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Psicologia Social a Distância

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Psicologia Social
Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Psicologia Social
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
capa_nova_210911.pdf 1 21/9/2011 02:18:22
Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Psicologia Social
Disciplina na modalidade a distância
psicologia_social.indb 1 21/9/2011 01:57:37
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educação Superior a Distância
Reitor
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor 
Sebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da Reitoria 
Willian Corrêa Máximo
Pró-Reitor de Ensino e 
Pró-Reitor de Pesquisa, 
Pós-Graduação e Inovação
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitora de Administração 
Acadêmica
Miriam de Fátima Bora Rosa
Pró-Reitor de Desenvolvimento 
e Inovação Institucional
Valter Alves Schmitz Neto
Diretora do Campus 
Universitário de Tubarão
Milene Pacheco Kindermann
Diretor do Campus Universitário 
da Grande Florianópolis
Hércules Nunes de Araújo
Secretária-Geral de Ensino
Solange Antunes de Souza
Diretora do Campus 
Universitário UnisulVirtual
Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual 
Diretor Adjunto
Moacir Heerdt 
Secretaria Executiva e Cerimonial
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.)
Marcelo Fraiberg Machado
Tenille Catarina
Assessoria de Assuntos 
Internacionais 
Murilo Matos Mendonça
Assessoria de Relação com Poder 
Público e Forças Armadas
Adenir Siqueira Viana
Walter Félix Cardoso Junior
Assessoria DAD - Disciplinas a 
Distância
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.)
Carlos Alberto Areias
Cláudia Berh V. da Silva
Conceição Aparecida Kindermann
Luiz Fernando Meneghel
Renata Souza de A. Subtil
Assessoria de Inovação e 
Qualidade de EAD
Denia Falcão de Bittencourt (Coord.)
Andrea Ouriques Balbinot
Carmen Maria Cipriani Pandini
Assessoria de Tecnologia 
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.)
Felipe Fernandes
Felipe Jacson de Freitas
Jefferson Amorin Oliveira
Phelipe Luiz Winter da Silva
Priscila da Silva
Rodrigo Battistotti Pimpão
Tamara Bruna Ferreira da Silva
Coordenação Cursos
Coordenadores de UNA
Diva Marília Flemming
Marciel Evangelista Catâneo
Roberto Iunskovski
Auxiliares de Coordenação
Ana Denise Goularte de Souza
Camile Martinelli Silveira
Fabiana Lange Patricio
Tânia Regina Goularte Waltemann
Coordenadores Graduação
Aloísio José Rodrigues
Ana Luísa Mülbert
Ana Paula R.Pacheco
Artur Beck Neto
Bernardino José da Silva
Charles Odair Cesconetto da Silva
Dilsa Mondardo
Diva Marília Flemming
Horácio Dutra Mello
Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes
Janaína Baeta Neves
Jorge Alexandre Nogared Cardoso
José Carlos da Silva Junior
José Gabriel da Silva
José Humberto Dias de Toledo
Joseane Borges de Miranda
Luiz G. Buchmann Figueiredo
Marciel Evangelista Catâneo
Maria Cristina Schweitzer Veit
Maria da Graça Poyer
Mauro Faccioni Filho
Moacir Fogaça
Nélio Herzmann
Onei Tadeu Dutra
Patrícia Fontanella
Roberto Iunskovski
Rose Clér Estivalete Beche
Vice-Coordenadores Graduação
Adriana Santos Rammê
Bernardino José da Silva
Catia Melissa Silveira Rodrigues
Horácio Dutra Mello
Jardel Mendes Vieira
Joel Irineu Lohn
José Carlos Noronha de Oliveira
José Gabriel da Silva
José Humberto Dias de Toledo
Luciana Manfroi
Rogério Santos da Costa
Rosa Beatriz Madruga Pinheiro
Sergio Sell
Tatiana Lee Marques
Valnei Carlos Denardin
Sâmia Mônica Fortunato (Adjunta)
Coordenadores Pós-Graduação
Aloísio José Rodrigues
Anelise Leal Vieira Cubas
Bernardino José da Silva
Carmen Maria Cipriani Pandini
Daniela Ernani Monteiro Will
Giovani de Paula
Karla Leonora Dayse Nunes
Letícia Cristina Bizarro Barbosa
Luiz Otávio Botelho Lento
Roberto Iunskovski
Rodrigo Nunes Lunardelli
Rogério Santos da Costa
Thiago Coelho Soares
Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher
Gerência Administração
Acadêmica
Angelita Marçal Flores (Gerente)
Fernanda Farias
Secretaria de Ensino a Distância
Samara Josten Flores (Secretária de Ensino)
Giane dos Passos (Secretária Acadêmica)
Adenir Soares Júnior
Alessandro Alves da Silva
Andréa Luci Mandira
Cristina Mara Schauffert
Djeime Sammer Bortolotti
Douglas Silveira
Evilym Melo Livramento
Fabiano Silva Michels
Fabricio Botelho Espíndola
Felipe Wronski Henrique
Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Indyanara Ramos
Janaina Conceição
Jorge Luiz Vilhar Malaquias
Juliana Broering Martins
Luana Borges da Silva
Luana Tarsila Hellmann
Luíza Koing  Zumblick
Maria José Rossetti
Marilene de Fátima Capeleto
Patricia A. Pereira de Carvalho
Paulo Lisboa Cordeiro
Paulo Mauricio Silveira Bubalo
Rosângela Mara Siegel
Simone Torres de Oliveira
Vanessa Pereira Santos Metzker
Vanilda Liordina Heerdt
Gestão Documental
Lamuniê Souza (Coord.)
Clair Maria Cardoso
Daniel Lucas de Medeiros
Jaliza Thizon de Bona
Guilherme Henrique Koerich
Josiane Leal
Marília Locks Fernandes
Gerência Administrativa e 
Financeira
Renato André Luz (Gerente)
Ana Luise Wehrle
Anderson Zandré Prudêncio
Daniel Contessa Lisboa
Naiara Jeremias da Rocha
Rafael Bourdot Back 
Thais Helena Bonetti
Valmir Venício Inácio
Gerência de Ensino, Pesquisa e 
Extensão
Janaína Baeta Neves (Gerente)
Aracelli Araldi
Elaboração de Projeto
Carolina Hoeller da Silva Boing
Vanderlei Brasil
Francielle Arruda Rampelotte
Reconhecimento de Curso
Maria de Fátima Martins 
Extensão
Maria Cristina Veit (Coord.)
Pesquisa
Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)
Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem)
Pós-Graduação
Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.)
Biblioteca
Salete Cecília e Souza (Coord.)
Paula Sanhudo da Silva
Marília Ignacio de Espíndola
Renan Felipe Cascaes
Gestão Docente e Discente
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Capacitação e Assessoria ao 
Docente
Alessandra de Oliveira (Assessoria)
Adriana Silveira
Alexandre Wagner da Rocha
Elaine Cristiane Surian (Capacitação)
Elizete De Marco
Fabiana Pereira
Iris de Souza Barros
Juliana Cardoso Esmeraldino
Maria Lina Moratelli Prado
Simone Zigunovas
Tutoria e Suporte
Anderson da Silveira (Núcleo Comunicação)
Claudia N. Nascimento (Núcleo Norte-
Nordeste)
Maria Eugênia F. Celeghin (Núcleo Pólos)
Andreza Talles Cascais
Daniela Cassol Peres
Débora Cristina Silveira
Ednéia Araujo Alberto (Núcleo Sudeste)
Francine Cardoso da Silva
Janaina Conceição (Núcleo Sul)
Joice de Castro Peres
Karla F. Wisniewski Desengrini
Kelin Buss
Liana Ferreira
Luiz Antônio Pires
Maria Aparecida Teixeira
Mayara de Oliveira Bastos
Michael Mattar
Patrícia de Souza Amorim
Poliana Simao
Schenon Souza Preto
Gerência de Desenho e 
Desenvolvimento de Materiais 
Didáticos
Márcia Loch (Gerente)
Desenho Educacional
Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD)
Roseli A. Rocha Moterle (Coord. Pós/Ext.)
Aline Cassol Daga
Aline Pimentel
Carmelita Schulze
Daniela Siqueira de Menezes
Delma Cristiane Morari
Eliete de Oliveira Costa
Eloísa Machado Seemann
Flavia Lumi Matuzawa
Geovania Japiassu Martins
Isabel Zoldan da Veiga Rambo
João Marcos de Souza Alves
Leandro Romanó Bamberg
Lygia Pereira
Lis Airê Fogolari
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Marcelo Tavares de Souza Campos
Mariana Aparecida dos Santos
Marina Melhado Gomes da Silva
Marina Cabeda Egger Moellwald
Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Elpo
Pâmella Rocha Flores da Silva
Rafael da Cunha Lara
Roberta de Fátima Martins
Roseli Aparecida Rocha Moterle
Sabrina Bleicher
Verônica Ribas Cúrcio
Acessibilidade 
Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) 
Letícia Regiane Da Silva Tobal
Mariella Gloria Rodrigues
Vanesa Montagna
Avaliação da aprendizagem 
Claudia Gabriela Dreher
Jaqueline Cardozo Polla
Nágila Cristina Hinckel
Sabrina Paula Soares Scaranto
Thayanny Aparecida B. da Conceição
Gerência de Logística
Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)
Logísitca de Materiais
Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.)
Abraao do Nascimento Germano
Bruna Maciel
Fernando Sardão da Silva
Fylippy Margino dos Santos
Guilherme Lentz
Marlon Eliseu Pereira
Pablo Varela da Silveira
Rubens Amorim
Yslann David Melo Cordeiro
Avaliações Presenciais
Graciele M. Lindenmayr (Coord.)
Ana Paula de Andrade
Angelica Cristina Gollo
Cristilaine Medeiros
Daiana Cristina Bortolotti
Delano Pinheiro Gomes
Edson MartinsRosa Junior
Fernando Steimbach
Fernando Oliveira Santos
Lisdeise Nunes Felipe
Marcelo Ramos
Marcio Ventura
Osni Jose Seidler Junior
Thais Bortolotti
Gerência de Marketing
Eliza B. Dallanhol Locks (Gerente)
Relacionamento com o Mercado 
Alvaro José Souto
Relacionamento com Polos 
Presenciais
Alex Fabiano Wehrle (Coord.)
Jeferson Pandolfo
Karine Augusta Zanoni
Marcia Luz de Oliveira
Mayara Pereira Rosa
Luciana Tomadão Borguetti
Assuntos Jurídicos
Bruno Lucion Roso
Sheila Cristina Martins
Marketing Estratégico
Rafael Bavaresco Bongiolo
Portal e Comunicação
Catia Melissa Silveira Rodrigues
Andreia Drewes
Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Rafael Pessi
Gerência de Produção
Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Francini Ferreira Dias
Design Visual
Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Alberto Regis Elias
Alex Sandro Xavier
Anne Cristyne Pereira
Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Daiana Ferreira Cassanego
Davi Pieper
Diogo Rafael da Silva
Edison Rodrigo Valim
Fernanda Fernandes
Frederico Trilha
Jordana Paula Schulka
Marcelo Neri da Silva
Nelson Rosa
Noemia Souza Mesquita
Oberdan Porto Leal Piantino
Multimídia
Sérgio Giron (Coord.)
Dandara Lemos Reynaldo
Cleber Magri
Fernando Gustav Soares Lima
Josué Lange
Conferência (e-OLA)
Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)
Bruno Augusto Zunino 
Gabriel Barbosa
Produção Industrial
Marcelo Bittencourt (Coord.)
Gerência Serviço de Atenção 
Integral ao Acadêmico
Maria Isabel Aragon (Gerente)
Ana Paula Batista Detóni
André Luiz Portes 
Carolina Dias Damasceno
Cleide Inácio Goulart Seeman
Denise Fernandes
Francielle Fernandes
Holdrin Milet Brandão
Jenniffer Camargo
Jessica da Silva Bruchado
Jonatas Collaço de Souza
Juliana Cardoso da Silva
Juliana Elen Tizian
Kamilla Rosa
Mariana Souza
Marilene Fátima Capeleto
Maurício dos Santos Augusto
Maycon de Sousa Candido
Monique Napoli Ribeiro
Priscilla Geovana Pagani
Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Scheila Cristina Martins
Taize Muller
Tatiane Crestani Trentin
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual
psicologia_social.indb 2 21/9/2011 01:57:37
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Design instrucional
Leandro Kingeski Pacheco
Carolina Hoeller da Silva Boeing
4ª edição
 
