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FILOSOFIA DA FELICIDADE - Unidades 1 e 2

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Unidades I e II
FILOSOFIA DA FELICIDADE
 UNIDADE I
A Felicidade e a humanidade:
1.1. Histórico sobre a conceituação de felicidade até os 
dias atuais.
Falar sobre a felicidade pode até parecer algo simples e do senso comum, mas 
nunca se falou tanto neste assunto. Como vocês já sabem, a inspiração para este 
curso vem das universidades de Harvard e Yale que, há quase vinte anos oferece 
cursos sobre o assunto.
Quando o professor Tal Ben-Shahar inaugurou a primeira turma, em Harvard, 
apenas oito alunos se matricularam e dois desistiram ao longo do semestre. Com 
o passar dos anos, o trabalho ganhou popularidade e, a cada semestre, mais de 
1400 alunos se matriculam nas aulas.
Após um tempo de curso, foi realizada uma pesquisa em que 23% dos 
estudantes afirmaram que a disciplina havia mudado suas vidas para melhor.
A ideia de saber mais sobre a felicidade das pessoas nasceu nesta mesma 
universidade norte-americana há mais 80 anos. Escolhemos um vídeo com um 
dos professores responsáveis por esta famosa pesquisa para vocês conhecerem 
ela mais a fundo. Assistam!
E onde será que as pessoas são mais felizes?
Segundo a ONU (2012), os cinco países mais felizes são: Finlândia, Noruega, 
Dinamarca, Islândia e Suíça.
Mas, você já ouviu falar do Butão? O Butão é um pequeno país do Himalaia 
que, em 1972, passou a considerar um indicador sistêmico denominado Felicidade 
Interna Bruta, uma nova fórmula para medir o progresso da comunidade ou nação. 
E, desde então passou a atrair a atenção do resto do mundo.
Dados de 2018 indicam que o Brasil ocupa o 28º lugar.
1. Link do texto para leitura: CORBI, Raphael Bottura; MENEZES-FILHO, Naércio 
Aquino. Os determinantes empíricos da felicidade no Brasil. Revista de Economia 
Política, vol. 26, no 4 (104), pp. 518-536, outubro-dezembro/2006. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/rep/a/9QPFPCG8q5gJDW6rQW76yzD/?l ang=p
2. Vídeo sobre o famoso estudo longitudinal da Universidade de Harvard sobre a 
felicidade: Study of Adult Development at Harvard Medical School. Robert Waldinger 
(pesquisador atual do estudo original) – The Good Life | Robert Waldinger | 
TEDxBeaconStreet
Links dos materiais de apoio:
Convidamos você para pensar sobre tudo isso, lembrando que a universidade 
não visa formar apenas profissionais, mas proporcionar uma formação integral e 
humana. E, pensando nisso, nosso próximo assunto é a dimensão transcendental da 
humanidade.
Mas antes de partir para o próximo assunto, precisamos que você assista a vídeo 
aula, faça a leitura do texto sobre o que determina a felicidade no Brasil.
E ainda colocamos como conteúdo complementar indicações de artigos 
científicos e um vídeo sobre aquele famoso estudo da universidade de Harvard 
sobre a felicidade dos seus alunos ao longo de 80 anos.
Aproveite!
https://www.scielo.br/j/rep/a/9QPFPCG8q5gJDW6rQW76yzD/?l
https://en.wikipedia.org/wiki/Harvard_Medical_School
https://www.youtube.com/watch?v=q-7zAkwAOYg&t=124s
https://www.youtube.com/watch?v=q-7zAkwAOYg&t=124s
A modernidade para o mundo ocidental teve como legado um ser humano 
vazio de sua espiritualidade transcendente – esse pensamento é um dos 
caminhos para se refletir sobre como o ser humano passou a se relacionar com o 
mundo, supervalorizando a materialidade como sentido mais importante da 
existência e se convencendo de que a dimensão espiritual poderia ficar em 
segundo plano.
Para começar essa conversa faz-se importante localizar a modernidade 
enquanto período de quatro séculos após o fim da Idade Média, marcado 
principalmente por uma estabilização da visão de mundo secular e laica.
Também podemos dizer que foi o período em que o mundo questionou e negou 
a religião, a transcendência e a intervenção do divino. Época em que se defendeu 
a reinterpretação da realidade apenas por meio da racionalidade científica 
predominantemente naturalizante.
Seria incoerente ao homem moderno levar em consideração, em sua reflexão, 
a relação entre o homem e Deus.
Na atualidade presenciamos um retorno do interesse das pessoas pela 
transcendência, o que se vê é a busca por um sentido ou pelo preenchimento de 
um vazio existencial.
1.2. Dimensão transcendental da humanidade
O ser humano se constitui com algumas dimensões como a física, a social, a 
psíquica (ou subjetiva) e a espiritual. A Organização Mundial de Saúde – OMS 
preconiza, desde a década de 1990, que a saúde é o bem estar físico, mental e 
social. A partir de 2014, reconhece também a dimensão espiritual como parte 
essencial da saúde humana.
Conforme explica o filósofo brasileiro Denis Duarte, ¨a razão, por exemplo, é o 
que leva o homem a pensar, a ser criativo; a dimensão biológica leva-o a 
alimentar-se, a dormir, mas a espiritual ou religiosa é o que o leva a essa atração 
pelo sobrenatural, pelo transcendente”.
