consolidado o poder disciplinar (fim do séc. XVIII), surge o biopoder, o poder sobre a vida.
Diferentemente do poder soberano, esse é o poder que procura administrar a vida de uma população.
Essa tecnologia é complementar ao poder disciplinar, porém, é diferente porque se exerce sobre grandes grupos de indivíduos já disciplinados (as populações).
Tecnologias de poder - Biopoder
A disciplina é uma condição do biopoder. Enquanto a disciplina é individualizante, o biopoder é massificante.
O biopoder está voltado para a manutenção da vida das populações organizadas pelo Estado. Essa é a base do Estado de “bem-estar social”, que se ocupa de oferecer condições razoáveis de vida.
Essa “sociedade de segurança” é garantida pelo controle populacional.
Essa tecnologia inverte o princípio da soberania: “fazer viver e deixar morrer”. O Estado é responsável por fazer com que os cidadãos vivam mais e melhor, com segurança e bem-estar.
O indivíduo contra a sociedade
Se há poder, há resistência;
Na última fase de sua vida, consciente, das estruturas de poder, engaja-se nas lutas de seu tempo;
Afirma a necessidade da fuga da “normalização” e “institucionalização de condutas”;
A resistência é a luta do indivíduo contra a submissão e o controle da vida das pessoas;
O indivíduo contra a sociedade
A tentação de deixar-se levar é muito grande devido às “recompensas” que o “sistema” oferece;
Mas, segundo ele, é necessário o resgate do cuidado de si, da prática reflexiva constante, diária, autônoma, contra os mecanismos de normalização (reveja a noção de esclarecimento de Kant);
Vamos ver a citação de Epicuro nap. 4

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