Ligia Maria Soufen Tumolo
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Psicologia Social
Livro didático
psicologia_social.indb 3 21/9/2011 01:57:37
Edição – Livro Didático
Professoras Conteudistas
Ligia Maria Soufen Tumolo
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Design Instrucional
Leandro Kingeski Pacheco
Carolina Hoeller da Silva Boeing (2ª ed. rev. e atual.)
Assistente Acadêmico
Eloisa Machado Seemann (3ª ed. rev. e atual.)
Roberta de Fátima Martins (4ª edição)
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Pedro Teixeira
Edison Valim (2ª ed. rev. e atual.)
Adriana Ferreira dos Santos (3ª ed. rev. e atual.)
Marcelo Neri da Silva (4ª edição)
Revisão
Amaline Baulus Issa Mussi
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2011
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 
302
T83 Tumolo, Ligia Maria Soufen
Psicologia social : livro didático / Ligia Maria Soufen Tumolo, Carolina 
Hoeller da Silva Boeing ; design instrucional Leandro Kingeski Pacheco, 
Carolina Hoeller da Silva Boeing ; [assistente acadêmico Eloisa Machado 
Seemann, Roberta de Fátima Martins]. – 4. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 
2011.
165 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
1. Psicologia social. I. Boeing, Carolina Hoeller da Silva. II. Pacheco, 
Leandro Kingeski. III. Seemann, Eloisa Machado. IV. Martins, Roberta de 
Fátima. V. Título.
psicologia_social.indb 4 21/9/2011 01:57:37
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras das professoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 - O desenvolvimento da Psicologia como ciência e o . . . . . . . . . .
campo de atuação da Psicologia Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 - Psicologia Social: Uma perspectiva Tradicional. . . . . . . . . . . . 43
UNIDADE 3 - Psicologia Social: uma perspectiva Histórico-Crítica . . . . . . . 69
UNIDADE 4 - Psicologia Social: a perspectiva da Teoria das . . . . . . . . . . . . . . . .
Representações Sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
UNIDADE 5 - As relações humanas em comunidade e em sociedade . . 117
UNIDADE 6 - O controle social e a participação da sociedade. . . . . . . . . . 135
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
Sobre as professoras conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 161
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
psicologia_social.indb 5 21/9/2011 01:57:37
psicologia_social.indb 6 21/9/2011 01:57:37
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Psicologia Social.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma 
e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados 
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática 
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, 
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a 
um aprendizado contextualizado e eficaz.
Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será 
acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema 
Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica 
caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou 
para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores 
e instituição estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem 
à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: 
telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, 
que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e 
recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. 
Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe 
atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
psicologia_social.indb 7 21/9/2011 01:57:37
psicologia_social.indb 8 21/9/2011 01:57:37
Palavras das professoras
Querido(a) aluno(a),
neste livro apresentamos conteúdos da disciplina de Psicologia 
Social que estão de acordo com a ementa do projeto 
pedagógico do seu curso. 
Inicialmente, é importante que você tenha claro 
que a Psicologia social é o estudo das manifestações 
comportamentais que ocorrem através da interação entre as 
pessoas, ou pela mera expectativa de tal interação.
Ao estudar este conteúdo, lembre-se que o modo de agir do 
ser humano será, durante toda a sua vida, constantemente 
determinado pelo grupo social e instituições das quais ele 
participa.
Leia todas as unidades com atenção e motivação suficiente 
para se transportar da teoria às vivências cotidianas, ou 
seja, faça o prazeroso exercício de imaginar situações do seu 
contexto social que se relacionam com os conteúdos que estão 
sendo lidos. 
Ao estudar as unidades atue como um pesquisador que se 
aprofunda na análise teórica para compreender e explicar 
a realidade circundante, e que ao fazê-lo, retorna à teoria 
buscando mais e mais “respostas”.
É assim que qualquerestudo cria sentido na subjetividade 
humana. Quando pela sua apropriação os sujeitos se tornam 
capazes de compreender sua realidade, intervir de forma mais 
eficiente nela, ao mesmo tempo, em que, desenvolvem todas as 
suas capacidades psicológicas e portanto a si mesmo.
Bons Estudos!
Profs. Ligia e Carolina.
psicologia_social.indb 9 21/9/2011 01:57:38
psicologia_social.indb 10 21/9/2011 01:57:38
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da 
disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o 
contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva 
em conta instrumentos que se articulam e se complementam, 
portanto, a construção de competências se dá sobre a 
articulação de metodologias e por meio das diversas formas de 
ação/mediação.
São elementos desse processo:
 � o livro didático;
 � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
 � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de 
autoavaliação); 
 � o Sistema Tutorial.
Ementa
A psicologia como campo científico. As relações indivíduo-
sociedade. Fundamentação das questões relativas à formação 
e desenvolvimento da personalidade e dos grupos sociais. 
Tipos clássicos de organização humana: comunidade e 
sociedade. A questão do controle social em diferentes modelos 
institucionais.
psicologia_social.indb 11 21/9/2011 01:57:38
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivos
Geral:
Apropriar-se das contribuições das ciências da Psicologia e da 
Psicologia Social para a compreensão dos fenômenos psicossociais 
envolvidos nos processos de constituição dos indivíduos e dos 
grupos. Compreender diferentes tipos de organizações humanas 
e as principais formas de controle social exercida por elas.
Específicos:
 � Compreender a evolução da Psicologia como ciência e 
seu objeto de estudo;
 � Conhecer a história e a epistemologia da Psicologia 
Social;
 � Conhecer as principais concepções e teorias em 
Psicologia Social no Brasil;
 � Compreender os diferentes tipos de organização humana 
e analisar aquelas que são predominantes na sociedade da 
atualidade, considerando sua influência na sociedade;
 � Conhecer diferentes formas de poder e controle social.
Carga Horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.
psicologia_social.indb 12 21/9/2011 01:57:38
13
Psicologia Social
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de 
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação. 
Unidades de estudo: 6 
Unidade 1- O desenvolvimento da Psicologia como ciência e o campo 
de atuação da Psicologia Social
Nesta Unidade, você estudará a história da Psicologia como 
ciência e compreenderá seu objeto de estudo. Conhecerá também 
a história e epistemologia da Psicologia Social. 
Unidade 2 - Psicologia Social: Uma perspectiva Tradicional
Nesta unidade, você estudará o método e o objeto de estudo da 
forma Psicológica em Psicologia Social. Conhecerá as principais 
categorias utilizadas por esta abordagem para explicar os 
fenômenos de interação social e de relações grupais.
Unidade 3- Psicologia Social: uma perspectiva Histórico –Crítica
Nesta unidade, você conhecerá o método e o objeto de estudo 
adotado pela Psicologia Social histórico crítica. Conhecerá as 
principais categorias utilizadas por esta abordagem para explicar 
a constituição social dos sujeitos e os processos grupais.
Unidade 4- Psicologia Social: a perspectiva da Teoria das 
Representações Sociais
Nesta unidade, você compreenderá o método e o objeto de estudo 
da Teoria das Representações Sociais e suas contribuições na 
explicação dos fenômenos psicossociais.
psicologia_social.indb 13 21/9/2011 01:57:38
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 5: As relações humanas em comunidade e em sociedade
Nesta unidade você irá conhecer os tipos clássicos de organização 
humana, ou seja, a comunidade e sociedade. Compreenderá 
que tanto as comunidades como as sociedades coexistem 
enquanto formas distintas de organização humana, que revestem 
e organizam a vida social. Irá conhecer também o conflito 
permanente ao longo da história entre essas relações que embora 
independentes, hora prevaleceram as relações comunitárias e hora 
predominaram as relações societárias. 
Unidade 6 – O Controle social e a participação da sociedade
Para finalizar, você conhecerá as formas de controle social. 
Inicialmente será abordado em que contexto surgiu as 
primeiras discussões sobre o controle social. Em seguida 
você compreenderá a associação dos termos Controle Social e 
democracia, e de que forma é possível assegurar a participação 
dos cidadãos na construção de decisões e acompanhamento das 
atividades da Administração Pública.
Agenda de atividades/Cronograma
 � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, 
da realização de análises e sínteses do conteúdo e da 
interação com os seus colegas e professor.
 � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
 � Use o quadro para agendar e programar as atividades 
relativas ao desenvolvimento da disciplina.
psicologia_social.indb 14 21/9/2011 01:57:38
15
Psicologia Social
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
psicologia_social.indb 15 21/9/2011 01:57:38
psicologia_social.indb 16 21/9/2011 01:57:38
UNIDADE 1
O desenvolvimento da 
Psicologia como ciência e o 
campo de atuação da Psicologia 
Social
Ligia Maria Soufen Tumolo
Objetivos de aprendizagem
� Conhecer o desenvolvimento da Psicologia como 
ciência.
� Caracterizar o objeto de estudo da Psicologia Científica. 
� Conhecer a história e a epistemologia da Psicologia 
Social. 
Seções de estudo
Seção 1 O que é Psicologia? Qual sua matriz?
Seção 2 A composição da Psicologia Científica
Seção 3 A Psicologia Científica do Século XX
Seção 4 Psicologia Social
1
psicologia_social.indb 17 21/9/2011 01:57:38
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Para iniciar o estudo sobre Psicologia, preste atenção a como você 
reage a alguns questionamentos:
 � Que fatores interferem ou 
determinam a relação dos 
sujeitos com a sociedade?
 � Que aspectos constituem as 
relações dos indivíduos no 
interior de seus grupos?
 � Como as pessoas percebem e 
reagem à realidade? 