Mas o que é o transcendente?
Segundo este mesmo pensador: "O transcendente é aquilo que está além do 
mundo material, físico. Algo que não se explica ou ao qual se dá nome.
Como exemplo desse transcendente, cita os textos bíblicos do livro do Apocalipse, 
escrito por São João. "João explica para nós que foi a outro mundo, diferente do 
nosso, ou seja, ele transcendeu. A experiência é o sobrenatural, está além daquilo 
que vivemos em nosso mundo natural."
A experiência transcendental é muito particular e subjetiva, mas pode ser 
vivenciada por todas as pessoas. Podemos entender como um contato com o 
desconhecido, com o Deus que se manifesta, com o mistério, com o inexplicável, 
com o infinito.
Separamos dois artigos que ajudarão na compreensão tanto das dimensões 
humanas quanto sobre nossa busca de transcendência. 
 As dimensões humanas 
e a transcendência
A meditação tem sido um caminho usado há milênios para este contato e hoje a 
ciência já tem infinitas comprovações de que seus benefícios vão muito além da 
transcendência.
 Falemos primeiro da atenção e da concentração – essas duas são faculdades 
mentais que, quando treinadas, se fortalecem e expandem, qualificando nosso modo 
de ser e estar no mundo, favorecendo um estado qualificado de presença e 
auto-regulação.
 A meditação é o fruto da atenção e da concentração, da capacidade de manter 
um foco interno e externo. É um instrumento que viabiliza a plena realização do 
potencial humano. 
 A prática meditativa atenua as emoções destrutivas, intensifica as emoções 
saudáveis, educando a mente para aprender a lidar com o estresse, com a 
ansiedade e com as emoções, sendo fonte restauradora do equilíbrio 
psico-imuno-neuro-fisiológico.
Praticada com regularidade, a meditação qualifica a memória para um viver mais 
saudável, oferecendo meios competentes para atuar na vida relacional, afetiva, 
familiar, profissional e espiritual.
 Separamos artigos que falam disso e seus links estão aqui neste material de 
apoio.
É natural que a humanidade se organizou em grupos, em cultura e em 
comunidades. Essas comunidades criaram repertórios de valores, visões de mundo, 
modos de estar no mundo, modos de socializar-se. Tudo isso cria referências que 
vão se estruturando, sem dúvida, na história da humanidade, muitas vezes, como 
tradições espirituais ou, concretamente, como religiões.
 As religiões sempre desenvolveram práticas de interiorização, práticas de 
reconhecimento para que possamos pensar ¨quem sou eu¨, e ¨quem sou eu dentro 
desta comunidade¨, e quem sou eu dentro deste universo¨. Qual o espaço do 
humano dentro da criação ou da emanação? – e surgiram, assim, teorias diferentes 
que diferentes povos foram contestando.
 
 
Meditação, concentração e práticas devocionais
 Hoje temos a possibilidade de ter contato com as mais diversas 
tradições, de conhecer as mais diversas práticas que possibilitam a 
interiorização. A meditação está entre as que chamamos de práticas 
atencionais e práticas meditativas ou contemplativas.Todas elas têm 
por objetivo familiarizar a pessoa consigomesmo e, em última 
instância, descobrir quem é esse eu que habita em cada um de nós e 
que não é fruto nem da absorção cultural, nem é fruto da instância 
biológica.
 O fato de querer ver a si mesmo e de querer compreender a si 
mesmo é universal.
A prática da meditação exige de nós um certo grau de 
governabilidade de nossa atenção, que não pode ficar mudando seu 
foco de objeto a objeto e de pensamento a pensamento.
 A meditação como prática, como técnica dentro do repertório das 
tradições espirituais sempre tem o objetivo de integrar os diferentes 
aspectos que cada um de nós possui. Já falamos de uma dimensão 
física, de uma dimensão mental e de uma dimensão espiritual, é óbvio 
que no ser humano elas coexistem, nada disso está separado, tudo 
está absolutamente interrelacionado. Mas alinhar essas dimensões não 
é fácil - muitas vezes meu corpo está num lugar e a minha mente está 
em outro – alinhar essas dimensões é justamente o propósito das 
práticas meditativas, que muitas vezes estiveram a serviço do campo 
espiritual.
 Nestes casos, o objetivo sempre foi o de se conectar com um campo maior, um plano 
que certamente transborda minha simples compreensão. Nosso planeta está inserido 
em um universo que a razão não consegue abarcar e essa compreensão de ter 
condição de assumir com humildade a condição em que nos encontramos era o 
propósito que nas práticas meditativas se fortalecia com a integração das diferentes 
dimensões que cada um de nós temos.
Hoje temos essa possibilidade de usufruir dos benefícios da meditação e a este 
exercício que convidamos vocês. A seguir, nas referências deste material de apoio, 
colocamos um link de um vídeo de uma mestra especial que ensina um tipo de 
meditação que se chama ZAZEN, que tem sua origem no Zen Budismo, no Japão, e é 
uma das práticas mais neutras e também mais utilizadas no mundo.
 Lembramos que além de fazer as leituras dos artigos e assistir as duas vídeo aulas 
desta parte, ainda deverá fazer os exercícios sobre o conteúdo da unidade e participar 
dos fóruns de discussão.
Bom estudo!
1- Existência humana como transcendência. Revista PUC-Rio. Disponível em: 
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/34987/34987_4.PDF . Acesso em: 21 jan. 2023.
