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Ao relatar a sua história, a Severina que retrata sua a realidade, retrata também a história da Severina da periferia, das ruas, dos bairros pobres, da mãe que perdeu o seu filho para a falta de escolas, a falta de oportunidades, para aqueles que iniciam sua vida profissional, enfim, a Severina retrata a realidade de todos nós, que lutamos por um curso superior sem garantia, se ainda encontraremos vagas (em consequência da idade) no mercado de trabalho que já não dá muitas oportunidades para aquele que passa de uma determinada idade. Mas ela não desistiu. Lutou de todas as formas possíveis para encontrar sua identidade, enfrentou os mais variados sofrimentos físicos, morais e mentais. Mas foi preciso passar pelo o processo, que o autor chama de metamorfose é que ela que ela encontra a sua luz. Só quando desiste de buscar sua identidade lá fora, ela a encontra dentro de si. A história de Severina nos mostra a busca indeterminada que fazemos para encontrar o que o tempo inteiro está dentro de nós; a nossa essência, o nosso eu real, isto é, a nossa identidade. Ela buscou uma identidade mudando de cidade, buscando no sentimento de vingança, no casamento, no filho, em ser mãe e até nas religiões, preencher o vazio que existia dentro de si mesmo, vazio trazido de uma vida que nada lhe ofereceu de melhor. Onde o ser humano, não tem o menor valor, se não ocupa uma posição, nas melhores escolas, nos melhores salões de moda, nas melhores empresas, e por aí vai. Onde a dificuldade maior que o sujeito enfrenta é de como ser visto no mundo fora de si e fora do contexto social. A METAFORMOSE Severina pôde ter consciência de sua importância e que ninguém lhe daria o valor que tanto procurava, quando deixou morrer a Severina velha, para que nascesse uma Severina nova. Ela descobre que para o sujeito se encontrar é preciso antes se perder. Que na maioria das vezes é preciso morrer, para depois viver, que se não a morte do corpo, mas a morte de conceitos, crenças, representações e só na maioria das vezes, só isso poderá dar vida ao sujeito e com isso, trazer a sua verdadeira identidade. A IDENTIDADE A Severina descobriu que não tem como construir uma identidade sozinha é necessário a ajuda de outros, que não tem como esperar do outro àquilo que só lhe cabe fazer. Para receber, é preciso se dar, que para ser útil, é preciso ser para si mesmo, percebeu que todo esse processo era preciso começar dentro dela. E que a sua existência, passou a fazer sentido a partir do momento que descobriu o seu próprio valor. (...) ”não se pode receber amor sem dar amor, não se pode exigir do outro aquilo que ainda não se tem”. A Severina se encontrou, sentia-se importante, a princípio era tudo estranho, mas passou a fazer apenas aquilo que lhe trazia satisfação encontrou pessoas que lhe ouvia, um curso, uma religião, uma casa nova. Claro; nada disso lhe trouxe uma verdadeira identidade, pois construiu todos os dias, a identidade não está em nada que venha de fora, é um processo contínuo e constante, onde cada dia constrói um pouco e forma-se uma maneira de viver a realidade. Ela encontrou em cada coisa nova um caminho, ao qual lhe facilitou o encontro consigo mesma, tornando- se uma pessoa melhor, para ela e também para todos do seu convívio. Conquistando o respeito do grupo que passou a fazer parte; sogro, sogra, filho e daqueles que a ajudaram a achar o seu lugar dentro de si. CONCLUSÃO Nós concluímos com esse relato tão cheio de reflexões e esclarecimentos, que a nossa identidade é construída e que leva tempo para descobrirmos essa realidade que enquanto não encontramos a nós mesmos, qualquer busca é vazia ou sem nenhum resultado. A Identidade é construída e formada todos os dias e a cada momento da nossa existência. Como relata o autor, para se encontrar a verdadeira IDENTIDADE é necessário passar pelo processo de metamorfose, deixar-se morrer para assim renascer, a Severina precisou passar por essa metamorfose para só então encontrar a si mesma e descobrir o que a definiria como ser humano. Download
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