Estas e uma série de questões semelhantes são excelentes 
estimuladores para iniciar uma reflexão sobre o que é Psicologia e 
qual seu objeto de estudo.
Acredito que você terá respostas mais claras sobre estas questões, 
quando finalizar o estudo desta disciplina em sua totalidade. 
Mas elas servem de aquecimento para que você crie alguma 
proximidade com esta ciência. Iniciando, fique atento(a) ao 
próximo questionamento proposto na seção 1.
Figura 1.1 – Letra grega psy, símbolo 
da Psicologia.
Fonte: Tio Sam, 2011
psicologia_social.indb 18 21/9/2011 01:57:38
19
Psicologia Social
Unidade 1
SEÇÃO 1 - O que é Psicologia? Qual sua matriz?
Você sabe o que significa Psicologia?
Na composição da palavra “psicologia” entram duas palavras 
gregas:
 � psiche -> alma 
 � logos -> razão/conhecimento
Etimologicamente, Psicologia significa “estudo da 
alma”.
A etimologia desta palavra remete ao momento histórico em 
que a Psicologia se configurava como um corpo de pensamento, 
especialmente na Grécia, por volta de 500 a.C. Mas sua 
utilização e compreensão se modificaram significativamente, ao 
longo da história. 
Na atualidade, a Psicologia pode ser definida,grosso modo, 
como uma área de conhecimento que estuda cientificamente o 
psiquismo, com o objetivo de compreender o funcionamento 
humano, manifesto pelos estudos:
 � do comportamento;
 � dos processos psicológicos;
 � da personalidade;
 � da consciência; 
 � da subjetividade.
A partir da definição anterior, você começará a perceber que a 
Psicologia possui uma particularidade: cada teoria psicológica 
determina seu objeto de estudo de maneira diferente, o que 
caracteriza uma atuação diferenciada dos psicólogos, conforme 
sua afiliação teórica e as especificidades (e demandas) da 
realidade na qual intervêm. 
Por isto, o estudo do psiquismo humano é realizado por 
diferentes abordagens da Psicologia (e isto você identificará ao 
longo do estudo desta unidade).
psicologia_social.indb 19 21/9/2011 01:57:38
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
Atenção! 
No entanto é importante esclarecer que o fato de 
a Psicologia constituir-se a partir de abordagens 
diferenciadas não configura um tipo de ecletismo, 
pois o estudo científico dos fenômenos psicológicos, 
mesmo se compreendidos de diferentes formas, 
confere unidade a esta área do conhecimento.
Para que você entenda melhor o desenvolvimento da Psicologia 
e, até mesmo, compreenda de forma mais significativa esta 
multiplicidade no seu objeto de estudo, será apresentada uma 
retrospectiva histórica sobre suas transformações desde o período 
da Grécia antiga até a atualidade. 
Para iniciá-la, fica proposta nova pergunta:
Qual a matriz da Psicologia?
Partindo da etimologia desta palavra, já é possível perceber que a 
matriz da Psicologia é a Filosofia. Temas como “alma, espírito e 
a interioridade humana e seus determinantes” já eram discutidos 
na Grécia, desde meados de 500 a.C., por filósofos como 
Sócrates, Platão e Aristóteles.
O quadro que segue apresenta algumas reflexões dos principais 
filósofos gregos, os quais contribuíram para a formação da 
Psicologia, bem como uma breve síntese dessas contribuições e 
o modo como elas influenciaram as abordagens mais atuais em 
Psicologia. Acompanhe com atenção!
psicologia_social.indb 20 21/9/2011 01:57:38
21
Psicologia Social
Unidade 1
Filósofo
Contribuições para
a formação da Psicologia
Influência nas
abordagens atuais da Psicologia
Sócrates
(469 - 399 a.C.)
Postula que a principal característica do homem é a 
razão e que esta o diferencia de outros animais.
Teorias Psicológicas que se apóiam no 
estudo da razão e da consciência, como por 
exemplo, o Cognitivismo.
Platão
(427 - 347 a.C.)
Concebe a razão (alma) separada do corpo, tendo 
como elemento de ligação a medula. A razão 
se localizaria na cabeça. Para ele, as idéias ou 
características humanas eram geradas a partir do 
próprio interior do homem.
Teorias Psicológicas que se apóiam 
no inconsciente, como por exemplo, a 
Psicanálise de Freud e a Psicologia Analítica 
de Jung.
Aristóteles
(384 - 322 a.C.)
Alma e corpo não podem ser dissociados. Para ele, 
a psyche seria o princípio ativo da vida. O homem 
possuiria a alma racional, com a função pensante. 
Estuda os fenômenos de sensação e percepção 
(órgãos dos sentidos). Reconhece a influência dos 
fatores externos que são percebidos pelos órgãos 
sensoriais. Considerado o pai da Psicologia por ter 
escrito o tratado Da Anima.
Teorias que atribuem destaque
às influências do ambiente na constituição 
do homem, como o Comportamentalismo.
Quadro 1.1 - Contribuições dos filósofos gregos para a formação da Psicologia.
Fonte: Bock (2001).
A discussão das temáticas apresentadas sobre a interioridade 
humana continua ao longo do Império Romano e Idade Média 
especialmente no que se refere à separação entre alma e corpo. 
Tiveram em Santo Agostinho e São Tomás de Aquino seus 
expoentes.
Conheça algumas das características do pensamento desses 
filósofos, de acordo com Bock (2001):
Filósofo Contribuições para a formação da Psicologia Abordagens da Psicologia atual
Santo Agostinho 
(354 - 430)
Defende a cisão entre alma e corpo. 
Alma como prova da manifestação 
divina no homem.
Teorias Psicológicas que se apóiam no 
inconsciente, como a Psicanálise e a 
Psicologia Analítica.
São Tomás de Aquino
(1225 - 1274)
Discussão entre essência e existência. 
O homem, na sua essência, busca a 
perfeição através da existência, que 
seriam unidas pelo encontro com Deus.
Teorias Psicológicas que adotam 
o desenvolvimento da alma ou da 
consciência como meta.
Quadro 1.2 - Contribuições de filósofos do Império Romano e Idade Média para a formação da 
Psicologia.
Fonte: Bock (2001).
psicologia_social.indb 21 21/9/2011 01:57:38
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
Como você deve ter percebido, a discussão apresentada até aqui 
está centrada em conteúdos metafísicos, como alma, espírito, 
essência, e esteve presente em uma época em que a Psicologia 
ainda não se configurava como um corpo científico. Realidade 
que se altera significativamente, a partir do século XIX. É o que 
você conhecerá na próxima seção.
Seção 2 - A composição da Psicologia Científica
Na seção 1, foram apresentados alguns exemplos para você 
compreender que a Psicologia tem suas origens na Filosofia. 
Agora será dado um salto de milhares de anos de investigação 
e feita uma breve retrospectiva da Psicologia, abrangendo a 
segunda metade do século XIX, momento em que ela começa a 
se libertar da Filosofia.
Nessa época, a Psicologia deixa de se preocupar 
fundamentalmente com estudo de temas metafísicos, 
como alma, espírito e essência, e começa a se deslocar 
para o estudo do cérebro, dos nervos e dos órgãos 
sensoriais, utilizando-se de métodos científicos para 
isto.
As novas investigações científicas estabeleceram novos padrões de 
produção de conhecimento para a Psicologia ao longo do século 
XIX e XX, que passam a ser:
 � definição de seu objeto de estudo (o comportamento, a 
consciência, a vida psíquica);
 � delimitação de seu campo de estudo, diferenciando-o 
de outras áreas de conhecimento como a Filosofia e a 
Fisiologia;
 � formulação de métodos de estudo desse objeto;
 � formulação de teorias enquanto corpo consistente de 
conhecimentos na área.
Lembre-se de que este momento 
histórico é de desenvolvimento 
do capitalismo, de crescimento da 
industrialização e da adoção do 
método científico como explicativo 
fundamental da realidade.
psicologia_social.indb 22 21/9/2011 01:57:38
23
Psicologia Social
Unidade 1
Inicialmente, estudava os fenômenos psicológicos como se 
eles pudessem ser decompostos, separados em seus elementos 
essenciais, isto é, houve uma transposição dos métodos 
das ciências naturais para se tentar estudar os fenômenos 
psicológicos. Veja um exemplo.
Podemos citar o caso da Psicofísica, método em que 
os fisiologistas estudavam a fisiologia dos olhos e a 
percepção da cores. As cores eram estudadas como 
fenômeno da Física e a percepção como fenômeno da 
Psicologia.
Confira no quadro 1.3, que segue, as principais correntes de 
pesquisa que possibilitaram à Psicologia o status de ciência, ao 
longo do século XIX e XX.
Pesquisador Método Contribuições
Estruturalismo
Wundt 
(1832 - 1920)
Alemanha
Estudava a consciência por meio da análise e 
síntese. A partir dos estudos das sensações, buscava 
“decompor” a consciência em seus elementos e 
depois os unia a fim de alcançar a compreensão de 
percepções e julgamentos complexos. 
Contribui com os estudos da 
consciência. Fundou o primeiro grande 
laboratório de pesquisa em Psicologia 
(Leipzig). É considerado o fundador da 
Psicologia Científica.
Funcionalismo
James
(1842 - 1910)
EUA
Estudava a consciência por meio de observações 
informais, tentando captar a mente em 
funcionamento, à medida que o homem a usa para 
adaptar-se ao meio. 
Caracterizava a consciência como 
algo dinâmico, pessoal e único. Busca 
explicar o que os homens fazem e por 
que o fazem.
Estruturalismo
Titchner 
(1867 - 1927)
EUA
Estudava a consciência em seus aspectos estruturais, 
isto é, estudava os estadoselementares da 
consciência como estruturas do sistema nervoso 
central. 
Estudo experimental da consciência 
(em laboratório).
Associacionismo
Thorndike 
(1874 - 1949)
EUA
Aprendizagem se dá por associação de idéias, das 
mais simples às mais complexas. Portanto, para 
aprender conteúdos complexos, é necessário ter 
compreendido conteúdos mais simples. 
Elabora a primeira teoria de 
aprendizagem.
Quadro 1.3 - Correntes iniciais de pesquisa em Psicologia Científica.
Fonte: Elaboração da autora.
psicologia_social.indb 23 21/9/2011 01:57:38
24
Universidade do Sul de Santa Catarina
Pelo exposto no quadro, você pôde perceber que o estudo dos 
fenômenos da consciência começa a constituir o foco principal 
de pesquisa em Psicologia e que se torna um dos seus principais 
objetos até a atualidade. 
Embora a Psicologia Científica tenha nascido na Alemanha, 
é nos EUA que ela cresce rapidamente, resultado do avanço 
econômico o qual colocou os EUA na vanguarda do sistema 
capitalista. A Psicologia Científica veio a ser chamada para 
criar ferramentas que pudessem responder aos interesses deste 
sistema, desenvolvendo testes psicológicos que diagnosticavam 
os “melhores homens” a ocupar determinadas posições nas 
indústrias (“homem certo para o lugar certo”) e também em 
postos relacionados às tropas de guerras.
Seção 3 - A Psicologia Científica do Século XX
As pesquisas acima citadas influenciaram a criação de novas 
teorias psicológicas, que são denominadas de Psicologia do Séc 
XX. O quadro que segue faz uma síntese das principais delas, o 
Behaviorismo, a Gestalt, a Psicanálise e a Psicologia Histórico-
Cultural. 
Acompanhe com atenção!
psicologia_social.indb 24 21/9/2011 01:57:38
25
Psicologia Social
Unidade 1
Pesquisadores Objeto e Método de Estudo Fatores determinantes
Behaviorismo
 