2- MENEZES, Carolina Baptista; DELL'AGLIO, Débora Dalbosco. Os efeitos da 
meditação à luz da investigação científica em Psicologia: revisão de literatura. Psicol. 
cienc. prof., Brasília , v. 29, n. 2, p. 276-289, jun. 2009. Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-9893200900020000
6&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 21 jan. 2023.
3- Meditação guiada com Monja Coen | ESPECIAL ZAZEN | Zen Budismo: 
https://www.youtube.com/watch?v=98x8txJlGag
 
Sugestão de materiais complementares:
1- COELHO JUNIOR, Achilles Gonçalves; MAHFOUD, Miguel. As dimensões espiritual e 
religiosa da experiência humana: distinções e inter-relações na obra de Viktor Frankl. 
Psicol. USP, São Paulo , v. 12, n. 2, p. 95-103, 2001. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642001000200006&lng
=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 jan. 2023.
 
Links dos materiais de apoio:
2- MORAES, Maria Regina Cariello. O 
desencantamento da meditação: da união 
mística ao fitness cerebral. Relig. soc., Rio 
de Janeiro , v. 39, n. 1, p. 224-248, abr. 2019 
. Disponível em: 
http://dx.doi.org/10.1590/0100-85872019v39n
1cap10.
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/34987/34987_4.PDF
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/34987/34987_4.PDF
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932009000200006&lng=pt&nrm=iso
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932009000200006&lng=pt&nrm=iso
https://www.youtube.com/watch?v=98x8txJlGag
https://www.youtube.com/watch?v=98x8txJlGag
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642001000200006&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642001000200006&lng=en&nrm=iso
http://dx.doi.org/10.1590/0100-85872019v39n1cap10
http://dx.doi.org/10.1590/0100-85872019v39n1cap10
“A psicologia deve olhar para a doença ou para a saúde? A psicologia detém a visão 
completa do comportamento humano? Para onde ela deve olhar, se quiser avistar as 
“leis do comportamento”?
Um tópico que vem ganhando relevância nos últimos anos é a Psicologia Positiva 
(PP). De alguma forma se opõe à psicologia tradicional, pois esta enfatiza as doenças e 
transtornos mentais. A psicologia positiva visa expandir o alcance/atuação da psicologia 
e resgatar suas missões, principalmente naquilo que diz respeito à investigação, 
classificação e desenvolvimento de qualidades positivas.
Neste sentido é um paradigma teórico que implica na análise de fenômenos como 
bem-estar; satisfação em determinadas áreas da vida; emoções positivas; saúde geral; 
auto-estima, habilidades sociais e felicidade.
O pai da psicologia humanista é considerado Abraham Maslow, psicólogo que viveu 
entre 1908 e 1970. Foi ele quem deu credibilidade científica aos fenômenos 
observados, mas que, muitas vezes, é apenas lembrado e citado por sua pirâmide 
hierárquica das necessidades humanas (Pirâmide de Maslow). Maslow começou a 
(re)abrir os olhos para o foco das investigações e dos rumos que a psicologia havia 
tomado. Ele se interessou pelo estudo do crescimento e desenvolvimento do potencial 
humano, e defendeu a psicologia como um instrumento de promoção do bem-estar 
social e psicológico. Foi o 1o a utilizar o termo psicologia positiva, comparando-a com 
uma psicologia negativa, em seu livro Motivation and Personality, de 1954.
No o final de 1997, Martin E. P. Seligman, psicólogo americano nascido em 1942, foi 
eleito Presidente da American Psychological Association (APA) e, juntamente, com 
Mihaly Csikszentmihalyi (o pai do “estado flow”), psicólogo húngaro nascido em 1934, 
começaram a publicar e empregar recursos em prol da difusão da psicologia positiva, 
como edições especiais de publicações, revistas científicas, convenções e encontros.
 UNIDADE II
2. A Ciência e a felicidade:
2.1. A psicologia positiva
Em 1998, Seligman escreveu, na coluna presidencial do APA Monitor, o artigo 
“Building human strength: psychology’s forgotten mission” (Construir forças humanas: 
a missão esquecida da psicologia), onde apontou que, antes de II Grande Guerra 
Mundial, a psicologia tinha 3 objetivos:
· curar as doenças mentais;
· tornar a vida das pessoas mais satisfatória;
· identificar e cultivar talentos superiores;
Nesse mesmo texto, ele também aponta que após a II GM, “todos os esforços da 
psicologia se voltaram para o tratamento das doenças mentais e dos transtornos 
psicológicos”, ou seja, praticamente, um voltar-se para a reparação de danos.
Nos últimos anos, com a crescente investigação e divulgação sobre a psicologia 
positiva, vem crescendo também o interesse geral e o mercado diretamente 
associado. Cursos de psicologia positiva e workshops de inteligência emocional, por 
exemplo, são mais oferecidos e vendidos – no Brasil – agora, do que há 5 ou 7 anos, 
por exemplo.
Livros de psicologia positiva e inteligência emocional se tornaram best-sellers. O 
tema felicidade é globalmente acessado na internet, ganha os palcos do TED e chega 
até nós pelos grupos de WhatsApp, vídeos de apresentações ou ideias de pessoas 
como Tal Ben-Shahar e Shawn Achor (professores de Harvard e difusores 
contemporâneos, mundialmente conhecidos, no trabalho com a psicologia positiva).