Watson
(1878 - 1958)
EUA
 
Skinner
(1904 - 1990)
EUA
 
Comportamento humano. 
Empregava pesquisas que 
investigavam estímulos e 
respostas dos indivíduos e 
animais em laboratório.
 
Comportamento humano é 
determinado pelas reações 
que o ambiente externo 
oferece às nossas ações. 
Reforços e punições promovem 
os condicionamentos que 
modelam o desenvolvimento e a 
aprendizagem humanos.
Gestalt
 
Koffka
(1886 - 1941)
Alemanha
 
Percepção e consciência 
humana. Promoviam 
situações experimentais 
com seres humanos e 
animais.
 
A percepção humana possui 
leis próprias, as quais, em 
ação, promovem a consciência 
humana sobre os eventos 
externos. 
Psicanálise
 
Freud
(1856 - 1939)
Áustria
 
Lacan
(1901 - 1981)
Jung 
(1875 - 19610
Suíça
 
Subjetividade e afetividade 
humanas. Relação entre 
inconsciente e consciente. 
Estudam expressões 
simbólicas; sonhos; 
discursos.
 
A subjetividade humana é 
determinada pelos vínculos 
afetivos estabelecidos ao 
longo da vida dos indivíduos. 
A qualidade desses vínculos 
determinará a orientação das 
atitudes desses indivíduos, que 
pode se caracterizar por ser mais 
saudável ou mais comprometida.
Psicologia Histórico-Cultural
 
Vygotsky
(1896 - 1934) 
Leontiev
(1903 - 1979)
Luria
(1902 - 1977)
Rubinstein 
(1887 - 1982)
(todos da Rússia)
 
Consciência e Processos 
Psicológicos Superiores 
(linguagem, pensamento, 
memória voluntária); 
Subjetividade e 
Personalidade. Método 
dialético.
 
A consciência e todos os 
processos psicológicos superiores 
se desenvolvem pela relação 
dialética que se estabelece 
entre os sujeitos e a cultura ao 
longo do desenvolvimento de 
atividades coletivas, tanto no 
nível filo como ontogenético. 
Quadro 1.4 - Principais abordagens psicológicas do século XX.
Fonte: Elaboração da autora.
“Filo” se refere ao 
desenvolvimento das 
funções psicológicas, que 
ocorre ao longo da história 
da espécie.
“Ontogenético” se refere 
ao desenvolevimento das 
funções psicológicas, que 
ocorre ao longo da história 
do indivíduo, de bebê à 
vida adulta.
psicologia_social.indb 25 21/9/2011 01:57:39
26
Universidade do Sul de Santa Catarina
Pelo quadro apresentado, você pode perceber que a ciência da 
Psicologia se divide em várias teorias psicológicas e que cada 
uma delas possui objetos de estudo (comportamento, percepção 
e consciência, afetividade, consciência e processos psicológicos 
superiores) e métodos de estudos próprios (experimentais; 
discurso, dialético).
Com o desenvolvimento desta ciência ao longo dos séculos XX 
e XXI, as teorias anteriormente citadas ofereceram subsídios 
teóricos para a composição de subáreas da Psicologia e também 
para o campo de atuação do psicólogo. 
Neste sentido, é possível afirmar que a Psicologia é uma “área” 
dinâmica de produção de conhecimentos e de intervenção na 
realidade social, composta de subáreas que são expressas em 
diferentes especialidades.
Neste momento, você deve estar se perguntando, 
afinal, o que é Psicologia Social?
É o que você conhecerá na próxima seção. Permaneça atento(a)!
psicologia_social.indb 26 21/9/2011 01:57:39
27
Psicologia Social
Unidade 1
Seção 4 - Psicologia Social
Iniciamos esta seção com outras perguntas:
 � É possível uma psicologia que não seja social?
 � Há sentido em conceber um indivíduo isolado do 
seu contexto social?
De acordo com Lane (2001), a resposta a esta indagação passa, 
necessariamente, por um exame inicial, que é do próprio processo 
de divisão em compartimentos (as diferentes disciplinas) das 
ciências humanas e sociais. A partir de uma visão reducionista e 
simplista e de uma perspectiva de dicotomia entre e o individual 
e o social, coube à Psicologia o estudo do indivíduo e à Sociologia 
o estudo da sociedade. 
Esta divisão se consolida de tal forma, que, por exemplo, reconhece-
se nos estudos de Wundt (considerado o fundador da Psicologia 
como ciência independente, que você estudou logo acima) sobre 
Psicologia Individual e desconhece-se os trabalhos desse mesmo 
autor sobre temas hoje classificados como Psicologia Social.
Saiba mais 
Wundt publicou uma obra de aproximadamente 
10 volumes denominada Psicologia das Massas ou 
de Psicologia dos Povos, em língua alemã, que até 
recentemente não havia tradução para outra língua.
Outro dado interessante é que Wundt e Durkheim 
mantinham discussões sobre como analisar os 
fenômenos sociais e a partir destas ocorreu uma 
bifurcação: à sociologia de Durkheim coube o estudo 
da sociedade e à psicologia de Wundt coube o estudo 
do indivíduo.
No entanto, a constatação da impossibilidade de estudar o 
homem como um ser isolado – objeto da Psicologia – conduz ao 
desenvolvimento de teorias e métodos para explicar a influência 
dos fatores sociais sobre os processos de percepção, memória, 
pensamento, motivação, organizando-se a Psicologia Social 
enquanto uma das áreas da Psicologia. 
psicologia_social.indb 27 21/9/2011 01:57:39
28
Universidade do Sul de Santa Catarina
A breve introdução apresentada permite que você já 
tenha alguns subsídios para pensar sobre como surgiu 
a Psicologia Social. Mas para que você possa tirar 
suas próprias conclusões sobre as perguntas iniciais 
apresentadas, leia, a seguir, um pouco da história da 
Psicologia Social no mundo.
O desenvolvimento da Psicologia Social nos EUA e na Europa
Exitem muitas maneiras de se contar uma história. A forma 
apresentada foi escolhida por retratar o dinamismo do 
desenvolvimento desta ciência e por permitir a identificação das 
bases epistemológicas das diferentes correntes em Psicologia Social.
A Psicologia Social é tipicamente considerada uma ciência 
americana. Isto porque ela teve, em seus primórdios, um 
desenvolvimento expressivo nos EUA. Algumas razões são 
explicativas para isso, entre elas, o fato do EUA ser um país 
multicultural e multiracial, o que levou os psicólogos a se 
interessarem por compreender os fenômenos relacionados aos 
preconceitos e atitudes, o que acarretou o desenvolvimento e 
aplicação de vários tipos de escalas de medidas para avaliar estes 
processos.
Numa perspetiva abrangente do desenvolvimento da Psicologia 
Social, Farr (2004) afirma que,embora as raízes da Psicologia 
Social possam ser encontradas no solo intectual de toda a 
tradição ocidental, seu atual florescimento é reconhecido como 
sendo um fenômeno caracteristicamente americano. Destacam-se 
neste processo os eventos de guerras, sendo que a segunda guerra 
mundial propiciou um tipo de impulso ao desenvolvimento da 
Psicologia Social semelhante ao que a primeira guerra mundial 
tinha propiciado para os testes psicométricos. 
À época da segunda guerra mundial, os cientistas sociais 
colaboravam para realizar levantamentos sociais sobre a 
adequação de soldados à vida do exército, sua participação em 
combate e sobre as consequências advindas desta participação, 
colaborando, especialmente, com pesquisas, cujo enfoque estava 
na avaliação da eficácia das diferentes maneiras de instruir o 
pessoal militar e na solução de problemas técnicos relacionados 
à mensuração das atitudes e à predição do comportamento. Para 
isso, adotavam uma perspectiva positivista de ciência. 
psicologia_social.indb 28 21/9/2011 01:57:39
29
Psicologia Social
Unidade 1
Uma concepção positivista de ciência significa 
que seus princípios básicos, nas explicações dos 
fenômenos sociais, são: tratá-los como fenômenos 
naturais através de métodos experimentais, sendo 
que os modelos explicativos remetem sempre às 
explicações centradas nos indivíduos.
Os temas citados, anteriormente, foram os assuntos da série de 
volumes da obra entitulada The American Soldier, publicada 
depois da guerra sob a editoração geral do sociólogo Stouffer. 
Esse programa de pesquisa colaborativa desenvolvido durante a 
guerra foi importante por duas razões:
1. Proporcionou um modelo de programas de doutorados 
interdisciplinares em Psicologia Social no pós-guerra. 
Esses eram programas conjuntos entre a Psicologia e a 
Sociologia com várias participações da Antropologia 
(vale ressaltar que nenhum desses programas existe na 
atualidade).
2. A outra razão da importância da série de volumes 
do The American Sodier é que alguns grupos de 
pesquisadores do tempo da guerra continuaram 
colaborando muito além dela. O mais importante 
desses grupos formou, após a guerra, o núcleo de 
pesquisa sobre comunicação e mudança de atitude. 
Isto resultou numa série posterior de volumes que são 
importantes na história da Psicologia Social experimental 
na América, na era moderna. Outros volumes foram 
editados posteriormente e estavam relacionados com 
levantamentos sociais e mudanças de atitudes. 
Em Psicologia Social, como em numerosas outras disciplinas 
acadêmicas, a geração de estudantes imediatamente ao pós-
guerra foi especialmente talentosa. (FARR, 2004).
Você estudará na 
sequência que é este 
fator que determina 
o fenômeno de 
individualização da 
Psicologia Social.
psicologia_social.indb 29 21/9/2011 01:57:39
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
Isto foi particularmente verdadeiro no que se refere 
ao grupo de estudantes de doutorado coordenados 
pelo pesquisador Kurt Lewin. Este estudioso fundou 
o Centro de Dinâmica de Grupo, no Instituto de 
Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, em 1945. 
Este grupo ajudou a estabelecer a Psicologia Social 
na era moderna, como um fenômeno distintamente 
americano.
O papel deste grupo foi vital no desenvolvimento de uma 
Psicologia Social Cognitiva (diferenciando-se da Psicologia 
Social mais experimental). Eles refletiram, na América, a 
influência da Psicologia da Gestalt. Vale demarcar que Lewin era 
europeu, e, assim, como um grande contingente de pesquisadores 
europeus, migrou para o EUA, nos períodos das guerras, 
especialmente fugidos do nazismo e anti-semitismo. 
A principal migração foi dos gestaltistas da Áustria e da 
Alemanha para o EUA, e foi este o fato que possibilitou o 
desenvolvimento da Psicologia Social Cognitiva, com raízes na 
Fenomenologia.
De acordo com Farr (1996, p. 7 apud Bernardes, 1998, p. 26): 
[...] foi desse conflito entre duas filosofias rivais, mas 
incompatíveis (isto é fenomenologia e positivismo), que 
a Psicologia Social, na forma específica, como se deu, 
logo no período moderno [...]. A Psicologia da Gestalt 
foi o ingrediente crucial nessa transformação. O conflito 
ocorreu em solo americano, e também o resultado – uma 
forte psicologia social cognitiva – foi produto claramente 
americano. A psicologia social moderna, pode, pois, ser, 
na verdade, um fenômeno caracteristicamente americano, 
mas ao menos a fenomenologia era européia. 
Percebe-se, então, que as raízes da Psicologia Social moderna 
foram européias, embora a flor fosse caracteristicamente 
americana.
Psicologia que se desenvolveu 
na Europa e que estudava, 
fundamentalmente, os fenômenos 
de percepção e a relação com 
sistemas de aquisição de 
informações, por processos 
essencialmente cognitivos.
Deriva das palavras gregas 
phainesthai que significa 
aquilo que se mostra, e logos 
que significa estudo, sendo 
etimologicamente, então, “o 
estudo do que se mostra”. Busca a 
interpretação do mundo através da 
consciência do sujeito formulada 
com base em suas experiências.
psicologia_social.indb 30 21/9/2011 01:57:39
31
Psicologia Social
Unidade 1
Ao longo da segunda metade do século XX, muitos outros 
programas de pós- graduação foram importantes para o 
desenvolvimento da Psicologia Social no EUA, tais como: 
 � O Institute for Social Research, em Michigan, para onde 