A sua saúde e bem-estar estão ligados diretamente às relações. Relacionar-se com 
uma pessoa positiva ou negativa tende a ser contagioso! Pode ser amigos, familiares, 
colegas de trabalho, namorado(a).... muitas vezes seu humor pode alterar 
dependendo das pessoas que o cercam.
Por outro lado, estar rodeado por pessoas positivas também influencia e 
contribuem para o bom humor e consequentemente a saúde mentale porque não a 
física.
Pesquisadores sugerem que os benefícios associados à positividade incluem: 
aumento da longevidade, proteção contra o estresse crônico, aumento da felicidade e 
maior sensação de propósito e conexão com a vida. Pense: e se for você a pessoa 
negativa? Como você lida com os problemas do seu dia-a-dia?
 Esse é nosso próximo assunto! Mas antes faça as atividades desta parte da 
disciplina.
 
1- CORBI, Raphael Bottura; MENEZES-FILHO, Naércio Aquino. Os determinantes 
empíricos da felicidade no Brasil. Revista de Economia Política, vol. 26, no 4 (104), pp. 
518-536, outubro-dezembro/2006. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/rep/a/9QPFPCG8q5gJDW6rQW76yzD/abstract/?lang=en 
Acesso em: 21/01/2023.
2- CAMALIONTE, Letícia George; BOCCALANDRO, Marina Pereira Rojas. Felicidade 
e bem-estar na visão da psicologia positiva. Bol. - Acad. Paul. Psicol., São Paulo , v. 
37, n. 93, p. 206-227, jul. 2017. 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1415-711X2017000200
004&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 21/01/2023.
3- PALUDO, Simone dos Santos; KOLLER, Sílvia Helena. Psicologia Positiva: uma 
nova abordagem para antigas questões. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto , v. 
17, n. 36, p. 9-20, Apr. 2007. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000100002 
Acesso em: 21/01/2023.
4- Vídeo: O que me faz feliz? Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=9FBxfd7DL3E
 
Sugestão de materiais complementares:
- Vídeo: Study of Adult Development at Harvard Medical School. – Robert Waldinger 
(pesquisador atual do estudo original) - 
https://www.youtube.com/watch?time_continue=124&v=q-7zAkwAOYg&feature=emb_l
ogo
Links dos materiais de apoio:
https://www.scielo.br/j/rep/a/9QPFPCG8q5gJDW6rQW76yzD/abstract/?lang=en
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1415-711X2017000200004&lng=pt&nrm=iso
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1415-711X2017000200004&lng=pt&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000100002
https://www.youtube.com/watch?v=9FBxfd7DL3E
https://www.youtube.com/watch?time_continue=124&v=q-7zAkwAOYg&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?time_continue=124&v=q-7zAkwAOYg&feature=emb_logo
2.2. Neurobiologia da felicidade
 A felicidade representa um conceito abstrato para as pessoas. Nós, comumente, não 
conseguimos definir concretamente o que é a Felicidade. No entanto, conseguimos 
facilmente sentir a Felicidade. Então, podemos perguntar, será que, nessa experiência 
de Felicidade, acontecem modificações em nosso corpo? Em que local? Em nosso 
Sistema Nervoso? Então, falemos um pouco sobre o Sistema Nervoso, sua 
composição e forma de funcionamento.
O tecido que compõe o Sistema Nervoso é composto das células chamadas de 
Células Nervosas ou Neurônios, que são as células efetoras do Sistema Nervoso, as 
células que determinam as atividades dos circuitos neurais e, também fazendo parte 
do tecido nervoso, temos as Células Gliais ou também chamadas de Células da Glia, 
ou ainda simplesmente Neuroglia. Estas células exercem o papel de células de 
suporte, de nutrição e de proteção para os Neurônios no tecido neural do Sistema 
Nervoso.
A células nervosa, o Neurônio, é uma Célula altamente especializada e é composta 
pelo Corpo Celular ou Pericário, ou ainda também chamado de Soma, encarregado do 
metabolismo celular e da produção – síntese – dos mediadores químicos, um 
prolongamento celular denominado de Axônio que faz parte dos feixes nervosos, os 
dendritos e as terminações nervosas.
O Neurônio apresenta uma forma bastante refinada de comunicação e, para isso, 
produz as suas próprias substâncias químicas. Essas substâncias são chamadas de 
mediadores químicos ou neurotransmissores. Os Neurotransmissores podem ser 
definidos como mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os 
sinais entre os neurônios e entre as células nervosas e outras células corporais.
Esses mensageiros químicos, os Neurotransmissores, ficam armazenados em 
vesículas denominadas vesículas sinápticas, nas Terminações Nervosas do axônio e, 
quando é necessária a comunicação entre as células, as vesículas são abertas e os 
mediadores químicos são liberados no espaço chamado Sinapse.
A Sinapse, é o espaço, o local de encontro entre a terminação nervosa do Neurônio 
e outra célula, e é nesse local que ocorre a transmissão das informações nervosas 
realizada pelos neurotransmissores.
O Sistema Nervoso está dividido em Sistema Nervoso Central – SNC e Sistema 
Nervoso Periférico – SNP.
O SNC é composto pelo Encéfalo e pela Medula Espinhal. O Encéfalo está dividido 
em áreas chamadas de Lobos. São elas: o Lobo Frontal, os Lobos Parietais Direito e 
Esquerdo, os Lobos Temporais Direito e Esquerdo e o Lobo Occipital. Ainda, na base do 
Encéfalo está o Tronco Encefálico também chamado de Tronco Cerebral, responsável 
por nossas funções vitais como batimento cardíaco, respiração e na região inferior 
posterior do Encéfalo está o Cerebelo que é encarregado de nossa coordenação 
motora. 
Quando observamos internamente, o Encéfalo é dividido em uma área chamada de 
Córtex e uma área chamada Subcórtex. No Córtex, somos capazes de aprender e 
memorizar. No Subcórtex encontramos as áreas do Hipotálamo, Hipocampo, Tálamo e 
Giro Cingulado e o Sistema Límbico, que é o Sistema encarregado das nossas 
Emoções.
O Hipotálamo, o Tálamo, o Hipocampo, o Giro Cingulado e o Sistema Límbico 
trabalham de forma conjunta na percepção e no gerenciamento de nossas emoções. O 
Sistema Límbico se encarrega de perceber as emoções e classificá-las, trabalhando em 
um esquema de Recompensa ou Punição.
As emoções que forem agradáveis para nós serão classificadas como Recompensa 
e até poderão ser memorizadas no campo do Prazer. Já as Emoções que forem 
desagradáveis, serão entendidas como Punição e poderão despertar sensações 
desagradáveis como Raiva, Tristeza, Medo e preparações para Luta e/ou Fuga.
O Sistema Nervoso Central é encarregado de fazer o controle das nossas funções 
corporais. O Sistema Nervoso Periférico que é composto por nervos e receptores 
nervosos, é encarregado de informar ao Central sobre todas as sensações, atividades e 
modificações que acontecem no organismo e encarregado de executar todas as ordens 
planejadas pelo Central, para as funções corporais. Assim, através dessa perfeita 
sintonia, o Sistema Nervoso organiza e controla as funções corpóreas para que sejam 
mantidas as condições normais da vida humana.
Assim, finalizamos nossa primeira parte do conteúdo sobre a neurobiologia da 
Felicidade.
Lembramos que além de assistir à aula correspondente a esta parte, você deverá 
assistir ao vídeo sugerido no link abaixo.
Bom estudo!
1- Vídeo Sistema Nervoso - “Superinteressante Coleções – O Corpo Humano – 
Cérebro”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LHc6YgAmURs
 
Sugestões de Leituras Complementares:
- CABRERA-PERALTA, C. P.; CABRERA, M. A.; CABRERA-ROSA, R. A.; 
CABRERA-VUOLO, R. A.: Sistema Nervoso. in___Fisiologia – base para o diagnóstico 
clínico e laboratorial. 2ª Edição. p. 131-146. Birigui: Boreal, 2012.
- GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2011.
- BARRETT, K. E.; BARMAN S. M.; BOITANO S.; BROOKS, H. Fisiologia Médica de 
Ganong. ISBN: 9788580552935. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552935 Acesso em: 
21/01/2023.
- SCORSOLINI-COMIN, F., SANTOS, M. A. O estudo científico da felicidade e a 
promoção da saúde: revisão integrativa da literatura. Rev. Latino-Am. Enfermagem 
18(3):[08 telas] mai-jun 2010. http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n3/pt_25.pdf Acesso em: 
21/01/2023.
- FERRAZ, R. B., TAVARES, H., ZILBERMAN, M. L..Revisão da Literatura Felicidade: 
uma revisão Happiness: a review. Rev. Psiq. Clín 34 (5); 234-242, 2007. 
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34n5/a05v34n5.pdfAcesso em: 21/01/2023.
Links dos materiais de apoio:
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http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n3/pt_25.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34n5/a05v34n5.pdf
Mediadores Químicos envolvidos na Felicidade
 A Felicidade é uma sensação extraordinária. Mas, o que se passa em nosso 
organismo quando estamos nos sentindo felizes? Quando experimentamos essa 
sensação tão especial de Felicidade? Vamos conhecer um pouco mais sobre os 
Mediadores Químicos envolvidos no estado, na sensação de Felicidade. 
Nossas Emoções ocorrem através da atividade de neurotransmissores que são 
liberados no Sistema Nervoso. O nosso Sistema Límbico, localizado no Subcórtex 
cerebral, é responsável pelos padrões comportamentais afetivos e emocionais. Nosso 
comportamento é comandado pelas atividades e interação das áreas do hipotálamo, 
hipocampo, amigdala, giro cingulado, tálamo lateral e sistema límbico. Essa interação 
ocorre através da comunicação neuronal provocada pelos neurotransmissores que 
são liberados pelos neurônios para que ocorra a comunicação neuronal. 
Faz parte do comportamento inato, ou seja, que está presente no ser humano 
desde seu nascimento, o comportamento instintivo, irracional. Esse comportamento 
apresenta os padrões afetivos e padrões emocionais. Como padrões afetivos 
podemos citar:
• PRAZER
• PUNIÇÃO
• DOR
• PREFERÊNCIA
• AVERSÃO
• MOTIVAÇÃO
E como padrões emocionais:
• RAIVA
• MEDO
• EUFORIA
• ALEGRIA
• TRISTEZA
• DEPRESSÃO
• ANGÚSTIA
• OBSESSÃO
• SEGURANÇA
 Embora nossos padrões de comportamento afetivo-emocional estejam presentes 
desde o nascimento e tenham componentes genéticos em sua apresentação, 
podemos, ao longo da vida, modificar esses padrões.