foi levado o Centro de Dinâmica de Grupo sob a direção 
do psicólogo social, Cartwright, que trabalhou com 
Lewin após a morte prematura deste; 
 � O programa de pesquisa em comunicação e mudança de 
atitude do pós-guerra de Yale, sob a direção de Hovland, 
que reuniu um brilhante grupo de colaborados, muitos 
dos quais tinham realizado pesquisas, previamente no 
contexto de guerra.
O grupo experimental de Yale era mais ortodoxo do 
que o do MIT na utilização de variáveis de pesquisa 
experimentais. Mas ambos os grupos adotaram uma 
perspectiva cognitiva em Psicologia Social. 
De acordo com Farr (2004), a Psicologia Social que se 
desenvolveu como um fenômeno especificamente americano na 
era moderna é uma forma psicológica em Psicologia Social.
De acordo com Bernardes (2001), as formas 
psicológicas em Psicologia Social reduzem as 
explicações do coletivo e do social às leis individuais. 
Nesta perspectiva, o indivíduo é o centro da análise. Indivíduo, 
aqui, é entendido como uma entidade liberal, autônoma, 
independente das relações com o contexto social que o cerca 
e consciente de si, o que gera a individualização da Psicologia 
Social. Esta é a forma dominante de Psicologia Social no EUA e 
no mundo de língua inglesa.
Os psicólogos sociais americanos tiveram uma colaboração 
significativa no pós-guerra, ao desempenharem um papel 
fundamental na reconstrução das universidades, tanto na 
Alemanha como no Japão. Os psicólogos americanos também 
ajudaram na construção de sociedades de Psicologia na Europa, 
como, também, a estabelecer contatos entre psicólogos europeus 
psicologia_social.indb 31 21/9/2011 01:57:39
32
Universidade do Sul de Santa Catarina
que trabalhavam isoladamente. A forma de Psicologia Social que 
eles ajudaram a estabelecer foi a forma psicológica em Psicologia 
Social. (Farr, 2004). Esta é considerada uma forma tradicional em 
Psicologia Social (você aprofundará este estudo na Unidade 2). 
Ao discutir sobre o surgimento da Psicologia Social na Europa, 
Farr (2004) afirma que há tradições de pesquisa em Psicologia 
Social que se desenvolveram e se originaram neste continente. 
Duas das mais influentes foram a teoria de identidade social, 
de Tajfel e a teoria das representações sociais, de Moscovici. A 
primeira estava muito mais ligada à Psicologia Social americana 
do que a segunda. 
Já Moscovici, ao escolher Durkheim como um ancestral 
adequado para a sua teoria das representações sociais, contribui 
para assegurar que essa tradição francesa de pesquisa em 
Psicologia Social, que ele iniciou no começo da era moderna, 
fosseclassificada como uma forma sociológica em Psicologia 
Social e não como uma forma psicológica. 
De acordo com Bernardes (2006), as formas 
sociológicas de Psicologia Social refletem a relação 
entre o individual e o coletivo. Buscam uma superação 
desta dicotomia, não reduzindo as explicações da 
Psicologia Social ao individual, nem tampouco ao 
coletivo.
Saiba mais 
Durkheim define o fato social como objeto da 
sociologia e propõe o método funcionalista para 
análise social. Para ele, todo fato social cumpre uma 
função na sociedade, portanto, explicar os fatos sociais 
significa demonstrar as funções exercidas por eles.
Fato social é toda maneira de agir, fixa ou não, capaz 
de exercer sobre o indivíduo ou conjunto uma coerção 
exterior, tendo ao mesmo tempo uma existência 
própria independente das suas manifestações 
individuais.
Para o autor, a sociedade determina o indivíduo. (SELL, 
2006).
psicologia_social.indb 32 21/9/2011 01:57:39
33
Psicologia Social
Unidade 1
De acordo com Farr (2004), a teoria de Moscovici contribui 
para uma crítica da natureza individual da tradição psicológica 
dominante no EUA. Ela representa um desafio importante à 
hegemonia da Psicologia Social americana dentro da Europa. 
E você sabe como foi o desenvolvimento da Psicologia 
Social na América Latina?
É o que você estudará a partir de agora. Permaneça atento!
O desenvolvimento da Psicologia Social na América Latina e 
no Brasil
Na América Latina e no Brasil, nas décadas de 60 e 70, do século 
XX, a Psicologia Social incorporou, inicialmente, o modelo do 
EUA, com algumas pequenas adaptações à realidade de cada 
país. A transposição e replicação das teorias e métodos norte-
americanos ficam evidentes em algumas obras de Psicologia 
Social da época, como por exemplo, Rodrigues (1976, 1979, 
1981). (BERNARDES, 2003)
De acordo com Bernardes (2003), tal posicionamento de 
importação acentuada de posturas teóricas, levou alguns 
psicólogos sociais latino-americanos, no final da década de 1970, 
a constatar o período que se chamou de “a crise da Psicologia 
Social” ou a “Crise de Referência”
No Brasil e na América Latina, a crise começa a tomar corpo 
nos Congressos da Sociedade Interamericana de Psicologia, 
principalmente, aquele realizado em Miami (1976) e Lima (1979). 
Como pontos principais da crise da Psicologia Social, 
estavam a dependência teórico-metodológica, 
principalmente do EUA, a descontextualização dos 
temas abordados, a simplificação e superficialidade 
das análises destes temas, a individualização do social, 
na Psicologia Social, assim como a não preocupação 
política com as relações sociais no país e na América 
Latina, em decorrência das teorias importadas.
Vale retomar que esta crise 
era européia já na década 
de 60.
psicologia_social.indb 33 21/9/2011 01:57:39
34
Universidade do Sul de Santa Catarina
Nos anos de 1960, surge a Associação Latino-Americana de 
Psicologia Social (ALAPSO), que era orientada pela Psicologia 
Social Norte-Americana. Em oposição a ela surgem outras 
Associações, a exemplo da Associação Brasileira de Psicologia 
Social (ABRAPSO), no Brasil. 
A ABRAPSO surge em 1980 por meio de pesquisadores, tais 
como Silvia Lane e Wanderlei Codo, que organizaram, em 
1984, a obra Psicologia Social: o homem em movimento. Estes 
eventos demarcam o rompimento com a Psicologia Social norte-
americana.
Associação Brasileira de Psicologia Social - ABRAPSO - 
teve em sua proposta de criação, a intenção do grupo 
brasileiro em redefinir o campo da Psicologia Social, 
descobrir novos recursos metodológicos, propor 
práticas sociais e construir um referencial teórico 
inscrito em princípios epistemológicos diferentes dos 
até então vigentes.
De acordo com Lane (1981), acompanhando a tendência 
européia, mas sinalizando para diferenças consistentes e próprias 
dos países da América Latina, esboça-se a criação de uma nova 
Psicologia Social, no Brasil, representada pela ABRAPSO - que 
recebe, algumas qualificações como Psicologia Social Histórico 
Crítica ou Psicologia Sócio-histórica. 
São qualificações que expressam a perspectiva crítica em 
Psicologia Social hegemônica de até então e que apontam para 
uma concepção de ser humano como produto histórico-social 
e, ao mesmo tempo, como construtor da sociedade e capaz 
de transformar esta sociedade por ele construída. Teve forte 
influência do materialismo histórico-dialético, de Marx e Engels.
A ABRAPSO é uma associação 
referência em Psicologia Social no 
Brasil. Para conhecê-la, consulte o 
site da ABRAPSO. Disponível em: 
<www.abrapso.com.br>. Acesso 
em 10 jul.2011.
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Psicologia Social
Unidade 1
Saiba mais 
Marx considera a História como produto do trabalho 
humano. À medida que os homens interagem 
para satisfazer suas necessidades, desencadeiam o 
processo histórico. 
Marx (apud Sell, 2006, p. 77) diz que “o modo 
de produção da vida material condiciona o 
desenvolvimento da vida social, política e intelectual.”
Partindo de uma citação de Marx, em O 18 Brumário, 
onde o mesmo diz que: “os homens fazem a história, 
mas não a fazem como querem. Eles a fazem sob 
condições herdadas do passado”, Sell afirma que ele 
“mostra o peso que as estruturas sociais exercem 
sobre os indivíduos, mas, dialeticamente, demonstra 
também que os homens partem destas mesmas 
estruturas para recriá-las pela sua própria ação”. (SELL, 
2006, p. 76-77).
Esta concepção de ser humano recoloca a relação indivíduo-
sociedade, rompe com a perspectiva dicotômica e, ao invés de 
considerar indivíduo e contexto social, propõe a construção de 
um espaço de interseção em que um implica o outro e vice-versa. 
Ao falar sobre este processo, Lane (1981) afirma que foi somente 
a partir dos anos de 1980, que a Psicologia Social brasileira 
assumiu uma postura mais crítica e adotadou uma concepção 
de ser humano que se produz numa relação recíproca com a 
sociedade e entende que este processo é histórico, ou seja, passível 
de ser transformado.
Como recursos metodológicos, são privilegiados 
aqueles que rompem com o modelo de redução do 
complexo ao simples, do global ao elementar, da 
organização à ordem e da qualidade à quantidade. 
Como objeto de estudos e pesquisas, propõe 
a preocupação com aspectos de relevância e 
aplicabilidade ao contexto brasileiro e que possam 
responder às questões sociais específicas de sua 
população. (LANE, 1981).
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Nas palavras de Lane (2001, p.15):
Psicologia Social que enseja a complexificação do simples, 
a pluralidade teórico-metodológica, a intersecção das 
diferentes áreas de aplicação da Psicologia, a prática 
interdisciplinar e a preocupação ética em relação aos 
seus compromissos sociais e políticos. Psicologia Social 
que vai além da simples assertiva de um ser humano 
no social, mas de um ser humano social com base na 
convicção de que não há possibilidade do humano sem 
ser no social.
Bem, para facilitar o seu estudo sobre os conteúdos abordados até 
este momento sobre o desenvolvimento da Psicologia Social no 
EUA, na Europa e no Brasil, será apresentada uma síntese.
Pelo que você estudou até aqui, é possível identificar 2 formas 
de Psicologia Social: uma Psicológica e outra Sociológica. 
Você estudará estas duas formas nas unidades subsequentes, 
mas acompanhe no organograma que segue uma síntese destas 
informações.
Figura: 1.2 Formas de Psicologia Social
 