As experiências vividas ao longo do tempo, a influência de acontecimentos 
externos do ambiente, o convívio com outras pessoas, o aprendizado adquirido e as 
memórias formadas podem interferir em nossos padrões comportamentais. A 
convivência em situações agradáveis e desagradáveis vai compondo ao longo do 
tempo memórias que nos auxiliam a moldar nossas reações e a estabelecer novos 
padrões de reações frente aos desafios cotidianos.
Essa capacidade de adaptação, de reação e constante remodelação é uma das 
maravilhas de nosso Sistema Nervoso. Dessa forma, podemos nos adequar às novas 
experiências proporcionadas a nós ao longo de nossa existência.
O nosso comportamento frente as atividades diárias é determinado através da 
comunicação entre os neurônios. A nossa mente está constantemente sendo 
estimulada através da liberação de Neurotransmissores. Estes mediadores químicos 
competem entre si e as reações e sensações que ocorrem são de acordo com a 
predominância de cada um em cada momento que nós vivenciamos.
Os Neurotransmissores que são liberados no Sistema Nervoso podem promover 
inúmeras sensações. Por exemplo, podemos sentir Felicidade, Amor, Ansiedade, 
Euforia, Tristeza, Bem-estar, entre muitas outras sensações. 
 Entre os mediadores químicos envolvidos nesse processo podemos citar a 
Serotonina, a Dopamina, a Noradrenalina e a Ocitocina.
No sistema nervoso, a secreção de Dopamina pode ser responsável pela 
motivação e provoca uma sensação de Bem-Estar. A liberação do Neurotransmissor 
Noradrenalina, quando em pequenas quantidades, pode provocar a sensação de 
Ansiedade e pode estar relacionada com a sensação de Depressão.
Já a liberação de Ocitocina, quando ocorre, promove a sensação de amor, de afeto, 
prazer, bem-estar. A ocitocina pode contribuir para a diminuição da sensação de 
depressão, tristeza e colaborar com a produção da alegria em nosso sistema nervoso.
A secreção de Serotonina no Sistema Nervoso faz com que o indivíduo se sinta 
positivo, mais confiante e está associada com a Sensação de Felicidade. Como 
exemplo da atividade neuroquímica cerebral, podemos utilizar o mediador químico 
chamado Dopamina.
Quando alguém passa por situações positivas ou desejadas, a PRODUÇÃO de 
Dopamina é estimulada no córtex cerebral. Depois de produzida, essa substância é 
ARMAZENADA. A Dopamina produzida pelos neurônios é armazenada nas 
terminações nervosas dos neurônios.
Em seguida, quando é necessário realizar a comunicação neuronal, a Dopamina é 
LIBERADA, gerando impulsos nervosos. Quando esses impulsos nervosos atingem o 
córtex cerebral provocam a sensação de bem-estar e de positividade, contribuindo 
para o estado de FELICIDADE.
Assim, de acordo com as nossas experiências que promovem essa variedade de 
secreção neuro-hormonal, nós podemos apresentar o que chamamos de 
Comportamento Racional. Somos capazes de realizar a diferenciação neurofisiológica 
provocada por experiências sensoriais que promovem a formação de novos circuitos 
neuronais.
 O Aperfeiçoamento de atitudes ocorre através da consolidação de conhecimentos, 
facilitada por sensações de prazer e punição. O Comportamento passa a ser assim, 
orientado por processos de aprendizado e memória como a intelectualização, a 
profissionalização e o planejamento de nossos atos.
As nossas emoções podem afetar de forma significativa a nossa saúde. Alguns 
problemas físicos são capazes de afetar a saúde mental. Assim como alguns 
problemas mentais podem afetar a saúde física. Esses problemas podem dar origem 
às doenças psicossomáticas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a definição de Saúde é: “um 
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de 
afecções e enfermidades”.
O Sistema Nervoso trabalha ininterruptamente liberando substâncias químicas 
capazes de influenciar nossas atividades. Os Neurotransmissores são determinantes 
para nosso aprendizado, nossa memória, nossas reações emocionais e nossas 
atitudes.
Desta forma, é importante que nós sejamos capazes de aprender com cada 
experiência vivida e viver buscando as melhores vivências, facilitando o convívio com 
situações que nos proporcionem felicidade. 
Assim, chegamos ao final desta aula. Não deixe de assistir a nossa aula na 
plataforma. Desejo a você um excelente aprendizado, interessante e feliz!
Sugestões de Leituras Complementares:
- GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2011.
- SCORSOLINI-COMIN, F., SANTOS, M. A. O estudo científico da felicidade e a 
promoção da saúde: revisão integrativa da literatura. Rev. Latino-Am. Enfermagem 
18(3):[08 telas] mai-jun 2010. http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n3/pt_25.pdf
- FERRAZ, R. B., TAVARES, H., ZILBERMAN, M. L..Revisão da Literatura Felicidade: 
uma revisão Happiness: a review. Rev. Psiq. Clín 34 (5); 234-242, 2007. 