Psicologia Social 
Forma Psicológica em Psicologia 
Social/Tradicional 
EUA 
Positivista/Cognitivista 
Formas Sociológicas em Psicologia 
Social 
Europa e Brasil 
Teoria das Representações Sociais 
Moscovici/Joudelet 
Durkheim 
 
Psicologia Social Histórico-Crítica 
Silvia Lane/Wanderlei Codo/etc. 
Marx 
 
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37
Psicologia Social
Unidade 1
Pela Figura 1.1, apresentada acima, é possível identificar que 
a forma sociológicaem Psicologia Social se divide em duas: 
uma que adota a Sociologia de Durkheim e a outra que adota o 
Materialismo Histórico-Dialético de Marx e Engels, como bases 
epistemológicas. Na primeira, a sociedade determina o indivíduo 
e na segunda sociedade e indivíduo se determinam mutuamente, 
num processo dialético.
Pode-se dizer que o objeto de estudo da Psicologia 
Social é o fenômeno psicossocial e que cada uma das 
abordagens citadas elege suas próprias categorias 
para identificá-lo. 
Como no Brasil houve influência das três perspectivas 
mencionadas acima, você terá a oportunidade de estudar as 
principais contribuições de cada uma delas para a compreensão 
das relações que se estabelecem entre indivíduos e sociedade, ao 
longo das unidades desta disciplina.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
Como você percebeu, a Psicologia é uma ciência que está em 
constante transformação. E é assim, porque seu objeto de estudo, 
o ser humano, também o está. É uma ciência que atua de forma 
ampla na sociedade, porque as demandas de seu conhecimento 
e de sua intervenção estão nas mais variadas fontes: a escola, a 
família, as organizações de trabalho, os hospitais, enfim.
O psicólogo possui um desafio particular: ele é pesquisador e, 
ao mesmo tempo, objeto de suas pesquisas, ou seja, utiliza sua 
“mente” para compreender e analisar a “mente” de outras pessoas, 
utiliza sua subjetividade para explicar a subjetividade daqueles 
que atende. Interpreta as emoções de outras pessoas a partir 
de como significam estes dados e de como os qualifica (o que 
certamente envolve valores emocionais). 
Neste sentido, a busca da “neutralidade” é algo constante nesta 
ciência, mesmo considerando que esta só exista num plano ideal, 
abstrato. Especialmente quando se atenta para o fato de que 
quando há a interação humana, vínculos se formam e o produto 
já não é mais “o eu e os outros”, mas um nós, no qual ambos 
os envolvidos se transformam. É nesta seara que se encontra o 
objeto de estudo da Psicologia Social.
Você estudou que a Psicologia Social desenvolveu-se como 
área de estudo científico sistematizado após a I guerra 
mundial, juntamente com as demais ciências sociais. Teve um 
desenvolvimento expressivo após a segunda guerra mundial. 
Nesta época, pesquisava fenômenos de liderança, preconceitos, 
mudanças de atitudes, relações grupais, valores, com a finalidade 
de compreender como ocorriam esses fenômenos em condições 
de tensão social pós-guerra. Indivíduo e sociedade eram vistos de 
uma forma dicotômica, ou seja, como se o indivíduo pudesse ser 
isolado da sociedade e naturalizado.
Teve um desenvolvimento significativo nos EUA e na Europa 
ao longo da metade do século XX. No primeiro, adotou-se uma 
perspectiva mais individualizada. No segundo, adotou-se uma 
perspectiva mais crítica, de partir de fenômenos sociais para a 
compreensão da relação indivíduo - sociedade. 
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Psicologia Social
Unidade 1
No Brasil, ela incorpora, inicialmente, a tendência americana, 
mas transforma-se em uma ciência voltada para a compreensão 
dos fenômenos psicológicos a partir de uma perspectiva mais 
crítica e direciona-se para produzir conhecimento em Psicologia 
de forma contextualizada com a realidade brasileira.
Atividades de autoavaliação
1. A partir do estudo desta unidade, você saberia definir o que é 
Psicologia? Tendo esta ciência como centro de sua atenção, apresente 
seis características que a define, preenchendo a figura que segue.
Psicologia
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Universidade do Sul de Santa Catarina
2. Faça uma pesquisa na internet sobre o tema “Psicologia Social” 
e verifique que várias definições aparecem. Escolha uma delas e 
estabeleça relações com as formas de Psicologia Social apresentadas 
nesta Unidade. Para sintetizar seu pensamento, construa uma figura 
ou organograma (ou seja, uma forma alternativa ao texto escrito). 
Aproveite o espaço que segue para fazer seu registro.
psicologia_social.indb 40 21/9/2011 01:57:40
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Psicologia Social
Unidade 1
Saiba mais
Se você pretende ampliar seus conhecimentos, complemente seus 
estudos e ratifique seus conhecimentos, acessando as obras abaixo 
relacionadas, pois nelas se encontra farto material acerca do 
assunto tratado nesta unidade:
BOCK, Ana; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria. 
Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2005.
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. São Paulo: 
Makron Books, 2001.
LANE, S.; SAWAIA, B. (Orgs.). Novas veredas em Psicologia 
Social. São Paulo: Brasiliense, 1995.
LANE, Silvia T. M.; CODO, Wanderley (orgs.). Psicologia 
Social: o homem em movimento. 13. ed. São Paulo: Brasiliense, 
1994.
LANE, Silvia. O que é Psicologia Social. São Paulo: Brasiliense, 
1981.
FARR. Robert. As raízes da Psicologia Social Moderna. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
psicologia_social.indb 41 21/9/2011 01:57:40
psicologia_social.indb 42 21/9/2011 01:57:40
2UNIDADE 2Psicologia Social: Uma 
perspectiva Tradicional
Ligia Maria Soufen Tumolo
Objetivos de aprendizagem
 � Conhecer o objeto de estudo e o método adotado pela 
concepção psicológica em Psicologia Social.
 � Definir as principais categorias estudadas na abordagem 
psicológica em Psicologia Social.
 � Estabelecer relações entre os conceitos apresentados e 
as experiências cotidianas no que se refere às interações 
pessoais.
Seções de estudo
Seção 1 Psicologia Social: uma abordagem psicológica
Seção 2 Crenças, estereótipos, preconceitos e percepção 
social
Seção 3 A formação de atitudes
Seção 4 Relações grupais
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
A forma psicológica em Psicologia Social é uma forma 
tradicional de abordagem, no que se refere a esta ciência. Ela 
contribui para a descrição de conceitos e processos que ocorrem 
nas interações sociais, partindo de uma concepção de que os seres 
humanos, quando estão em interação, influenciam-se uns aos 
outros, necessariamente.
Para que você entre em contato com esta abordagem em 
Psicologia Social, serão apresentados os conceitos mais discutidos 
pelos autores que adotam esta perspectiva de análise. 
Você certamente os identificará em sua vida cotidiana e isto lhe 
trará facilidades e motivação para o estudo.
Vamos lá! Siga em frente!
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Psicologia Social
Unidade 2
Seção 1- Psicologia Social: uma abordagem psicológica
Conforme estudado na unidade 1, a forma psicológica em 
Psicologia Social centra seus estudos predominantemente em 
aspectos individuais para explicar os fenômenos que ocorrem nas 
interações sociais. 
Abordam os fenômenos que ocorrem nas relações sociais sem a 
preocupação de contextualizá-los historicamente. 
Para esta abordagem em Psicologia Social, o objeto 
de estudo desta ciência é o estudo dos fenômenos 
psicológicos que são suscitados nas interações entre 
as pessoas.
Por influência de uma concepção predominantemente positivista 
de homem e de sociedade demonstram uma compreensão mais 
individualizada de sujeito e estudam cientificamente o processo 
de interação entre as pessoas, com a finalidade de compreender 
melhor o comportamento social humano. Para isto, se utilizam 
de métodos experimentais e descritivos, além de observações, 
predominantemente.
De acordo com Rodrigues (2003), ao se empregar o método 
experimental com seres humanos, a intenção do pesquisador é 
estabelecer uma relação provável de causa e efeito entre fatores 
situacionais e o comportamento por eles suscitado. Ao utilizar 
o método experimental, o investigador cria situações sociais e 
observa seus efeitos no comportamento individual.
O social nesta abordagem em Psicologia Social não 
é a sociedade em geral, mas sim, a interação entre as 
pessoas, e suas relações recíprocas,o pensamento 
que a expectativa e o contato com o outro provocam. 
(Rodrigues, 2003).
Os principais fenômenos estudados por esta abordagem em 
Psicologia Social são as crenças, os estereótipos, os preconceitos, 
percepção social e formação de atitudes e as relações grupais, tais 
como: coesão grupal, a formação de normas sociais, a liderança, etc.
É o que você estudará a partir de agora.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 2 - Crenças, estereótipos, preconceitos e 
percepção social 
“Não vemos as coisas como elas são; nós a vemos como nós 
somos”. (ANAIS NIN apud Rodrigues 2003, p. 20).
Inicia- se esta seção com algumas perguntas:
 � Você é seletivo em suas relações pessoais?
 � Quais informações você utiliza para entrar em 
interação com os outros? 
 � Será que você percebe os outros como eles são? 
Como será que os outros percebem você? 
De acordo com Rodrigues (2003), os seres humanos tendem 
a explicar os fenômenos e eventos que ocorrem na realidade, 
inclusive tendem a interpretar as demais pessoas, mesmo sem 
conhecê-las, na expectativa de ter dados e informações para 
decidir se desejam (ou não) interagir com elas. 
Para que seja possível explicar o desconhecido, os indivíduos, em 
geral, tendem a se apoiar em padrões de crenças. Utilizam- se de 
associações que são realizadas com base em características que se 
destacam à sua percepção individual sobre a pessoa percebida, e 
que se vinculam a determinados julgamentos ou pré-concepções. 
- E você sabe o que são crenças?
Crenças são proposições que, na sua formulação mais 
simples, afirmam ou negam uma relação entre dois 
objetos concretos ou abstratos, ou entre um objeto e 
algum possível atributo deste. (KRUGER, 1986, p. 32)
De acordo com o mesmo autor, crenças, do ponto de vista da 
análise científica, não são conjecturas baseadas na fé. O sistema 
de crenças envolve a atuação de processos cognitivos, como 
perceber, raciocinar e pensar.
psicologia_social.indb 46 21/9/2011 01:57:40
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Psicologia Social
Unidade 2
De acordo com Kruger (1986, p. 32), as crenças podem ser 
qualificadas como opiniões, boatos, dogmas, convicções e 
estereótipos, entre outras possibilidades de classificação e 
participam, quando houver uma relação afetiva entre uma 
pessoa e um objeto social, da atitude que aquela manifesta em 
relação a este. 
De acordo com Rodrigues (2003, p. 21), a crença numa teoria 
que aglutina características pessoais possibilita aos indivíduos, 
uma vez encontrada nos outros, fazer inferências sobre intenções 
e comportamentos desses últimos, o que facilita o entendimento 
dos outros.
Este fenômeno de teorização sobre uma determinada pessoa 
a partir de crenças que se associam às suas características é 
denominado estereótipos.
Estereótipos consistem na atribuição de determinados 
traços aos membros de um certo grupo. 
Os estereótipos decorrem da generalização de 
observações individuais para todo o grupo a que 
pertence à pessoa em que recaiu a observação.
Como você pode perceber, estereótipos são crenças amplamente 
generalizadas para um conjunto de pessoas. 
De acordo com Rodrigues (2003), os estereótipos podem estar 
relacionados com a atribuição de valores negativos ou positivos. 
Ou seja, podem ser generalizados valores positivos ou negativos 
ao conjunto de pessoas pertencentes a um determinado grupo.
Quando um estereótipo é integrado por aspectos 
puramente negativos está-se diante daquilo que se 
chama preconceito.
Um professor, baseado em crenças de que toda 
pessoa responsável tem uma determinada aparência, 
desconfia do potencial ou responsabilidade de um de 
seus alunos porque ele usa cabelo cumprido do tipo 
rastafary. 
Objeto social é um termo 
utilizado por Kruger 
(1986) e que se aplica a 
qualquer pessoa, grupo, 
animal, objeto inanimado 
ou entidade abstrata, 
posicionado como objeto 
de afeição ou interesse 
social.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Para explicar este processo que ocorre nos indivíduos, utilizando-
se de uma perspectiva de análise cognitiva, Rodrigues (2003) 
afirma que os indivíduos, ao se relacionarem com o ambiente 
social e consigo próprio, utilizam-se de recursos cognitivos 
denominados de esquemas sociais. 
Esquemas sociais são rótulos dados às pessoas e aos grupos por 
meio dos estereótipos e preconceitos, que são construídos pelos 
sistemas de crenças que os indivíduos possuem e que criam 
julgamentos e expectativas diante de comportamentos dos demais 
indivíduos.
Saiba mais 
A forma esquemática de agir não ocorre somente 
na interação com outras pessoas, mas, também, 
na relação do indivíduo com ele mesmo. São os 
autoesquemas ou esquemas dirigidos a própria 
pessoa e que funcionam da mesma forma que os 
demais esquemas. 
Os indivíduos têm um conjunto de crenças sobre eles 
próprios, do que são e de como devem agir.
Pelo que foi exposto até aqui, já é possível introduzir um novo 
conceito que é o de percepção social, a chamada percepção 
de outrem. A percepção de outrem ou da ação de outrem é 
intrínseca ao processo de interação social. 
A percepção social é o processo que envolve 
a percepção do outro e que é necessariamente 
influenciada pelas crenças, estereótipos, preconceitos, 
atitudes, interesses e esquemas sociais daquele que 
percebe.
O processo de percepção social envolve várias etapas, que podem 
ser descritas de maneira sintética da seguinte forma:
Acompanhe!
psicologia_social.indb 48 21/9/2011 01:57:40
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Psicologia Social
Unidade 2
Um indivíduo recebe informações sobre 
outros pelos seus órgãos dos sentidos:
Crenças, interesses, estereótipos, 
preconceitos, valores, ou seja, esquemas 
sociais do indivíduo que recebeu, entram 
em ação aferindo e fazem um filtro, a partir 
desta carga psicológica. Considerando isto, é 
atribuído um conceito sobre a pessoa.
 