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34n5/a05v34n5.pdf
- DFARHUD D., Maryam MALMIR M., KHANAHMADI, M. Happiness & Health: The 
Biological Factors- Systematic Review Article. Iran J Public Health. 2014 Nov; 43(11): 
1468–1477. IJPH-43-1468.pdf
- Calleja-González J, Terrados N., Martín-Acero R., Lago-Peñas C., Jukic I., 
Mielgo-Ayuso J., Marqués-Jiménez D., Delextrat A., Ostojic S. Happiness vs. 
Wellness During the Recovery Process in High Performance Sport. Front Physiol. 
2018; 9: 1598. Published online 2018 Dec 19. doi: 10.3389/fphys.2018.01598. 
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6306029/
 
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n3/pt_25.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34n5/a05v34n5.pdf
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4449495/pdf/IJPH-43-1468.pdf
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6306029/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6306029/
Felicidade e qualidade de vida: impacto do sono, 
atividades física, estresse, lazer e arte
“Penso que não há nada mais artístico do que amar verdadeiramente as pessoas”. 
(Vincent Van Gogh)
 
Como estudamos até o momento, diversos fatores são importantes para nosso 
bem-estar. Esses fatores podem ser fatoressistêmicos, ou seja, que fazem parte de 
nosso organismo como, por exemplo, fatores genéticos, fatores hormonais, e fatores 
externos, que fazem parte do ambiente, por exemplo, clima, iluminação, atividade 
física, música, entre outros. Entre esses fatores que podem influenciar o nosso humor, 
podemos citar a qualidade e o tempo de sono diário; a prática de atividade física, sua 
intensidade e frequência; o estresse diário; as horas de trabalho e o tipo de trabalho 
executado; a dedicação de um tempo diário ao lazer e relaxamento e a influência das 
diferentes formas de arte.
Vamos falar inicialmente sobre o Sono. A nossa rotina diária tem influência direta no 
nosso estado físico, mental, psíquico e social. O ser humano funciona em um ritmo 
que chamamos de Circadiano. Esse Ciclo Circadiano ocorre a partir de variações 
hormonais que oscilam durante o dia e a noite, determinando o ciclo de vigília e o ciclo 
de sono de cada um de nós. Os hormônios Melatonina e Cortisol, que são produzidos 
pelo nosso organismo, têm papel fundamental na determinação desse ritmo.
O ser humano é essencialmente diurno. Desta forma, predominantemente, o 
período de sono acontece durante a noite e o período de vigília durante o dia.
Para que o estado de vigília aconteça, os níveis do Hormônio CORTISOL devem 
ser elevados. Assim, nosso organismo eleva a secreção de CORTISOL e nós ficamos 
alertas, acordados, durante o período diurno. Quando a noite vai se aproximando, os 
níveis de CORTISOL vão diminuindo e o nível de MELATONINA vai se elevando.
A MELATONINA é um hormônio que colabora na indução e preparação para o 
relaxamento e o SONO.
Para que isso aconteça e nós consigamos adormecer, é importante que o ambiente 
esteja adequado, escurecido, com clima agradável e com pouco ou nenhum ruído, de 
forma a facilitar o desligamento de nosso Sistema Nervoso e o seu repouso. Esses 
elementos que contribuem para que nós consigamos dormir com qualidade, são 
chamados de fatores sincronizadores do sono e estão relacionados também ao hábito 
de cada um de nós. Por exemplo, um indivíduo pode ter mais facilidade de dormir com 
um travesseiro alto, outra pessoa, pode conseguir dormir com travesseiro baixo. Esses 
hábitos são variáveis de pessoa para pessoa. 
O Sistema Nervoso experimenta durante todos os dias diferentes atividades e 
experiências. Essas vivências vão sendo acumuladas de forma aleatória e 
desorganizada.
Quando o período de vigília é encerrado, o período de repouso se faz necessário.
O descanso oferecido pelo Sono é descanso físico, e descanso mental, que nos 
protege do desgaste natural das horas acordadas.
Quando excedemos o período de vigília, sem proporcionar o adequado repouso, 
passamos a ter dificuldades como problemas na memória, problemas de atenção, 
alterações no apetite, irritabilidade exagerada e contribuímos para o aumento de 
estresse.
Assim, é importantíssimo que nossos neurônios e nosso corpo possam descansar 
para que estejamos “novinhos em folha” no dia seguinte, prontos para novas 
atividades e aprendizados. 
O sono faz com que sejamos capazes de recuperar nossas energias e também de 
obtermos descanso mental, para que nosso cérebro possa reorganizar as 
informações, escolher quais memórias devem ser guardadas e quais os eventos que 
serão descartados, ou seja, esquecidos. Nós fazemos isso durante o sono. De forma 
que, quando dormimos, descansando quantitativa e qualitativamente bem, damos a 
oportunidade para o nosso Sistema Nervoso se recuperar dos eventos radicais, 
experiências novas, vividos no dia anterior.
Essa reorganização nervosa e hormonal, colabora para a manutenção de nossa 
memória, nosso bem-estar e nossa Felicidade.
A atividade física também faz parte do “Hall da Fama” quando o assunto é a 
Felicidade.
A realização de Atividade Física é capaz de provocar modificações na neuroquímica 
de nosso sistema nervoso. Quando realizamos atividades físicas provocamos a 
secreção de diferentes neurotransmissores, entre eles a Serotonina e a Ocitocina. 
Ainda, fazemos a liberação de um Neurotransmissor, em especial, chamado de 
ENDORFINA.
A liberação de ENDORFINA ocorre gradativamente, a partir do início da prática física 
e pode ser observado até mesmo um tempo depois do término dessa atividade.