 
Percepção Social
Como você pode concluir a partir dos processos que foram 
apresentados até este momento, elementos psicológicos são 
capazes de distorcer a correspondência entre o objeto social 
e a percepção sobre este objeto. Valores, atitudes, interesses, 
preconceitos e crenças fazem com que comumente a percepção 
sobre o outro não corresponda às suas características quando se 
considera a realidade desta outra pessoa.
Ao discutir sobre percepção social, Braguirolli (1994) afirma 
que a percepção das pessoas, a denominada percepção social, 
difere da percepção de objetos, porque envolve julgamento ou 
juízo avaliativo. É um processo que acontece num nível diferente 
da percepção de objetos. A diferença reside no fato de que esta 
avaliação que ocorre no nível das interações pessoais funcionará 
como direcionadora da forma como se interagirá com o outro. 
Saiba mais 
Ao falar de percepção social, Rodrigues (2003, p. 
24) afirma que “Não registramos o nosso ambiente 
social, tal como uma máquina fotográfica, mas sim, 
o vemos através da distorção decorrente de nossas 
idiossincrasias pessoais”. 
psicologia_social.indb 49 21/9/2011 01:57:40
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Ao estabelecer algumas conclusões sobre a importância da 
compreensão sobre o fenômeno de percepção social nas interações 
entre as pessoas, Rodrigues (1998) afirma ser fundamental que 
os indivíduos tenham a consciência da ocorrência da interferência 
destes processos, a fim de procurar evitar sua influência 
ou minimizar sua interferência nas interações pessoais que 
estabelecem.
A percepção social está intrinsecamente relacionada com as 
atitudes, considerando que aquelas oferecerão elementos para estas. 
A formação de atitudes é o que você estudará na próxima seção. 
Permaneça atento!
Seção 3 - A formação de atitudes
Atitudes têm se constituído num dos temas mais estudados pela 
psicologia social, na busca de entender como estas posições pró 
ou contra objetos sociais se formam e se modificam e quais são os 
elementos essenciais. 
Ao falar sobrea formação de atitudes, Rodrigues (2003, p. 49) 
afirma que enquanto categoria social, as atitudes mantêm uma 
estreita relação com as noções de crença, valor e preconceito, na 
medida em que, teoricamente apresentam elementos semelhantes 
em sua organização.
Durante o nosso processo de socialização formamos posições 
pró ou contra pessoas e objetos com que entramos em contato. 
Tais posições estão intimamente ligadas ao que pensamos em 
relação a tais pessoas e objetos e também à forma de agirmos 
em relação aos mesmos. (RODRIGUES, 2003, p. 49).
- Você sabe como podem ser definidas as atitudes? 
psicologia_social.indb 50 21/9/2011 01:57:40
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Psicologia Social
Unidade 2
Existem muitas definições de atitudes e você conhecerá algumas 
delas: 
De acordo com Kruger (1986), as atitudes podem 
ser definidas como uma disposição afetiva, 
favorável (positiva) ou desfavorável (negativa), a um 
determinado objeto social.
Já de acordo com Rodrigues (2003), é uma 
organização duradoura de crenças e cognições em 
geral, dotada de carga afetiva pró ou contra um objeto 
social definido, que predispõe a uma ação em acordo 
com as cognições e afetos relativos a este objeto.
Entre as várias definições disponíveis sobre atitudes, algumas 
características se preservam como essenciais a este conceito que são:
 � existência de um sentimento favorável ou desfavorável em 
relação a um objeto social;
 � existência de uma certa estabilidade nesta tendência.
De acordo com Kruger (1986), as atitudes cumprem, 
principalmente, 4 funções. São elas:
1. a primeira e mais importante delas é cumprir uma 
função avaliativa.
2. a segunda, é que é através delas, que ocorre a 
organização do comportamento nos planos da 
cognição, dos afetos e do comportamento (conação; 
ação).
3. Contribuem para uma orientação da conduta, na 
medida em que ensejam uma discriminação afetiva de 
tudo e de todos que se dispõem no campo do ambiente 
psicológico. 
4. Favorecem a elaboração de argumentos, funcionando 
em defesa do próprio sujeito, protegendo-os de objetos e 
situações desagradáveis ou ameaçadoras. 
psicologia_social.indb 51 21/9/2011 01:57:40
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Parece consenso entre os autores que a estrutura atitudinal é 
composta de 3 elementos fundamentais que estão interligados:
1. Componente afetivo: consiste no sentimento favorável 
ou desfavorável em relação a um objeto social.
2. Componente cognitivo: se refere aos pensamentos 
(percepção, representação) que a pessoa possui em relação 
a um objeto social.
3. Componente comportamental: é a prontidão para 
responder, para comportar-se de determinada forma em 
relação a este objeto social. É a expressão externa da 
atitude (que também pode ser denominada de conação).
Lembre-se que se houver um sentimento em relação a um objeto 
social, é porque dele já se dispõe de uma representação cognitiva, 
ambos contribuindo para que se estabeleça uma orientação 
preferencial da conduta ou comportamento em relação ao objeto 
por eles visado. 
Qual a sua atitude diante de uma pessoa que pede 
esmola? 
Diante da percepção de uma pessoa menos favorecida 
economicamente, você pode ter um sentimento de 
compaixão e agir de forma a dar-lhe algum dinheiro. 
Ou você pode se recusar a ajudar, porque considera 
uma forma fácil de ganhar dinheiro, além de se sentir 
ameaçada pela situação.
Os componentes afetivos, cognitivos e comportamentais das 
atitudes se associam de tal maneira que, se o sentimento for 
positivo, as representações e a conduta também tenderão a sê-lo, e 
vice-versa.
É lógico que dentro deste sistema existem variáveis que podem 
tender a uma coerência, mas também a incoerências, quando 
se trata de um comportamento social. Aprofundar isto, exigiria 
uma análise muito minuciosa de todas as variáveis envolvidas nos 
contextos sociais.
psicologia_social.indb 52 21/9/2011 01:57:40
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Psicologia Social
Unidade 2
Na formação de atitudes, assim como na formação de 
preconceitos e valores, são significativas as influências que 
os indivíduos recebem dos diversos grupos sociais dos quais 
participa: a família, a escola, as organizações de trabalho. Essas 
se formam por aprendizagens advindas dos vários grupos dos 
quais os indivíduos fizeram parte.
Para finalizar esta seção, é importante destacar que as atitudes 
podem ser modificadas. Ou seja, apesar de comporem tendências 
de atuação dos indivíduos, variáveis sociais, pelas quais os 
indivíduos passam podem provocar alterações nestas orientações, 
tais como: períodos de grandes mudanças no âmbito da vida 
pessoal e no contexto social em que o indivíduo está inserido; 
mudanças de fases de desenvolvimento na vida, pressões externas, 
entre outros.
Reside neste fato o grande interesse dos psicólogos sociais no 
estudo das atitudes, desde sua origem histórica. Conhecer e 
poder atual em prol de mudanças de atitudes de uma pessoa ou 
de uma população sobre algum fenômeno pode ser de grande 
importância para a ciência e para a sociedade. 
Vale destacar ainda que tomando como base a perspectiva 
psicológica em Psicologia Social, a personalidade é explicada pela 
interação dos sistemas de crenças, atitudes e motivações pessoais, 
alinhadas com as formas de interagir em grupo, conforme você 
estudará mais adiante. 
Até este momento, você estudou processos individuais a partir 
da abordagem da psicologia social tradicional. A partir de agora, 
você estudará as relações grupais.
psicologia_social.indb 53 21/9/2011 01:57:40
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 4 - Relações Grupais
O estudo desta seção certamente será bastante interessante e 
terá um grau de facilidade pela possibilidade que você terá em 
reconhecer a presença dos conceitos que serão expostos, no 
cotidiano de sua convivência nos grupos.
A pesquisa experimental sobre os processos grupais foi 
incrementada a partir do final da década de 1930, especialmente 
pelos estudos de Kurt Lewin (1890-1947). A expressão dinâmica 
de grupos foi cunhada por Lewin, que com ela pretendia 
designar o campo da estrutura e dos processos que ocorrem nos 
grupos humanos, tais como: liderança, coesão, produtividade, 
cooperação, conflito e comunicação.
Nas palavras de Lewin:
A essência de um grupo não reside na similitude 
ou dissimilitude de seus membros, senão em sua 
interdependência. Um grupo pode ser caracterizado 
como um todo dinâmico: isto significa que uma mudança 
no estado de uma das partes ou membros do grupo varia 
em todos os casos, entre uma massa sem coesão alguma 
e uma unidade composta. (LEWIN, 1973 p. 54 apud 
RODRIGUES, 2003).
Remetendo-se às ideias do próprio Lewin, é consenso 
entre os estudiosos sobre o assunto, que os grupos 
são muito mais do que as somas das individualidades 
de seus membros. 
De acordo com Braguirolli (1994), toda e qualquer sociedade, da 
mais primitiva a mais complexa, consiste de diferentes grupos 
e organizações. Nas sociedades contemporâneas, que são mais 
complexas, certamente o número de grupos e organizações é muito 
maior e o indivíduo faz parte simultaneamente de muitos deles.
psicologia_social.indb 54 21/9/2011 01:57:40
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Psicologia Social
Unidade 2
De acordo com a mesma autora, que apresenta uma revisão da 
conceituação de grupos, estes podem ser definidos como:
“Uma pluralidade de indivíduos que estão em contato 
uns com outros, que se consideram mutuamente e que 
estão conscientes de que têm algo significativamente 
importante em comum.” (OLMESTED 1970, p. 12 apud 
BRAGUIROLLI, 1994, p 122).
“Um grupo psicológico pode ser entendido como 
duas ou mais pessoas que se reúnem e satisfazem as 
seguintes condições: as relações entre os membros 
são interdependentes (o comportamento de cada 
membro influi no comportamento de todos os outros); 
os membros aceitam uma ideologia – um conjunto de 
crenças, valores e normas que regulam sua conduta 
mútua”. (KRECH, entre outros, apud BRAGUIROLLI, 
1994, p. 122).
São exemplos de grupo: o grupo da família,

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