A ENDORFINA é capaz de provocar sensações de bem-estar e alegria e assim, 
contribui de forma importante para a nossa Felicidade.
Para a melhora da nossa qualidade de vida devemos considerar também a qualidade 
de nossa alimentação.
É importante que nós nos preocupemos em manter hábitos alimentares saudáveis. 
Que nos preocupemos em fazer a ingestão de alimentos ricos e saudáveis e evitando a 
ingestão de excesso de gorduras, condimentos, sal, substâncias estimulantes como o 
café, podemos colaborar para o nosso bem-estar e equilíbrio e, assim, manter nosso 
organismo saudável e feliz. No entanto, é importante considerar que esses hábitos 
alimentares saudáveis devem obedecer a uma educação gradual para a sua aquisição 
evitando tornar o ato de alimentar-se em um processo desagradável pois o sistema 
nervoso pode entender essas mudanças na alimentação como um processo de punição, 
repleto de restrições e, assim, elevar o estresse relacionado à alimentação.
A alimentação saudável e prazerosa, pode despertar sensações de felicidade quando 
provoca satisfação e prazer no indivíduo em se processo alimentar. Ainda, o ato de se 
alimentar pode representar um momento agradável de convívio familiar e social, onde os 
indivíduos partilham de momentos agradáveis em torno das refeições.
Assim, respeitando nosso organismo e oferecendo cuidados adequados através da 
alimentação, contribuímos para a sensação da Felicidade.
Outra peça fundamental na construção de nossa Felicidade é o Lazer. Os momentos 
prazerosos, de convívio com elementos escolhidos por nós, momentos especiais que 
elegemos para nosso Lazer, promovem modificações químicas importantes em nosso 
cérebro.
Os momentos de lazer, do ponto de vista fisiológico, devem ser diários. Durante o 
período de Lazer, os neurônios liberam mediadores químicos da alegria e bem-estar, a 
Serotonina, Ocitocina, Dopamina, Endorfina. Assim, como nós já vimos nas aulas 
anteriores, o conjunto desses neurotransmissores, é responsável pelas sensações de 
Felicidade.
Nesse “Hall da Fama” da Felicidade, podemos inserir também a Arte.
A Arte, em suas diferentes formas, desperta em nosso Sistema Nervoso reações de 
prazer e bem-estar e está associada à sensação de Felicidade por provocar a liberação 
dos mediadores químicos da felicidade, quando faz com que o indivíduo se interesse por 
aquela forma de Arte, quando desperta alegria, curiosidade e prazer.
A atenção, memória e aprendizado são estimulados quando entramos em contato 
com alguma forma de arte que nos interessa, seja pelas informações que ela traz, por 
sua beleza, seus detalhes, sua melodia, suas cores. Todo o processo de contato e 
conhecimento das artes faz com que nosso cérebro reaja e libere as substâncias 
químicas que provocam a Felicidade.
Assim, chegamos ao final da Neurobiologia da Felicidade. Espero que você tenha 
gostado.
Deixei para você, dois “desafios” curiosos. Na nossa área de trabalho da plataforma, 
você encontrará dois exercícios para serem feitos e assim, você poderá verificar o 
quanto nosso Sistema Nervoso é incrível!
Sugestões de Leituras Complementares:
- GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2011.
- CABRERA-PERALTA, C. P.; CABRERA, M. A.; CABRERA-ROSA, R. A.; 
CABRERA-VUOLO, R. A.: Sistema Nervoso. in___Fisiologia – base para o diagnóstico 
clínico e laboratorial. Cap 8. 2ª Edição.. Birigui: Boreal, 2012.
- CAMALIONTE, L. G.; BOCCALANDRO, M. P. R.. Felicidade e bem-estar na visão da 
psicologia positiva. Bol. - Acad. Paul. Psicol., São Paulo , v. 37, n. 93, p. 206-227, 
jul. 2017. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2017000200004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 jan. 2023.
- SANTANA, M. S., MAIA, E. M. C. Atividade Física e Bem-Estar na Velhice. Rev. salud 
pública. 11 (2): 225-236, 2009. 
https://www.scielosp.org/pdf/rsap/2009.v11n2/225-236/pt >. Acesso em: 22 jan. 2023.
- AMBRAIA, Rosana Passos Beinner. Aspectos psicobiológicos do comportamento 
alimentar. Rev. Nutr., Campinas , v. 17, n. 2, p. 217-225, June 2004 . Disponível 
em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732004000200008&l
ng=en&nrm=iso>.Acesso em: 22 jan. 2023.
- ROPKE, L. M. et al. Efeito da atividade física na qualidade do sono e qualidade de 
vida: revisão sistematizada. Arch Health Invest (2017) 6(12):561-566 © 2017 - ISSN 
2317-3009 http://dx.doi.org/10.21270/archi.v6i12.2258 
https://www.researchgate.net/publication/322777572 Acesso em: 22 jan. 2023.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2017000200004&lng=pt&nrm=iso
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https://www.scielosp.org/pdf/rsap/2009.v11n2/225-236/pt
https://www.scielosp.org/pdf/rsap/2009.v11n2/225-236/pt
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732004000200008&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732004000200008&lng=en&nrm=iso
http://dx.doi.org/10.21270/archi.v6i12.2258
https://www.researchgate.net/publication/322777572
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